quinta-feira, 21 de julho de 2011

Eros e Psique para jovens

Os mitos são fonte de conhecimento e inspiração. Porém, com a juventude de hoje cada vez mais “ligada” em vídeo game, internet e outras tecnologias, essas histórias dificilmente fazem parte da vida dos adolescentes e, muitas vezes, passam longe de ser a leitura predileta desse público.

Disposto a mudar essa realidade e a incentivá-los a apreciar esse tipo de obra, João Pedro Roriz, jornalista, ator e escritor, lançou pela PAULUS, Eros e Psique, primeiro título da coleção MitoLógica e ótima sugestão de leitura para o período das férias.

O livro, que tem linguagem leve e descontraída, conta a história de Psique, uma linda e jovem princesa que foi capaz de provocar a inveja de Afrodite. Enfurecida, a deusa da beleza ordena que seu filho Eros, deus grego do amor – também conhecido como Cupido na mitologia romana –, faça alguma coisa para restabelecer a normalidade. Eros, no cumprimento de ordens superiores, vê-se ferido por uma de suas flechas e, consequentemente, apaixonado pela bela mortal. Diante desse drama, ele se depara com um difícil questionamento: continuar no Olimpo ou viver com sua amada?

Com tal enredo, o leitor é convidado a conhecer uma intensa aventura na qual são testados os sentimentos e os limites humanos em busca do verdadeiro amor. Além disso, no decorrer das páginas, há menções que relacionam os diversos personagens do mito a figuras históricas, como Galileu Galilei, Marx, Engels, a fatos marcantes da humanidade e até a debates atuais sobre aquecimento global, futebol, olimpíadas, entre outros assuntos.

“Essa é uma das propostas da série. Em todos os livros eu descrevo os deuses como personagens imperfeitos, levianos e autoritários, capazes de viajar no tempo. Graças a essa justificativa, eu pude fazer referência aos temas que são abordados no dia a dia dos jovens. Isso não só torna a obra mais moderna e educativa como também divertida para quem a lê”, explica o autor.

Roriz acrescenta que, a partir dessa leitura, os jovens perceberão que os mitos também influenciam a cultura atual, da qual eles fazem parte e conhecem. “Essa nova roupagem fará justiça à modernidade contida nas lendas gregas. Ao ler os livros da coleção MitoLógica, eles entenderão que a mitologia grega é uma espécie de baluarte da psicanálise, do intelecto e da cultura infantojuvenil no ocidente, pois possui passagens que inspiraram desde as histórias da carochinha, até os jogos de videogame atuais e os best-sellers ‘Harry Potter’ e ‘Senhor dos Anéis’”, afirma.

Eros e Psique une educação e diversão, sendo excelente instrumento na descoberta de valores simples e fundamentais, capazes de serem compreendidos e vividos hoje em dia. E o melhor: sem abrir mão do humor, fator essencial para jovens e crianças.

João Pedro Roriz é escritor, ator e jornalista. É autor dos espetáculos teatrais Carmen – O musical (2005) e Rio dell’arte (2006). Pela PAULUS lançou Gorrinho, uma loucura crônica e a adaptação do clássico Orgulho e preconceito, de Jane Austen.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Por que fazer terapia?


Por que fazer terapia?
A partir desta fase, pretendo introduzir aqui alguns textos de esclarecimento sobre psicanálise, análise com abordagem junguiana, terapia, psicoterapia e as diferenças em relação à psicologia e psiquiatria, pois em geral, as pessoas confundem bastante.
Vou começar tentando responder à pergunta que muitas pessoas fazem - a si mesmas ou a outras
Bom, primeiro seria interessante deixar claro que não precisamos ficar doentes ou com problemas para procurar a terapia. Ao contrário, deveríamos iniciá-la quando estamos bem, para termos mais força e reagirmos com mais equilíbrio frente aos problemas que temos de enfrentar.

Mas, se você achar que precisa ou alguém disser isso a você (um parente próximo, um amigo, um médico...) a terapia serve para buscar a origem das dificuldades, sejam elas psicossomáticas ou orgânicas, de inter-relacionamento e/ou desequilíbrios psíquicos ou comportamentais que estão reprimidos no inconsciente e bloqueados pelo consciente. São exatamente esses bloqueios que causam inúmeras dificuldades na vida emocional, profissional, financeira, na saúde e na qualidade de vida do indivíduo.

Terapia ou Psicoterapia?

É a mesma coisa. Significa "tratamento de distúrbios mentais e emocionais, mediante o uso de técnicas psicológicas como hipnose, sugestão, psicanálise, etc." (Dicionário Sacconi,)
Etimologicamente a palavra psicoterapia quer dizer " a cura da alma".

Psicanálise e Análise jungiana ou psicologia analítica

A psicanálise ou o método psicoterápico tem como base de estudo e aplicação as teorias de Sigmund Freud (1856-1939). A psicanálise teve enorme influência no pensamento e na cultura do século XX. Freud afirmava que existe um certo conflito entre os impulsos humanos e as regras que regem a sociedade. Muitas vezes, impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, ações e até mesmo nossos sonhos.
Esses impulsos trazem á tona necessidades básicas do ser humano - que foram reprimidas - como p.ex. o instinto sexual. Freud mostra que tais necessidades vêm à tona disfarçadas de várias maneiras, e nós, muitas vezes, não temos consciência desses desejos, de tão reprimidos que são. Para entender como funciona esse mecanismo, Freud propôs uma divisão tripartite da personalidade: em ego, o id  e o superego. O id é a parte inconsciente da nossa mente onde armazenamos tudo o que foi reprimido, todas as nossas necessidades insatisfeitas. O ego é a sede da nossa consciência e atua como um regulador ante os nossos desejos pois é através dele que tomamos ciência das leis, regras etc. O superego armazena essas regras, leis, limites e cria uma espécie de "perfil" do que seja "ideal", "certo", "adequado", etc. O ego é o elemento regulador entre o id e o superego. O trabalhador da psicanálise é assegurar as melhores condições psicológicas possíveis para as funções do ego; ou também pode ser, aumentar a força relativa do ego em relação ao superego, ao id e aos mundo externo.

Carl Gustav Jung (1875-1961) visitou Sigmund Freud, o criador da psicanálise, em Viena, em 1907, iniciando uma estreita colaboração com o mestre, que se mostrou impressionado com o talento do jovem discípulo. Os dois viajaram juntos aos Estados Unidos em 1909, proferindo palestras num centro de pesquisas. Em 1910 foi fundada a "Associação Psicanalítica Internacional", da qual Jung foi eleito presidente. Por inidcação do própiro Freud. O primeiro encontro deles durou cerca de 12 horas, só para se ter uma ideia das afinidades que aproximavam esses dois gênios.

As primeiras divergências entre Jung e Freud surgiram em 1912 e logo se tornaram inconciliáveis. A partir do rompimento com Freud, o analista suíço vivenciou um período de depressão e introversão, que o levou a trilhar seu próprio caminho no campo da psicologia.


Em 1917, Jung publicou seus estudos sobre o inconsciente coletivo no livro "A Psicologia do Inconsciente" e, em 1920, apresentou os conceitos de introversão e extroversão na obra "Tipos Psicológicos". A partir daí, Jung construiu as bases da psicologia analítica, desenvolvendo a teoria dos arquétipos e incorporando conhecimentos das religiões orientais, da alquimia e da mitologia.

Mas Jung chegou a essas conclusões a partir do estudo profundo que fez do livro de Freud, "O livro dos Sonhos". O que parece ter sido o motivo principal das divergência s entre os cientistas é que Freud não concordou com a abordagem do inconsciente coletivo, arquétipos, alquimia e mitologia. Para ele (Freud) só havia o inconsciente pessoal. Outras divergências separaram os dois médicos. Mas isso merece um outro post.

Carl Gustav Jung, psiquiatra de formação foi considerado o fundador da psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana. Ele acreditava que a própria psique (mente) tem potencial para a cura, e que seguindo o inconsciente através dos sonhos, símbolos e criações artísticas teríamos o caminho para a cura dos processos inconscientes que causam problemas ou dificuldades na verdadeira expressão do potencial do indivíduo.

A terapia com abordagem junguiana tem como foco principal ligar aspectos inconscientes da personalidade ao ser consciente. Alcançando essa meta, seremos transformados através do processo que Jung chamou de “individuação”, unificando a personalidade e tornando-se consciente como individuo único e integro no mundo. 


A finalidade da Psicoterapia Psicanalítica (outra denominação para a mesma terpêutica) é levar o cliente a obter recursos para lidar com suas dificuldades, favorecer o autoconhecimento e levá-lo a refletir sobre suas queixas, promovendo uma melhor qualidade de vida levando em conta as dimensões orgânicas, psíquicas e sociais de cada um.
 
A motivação que faz as pessoas buscarem auxílio é importante para que possam investir na sua própria saúde e desenvolvimento. Ao longo do processo terapêutico cada pessoa vai compreender sua própria evolução e junto com o terapeuta poder avaliar se chegou ao ponto que desejava.
 
A psicoterapia traz resultados eficientes em diferentes situações: na identificação de padrões de comportamento disfuncionais e como modificar esses padrões, assim como no auxilio em momentos de crise. É acima de tudo um espaço para melhora e crescimento pessoal.

Mas, é bom deixar bem claro: o psicoterapeuta não prescreve medicamentos alopáticos nem trata de psicopatias como esquizofenia, bipolaridade, borderline, dependentes químicos.

A psicoterapia ou análise junguiana ou simplesmente terapia pode ajudar nas seguintes problemáticas:


DEPRESSÃO
Os sintomas mais frequentes são: tristeza, desânimo, perda de motivação, aumento da dependência, sentimentos de culpa, vergonha, dificuldade de concentração e memória, pessimismo, passividade, dificuldade nos vínculos sociais, distúrbios sexuais, do sono e do apetite.

PÂNICO 
Apresenta em geral sintomas como: pensamentos exagerados sobre perigos, sensação de tontura, falta de ar, palpitação, tremor, perda de foco visual, formigamento, dor no peito, sudorese, náuseas, desconforto abdominal, calafrios, ondas de calor, boca seca, medo extremado de entrar em colapso, de desmaiar, de perder o controle, de enlouquecer ou morrer, gerando intensa ansiedade.

ANSIEDADE 
No Transtorno de Ansiedade Generalizada, os sintomas, em geral, são: preocupação excessiva, irritabilidade, inquietação, dificuldade em concentrar-se, fadiga, alteração do sono.

OBSESSIVO-COMPULSIVO 
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo apresenta sintomas obsessivos como: pensamentos, ideias ou imagens recorrentes que invadem a mente; e as compulsões: atos repetitivos que buscam aliviar a ansiedade gerada pela obsessão (ex.: lavar as mãos muitas vezes para aliviar a ideia de estar sujo).

TRAUMA
Experiência que traz sentimento de ameaça à integridade física ou mental por ultrapassar a possibilidade de defesa e reação. Os sintomas podem ser: aceleração cardíaca, suor excessivo, raiva, medo, confusão, desconfiança, ataque de pânico, fadiga, desconexão, depressão. Os sintomas resultam da tentativa do organismo de lidar com a sobrecarga da experiência traumática.

ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO 
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático se forma devido ao medo e à ansiedade constantes de que a situação traumática se repita (ex.: lembrar repetidamente do evento, intensa reação emocional frente a estímulos que lembrem o trauma, estado de alerta e vigilância, sobressalto, desconfiança, dificuldade em concentrar-se). As reações básicas são a depressão ou a ansiedade.

FOBIA SOCIAL 
Fobia é um transtorno de ansiedade que ocorre devido ao medo exagerado em relação a um objeto ou situação, e gera forte reação de ansiedade podendo chegar ao pânico. Há muitas formas de fobia uma vez que o objeto ou situação está encobrindo os reais motivos da ansiedade. Na Fobia Social, a dificuldade de se expor em público e ficar em evidência gera constrangimento e ansiedade, o que afeta a autoestima, a vida social, os relacionamentos amorosos, a vida profissional, podendo levar ao isolamento ou à redução dos relacionamentos. 

Porém, como foi dito no início desta explanação: ninguém precisa esperar chegar ao ponto de desenvolver uma neurose grave para fazer terapia. O ideal é fazer terapia sempre porque o terapeuta acolhe, recepciona e dá sustentação ao paciente para que ele siga com sucesso a sua trajetória aqui neste planeta. 

Mas se você acha isso tudo uma grande bobagem também não tem importância porque, como disse Jung, "a regra psicológica diz que, quando uma situação interior não é conscientizada, ela acontece fora, na sua vida, como sina. Quer dizer: quando o indivíduo permanece dividido e não se conscientiza de suas contradições internas, o mundo tem de forçosamente representar o conflito."

Então, pense em como tem sido sua vida até aqui. Que situações têm se repetido que o incomodam, trazem angústia, dor, e você não sabe como sair delas? Talvez a terapia possa ajudá-lo.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...