quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mudanças, by Lia Luft


O texto é da Lya Luft, mas poderia ter sido escrito por mim, por vc ou por qualquer outra pessoa que pensa assim:



Mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher.
Era um bate-papo com
uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.
E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível...
A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.
Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'

Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo.

Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.

A fonte da juventude chama-se "mudança".


De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.

A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menor zinho.
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.
Rejuvenesceu.

Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.

Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional.

Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.
Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Olhe-se no espelho...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Uma boa notícia

Nível de poluição por chumbo despenca na Grande SP em 20 anos  
Estudo recém-divulgado pela Cetesb revela que concentração de poluente no ar caiu até 74% entre os anos de 1983 e 2003

Proibição do chumbo na gasolina, em 1989, explica melhora; resultado reforça pressão por adoção de novo padrão do diesel no Brasil


JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL da FOLHA DE S.PAULO

Um novo estudo da Cetesb, com dados de duas décadas, confirmou que a retirada do chumbo da gasolina distribuída no país, na década de 1980, provocou uma queda drástica na concentração do poluente no ar da Grande São Paulo.
Ao menos em relação ao chumbo, o ar metropolitano passaria com folga pelos rígidos padrões europeus, dos EUA e da OMS (Organização Mundial de Saúde), resultado que legitima as pressões de ambientalistas pela melhora no padrão do combustível usado no Brasil.
A preocupação com o chumbo, que vai se acumulando no organismo humano com o tempo, decorre dos graves efeitos que a contaminação com o metal provoca na saúde. Afeta o sistema nervoso, rins, ossos, sangue e tecidos.
O risco de manipulação do chumbo é tamanho até mesmo para quem manuseia aqueles chumbinhos usados em varas de pesca e projéteis para armas de clubes de tiro ao alvo.
Para verificar o comportamento do poluente, a Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo) fez medições em quatro estações -Parque D. Pedro, Ibirapuera, São Caetano e Osasco-, entre 1983 e 2003, e comparou os resultados. No trabalho, os técnicos avaliaram quantidade de chumbo na poeira. O relatório foi publicado em junho deste ano.
No Parque D. Pedro, área de tráfego intenso de ônibus no centro de São Paulo, a queda atingiu 74%, pouco maior do que no Ibirapuera (70%) e bem acima de Osasco (50%).
Após a tabulação dos dados, a Cetesb comparou o resultado com os valores usados tanto pela União Europeia (0,5 micrograma/m3) quanto pela EPA (agência ambiental dos EUA).

Álcool
A relatora do trabalho, Cristiane Ferreira Fernandes Lopes, doutora em química analítica pela USP, atribui "grande parte" da queda da presença do chumbo no ar "à introdução do álcool e da proibição do chumbo" nos combustíveis.
Isso porque o estudo apontou uma redução mais forte entre os anos 1980 e o final da década seguinte. O país começou a banir o chumbo da gasolina em 1989.
Três anos depois, a gasolina brasileira estava "limpa" do metal, substituído pelo álcool -ambos têm o efeito de melhorar a combustão da gasolina.
O químico Claudio Alonso, também da Cetesb, diz que as conclusões do novo estudo apontam para o acerto em políticas públicas adotadas nas décadas anteriores para melhorar a matriz energética.
Além disso, é um reforço na necessidade de apressar a adoção dos novos padrões do diesel brasileiro, altamente poluente. No Brasil, o diesel tem até 1.800 ppm (partes por milhão) de enxofre, contra 10 ppm do combustível distribuído na Europa.
"Na década de 1970, o dióxido de enxofre era um poluente muito grave em São Paulo. O chumbo também já foi. Mas isso foi mudando, houve uma queda muito grande dos teores, é possível melhorar", diz.

Educação, educação, educação

O Metrô e a CPTM estão tentando adotar medidas que viabilizem um embarque e desembarque mais humano e organizado nas estações  mais complicadas como a Sé, por exemplo, e, principalmente em linhas superlotadas como a Barra Funda-Itaquera.
Os técnicos (sempre eles!) desenvolveram um intrincado sistema de bloqueios, setas e números com o objetivo de só permitir que 30 pessoas embarquem de cada vez em cada acesso. Quem conseguiu embarcar pelo novo sistema - que teve a ajuda de vários funcionários do Metrô - disse que é bacana.
A ideia era fazer a operação das 17h30 até as 19h - o pior horário. Porém, após 45 minutos os funcionários abortaram o projeto.
Olhando as fotos que foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo a gente pode tentar pensar outras soluções.
Qual é a principal reclamação das pessoas quando tentam embarcar ou desembarcar de um trem ou metrô lotados? Bom, quem está dentro não consegue sair porque quem está fora quer entrar custe o que custar. Tem gente que não consegue descer na sua estação! Vai até a outra, pega outro trem e volta.
Então, há muito tempo que tanto o Metrô quanto a CPTM colam adesivos no chão, nas paredes nas plataformas, falam pelo sistema de alto-falantes: Antes de embarcar deixe quem está dentro do trem desembarcar.
Mas não adianta: é sempre uma luta insana. Sem falar que as pessoas não têm a menor noção do que seja lado direito e esquerdo. Pra elas tanto faz sair ou entrar pelo lado esquerdo ou direito porque elas não sabem o que é isso apesar de nas portas existirem flechas enormes apontando "entre por este lado", "saia por este lado". Ou elas não sabem ler ou elas não sabem o que significam as flechas. Talvez pensem que se trata de decoração do trem.
Isso é um ponto. e não tenho ideia de como melhorar isso. Talvez ensinando as crianças desde pequeninhas...
Outra solução poderia ser as pessoas não terem de entrar no serviço todas no mesmo horário e sair no mesmo horário. Por que as escolas e faculdades têm de ter o mesmo horário. E por que as indústrias e o comércio têm de iniciar suas atividades tb no mesmo horário? Não vão reduzir a carga horária do trabalhador? Então por que não se faz um escalonamento de horários? esse assunto não é novo. Já tentaram discutir isso e encontrou-se uma resistência enorme.
As empresas não poderiam ter 3 ou 4 horários diferentes? Tipo uma turma entra as 7, outra as 8, outra as 9 e outra as 10. Ou trabalha só da tarde pra noite. Enfim, sugestões e possibilidades não faltam. Colocar mais trens é sempre uma outra possibilidade. Parece que esse esforço está sendo feito por parte do governo estadual. Mas não é só isso. É um conjunto de fatores.
Mas a educação ajudaria bastante.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

História de horror com final feliz!

 5/09/2009 - 18h25

Acusados de praticar tiro ao alvo em cadela perdem porte de arma em SC

Luiz Nunes
Especial para o UOL Notícias
Em Florianópolis

A Secretaria de Justiça e Cidadania de Santa Catarina retirou o porte de arma de dois agentes prisionais acusados de terem praticado tiro ao alvo com uma cadela vira-lata.  (SÓOOOO????) Eles estão respondendo a uma sindicância e a um inquérito policial. Dependendo do resultado das investigações, os agentes podem até perder o emprego. (SÓOOO?)

Os processos vão indicar se os dois utilizaram munição, armamento e veículo do Estado e se praticaram o crime durante o expediente. Ambos atuam na Penitenciária de São Pedro de Alcântara (32 km de Florianópolis). Os nomes dos agentes não foram divulgados.

O animal vivia nos arredores da unidade prisional e era alimentado por funcionárias. Os próprios colegas denunciaram o caso à administração. Segundo o relato, eles teriam colocado a cadela em um carro oficial e a levado a um local distante, para realizar os disparos. "Isso envergonha, mas sabemos que é um caso isolado", diz o diretor do Departamento de Administração Prisional de Santa Catarina (Deap), Hudson Queiroz.

De acordo com Queiroz, é o inquérito civil e a sindicância na secretaria que vão definir qual a punição dos agentes, que pode variar entre advertência e demissão. (SÓOOOO?) O relatório do processo administrativo deve ser entregue em 15 dias e o processo na Polícia Civil deve ser concluído em 30 dias. Pela Lei de Crimes Ambientais, se enquadrados, ambos podem ser condenados a prisão entre três meses e um ano e ter que pagar multa.
Apesar das quatro perfurações no corpo em razão dos tiros, a cadela sobreviveu. Depois de passar a noite agonizando, Pituca, como é chamada, foi levada a uma clínica e sofreu cirurgia. "Ela tinha choque hemorrágico, estava debilitada. Foi feita uma transfusão e ela permaneceu quatro horas na mesa de operação", explica o veterinário Marcelo Flicki, apostando na recuperação do animal, que já consegue ficar sobre as quatro patas e se alimenta quase normalmente.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Divagações numa tarde nublada

Queria escrever um livro. Não sei ainda sobre o quê. A maioria dos escritores dizem que se deve escrever sobre aquilo que se conhece. Existem oficinas de escrita para treinar. Já pesquisei. As mais próximas ficam em São Paulo, e os horários não batem com a minha disponibilidade.
Queria voltar a fazer inglês. Depois, espanhol, italiano e francês. Nesse caso, tenho tempo. Falta grana. Tento esticar o salário pra caber curso pra mim, curso pro Rafa, plano de saúde, super, despesas extras (como a do encanador deste mês - R$ 250,00 - que me deixou desfalcada) e por aí vai.
Queria (e deveria) fazer ioga ou pilates, musculação. Mas....é o mesmo caso. Sobre tempo, falta grana.
Podia fazer caminhada. É de graça. Falta-me coragem de acordar cedo.
Podia fazer bicicleta. Aliás, ela está lá na sala, em frente à televisão, impávida, imóvel, submissa.

Queria aprender a andar de bicicleta. Já sonhei que andava de bicicleta. Queria repetir aquela cena em que a Meg Ryan abre os braços em cima de sua bicicleta, em velocidade cruzeiro, numa estrada vazia, no filme CIDADE DOS ANJOS, sem o encontro fatal com o caminhão, of course. Mas se caísse, um anjo à la Nicolas Cage seria bem-vindo, of course too!
Queria fazer uma lipo sem fazer uma lipo. A gente podia ter um poder mental gigante que, só de olhar para aquela parte do corpo que a gente quer consertar, a coisa já se consertava. Tipo: tenho uma varize enorme na perna esquerda (fruto de um atropelamento, anos atrás). Preciso operar. Não tenho coragem. Ela está lá. Quieta. Não dói, não incomoda. Existe. Queria olhar pra ela bem firme e dizer: eu mereço ter pernas lindas sem varizes, e a dita cuja juntamente com seus irmãos menores, os vazinhos, desapareceriam.
O mesmo valeria para as ruguinhas em volta dos olhos, no meio das sobrancelhas e na testa. Ah, são marcas de expressão....mas poderiam sumir sem ter de levar picada de agulha de botox, queimada por ácido ou extirpada pela ação de um afiado bisturi.
E o bumbum? Ah....já foi bem melhor: lisinho, sem celulite (mesmo processo: olhar e eliminar!). Mas sabe que, apesar de tudo, ainda tem seus admiradores? Incrível! às vezes até eu me surpreendo com as reações que o meu velho bumbum (não, velho, não, maduro bumbum) ainda provoca. Não posso reclamar.
Queria ir ao teatro duas vezes por mês. Ao cinema também. E viajar pelo menos uma vez a cada dois meses para cidades próximas. Uma vez por ano para algum lugar bacana do Brasil e a cada dois, para o Exterior.
Acompanhada? Pelo Rafa, se ele quisesse, provavelmente. Por um homem? Talvez. Namorado? Quem sabe? Marido? Praticamente impossível.
Amo minha liberdade.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Por que não uma papisa?

Acabei de ler um livro chamado Papisa Joana. Abaixo, a sinopse tirada do site da Livraria Cultura:

No ano de 814, Idade Média, que ficou conhecida como a Idade das Trevas, as mulheres eram impedidas de estudar, podiam ser estupradas e até mortas pelos maridos. O conhecimento estava sufocado, os países hoje conhecidos na Europa não existiam, nem os idiomas modernos. Cada região tinha o seu dialeto e a lingua culta era o latim, herdada do Império Romano, que já havia sido derrubado pelas invasões bárbaras. Foi neste período sombrio que uma mulher passou a maior parte de sua vida vestida de homem, estudou medicina, foi médica do papa e tornou-se ela mesma papisa - durante dois anos. A história da Papisa Joana foi conhecida até o século XVII, quando o Vaticano resolveu apagá-la da história da Igreja. Não adiantou. Dona Woolfolk Cross pesquisou, descobriu os arquivos e transformou a história num romance, em que aventura, sexo e poder cruzam-se com maldições, guerras e heresias.

O livro é daqueles que, apesar de ter quase 500 páginas (496 para ser exata), nos faz devorá-lo em pouco tempo. Confesso que eu o lia em todos os momentos possíveis: no trem, no banheiro; na cama, antes de dormir; na cozinha, enquanto preparava o almoço...Você começa e não quer parar. É melhor do que Dan Brown e o seu Código da Vinci (que igualmente devorei, embora Anjos e Demônios seja, na minha opinião, muito melhor), melhor que Brumas de Avalon.
É quase um Doritos literário, um Mendorato, uma castanha de caju: depois que se come o primeiro, não quer mais parar. Deve ser melhor até do que os tais 50 tons de...Mas isso não posso falar porque não li a trilogia dos sem-cor.

Bom, eu gosto de ler, então, sou um pouco suspeita. Quem não gosta de ler, não lê nem tirinha de quadrinho de jornal. Imagine se vai ler um livro de 500 páginas! Mas quem não gosta de ler está perdendo uma coisa tão boa da vida: poder viajar por mundos tão diferentes, viajar através do tempo, conhecer lugares, pessoas, costumes, culturas...não há nada melhor do que um bom livro. Aliás, melhor do que um bom livro, só um bom filme. Baseado num bom livro, de preferência, ou no mínimo com um bom argumento e roteiro.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pra pensar em casa

Tá combinado - Maria Bethânia

Então, tá combinado, é quase nada
É tudo somente sexo e amizade. Não tem nenhum engano nem mistério. É tudo só brincadeira e verdade. Podermos ver o mundo juntos, Sermos dois e sermos muitos, Nos sabermos sós sem estarmos sós. Abrirmos a cabeça Para que afinal floresça O mais que humano em nós. Então tá tudo dito e é tão bonito E eu acredito num claro futuro de música, ternura e aventura Pro equilibrista em cima do muro. Mas e se o amor pra nós chegar, De nós, de algum lugar Com todo o seu tenebroso esplendor? Mas e se o amor já está, se há muito tempo que chegou E só nos enganou? Então não fale nada, apague a estrada Que seu caminhar já desenhou Porque toda razão, toda palavra Vale nada quando chega o amor...
(Caetano Veloso)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vivendo a vida

Quinze dias sem postar. As duas últimas semanas foram corridas. Teve fechamento de duas edições especiais da ISTOÉGENTE, dos 50 Mais Sexy antes e depois da festa que aconteceu na segunda 31. Terça 1º, Rafa se acidenta jogando bola e quebra o braço. Nada grave, mas causa sempre uma certa tensão, gera cuidados e dobram as tarefas. Muitas que ele fazia agora sobraram pra mim. Parece que não mas o Rafitcha me dá uma boa ajuda. Minha mãe sempre dizia: "ajuda de criança é pouco mas quem recusa é louco" ou algo assim. Tem muita coisa acontecendo. Eu fico meio maluca com tanta informação. Mas não vou falar de pré-sal nem de contrato com a França pra fazer submarino e helicóptero. Também não vou comentar que Serra lidera as simulações com cenários compostos por Dilma, Heloísa, Marina, Ciro e Palocci. Aliás, se entrar Palocci no lugar da Dilma o Serra fica até mais bonito. Em qualquer cenário Marina vai ter de batalhar muito pra superar o governador de São Paulo. Novelas: ontem, feriadão assisti Caminho das Índias inteirinha. Não tenho muita paciência pras novelas da Gloria Perez. As mulheres são muito burras, os homens cabeças-duras. Um dramalhão sem-fim. E aquela ponte-aérea Rio-Nova Delhi? Gente, que absurdo! Tudo bem que é ficção, mas are baba! Aja grana pra ir de um continente ao outro assim como se pega o trem Mauá-Lapa. E todo mundo fala português-indi. E quando eles começam a falar aquelas palavrinhas que eu não sei o significado? Eles falam pra tudo! E aí, tanto faz, no Rio ou na Índia todo mundo fala. E aquela mulherada que mora na Lapa (do Rio), com aquele calor de 40 graus usando saris pra lá, saris pra cá....Are Baba! E a maquiagem da Juliana Paes? Uma mulher indiana como ela deve levar um maquiador a tiracolo pra conseguir manter o padrão de beleza impecável todo dia, não? Muito inverossímheinerel. Ninguém fica 24 horas produzida como aquelas indicanas da novela. Terminando Caminho das Índias volta Manoel Carlos com a sua enésima Helena (ô falta de originalidade!). Depois de encarnada por Regina Duarte umas 3 ou 4 vezes, agora é a vez de Taís Araújo virar Helena. A novela nem começou e já é possível deduzir o que vai acontecer pelos teasers no ar. Marcos, (José Mayer, ainda o mocinho aos 60!), se separa de Tereza (Lília Cabral, sempre linda e competente) com quem viveu por 30 anos. Clichezão. E se enamora por Helena (Taís), 30 anos mais nova, linda, charmosa, modelo (outro clichezaço) que, por sua vez é concorrente da filha (Aline Moraes), modelo, mimada e birrenta (mais um clichê) que sofrerá um acidente e fica paraplégica ( mais uma vez a beleza e a futilidade são punidas com um castigo) e aí, entra a parte didática da novela: como é a Viver a Vida sendo paraplégico (já teve novela de cego, de alcoólatra, leucêmicos, de esquizofrênico e agora é a vez dos cadeirantes). Ah! e tem os irmãos gêmeos (interpretado por Mateus Solano que promete ser o que de melhor vai acontecer) rivais, disputando a mesma gata (Aline Moraes): um é playboyzinho, todo certinho - e é o que namora a menina cheia de vontades - e o outro é o despachado, de bem com a vida e que, provavelmente vai aguentar a fase triste da modelo quando virar cadeirante. Escrever novela não é muito difícil. Crie uns 20 personagens. Distribua-os por núcleos de convivência (pobres e ricos de preferência), quando a coisa ficar feia, invente mais algum pra consertar alguma situação que você criou e não sabe como sair. Ou mate uns dois ou três; case uns com os outros, claro, não sem esquecer de alinhavá-los em triângulos amorosos de praxe por que novela boa é novela com traição explícita. Acho que vou escrever uma novela.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cada povo tem a inundação que merece

Fala-se tanto em medidas de sustentabilidade ambiental, combate à poluição, uso de energias renováveis e coleta seletiva de lixo, mas faz-se tão pouco efetivamente. Vou comentar o que eu experimento, vivencio nessa área do ambientalismo: coleta seletiva. Desde que me mudei para Santo André, e isso tem uns 10 anos, separo lixo reciclável do orgânico. Santo André foi município pioneiro na região do ABC nessa área. Teve uma época em que o Semasa divulgava os dias e os horários em que o caminhão da seletiva passaria na sua rua. Atualmente, na rua onde moro a coleta seletiva é feita às segundas-feiras no final da tarde. Eu separo o lixo durante toda a semana e, na segunda-feira pela manhã, coloco tudo lá na calçada, devidamente embalado. Claro que o caminhão da prefeitura nunca viu a cor do meu lixo porque muito antes de ele passar os catadores de reciclado já levaram tudo. Esse pessoal, aliás, passa várias vezes durante a semana e não apenas uma como acontece com a coleta oficial da prefeitura. Por que a prefeitura só passa uma vez e os catadores duas ou três? Não sei. Não sei também exatamente o que acontece com o meu lixo depois que ele é recolhido pelo catador mas posso imaginar que ele venda para alguma cooperativa ou que pertença a uma delas. Sei muito menos o que a prefeitura faz com o que arrecada na seletiva. Acho que deveria ser mais divulgado, afinal, o que acontece com o nosso lixo reciclável.
Agora convivemos com a neura da sacolinha de plástico dos supermercados que viraram as grandes vilãs do momento. Andar com uma delas por aí não é politicamente correto, pasmem, nem para recolher o cocozinho do seu pet durante a costumeira caminhada. Outro dia ouvi no rádio, durante o programa CBN SP que abordava o tema, uma ouvinte sugerindo a utilização dos sacos de papel, usados para colocar pãozinho na padaria. Interessante sugestão. Aliás, muito antigamente, alguns supermercados utilizavam sacos enormes de papel. Lembro que morava lá na Santa Cecília, e o Barateiro (que ainda não era do Pão de Açúcar) usava esses sacões de papel. Só que, dependendo do que vc carregava, o papel rasgava e vc ficava com a compra toda no chão. Aí, todo mundo dizia: por que não fazem embalagens de plástico que são mais resistentes? ninguém pensava que as tais bonitinhas e práticas demorariam 200 anos para se desintegrarem na natureza. Agora não sabemos mais o que fazer com elas. Eu tenho uma sacola politicamente correta, de lona. Tenho duas, aliás. Mas elas são muito legais pra vc fazer compras pequenas, sabe aquelas compras da semana? Aí, tudo bem. Eu não tenho carro (ainda), ando quase 1 quilômetro de casa até o super mais próximo, então, a sacola ambientalista ajuda porque agrupa tudo num lugar só, eu coloco no ombro e vamos que vamos. As mãos pelo menos são preservadas. Os ombros, em compensação.... Quando eu tinha carro, houve um tempo que carregava tudo em caixas de papelão.
A moda está voltando. Mas isso tb só funciona pra quem tem carro. Não dá pra sair a pé com uma caixa de papelão carregada de compras, né?

Bom, outra coisa que me passou pela cabeça: as cidades poderiam ter lixeiras para coleta seletiva, a exemplo do que já ocorre, em alguns estabelecimentos comerciais e escolas. O McDonald´s, o Extra, Zoológico de SP têm.
Infelizmente a população em geral é muito deseducada nesse aspecto. Mas a gente não pode desacreditar e não fazer simplesmente com essa desculpa. É fazendo que se aprende, que se educa. Nos trens da CPTM é possível observar que houve uma certa diminuição dos lixos dentro dos vagões. Tempos atrás a empresa fez uma ampla campanha distribuindo sacolinhas (plásticas!) para os usuários colocarem o lixinho.
Nas vias, principalmente próximo às plataformas, ainda tem bastante lixo jogado. Acho que nas plataformas tb seria legal ter lixeiras para coleta seletiva. As pessoas ainda jogam muito lixo pela janela durante o percurso. É engraçado porque elas não percebem a carga de egoísmo que existe por trás desse gesto tão banal. Aquele lixo ali, displicentemente jogado pela janela (pode ser do trem, do carro ou do ônibus, ou ainda aquela bituca de cigarro jogada na calçada...) vai entopir um bueiro, vai ajudar a poluir os rios (ainda mais do que já estão poluídos), vai encarecer as despesas públicas para limpeza das ruas...e as pessoas esquecem que, em última análise, é com dinheiro do imposto delas - direta ou indiretamente - que se paga para as grandes empreiteiras recolherem o lixo nas nossas cidades.
Depois, quando acontece uma chuvinha como a de ontem (8/9) o povo se desespera, reclama, grita, arranca os cabelos porque as marginais inundam, porque as ruas inundam, porque as calçadas inundam, porque o trem atrasa, o metrô atrasa, o trânsito não anda, etc etc etc.
Cada população, enfim, tem a catástofre que merece.
O pior é que não aprende!

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...