quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Chega de viver entre o medo e a raiva!

O texto abaixo é de autoria do psiquiatra José Angelo Gaiarsa, introdução ao livro de Roberto Shyniashiki A Carícia Essencial. O título original é: AS CARÍCIAS E O ILUMINADO. Mas decidi usar a primeira frase do texto como título aqui no blog por expressar, na minha opinião, o que de fato precisamos vivenciar. O texto é uma delícia! Saudades, dr. Gaiarsa. O sr. faz falta cá deste lado do universo! Ainda bem que deixou textos desse naipe para nosso deleite e crescimento.

Chega de viver entre o medo e a raiva! Se não aprendermos a viver de outro modo, poderemos acabar com nossa espécie.
É preciso começar a trocar carícias, a proporcionar prazer, a fazer com o outro todas as coisas boas que a gente tem vontade de fazer e não faz, porque "não fica bem" mostrar bons sentimentos! No nosso mundo negociante e competitivo, mostrar amor é... Um mau negócio. O outro vai aproveitar, explorar, cobrar... Chega de negociar com sentimentos e sensações. Negócio é de coisas e de dinheiro - e pronto!
Bendito Skinner - apesar de tudo! Ele mostrou por A mais B que só são estáveis os condicionamentos recompensados; aqueles baseados na dor precisam ser reforçados sempre - senão desaparecem. Vamos nos reforçar positivamente.
É o jeito - o único jeito - de começar um novo tipo de convívio social - uma nova estrutura – um mundo melhor.
Freud ajudou a atrapalhar mostrando o quanto nós escondemos de ruim; mas é fácil ver que nós escondemos também tudo o que é bom em nós, a ternura, o encantamento, o agrado em ver, em acariciar, em cooperar, a gentileza, a alegria, o romantismo, a poesia, sobretudo o brincar – com o outro. Tudo tem que ser sério, respeitável, comedido - fúnebre, chato, restritivo, contido...
Há mais pontos sensíveis em nosso corpo do que estrelas num céu invernal.
"Desejo", latim de-si-derio; provém da raiz "sid", da língua zenda, significando ESTRELA como se vê em sideral - relativo às estrelas.
Seguir o desejo é seguir a estrela - estar orientado - saber para onde se vai - conhecer a direção...
"Gente é para brilhar" diz mestre Caetano.
Gente é, demonstravelmente, a maior maravilha, o maior playground e a mais complexa máquina neuromecânica do Universo Conhecido. Diz o Psicanalista que todos nós sofremos de mania de grandeza, de onipotência.
A mim parece que sofremos todos de mania de pequenez.
Qual o homem que se assume em toda a sua grandeza natural? "Quem sou eu, primo..." Em vez de admirar, nós invejamos por não termos coragem de fazer o que nossa estrela determina.
O Medo - eis o inimigo.
O medo principalmente do outro, que observa atentamente tudo o que fazemos - sempre pronto a criticar, a condenar, a pôr restrições - porque fazemos diferente dele.
Só por isso. Nossa diferença diz para ele que sua mesmidade não é necessária. Que ele também pode tentar ser livre - seguindo sua estrela. Que sua prisão não tem paredes de pedra, nem correntes de ferro. Como a de Branca de Neve, sua prisão é de cristal – invisível.
Só existe na sua cabeça. Mas sua cabeça contém - é preciso que se diga - todos os outros - que de dentro dele o observam, criticam, cometem - às vezes até elogiam!
Porque vivemos fazendo isso uns com os outros - nos vigiando e nos obrigando - todos contra todos - a ficarmos bonzinhos dentro das regrinhas do bem comportado - pequenos, pequenos. Sofremos de megalomania porque no palco social nos obrigamos a ser, todos; anões. Ai de quem se salienta – fazendo de repente o que lhe deu na cabeça.
Fogueira para ele! Ou você. pensa que a fogueira só existiu na Idade Média?
Nós nos obrigamos a ser - todos - pequenos, insignificantes, apesar do grego - melhor ainda.
Oligotímicos - sentimentos pequenos - é o ideal ...
Quem é o iluminado?
No seu tempo, é sempre um louco delirante que faz tudo diferente de todos. Ele sofre,
principalmente, de um alto senso de dignidade humana - o que o torna insuportável para todos os próximos - que são indignos.
Ele sofre, depois, de uma completa cegueira em relação à "realidade" (convencional) que ele não respeita nem um pouco. Ama desbragadamente - o sem-vergonha. Comporta-se como se as pessoas merecessem confiança, como se todos fossem bons, como se toda criatura fosse amável, linda, admirável.
Assim ele vai deixando um rastro de luz por onde quer que passe.
Porque se encanta, porque se apaixona, porque abraça com calor e com amor, porque sorri e é feliz.
Como pode esse louco?
Como se pode estar - e viver! - sempre tão fora da realidade - que é sombria, ameacadora; como ignorar que os outros - sempre os outros - são desconfiados, desonestos, mesquinhos, exploradores, prepotentes, fingidos, traiçoeiros, hipócritas...
Ah! Os outros ... (fossem todos como eu, tão bem comportados, tão educados, tão finos de sentimentos...) O que não se compreende é como há tanta maldade num mundo feito somente de gente que se considera tão boa.
Deveras não se compreende.
Menos ainda se compreende que de tantas famílias perfeitas – a família de cada um é sempre ótima - acabe acontecendo um mundo tão infernalmente péssimo.
Ah! Os outros ... Se eles não fossem tão maus - como seria bom ...
Proponho um tema para meditação profunda; é a lição mais fundamental de toda a Psicologia Dinâmica:
Só sabemos fazer o que foi feito conosco.
Só conseguimos tratar bem aos demais se fomos bem tratados.
Só sabemos nos tratar bem se fomos bem tratados.
Se só fomos ignorados, só sabemos ignorar.
Se fomos odiados, só sabemos odiar.
Se fomos maltratados, só sabemos maltratar.
Não há como fugir desta engrenagem de aço: ninguém é feliz sozinho.
Ou o mundo melhora para todos ou ele acaba.
Amar o próximo não é mais idealismo "místico" de alguns. Ou aprendemos a nos acariciar, ou liquidaremos com nossa espécie.
Ou aprendemos a nos tratar bem a nos acariciar - ou nos destruiremos.
Carícias - a própria palavra é bonita.
Carícias ... Mãos deslizando lentas e leves sobre a superfície macia
e sensível da pele.
Carícias ... Olhar de encantamento descobrindo a divindade do outro meu - espelho!
Carícias ... Envolvência (quem não se envolve não se desenvolve....), ondulações, admiração, felicidade, alegria em nós - eu-e-ele, eu-e-outros.
Energia poderosa na a ação comum, na co-operacão.
na co-munhão.
na co-moção.
Só a União faz a Força - sinto muito, mas as verdades banais de todos os tempos são verdadeiras - e seria bom se a gente tentasse FAZER o que elas sugerem, em vez de, críticos e céticos e pessimistas, encolhermos os ombros e deixarmos que a espécie continue, cega, caminhando em velocidade uniformemente acelerada para o Buraco Negro da aniquilação.
Nunca se pôde dizer, como hoje: ou nos salvamos - todos juntos - ou nos danamos - todos juntos.
J.A. Gaiarsa (in memorian)                                                           

domingo, 20 de novembro de 2011

Desapegue-se de seus medos ou como deixar sua vida estagnada

Se você sente que sua vida está paradona, que não consegue sair do lugar por mais que você trabalhe...dê uma olhadinha nesse vídeo.

sábado, 19 de novembro de 2011

Não posso mais iluminar a sua escuridão

E agora, a letra, do vídeo abaixo, que tem a ver com o momento pelo qual algumas pessoas que conheço estão passando:
Don't Let The Sun Go Down On MeElton John

I can't light no more of your darknessAll my pictures seem to fade to black and whiteI'm growing tired and time stands still before meFrozen here on the ladder of my life
It's just too late to save myself from fallingI took a chance and changed your way of lifeBut you misread my meaning when I met youClose the door and left me blind by the light
Don't let the sun go down on meAlthough I search myself, it's always someone else I seeI've just allowed a fragment of your life to wander freeBut losing everything is like the sun going down on me
I can't find, oh the right romantic lineBut see me once and see the way I feelDon't discard me (Baby no)Just because you think I mean you harm ( Just because you think I mean you harm)But these cuts I have (These cuts I have)They need love (They need love, They need love)To help them healOooah
Don't let the sun go down on meAlthough I search myself, it's always someone else I seeI've just allowed a fragment of your life to wander freebut losing everythingis like the sun going down on me
Don't let the sun go down on meAlthough I search myself, it's always someone else I seeI've just allowed a fragment of your life to wander freebut losing everything is like the sun going down on me

Don't Let The Sun Go Down On Me (Live)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"B" de Berkana

Estou, por alguma razão que só o meu Self sabe (e que se eu for humildemente merecedora, ele me dirá), nessa energia da runa Berkana.

Por alguma razão, que só o meu Self sabe, esta noite, tive um sonho cujo simbolismo tem relação com essa runa.

E por alguma razão, que só o meu Self sabe, resgatei um vídeo, feito pela minha amiga terapeuta e artista Simone Luciaurea, enviado há algum tempo e que ainda não havia conseguido assistir, por alguma razão que só o meu Self sabe. A seguir, o significado da runa, obtido no site Círculo Sagrado e o vídeo de Luciaurea com a música "Bjarkan", do grupo norueguês Warduna, simplesmente, maravilhoso! Deleitem-se!

BERKANA
Letra correspondente: B
Regentes Planetários: Lua e Júpiter
Signo: 23 de dezembro a 05 de janeiro
Regente: Frigg
Significado Tradicional: Gestação / Bétula

A Lua é o símbolo da Grande Mãe, o princípio da fecundidade na natureza e a tônica desta runa, regida pela Lua, é geração. A Bétula é uma árvore que para as raças europeias significava "começo", simbolizando o despertar da primavera, pois seus brotos são os primeiros a surgirem após o inverno. Berkana é uma runa de nascimento, de fertilidade e indica o nascimento físico, tanto de uma criança como de uma idéia. Ela fala de crescimento interior e exterior e nos conduz a um aprofundamento na origem de nossas ações. Berkana é uma influência esperançosa sob a qual se iniciam novos planos e empreendimentos. Devido à influência de Júpiter, regente secundário de Berkana, essa runa em geral indica um acontecimento feliz dentro do círculo familiar. Para que os objetivos sejam alcançados com a energia de Berkana, são necessários a espera, a paciência, a firmeza e a generosidade.





Para entender as mulheres

 









sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Calvície e obesidade

Empresto interessante artigo da especialista CRISTINA CAIRO sobre a calvície e obesidade, dois dilemas intensos na vida de muitas pessoas, homens e mulheres, e que podem estar relacionado à maneira como encaramos a vida. Espero que gostem.

A calvície atinge cerca de 50% dos homens antes dos 50 anos. Nas mulheres, a calvície androgenética é menos comum e atinge de 5% a 15% das mulheres, de acordo com etnia, disfunções hormonais e outros fatores (*). 

Já em relação à obesidade, a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) divulgada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que em todas as regiões do Brasil, em todas as faixas etárias e em todas as faixas de renda aumentou contínua e substancialmente o percentual de pessoas com excesso de peso e obesas. O sobrepeso atinge mais de 30% das crianças entre 5 e 9 anos de idade, cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos e nada menos que 48% das mulheres e 50,1% dos homens acima de 20 anos. Entre os 20% mais ricos, o excesso de peso chega a 61,8% na população de mais de 20 anos. Também nesse grupo concentra-se o maior percentual de obesos: 16,9%.
O IBGE segue os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS) na conceituação de sobrepeso (Índice de Massa Corporal superior a 25%) e obesidade (IMC superior a 30%). É interessante ficar atento e observar se você se encaixa em um desses dilemas.
Muitos homens e mulheres que hoje têm queda de cabelos ou que já sejam calvos, provavelmente se sentirão ofendidos ao lerem essa mensagem. Gostaria, entretanto, que isso não acontecesse e que houvesse compreensão por parte do leitor, pois o que eu digo a seguir servirá de apoio para o seu autoconhecimento e desenvolvimento comportamental.

Toda observação colocada aqui foi desenvolvida através de pesquisas e estudos com bases milenares nas medicinas chinesa, japonesa e indiana. Portanto, minha intenção é fazer com que todas as pessoas passem a se conhecer melhor e, a partir daí, sejam capazes de trabalhar seu próprio aperfeiçoamento.

Kami é a palavra chave para a saúde dos cabelos. Kami, em japonês, além de significar cabelo, significa superiores e Deus.

Os cabelos nascem na parte superior da cabeça, que é o ponto mais alto do nosso corpo. A queda de cabelos acontece àqueles que desrespeitam seus superiores, seja por palavras, seja pela conduta ou mesmo porque os ignoram (superiores simbolizam áqueles que não pensam como nós, e impõem suas idéias com autoridade e desprezam a verdade do outro, que podem ser pai, mãe, avós, patrões ou qualquer pessoa que tenha poder financeiro ou emocional sobre nós). O calvo nasceu para ser líder e não suporta autoridade sobre sua vida, não aceita ninguém tentando mudar seus planos de vida, porque vivem para controlar e organizar sua própria vida e a vida dos outros. "O calvo é a melhor pessoa para lhe dar informações quando você está perdido na rua, porque ele será perfeccionista, atencioso, e provavelmente levará você até o local, enquanto que os cabeludos, são atenciosos, porém, pedem para que você prossiga e pergunte no posto de gasolina".

Até muitos líderes religiosos são calvos na região parietal. Eles acreditam que estão despertando espiritualmente, entretanto, apenas possuem o conhecimento da palavra de Deus e tornam-se muitas vezes presunçosos.

Pessoas que desejam brilhar e se destacar muito têm tendência a se tornarem calvas, pois tornam-se extremamente orgulhosas.

Existem dois fatores muito fortes que causam a calvície: a tendência a controlar tudo (não podendo ser contrariado) e um orgulho fortíssimo que chega a cegar. Há também o caso das pessoas hipersensíveis que se magoam com as atitudes, até sutis, de outras pessoas e costumam guardar esse ressentimento no coração por muito tempo ou... para sempre!

Aqueles que vivem inconscientemente sempre se defendendo de ataques imaginários - e como defesa acionam suas glândulas sebáceas - causam maior oleosidade no couro cabeludo e costumam ser vítimas da calvície.

Alguns animais quando se sentem acuados, liberam um odor repelente, mudam de cor ou produzem um aumento de gordura na pele para se tornarem escorregadios e conseguir uma chance maior de escapar do inimigo, ou afugentá-lo. Isto acontece também com o ser humano, desde que ele possua certas crenças primitivas que o levem a se defender constantemente. Este fato não significa absolutamente que uma pessoa assim seja primitiva em sua conduta, mas apenas que ela age acreditando que este mundo é hostil.

Quanto à afirmação de que a calvície é um problema hereditário, o que posso dizer é que ser transmitido de pai para filho não é o problema em si, mas sim o temperamento atávico que se desenvolve pela educação. Em outras palavras, o que acontece é que o pai traz consigo uma crença que despeja inconscientemente em seu filho, inclusive através de atitudes.

Hoje os cientistas provam, por testes em laboratórios, que os genes sofrem transformações com o auxílio de substâncias orgânicas e químicas. Outras experiências comprovam a eficiência e o poder da energia elétrica nervosa do próprio indivíduo transformando sua escala genética.

É cômodo aceitar que a verdade da calvície está na natureza humana.

A natureza humana é perfeita! Nós é que, por falta de conhecimento, agimos na defesa ou no ataque, provocando sérios danos ao nosso organismo.

Os pensamentos diários são responsáveis pelo acúmulo de emoções boas ou ruins. As emoções "trocam" com o sistema nervoso e com o cérebro e, através de outros estímulos nervosos enviam agentes químicos como resposta. Esses agentes químicos vão trabalhar de forma a destruir ou reconstruir as células sobrecarregadasexatamente onde foi chamado.

No caso da pessoa calva, o ataque acontecerá no alto da cabeça, porque é ali que se encontram os superiores que "atrapalham" o brilho dessa pessoa. 

Assim, com a queda dos cabelos que simboliza a queda da hierarquia, os poderes pessoais e os agentes químicos terão cumprido a missão de "tirar" do caminho os que estão "acima".

Agora queremos ajudar as pessoas calvas ou com queda de cabelos a recuperarem a sua verdadeira maestria interna e fazê-las vivenciar a paz e a harmonia com todos e, conseqüentemente, a recuperarem os seus cabelos, através da aceitação de si mesmas como seres que estão sempre aprendendo.

Quando os cabelos caem, isto é um sinal de que está faltando gratidão pelos pais e superiores e que você questiona tudo o que lhe mostram de "novo".
Quanto à personalidade, você vive, quase sempre, nos extremos da emoção: é dócil, mas, de repente, por causa de uma discussão com alguém, ou por ter sido desprezado, torna-se totalmente agressivo. Às vezes tem vontade de quebrar tudo à sua volta e "arrancar" a raiva de seu coração. E sofre com seus próprios pensamentos de vingança e justiça.

Pare de sofrer! Fatos passados só irão afetá-lo se você quiser. Toda essa dor que você sente é porque lhe faltam segurança e auto-estima. Arranque dos seus pensamentos essa sensação de solidão e vazio e confie mais na força que o faz viver. Pare de se preocupar com o que os outros vão pensar e liberte-se desse orgulho, aceitando, com carinho, as opiniões alheias.

Seja você mesmo e assuma a sua identidade com respeito por tudo o que você conseguiu pelos seus próprios méritos.

Sempre haverá alguém mais importante do que nós em nossa escala de vida. 

Somos eternos estudantes e, por isso, devemos ser humildes para valer e aprender a voltar atrás gentilmente, quando errarmos ou acharmos que alguém errou em relação a nós. Essa será a maior prova de beleza interior que podemos dar.
Amigo ou amiga, se você está com dificuldade em encontrar o caminho certo dentro de suas emoções, procure aceitar a ajuda de um profissional, sem medo de perder o brilho ou seu poder. A ajuda de outrem somente funciona quando o permitimos.

Yoga, tai chi chuan, PNL - Programação Neurolingüística, psicólogos transpessoais. Tente - de todas as formas - encontrar essa saída. Mergulhe na natureza de seu ser e saiba que sua sensibilidade é conseqüência de uma riqueza espiritual mal trabalhada em seu interior.

Exteriorize, com força, tudo de bom que existe dentro de você. Seja calmo para resolver as dificuldades face aos seus opressores e acredite que, para a força vital fazer renascer seus cabelos, basta abrir as portas do amor infinito e do perdão.

Tanto faz sua idade ou sexo. A magia da paz é ilimitada e é através dela que o mundo consegue ajustar suas diferenças.

Use determinadamente a força de sua imaginação e crie um novo EU sem mágoas e com muitos cabelos.

O grande segredo é exercitar seu poder de concentração no dia-a-dia, sem se distrair com fatores externos. Concentre a sua atenção.

Perceba seu olhar; assegure-se de que ele não está "vidrado" em alguma coisa ou em algum pensamento. Relaxe e "pisque" suavemente seus olhos quando estiver conversando ou, apenas, pensando, pois com isso você provocará em seu subconsciente uma imagem sem orgulho e sem ressentimentos.

Em breve você poderá sentir como é bom poder recuar dos desafios e descansar os pensamentos e o coração, sem medo da humilhação ou sem o "medo de perder".

Confie plenamente em sua capacidade, mas saiba abaixar a cabeça em qualquer circunstância e deixe seu poder espiritual falar por você.

Eczema na cabeça
Note que, novamente, estamos falando sobre problemas no alto da cabeça. O eczema pode significar desrespeito para com os superiores, que os cônjuges não estão se entendendo e, também, que eles estão de alguma forma desrespeitando a Deus (como já sabemos que em japonês significa Kami e que ocupa o grau máximo. Devemos lembrar que todas as associações feitas com os diferentes significados de Kami levam ao alto da cabeça).

A pessoa muito orgulhosa, além de perder os cabelos, ainda fica propensa à arteriosclerose como reflexão da inflexibilidade mental. Teimosa e de ego muito forte em sua personalidade, passa, também, a sofrer de hipertensão.


USANDO A LINGUAGEM DO CORPO
PARA ENTENDER A OBESIDADE

A gordura é o casulo que a pessoa cria, inconscientemente, para se proteger e se esconder dos problemas externos.
Pessoas muito sensíveis, que se deixam magoar com facilidade, buscam se proteger atrás da gordura, que representa a maciez de um abraço.

Muitas vezes a gordura é uma forma convenientemente usada para se conseguir certos benefícios, como atrair a compaixão de outras pessoas, deixar de trabalhar naquilo que não gosta, escapar de certas obrigações que limitam sua liberdade e até mesmo testar o amor e a fidelidade do cônjuge. Mais uma vez vemos que o perigo está em nossa mente, não no mundo em que vivemos, e nem nos alimentos que comemos.

Faça um "regime" nos seus pensamentos e limpe toda essa amargura. Viva tranqüilamente e sem se sentir ameaçado. Ame profundamente a todos e você perceberá que, como resposta, receberá mais amor dos outros. Saia já desse casulo e participe ativamente do mundo, de peito aberto e acreditando que você está sendo protegido pelas mãos do Grande Pai.

Pare de guardar mágoas e ressentimentos. Chega de discutir gratuitamente com as pessoas, pois cada uma delas luta pelas suas razões e você pode sair machucado. Apenas aja com docilidade e poder e não deixe que as diferenças de vida e opiniões o aflijam.

Atenção: quanto mais você "engolir" e guardar mágoas, mais seu corpo engordará.
Para você superar definitivamente essa dificuldade de emagrecer terá de compreender que toda expectativa gera frustração. Por isto não fique esperando acontecer o que você deseja, nem queira que as pessoas sejam como você ou lhe dêem aquilo que tanto você almeja. Saia já dessa postura de vítima e perceba o tamanho do seu próprio poder. Ninguém é responsável pelas suas fraquezas ou fracassos. Tudo depende exclusivamente da sua postura diante da vida e dos acontecimentos. Passe a agir como adulto e mostre seus verdadeiros interesses a quem é importante para você. Tenha coragem de mudar seu comportamento e ser você mesmo. Se você não está encontrando em sua memória nenhum registro pelo menos semelhante ao que estou dizendo, certamente é porque seu subconsciente abraçou com muita força alguma mágoa antiga e continua a protegê-la, pois para ele não existe "tempo". Tenha calma porque com ele (o subconsciente) nós devemos agir despreocupadamente e mandar mensagens positivas e constantes, até que ele perceba que as defesas contra o passado são inúteis.

As mensagens que você pode enviar ao seu subconsciente são pensamentos e condutas contrárias ao que está vivendo hoje. O importante é sair logo desse círculo vicioso que ainda está impresso em sua mente inconsciente.
Pratique um esporte ou faça exercícios. Torne seus pensamentos mais ativos e coloque em prática as suas decisões. O mundo espera você para agir com ele. Transforme essa gordura em energia, sacudindo a poeira do passado e olhando para frente. Rápido!

No começo tudo pode parecer difícil, mas depois você amará os novos hábitos e a sua nova personalidade.

Vamos, acorde! Organize-se! Tudo depende só de você!

Chega de arrumar pretextos pois isto só vem provar que você está realmente tendo alguma conveniência em ser gordo. Busque o que você deseja, sem prejudicar sua saúde e sua beleza. E, definitivamente, tente compreender que quando nos magoamos com algo é porque estamos sendo egoístas em querer que tudo seja do nosso jeito. Liberte-se dessa tendência e aceite as pessoas como elas são. Seja você mesmo e não se permita pensamentos negativos. 

Eleve-se a cada dia com bons sentimentos em relação à vida e cresça cada vez mais dentro da evolução espiritual, sem mágoas, sem medos, nem desconfianças. Quanto mais você se aproximar de Deus, mais se sentirá confiante e feliz. De outra forma, você estará cada vez mais longe dele.
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CRISTINA CAIRO

(*) "Socorro, estou ficando careca" - Ademir Carvalho Leite Júnior 


domingo, 6 de novembro de 2011

O complexo de inferioridade e superioridade

Alfred Adler (1870/1937), psicólogo austríaco.
O texto a seguir faz parte do acervo de estudos compilados por nossos professores no curso livre de Psicanálise com abordagem junguiana do qual faço parte. Aqui vamos conhecer um pouco sobre Adler, médico e filósofo que trabalhou com Freud e que, posteriormente, também rompeu com ele, por não concordar com sua abordagem limitada ao instinto sexual.
Trata-se de um texto bastante didático sobre dois dos complexos mais comuns que incomodam grande parte da população.
No final, um teste para você identificar se é um deles que tem guiado suas atitudes e comportamento ao longo da sua vida.
Caso a resposta seja positiva,não se preocupe. Você não pode mudar seu complexo, mas pode aprender a conviver com ele de maneira harmoniosa e produtiva por estar consciente. Inconsciente será conduzido por ele (complexo) como provavelmente tem acontecido até hoje.
Mas isso pode mudar. É só você querer. E uma boa terapia também ajuda.


Ambos os conceitos que serão desenvolvidos neste estudo são a parte principal da obra do psicólogo ALFRED ADLER, primeiro discípulo de FREUD e também o primeiro a romper com o mesmo, por discordância na supremacia do instinto sexual na modelagem da personalidade. ADLER achava que o complexo de inferioridade era algo intrínseco à natureza humana, justamente pela fragilidade da criança perante o ambiente que a circunda. Sua extrema dependência dos familiares e impossibilidade de várias coisas acarretavam dito complexo. Em contrapartida desenvolvia fantasias de superioridade para compensar tal situação desvantajosa. Essa trama ou binômio (inferioridade-superioridade) acompanhariam o indivíduo pelo resto de sua vida. Pretendo estudar tais complexos dentro de nossa atualidade e analisando os fenômenos sociais que os acompanham. 


O complexo de inferioridade nasce quando a criança percebe o simples fato de não ser o único objeto do amor, afeição ou cuidado de seus pais; seja por ter outros irmãos ou os pais darem atenção a outras tarefas; o ciúme e raiva se desenvolvem bem cedo na criança. ADLER inclusive achava determinante na formação da personalidade que posição a criança ocupava no quadro familiar (primogênito, caçula, filho do meio). A ruptura da condição de não ser única ou do narcisismo infantil traz como herança a comparação e competição que também nos acompanharão pelo resto de nossas vidas.


Inferioridade, disputa de poder e rivalidade formam um dos núcleos centrais da alma humana. Todas visam originalmente obter atenção e controle sobre um ambiente hostil ou desconhecido. Seria uma visão completamente equivocada e reducionista achar que tais fenômenos são apenas reproduções dos processos econômicos e sociais; muito pelo contrário, o desenvolvimento de tais instintos é que moldará uma personalidade que mais tarde se tornará ávida pelo poder ou dinheiro. De certa forma não haveria nenhum problema com a competição e disputa de poder se paralelamente se desenvolvesse o núcleo da solidariedade como ADLER apregoava. Quantos de nós carecemos daquela figura generosa que nos mostrasse que uma derrota não é de forma alguma uma humilhação de nosso íntimo. A ausência de tal instrutor já é o primeiro gerador do complexo de inferioridade, pois não houve treino ou acompanhante para o processo da perda.


A grande questão para o pleno desenvolvimento da autoestima é “regar” na criança determinada potencialidade que jamais se dissolva no processo social ou da opinião alheia, sendo a prova máxima da existência de alguma verdade atemporal carregada por um ser humano e no qual dará um uso mais amplo do que meramente um ganho pessoal. Esta é a precisa definição do que vem a ser a segurança pessoal. Pode se iniciar com um mero elogio dos pais perante uma habilidade do bebê, que no decorrer de sua formação irá entender plenamente sua tarefa e responsabilidade por ter algo especial. Mas, infelizmente as coisas não são tão fáceis. Muitas vezes o mestre mais duro em relação ao nosso dever não cumprido ou falta é a inveja. A mesma sempre nos lembra o incômodo de talvez o outro crescer mais rápido, trazendo agonia e angústia perante algo que começamos a desejar e negligenciamos no passado recente. A felicidade é um estado transitório de alienação e afastamento do complexo de inferioridade, e a infelicidade é a dura recordação da tarefa não cumprida exposta acima. O complexo de inferioridade coloca a questão de todo o nosso desenvolvimento nas diferentes etapas da vida perante a opinião alheia, máximo carrasco de nossa era, adquirindo hegemonia perante nossas ações e medos. Personagens são então criados para abafar toda esta ansiedade criada. O que não se tolera é que alguém descubra uma determinada compulsão pessoal que visa encobrir nosso espírito solitário. Inferioridade em todos os níveis é sinônimo de solidão, rejeição e exclusão.


A inferioridade mesclada com a solidão é não ter a companhia ou testemunho de alguém acerca de nossa capacidade de proporcionar êxtase, sendo que se desenvolve a convicção profunda de não termos nenhuma importância do ponto de vista pessoal. Solidão e inferioridade são uma poupança cruel ou economia forçada de afetos, também dizem do mais extremado medo de não ter uma pessoa que na convivência possa coibir nossos desequilíbrios. Inferioridade e solidão são o represamento do poder pessoal, dando uma mensagem incessante de que jamais poderemos utilizá-lo, acarretando uma espera agonizante para que alguém nos liberte desse drama. Inferioridade também é o ódio pela expectativa não cumprida. O próprio mecanismo da compensação já é por si mesmo o complexo de inferioridade; se utilizar algo ou alguma característica de ênfase pessoal para encobrir ou facilitar o que se percebe como difícil. Praticamente todos fazem isso, seja através da estética ou dinheiro, como exemplos. Aliás, estética por si só nunca foi sinônima de saúde, apenas um determinado modelo que se procura imitar. O sucesso tão almejado é o mais puro esconderijo de todas as frustrações, e a humanidade sempre encarou tal questão como um segredo, quando na verdade é o sentido da vida dentro da estrutura social de competição que se criou ao longo dos séculos. O sucesso sempre foi protegido ou blindado de sua verdadeira função ou análise, parecendo que é um tabu denegrir tão cobiçado conceito.


Inferioridade diz da imagem de um passado não resolvido, turbulento, que está plenamente ao lado de qualquer prazer ou potencial presente, anulando constantemente o mesmo. O real não é percebido firmemente, podendo ser invadido a qualquer momento pelos fantasmas dos infortúnios vivenciados. O medo instintivo do ser humano, que geneticamente serviu para o instinto de autopreservação se transforma em corriqueiras cargas energéticas de humilhação ou inferioridade para a pessoa em questão; é uma espécie de piloto automático que avisa o indivíduo que o perigo nunca passa, isto é a essência da fragilidade, sendo que a exacerbação do cuidado é o nódulo central de todas as fobias que acometem a mente. Mas porque isto acontece, qual sua origem na infância? Sem sombra de dúvida este pesadelo da inferioridade começou quando a criança percebeu em algum momento a morte ou perigo de aniquilamento de seu ego, disparando todas as cargas extras sensoriais, hormonais e psíquicas para tentar se proteger.


O resultado não é apenas o trauma, mas o hábito do stress literalmente, quando o assunto é se gostar. O complexo de superioridade é justamente o oposto disso tudo, não há a necessidade da preservação, sem limites para o gozo ou exercício do poder. O espaço é da pessoa por natureza, um monarca com o direito a derramar todo o seu potencial agressivo. Obviamente para o desenvolvimento de dito complexo, a criança desde cedo foi mimada ou reforçada em demasia em vários dos eventos nos quais participou, inflacionando a verdadeira dimensão de seu potencial, e consequentemente contribuindo para o prejuízo de seu senso de comunidade. Não precisamos ir muito longe para observarmos as crianças e jovens mimados de hoje em dia, verdadeiros tiranos que exploram a culpa dos pais, lhes forçando ao provimento de todos os seus caprichos materiais e pessoais. A competição desde cedo invade a mente e alma destes, sendo que não se enxerga o verdadeiro valor de outro ser humano, apenas utilizando o mesmo contra a solidão ou o pânico da exclusão. A solidão é também extremamente pesada em nossa época por colocar numa regra matemática as desvantagens e vantagens de tal fenômeno. O conceito soa um tanto estranho, mas o fato é que a mente não tolera uma resposta tão precisa de eventos emocionais. A fantasia e fabulação não deixam de ser mecanismos protetores contra a frustração real da afetividade não vivenciada. A solidão primeiramente fornece as vantagens das desobrigações para com o outro e o sentido da liberdade íntima, mas a seguir advém a agonia de saber que se está no mais puro isolamento que um ser humano pode suportar, afora a culpa corrosiva de achar que sempre afastou as pessoas ao seu redor.


Se desde cedo, percebemos o diminuto de nossa existência, é claro que os desejos de poder ou imortalidade ao menos na memória coletiva seriam as compensações. O narcisismo em voga na nossa sociedade é o exemplo máximo dessa tentativa de superioridade, ao contrário da pessoa que se sente inferior, não conseguindo descobrir ou atuar num ramo em que obteria a grandeza. Outro núcleo do complexo de inferioridade se estabelece quando a pessoa no transcorrer de sua vida perdeu quase que totalmente a capacidade para dizer um não. O ceder inicialmente corresponde à expectativa de uma futura gratidão por parte do outro. Mas quando não ocorre o que justifica a continuidade do comportamento nefasto para a pessoa? A resposta é o ódio disfarçado de uma mágoa constante visando cobrar o que lhe seria devido. Porém, tal processo pode se arrastar por anos e coibir completamente a autoestima do indivíduo. A dificuldade do não diz do tabu perante a agressividade e o ódio, elementos fundamentais que precisam ser elaborados em nossa existência. Para alguns atuar o não é desenvolver uma paranóia extrema perante uma retaliação que talvez seja até inexistente. Obviamente há uma ativação total do medo, sendo que a preocupação se torna dilacerante, preenchendo todos os espaços da mente. Isto é exatamente o oposto da chamada “paz de espírito”, e todos temem passar por tal agonia. A sensação de covardia se contradiz com o ter de reagir perante eventos que na maioria das vezes sabemos que são mais do que ínfimos.


Pensemos em um dos conceitos clássicos da psicologia que é a elaboração do luto. O mesmo teria a finalidade de um tempo para que a pessoa vivenciasse a experiência da dor ou perda. O que tal tese não percebe é a diferença radical entre luto e velório. O primeiro é extremamente tendencioso a uma continuidade destrutiva para a saúde psíquica do sujeito; já o velório é um processo de curta duração, sendo que a pessoa é obrigada a encarar frontalmente a perda. O tempo sempre é fundamental para evitar a sedimentação das sequelas emocionais que uma separação ou perda produzem.Uma separação sempre é igualada ao complexo de inferioridade não apenas pelo receio da crítica social, mas por se achar impossível novamente encontrar alguém que entenda a intimidade da pessoa. Tal fato sempre foi confundido como uma espécie de comodismo ou apego para o reinício de algo, não que tais fenômenos não ocorram, mas muitos se esquecem de analisar que o grande drama é perceber que uma nova ligação coloca sempre o desafio se a pessoa realmente é capaz de conquistar alguém. É engraçado e curioso como no terreno afetivo o ser humano exacerba o medo de perder, permitindo o desperdício do tempo.


A verdade é que em nossa atual sociedade já foram criados nódulos fixos do complexo de inferioridade: não conseguir lucro material, obesidade, solidão, ausência de amizades e exclusão social (entrando o racismo nas diferentes áreas). O dilema de toda pessoa é se a mesma pode vir a possuir algo que a princípio não seja mero fruto da pressão externa, mas que um dia seja reconhecida pela mesma de forma natural, assim sendo, isto seria realmente algo que preencheria o sujeito, e não todos os recalques que se carregam pelo medo da opinião alheia. A questão não é propriamente que tipo de inferioridade se abate sobre o sujeito, mas como irá enfrentá-la, com agressividade, tristeza, inconformismo, timidez. Todas o afastam plenamente da aceitação de sua pessoa. A timidez talvez seja a pior de todas, pois se criou um segredo quase que absoluto sobre a pessoa que não deseja dividir sua intimidade. A lei que passa a vigorar é encaixotar qualquer emoção mais profunda perante outro ser humano. O tímido jamais aceita fazer sua parte quando o assunto é se abrir para os relacionamentos em geral; abstendo-se de tudo, até da denúncia de um sistema que segrega, já que optou por tal modelo pessoal espontaneamente. Percebam mais uma vez que o problema da inferioridade é a proibição da criação no presente; tudo está amplamente ligado ao passado, devendo compensá-lo a todo instante. É quase uma suprema autorização mais do que abstrata para se poder viver, e que nunca chega.


A prática profissional me deu a certeza de que o problema do complexo de inferioridade ou neurose é quando não há mais a discriminação entre o “grande ou pequeno” dentro do esquema mental da pessoa, nivelando quase que toda a experiência pelo medo ou terror. É desnecessário dizer que tal prática deixa seqüelas quase que irreparáveis na socialização e humor do indivíduo. O esquema econômico oportunista inventou uma espécie de vacina para tal moléstia; o consumo. Este parece ser a única cura para quem sofre de algum transtorno com sua autoestima; novamente nivelando ou dando a fuga para todos os males da personalidade. É óbvio que algo ou alguém iriam desenvolver um projeto de lucro ou ganho em cima do sofrimento psicológico; a história da humanidade é prova viva de tal prática. O problema é que tal assunto é apenas encarado de forma ideológica, sendo que a essência não é a fuga citada para o consumo, mas, quais consequências irão surgir ao longo do tempo para quem aceita o suborno material para o que não consegue lidar? O sistema criou caricaturas de pessoas consumistas com altas doses de infelicidade (madames, crianças mimadas), quando na verdade todos aguardam a oportunidade de recorrer a tal expediente. O dinheiro há muito tempo não é apenas o seguro contra a privação, sendo a garantia máxima de adiar o confronto contra o balanço pessoal sobre se a pessoa obteve satisfação, plenitude ou ansiedade e desgraça.


FREUD acreditava que o núcleo da neurose era a compulsão para a repetição, um evento mórbido que tinha a característica de repetir diversas vezes o mesmo trauma até uma possível tentativa de assimilá-lo. Além dessa questão indiscutível do ponto de vista técnico, tal fenômeno quando ocorre inicia uma espécie de jogo econômico no plano mental, poupando o sonho ou prazer almejado pelo indivíduo. Isto visa ampliar de forma indireta a experiência do prazer; se concentrar em eventos passados é um disfarce para o tédio que a curta duração da satisfação proporciona, é como conquistar um troféu e apenas esperar pelo próximo, sendo o centro total da ansiedade. A sexualidade não tem a primazia por sua questão de prazer propriamente dita, mas, exatamente pela extrema finitude e curta duração do ato do gozo. O tempo sempre foi e será o centro de toda dimensão e complexidade psicológica, sendo o último complexo, podendo passar por liberdade, sofrimento, confinamento, alívio, dentre outros. O indivíduo que não aceita tal desapego citado acaba adiando sua busca pessoal de satisfação, não percebendo que a cada dia se afasta mais de seus objetivos. Não precisamos ir muito longe para vermos diversos exemplos em nossa sociedade, à busca da perfeição em um parceiro ou companheiro afetivo e sexual, tornando a pessoa arredia e isolada neste terreno. É um tanto estranho que uma sociedade tão consumista e hedonista não consiga efetivamente gastar ou vivenciar o prazer em sua plenitude, exatamente pelo conflito do tempo citado. O mesmo jamais será uma mercadoria, pelo contrário, nosso juiz máximo para o autoconhecimento ou horror da perda.


Seja a passividade de alguém tentando agradar a todos, para se evitar o tormento do conflito, ou a pessoa que faz deste último sua meta de vida, o problema da rejeição está intimamente relacionado ao complexo de inferioridade. O próprio fenômeno do amor não deixa de ser uma tentativa de cura para tal pesadelo de nossa alma. A rejeição também está relacionada à dificuldade de se lidar com o problema do erro. Pessoas que não conseguem lidar com o mesmo, encaram tal fenômeno como único, sendo que talvez não terão mais oportunidades de reparo ou outras chances de reconhecimento; é como se no decorrer do desenvolvimento o lado afetivo fosse uma espécie de um teste de emprego, ou se consegue o cargo ou se está totalmente excluído, sendo que o amor dos pais é visto nesta perspectiva de não ter aproveitado a ocasião. O centro máximo da psicologia na atualidade passa também pela temática do apego. O grande malefício do mesmo é quando cada ser humano faz uma leitura do medo da perda de algo que lhe trouxe felicidade ou satisfação, quando na verdade tudo pode não passar de um núcleo de comportamento vicioso, obstruindo novos caminhos. Obviamente que o conforto, materialismo e raciocínio de segurança de nossa era amplificam tal questão: boa conta bancária como seguro contra a miséria, casamento ou relacionamento para afastar a solidão, dentre outros.


A tentativa de perpetuação com certeza nunca foi o melhor caminho para a saúde psicológica. Porém, sejamos francos, nenhum ser humano em nossa sociedade conseguiu viver outro modelo. A posse enseja a loucura da perda e recomeço, como disse acima, e quem não possui vive o dilema do desejo, que se torna também loucura por ter de vivenciar uma paciência que parece que nunca traz o objeto almejado. Sendo assim, o desejo acaba por ser algo dilacerante, que corrói e transmuta negativamente sua própria origem e finalidade. Então estamos falando da mais pura ilusão, sendo que todo esforço é para compensar medos irreais que quase nunca conseguimos trabalhar, mas que afetam totalmente nossa vida diária. Se a realidade então supre uma necessidade inconsciente quase que fantasmagórica, parece que se vive no limbo, ou talvez isto seja a resposta de todo o nosso fracasso no âmbito pessoal e social. O problema do dinheiro não é sua retenção ou alguém se tornar perdulário, mas assim como o sexo e afetividade, quando se usam tais instrumentos para encobrir o medo da impermanência citada anteriormente. É um mito um tanto tolo achar que o trabalho teria um sentido de expulsão do paraíso, quando na verdade também é usado para encobrir várias angústias existenciais, e este é sempre o problema ontológico, em qualquer direção que seguimos, percebermos a finitude.


A superação do complexo de inferioridade passa por um aspecto na correta efetivação do que chamo de “contabilidade emocional”. O que determinada pessoa recebeu de afeto versus o que pode doar sempre são excludentes, ao contrário do que quase todos pensam. A prova disso é que se a fórmula fosse igual, a pessoa mimada teria necessariamente de doar amplamente, fato que nunca ocorre. Este é o ponto nevrálgico de libertação, pois o que se possui internamente jamais provém apenas do reforço, mas de uma habilidade de reconhecer sua potencialidade. Pensemos no indivíduo que não para de chorar diante da angústia de sua história de vida, paralelamente ao desprezo de outro perante sua suposta fartura emocional (o mimado citado). A cura final é o ponto onde se desperta o prazer, sendo que deve ser um fenômeno da mais pura meditação pessoal, sem qualquer interferência da ditadura da opinião alheia. Mas alguns irão questionar se a descoberta da potencialidade não depende do reforço de outro? Jamais, apenas a conscientização de uma avareza daquele que podia ajudar ou doar e não o fez, assim como enxergar seu histórico de se sentir totalmente privado de algo.


Outro conceito importante para a superação da inferioridade é perceber a semelhança entre o ato do amor e a própria evolução da pessoa. Ambos têm sua junção na percepção do que cada pessoa ao seu redor pode fazer ou não no preenchimento das necessidades afetivas de ambos, tarefa muito mais profícua do que a perda de tempo no sofrimento da expectativa da transformação do outro. A intuição sempre nos alerta de que a insistência já é por si mesma uma mensagem do não retorno daquilo que se almeja. Amar também é abandonar a tempo um sujeito incapacitado para a arte da troca, evitando a cristalização de sequelas quase que irreversíveis para a saúde afetiva. Isto seria o mais puro uso correto do que podemos chamar de sensibilidade, ao contrário das pessoas que a utilizam apenas na arte da superstição ou no desenvolvimento da angústia ou sintomas. Devemos estar extremamente atentos ao manejo daquilo que sonhamos e ainda não o obtemos. Estar sempre de sentinela perante o desejo não cumprido em nada garante a sua consecução. Lembro-me de um sonho de um paciente onde no mesmo sonhava que estava para ser enterrado vivo, por uma outra pessoa desprezível do ponto de vista estético e higiênico; tentava ganhar tempo a todo custo, para ver se fugia; na sequência fora transportado para uma outra cena onde conhecia uma mulher que lhe proporcionou o mais intenso e puro momento de felicidade. O inconsciente é a total dualidade, o embate constante de opostos, assim sendo, permanecer fixado apenas no desejo ou só num determinado caminho, sem a percepção de outros processos não garante nenhum êxito como disse acima.


Cada época expressa de forma singular suas idiossincrasias e medos. Nossa era reúne dois núcleos centrais na inferioridade, e que são causadores dos mais graves distúrbios de personalidade: a exclusão sócio-econômica e o abandono afetivo. O receio das pessoas perante estas duas áreas é claríssimo, porém o que ninguém ousa tocar é a natureza de tais fenômenos. É impressionante como ambos são os causadores máximos de vários distúrbios psicossomáticos, e obviamente ninguém deseja passar por tal infortúnio. Além disso, outro ponto de extremo pesar é quando sentimos aquela tristeza contagiante de outra pessoa, e sem sabermos a razão, nosso humor e talvez aquilo que se chame de sorte foi completamente tirado de nós. Seria isto a pura energia negativa? Diria que afora o misticismo, tais acontecimentos negativos têm a capacidade de ativação de nosso lado destrutivo que tanto tentamos abafar ou negar, e por mais que tentemos a negação, sabemos intrinsecamente que qualquer malefício sempre está perto de nossa vida. Mas enfim, como aprender a se gostar com todas as armadilhas citadas no texto? Diria primeiramente que deveria haver uma espécie de equilíbrio entre as exigências estéticas e sociais do meio com os aspectos da personalidade do sujeito, sendo que o mesmo aprenderia a investir no externo e interno, este último possui uma defasagem descabida em nossos dias.


Muitos atrelam seu valor a outra pessoa, uma espécie de “salvador”, para que o mesmo tenha a função de ratificar as potencialidades da pessoa em déficit. Sem dúvida alguma vivemos em sociedade e pouca coisa possui valor na solidão e isolamento. Mas no assunto da autoestima deveria haver uma quebra momentânea, sem aquele cunho neurótico ou esquizofrênico, onde a pessoa em determinado ponto percebesse seu aspecto pessoal de genialidade e capacidade, seja na área sexual, companhia, inteligência ou estímulo e vontade para a mudança. O “se gostar” é amplamente diferente do êxtase de uma felicidade momentânea ou a satisfação de um sonho tão cobiçado, o problema é que a maioria confunde estes setores, se diminuindo e tocando ao longo da vida um projeto de segurança, que nada mais é do que o sinônimo máximo da mediocridade. O ápice da escravidão moderna é a loucura da dependência em todas as áreas: drogas, opinião alheia, companheiro (a), dinheiro, receio de perder o que se conquistou, ou as coisas que nos distraem. 


O stress é a conspiração diária da ansiedade e desejo irreal de segurança, nos transportando para um mundo ilusório dentro da curta realidade de nossa vida. 


Por fim, segue um teste dinâmico, acerca dos fatores históricos que causam a inferioridade, que deve ser feito preferencialmente conjuntamente com um terapeuta profissional que tenha ciência da junção entre conflitos psíquicos e esquema social.


Teste sobre o complexo de inferioridade e superioridade:


“Qualquer teste só é válido para uma reflexão pessoal, e não confiar a algo estático um juízo de valor para nossa personalidade”.


1)No decorrer de seu desenvolvimento foi estimulado ou sempre motivo de ironia ou gozação?


2)Lembrar de todos os apelidos que teve e as razões que as pessoas tiveram para os imputar.


3)Quando as lembranças mais agradáveis da infância se dissiparam? Sentiu que conseguiu a satisfação sobre tal período, ou o tempo de felicidade foi extremamente curto?(pergunta fundamental que investiga toda a fantasia e tendência a um saudosismo irreal, fazendo com que a pessoa veja a trajetória de sua carência e falta de oportunidade para vivenciar o prazer, esta pergunta ainda dá pistas sobre como a pessoa não se dá à oportunidade para resolver ou aproveitar aquilo que sempre desejou)


4)Como sempre sentiu a conversa com os pais?(convidativa ou com um tom de reprovação?)


5)Qual a área que sua família priorizou?(material, disciplinar, prazer e amizade entre seus membros? Notem que quanto mais envelhecemos observamos o que mais faltou em nosso meio)




6)História de seu rendimento escolar (destaque, mediano, abaixo da média, sendo que sempre lhe cobraram a mais do que conseguia?)


7)A história de suas relações afetiva e sexual (acabaram como? Em total discórdia, se preservou algo? - pergunta fundamental para se obter onde repousa o núcleo da afetividade; no ódio, agressividade, lamentação dentre outros)




8)Como sempre trabalhou o aspecto da rejeição? (com imensa dose de angústia, desespero, ou procurou refletir o porquê de a pessoa ou situação darem errados? Sentia que sempre poderia encontrar outra pessoa, ou seu apego dava a noção de ser a última oportunidade de sua vida?)


9)Que tipo de homem ou mulher fantasiou desde a adolescência?(aspectos estéticos, fama, poder, procure refletir sinceramente quais foram às influências que motivaram tais conteúdos)


10)Na área histórica do trabalho como sente que foi sua atitude emocional (paranoia, conflito, sensação de incapacidade, atenuador de discussões ou seguro de si mesmo)?


11)Qual a tônica de seus relacionamentos em geral?(disputa, rebeldia, passividade, paternalismo, indiferença?)


12) Excetuando perdas de familiares, qual foi à vivência mais triste de sua vida? (Não confundir com dificuldades cotidianas; o objetivo é localizar determinado fenômeno que deixou sequelas.)


13) Conseguiu avançar no tocante à amargura de determinado desejo não realizado? E sobre a inveja perante os outros, como sempre lidou com tal questão? Parou para analisar o incômodo de tal sentimento quando ocorreu, ou tentou apenas esquecer o acontecimento?


14) Quais foram os acontecimentos que mais lhe proporcionaram arrependimento? O que houve? Demora na ação ou resposta, timidez? (o arrependimento deve ser encarado como uma pista de algum bloqueio ou sabotagem perante algum desejo nosso; pois quando se encontra ao alcance, muitas vezes se desenvolve um mecanismo de medo ou temor perante os mesmos. Devemos refletir que o problema não é ter perdido algo, mas, quanto de possibilidade e motivação nos resta para a continuidade de nossas metas.)


15) Se tivesse que fazer um balanço de situações de sofrimento, quais das mesmas efetivamente lhe causaram prejuízo, e quantas não foram valorizadas simplesmente pelo medo da exclusão ou repetição de algo? (novamente insisto na dimensão da mistura do grande e pequeno, e o nível de tolerância de uma pessoa, sendo que o resultado para alguns é um imenso desperdício não apenas de seu humor, mas, da motivação que sempre é subtraída pela preocupação).


16) Consegue analisar o tamanho de sua insegurança ou ciúme? Pensar nas situações de descontrole, exemplo: ligar desesperadamente diversas vezes para uma pessoa, a insistência carregada de ódio modifica algo? Forçar a continuidade é prova de nosso poder pessoal? A insistência não seria também uma prévia de uma futura ruptura?


17) Na questão do sono, qual a essência corriqueira de seus sonhos ou pesadelos? Caso os temas sejam recorrentes, quando começaram? Se há insônia, consegue visualizar o motivo, ansiedade, depressão, falta de iniciativa durante o dia para pensar ou perceber como poderia resolver seus conflitos?


18) Que tipo de prazeres estariam ao seu alcance, mas, que simplesmente você trava na hora de os executar? Sua tentativa de disciplina interna apenas segue o comando da opinião alheia?


19) Quanto tempo calcula que levará para resolver ou alcançar as reais metas de sua vida? Por que não as efetuou até o momento?


20) Como encara qualquer tipo de ajuda, seja psicológica, familiar, com orgulho? Com naturalidade? (pergunta fundamental para se iniciar o processo de mudança, pois pessoas com grande soma de inferioridade resistem à qualquer tipo de intervenção externa).


21) Qual o peso que carrega pela falta de investimento naquela área que seria prioritária para sua satisfação pessoal, mas, que por indolência e resistência não o fez? (a pergunta mais importante, pois dá uma dimensão da falta de sentido da vida de determinado sujeito que apenas segue modelos, obstruindo sua criatividade).


Fonte: ADLER, ALFRED. "O CARÁTER NEURÓTICO". BUENOS AIRES, EDITORA PAIDÓS, 1912

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