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terça-feira, 25 de julho de 2023

Psicanálise para uma vida mais saudável

 

Muitas pessoas me perguntam na primeira sessão: mas, afinal, o que é psicanálise? Como funciona? O que eu preciso fazer?

Longe de conseguir responder completamente, dada a complexidade do tema, vou tentar explicar grosso modo, de uma maneira mais acessível (embora tenha muita informação na internet, é sempre bom lembrar a necessidade de se ter um certo cuidado com o que se encontra por aí), afinal o que é e como a psicanálise funciona terapeuticamente falando.

A matéria prima da psicanálise é aquilo que Sigmund Freud (1856-1939), um médico neurologista de Viena, considerado Pai da Psicanálise, chamou de Inconsciente, que é a maior parte da nossa mente, digamos assim, e cujo conteúdo nós não conhecemos, não temos consciência, daí, o nome Inconsciente.

Basicamente, uma das funções da Psicanálise seria trazer para a consciência esses conteúdos desconhecidos para a nossa consciência. Por quê? Porque segundo Freud, as raízes de todos os nossos problemas, e que nos levam a procurar ajuda, estão justamente guardadas no Inconsciente. E por desconhecê-los, ficamos à mercê deles. E qual o problema disso?



O problema é que temos pensamentos, desejos, intenções, traumas, medos, crenças, fantasias, que são armazenados no nosso Inconsciente desde quando éramos bebês, e que vão se manifestar na forma de sintomas (os mais variados, como ansiedade, tristezas inexplicáveis, e até mesmo doenças físicas), porque foram reprimidos em algum momento, de alguma forma, e esses danadinhos desses conteúdos querem vir à tona sem pedir licença para nós. Daí que temos o que podemos chamar popularmente de angústias, sentimentos que não conseguimos explicar, que nos incomodam e que nos levam a procurar ajuda através de uma terapia.

Isso que eu chamei de “sintomas” pode ser traduzido pelas queixas mais comuns que levam as pessoas a procurar ajuda (não no início do problema, mas geralmente quando não se aguenta mais!) como por exemplo: não me dou bem como minha mãe (ou pai, filho, irmão, marido, chefe etc.), tenho medo de falar em público, me sinto inseguro no trabalho, não consigo um emprego decente, tenho dificuldade de me relacionar emocionalmente, meus namorados (ou minhas namoradas) me traem, só atraio pessoas abusivas, enfim... a lista é imensa!

Não quero me estender muito, nem entrar em muitos detalhes, afinal, o paciente não precisa estudar sobre Psicanálise para fazer sessões de psicanálise, mas, basicamente, Freud identificou duas estruturas psíquicas principais entre os seres humanos: uma onde o sujeito nem realiza seus desejos, nem os abandona, pelo contrário, esconde-os, reprime-os, e outra onde ele sequer possui desejos porque está psiquicamente alienado ao desejo do Outro.

Claro, que tudo isso são processos inconscientes e por isso mesmo é que os "reprimidos" vão sempre tentar furar a barreira da censura e "aparecer" disfarçados em sintomas, ou em sonhos, atos falhos e todos aqueles outros “problemas” que eu citei acima.

Bom, mas aí você pode perguntar: "mas se reprimir esses conteúdos lá do Inconsciente causa tantos problemas, não seria então mais saudável realizar TODOS os nossos desejos???”.

Eu diria que, embora, os noticiários, principalmente os policiais do tipo "espreme sai sangue", nos deem a impressão de que de fato as pessoas estão por aí realizando todos seus desejos, principalmente os mais violentos e perversos, de forma alguma podemos pensar que não os reprimir seria a solução. Se realizarmos todos nossos desejos a civilização vai pro brejo! Meio que é essa a sensação que a gente tem, não?

É tanta violência, é tanto descontrole...



Por isso, a proposta da psicanálise para se ter uma vida saudável não é a de realizar todos seus desejos e sim, de reconhecê-los. Sim, reconhecer que você não é nenhum santinho, que não é bonzinho, certinho, bonitinho, que pode ter desejos inimagináveis, MAS que não vai realizá-los aleatoriamente e que se o fizer, estará por sua conta e risco, ou seja, vai possivelmente arcar com as responsabilidades e consequências de seus atos.

O psicanalista nunca vai te dizer o que vc deve fazer com seus desejos.

Vai apenas ajudá-lo a reconhecer que eles existem. E daí em diante, seguir a vida, com menos sintomas, menos dores, doenças, mais livre de suas próprias hipocrisias...

E agora, se você leu até aqui, deve estar se perguntando: ok, entendi, mas, na prática, como a psicanálise pode me ajudar?

Então, repetindo com outras palavras: toda aquela lista de queixas, ou problemas que levam as pessoas a procurar ajuda em algum momento de suas vidas, possui origem naqueles conteúdos lá do seu Inconsciente, lembra? Que a psicanálise também chama de desejos (como dito mais acima). E que, como você os desconhece porque são inconscientes, é papel do analista ajudar você a descobrir quais são e a olhar para esses conteúdos excluídos do seu Consciente (até porque se fossem conscientes e se você desse conta deles não precisaria de ajuda, certo?) para que você possa administrar seu dia a dia de uma maneira mais saudável e produtiva.

Repito: o analista não vai fazer milagres, não vai te dar conselhos, não vai te dizer o que tem de ser feito. Mas vai estar ali, presente em todas as sessões, apto e disposto a te ouvir falar tudo o que você quiser, tudo o que vier a sua mente (essa é uma das premissas básicas da psicanálise, que o paciente faça associações livres de tudo que lhe vem à mente durante as sessões).

Mas como o analista vai auxiliar? Ele fica só ouvindo??? Não! Absolutamente! O analista vai pontuar, vai interpretar, vai auxiliar o paciente a perceber o que de fato é a razão de seu incômodo, vai auxiliar o paciente a se perceber, a perceber a realidade em que vive, a perceber que é capaz de interferir e mudar a sua realidade, de modo que num determinado ponto do processo analítico (sim, é um processo e não é curto!) o paciente poderá dizer: nossa, isso faz todo o sentido; ou: puxa, nunca tinha pensado por esse ângulo; ou ainda: percebi que talvez eu também seja parte do problema do qual me queixo...

Enfim, cada caso é um caso e só é possível entender “como funciona” de fato se submetendo à análise.

Normalmente, as sessões acontecem semanalmente, com duração de 45 a 50 minutos aproximadamente. Atualmente, só estou atendendo na modalidade on-line aqui pela plataforma Guia da Alma, através das parcerias das empresas com a própria plataforma, ou com a parceria com a empresa Gympass. Mas também é possível me contatar direto na plataforma, caso a empresa onde você trabalhe não seja atendida por essas duas possibilidades.

E agora que você já sabe um pouco mais sobre o que é a psicanálise, que tal agendar uma sessão? Lembrando que quadros de depressão e ansiedade talvez sejam atualmente os de maior demanda, mas a psicanálise funciona muito bem também para pessoas diagnosticadas como borderline, transtornos afetivos bipolar, transtornos alimentares, TDAH e outros transtornos de ordem psíquica e emocional.

(Texto originalmente publicado do site Guia da Alma em 21 de junho de 2023)

https://guiadaalma.com.br/psicanalise-freudiana/

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

A CLARIDADE ESTÁ NA OBSCURIDADE (destituição subjetiva, provérbios e jogo de significantes)



EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA SOBRE TUDO

EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA SOBRETUDO

EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA SOBRE

EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA SOB

EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA S

EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA

EU NÃO TENHO OPINIÃO 

EU NÃO TENHO 

EU NÃO 

EU 

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O real não está onde se espera.

Não na guerra, mas no vidro quebrado.

Não na doença, mas em um esboço de dor.

Naquilo que está relacionado com o furo, com a falta, deficiência.

No "desser" e não no ser.

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O real está na falta.

A claridade está na obscuridade.

Um termo pode significar seu contrário: oposição entre ideia e coisa.

"Toda palavra é uma ideia, toda ideia é uma coisa, toda coisa é uma palavra" (O Desejo e sua Interpretação, pág. 421).

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"Devido ao fato de o significante ser polissêmico é que o sujeito pode sustentar além daquilo que ele acredita querer dizer, e com as mesmas palavras, um discurso completamente diferente".

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"As dores Imaginárias", em O Guerreiro Aplicado, de Jean Paullhan

O ICs reúne os contrários e representa-os em um só objeto (Freud)

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Conceito de falo: 

em Freud esse conceito permite a equivalência de termos aparentemente díspares, como a criança e as fezes.

Funciona como significante do desejo, tanto em um sexo como no outro (enquanto não se reduz ele próprio a um órgão).

é símbolo, no ICs, tanto do interdito como do desejo,

A cada vez, reúne os contrários.

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A Psicanálise leva o sujeito ao encontro com um objeto que constitui, para ele, o real, um objeto certamente bizarro o bastante para que Lacan tenha precisado inventar-lhe um nome: objeto a.

Eu sou objeto a? O objeto a sou eu.

Essa descoberta tem um efeito - destituição subjetiva: o sujeito não é o que imaginava, não é o que pensava,

ELE É ONDE NÃO PENSA

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em "O Guerreiro aplicado" - perlaboração - parágrafos curtos, fragmentados, frases transparentes, pelas quais pode passar a lua.

"A condição da força sustenta-se em uma certa fraqueza".

Onde creio que minhas dores sejam imaginárias, que as invento, dou-me conta de que elas são reais.

Elas me sentem quando eu, na verdde, acreditava que as sentia.

Onde acredito ter ideias, são as ideias que já me elaboraram: sou feito."

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É no assujeitamento que o sujeito pode apreender-se. É nessa destituição, nessa falta a ser, que ele pode, finalmente, encontrar sua realidade: acreditava-se ativo, era passivo; apreendendo o que o constituía sua passividade, pode, enfim, agir.

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Pudor - qualidade para os analistas

Pudor é, em primeiro lugar, uma recusa.

É pudico o homem que mantém à distância suas emoções, sua vontade, seus desejos. Que os trata pelo mistério, sendo belo, dissimula seu corpo; forte, sua potência; enamorado, seu desejo.

Seria bom que o analista também fosse pudico.

Em que sentido?

Não demonstrando seus sentimentos: isso é fácil, ele o aprendeu e chama de neutralidade, esse seu ar de não se deixar abalar; não exibir muito seus pensamentos ou suas opiniões, assim como para qualquer pensamento que o atravesse, antes mesmo de produzi-los. Então, talvez o mais difícil e, ao mesmo tempo, o mais essencial, seja tampouco exaltar em si próprio o assujeitamento.

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A dor sente-me e o significante comanda-me.

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"A experiência do provérbio e o discurso psicanalítico".

"Désêtre" (des-ser), neologismo introduzido por Lacan para dar conta da queda do sujeito suposto saber do lado do analista como correlato da destituição subjetiva do lado do analisante.

Trata-se da queda da consistência (do ser) do analista na situação de fim de análise e passagem do analisante para a posição de analista. Esse termo é empregado por Lacan no discurso proferido  sobre o passe na École freudienne de Paris, em 1967.

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"A experiência do provérbio e o discurso analítico".

A essência da linguagem é o mal-entendido (o mal sabido?).

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A pulsão e o fantasma são dois intermediários. Entre o inconsciente e o consciente quais são

as leis que presidem a formação e a estruturação da pulsão e do fantasma?

o artigo "As lembranças encobridoras", é pela virada ao avesso que Freud estabelece o "fantasma" por trás da lembrança, "levar flores a uma jovem", significando "tomar-lhe sua flor, deflorá-la".

Da mesma forma, a interpretação do fantasma clássico "bate-se em uma criança" gira em torno da virada ao avesso do GESCHLAGEN [bater], um pouco como se aplicasse o provérbio - "quem ama bem castiga bem", ou seu inverso - "quem bate muito gosta muito, ou ainda, "quem bate bem beija bem."

Freud diz: "...o estudo dos provérbios não seria o último a nos esclarecer a respeito do virar ao avesso",

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metáfora: analisante mulher tem um medo obsessivo do que pode sair da boca do analista - o pênis? ele interpreta. Ela rechaça, até que ele cita um provérbio japonês: "o cego não tem medo de serpentes".

"O nervo da metáfora está na substituição como tal" e não nos termos que são substituídos um pelo outro."

Assim, no paciente o desejo acha-se "reconhecido como tal, i.é., reconhecido sem ser conhecido."

a diferença entre "você não quer ver a verdade" e "o cego não tem medo de serpentes" é a diferença entre o imperativo "você deve saber" e o convite "você pode saber",

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Enquanto insistia em fazer sua paciente admitir sua interpretação, o analista mantinha com ela uma relação dual. A relação imaginária do eu (MOI) com o outro, constituía uma barreira para que surgisse o que quer que fosse do ICs.

Para que tal possibilidade seja aberta é preciso ir além do eu (MOI) assim como do VOCÊ. O ICs como discurso do Outro tem essa dimensão que (Moustapha) Safouam designa como dimensão do ELE.

Porém, é inessencial que seja a enunciação de um provérbio que opere esse apagamento da pessoa do analista, correlativo de um discurso que não se dirige mais a um outro, mas ao Outro?

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questão essencial para um psicanalista: " a pressão paradigmática" - Para Octave Mannoni (A elipse e a barra) trata-se de saber como funciona efetivamente, na análise, o significante com seus equívocos, suas próprias leis de homofonia e o que elas induzem.

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Paciente cuja esposa chama-se Laurence e a irmã Florence acha que não  há mais semelhança entre elas do que entre um OEUF (ovo) e um BOEUF (boi).

Para Mannoni o importante é que quando o paciente pronuncia essa frase, é que a homologia das relações, por um lado entre oeuf e boeuf e Laurence e Florence.

Não é isso que surpreende o analisante e sim o provérbio - Quem rouba um oeuf rouba um boeuf certamente ele já havia notado a semelhança entre os nomes sem dar a isso a devida importância e, ainda desta vez, sem dúvida, não teria sido surpreendido pela semelhança significante, pela analogia literal, se não fiosse o provérbio.

"o jogo com os significantes não se manifesta no discurso neurótico senão quando algo de recalcado é posto em questão (se quem rouba um oeuf rouba um boeuf, quem deseja Laurence pode muito bem desejar Florence).

O sentido de um provérbio não é apenas seu sentido aparente, depende do contexto em que foi empregado.

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Provérbio - é preciso lembrar não da imagem, e sim da frase inteira, como se ela fosse apenas uma única palavra.

O provérbio só funciona bem com a condição de não ser tido por provérbio.

Cada provérbio deveria ser tomado como um significante, enigmático enquanto tal e em relação ao qual toda significação só poderia ser secundária.

Todo o problema seria ver como os sujeitos falantes - os falaseres - podem acomodar-se com esse significante, tomando-o por sua conta, comentando-o, dando-lhe sentido.

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O que acontece quando um sujeito choca-se  com o significante? O que ele percebe em primeiro lugar?

- que está dele excluído (faltam peso e valor às suas palavras).

Há "no interior da língua comum"..."uma segunda linguagem esotérica".

Linguagem comum - poderia estar imajada, mas a imagem, inessencial, jamais é percebida como tal. Quando sabe diz que "o boi morto não se defende das moscas", ele não se compara a um boi, não coloca em relação a sua própria imagem a um boi morto. Onde não se está na ordem da significação, todo imaginário é neutralizado.

(trecho de anotações, não sei de que aula, seminário ou estudo, nem de quando. É curioso porque, em geral, costumo anotar datas, nomes e locais...mas, para não perdê-las, registro-as aqui. Poderá ser útil a mais alguém. A mim, me foi bastante.)



segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O que acontece quando você se enamora?

 
Basicamente Freud vai dizer que cada indivíduo possui um jeito particular de se relacionar eroticamente, jeito esse resultado de algo inato nele mais as experiências e influências dos primeiros anos, isto é, "nas precondições para enamorar-se que estabelece, nos instintos que satisfaz e nos objetivos que determina a si mesmo no decurso daquela (A Dinâmica da Transferência - vol. 12 - página 111 - Obras Completas Imago).
Ao longo de sua vida o indivíduo vai repetir esse padrão de enamorar-se que é o padrão aprendido lá atrás com sua mãe e "que decerto não é internamente incapaz de de mudar, frente a experiências recentes" (idem pág. 111)
 
Uma parte desses impulsos do "enamorar-se - que determinam em nível consciente, faz parte da realidade. Outra parte, porém, fica retida, afastada da personalidade consciente e da realidade, e impedida de se expandir, a não ser pela fantasia, ou permanecem totalmente no inconsciente, de modo que é desconhecida pela consciência da personalidade.
 
Se a necessidade que alguém tem de amar não é inteiramente satisfeita pela realidade, "ele está fadado a aproximar-se de cada nova pessoa que encontra com ideias libidinosas antecipadas; e é bastante provável que ambas as partes de sua libido, tanto a que é capaz de tornar-se consciente quanto a inconscinete, tenham sua cota de formação dessa atitude."

É importante observar que Freud está nos avisando, grosso modo, do seguinte: seu paciente vai repetir com você, analista, as formas dele de amar. A isso Freud chamou de "transferência, ou seja, a pessoa transfere para o analista o amor que possui e, de certo, .espera que seja retribuído.

E, claro, o bom analista, bem analisado, saberá manejar essa demanda para que isso não se transforme numa contra-transferência, sempre norteado pela ética psicanalítica.

domingo, 2 de agosto de 2020

O que atrai é o mesmo de separa

"O que é o amor?

E o que é o sexo?

Não são parte do mesmo fenômeno, muitas vezes antagônico?

Quando nascemos, ocorre uma mudança para pior. É o fim da harmonia. É a expulsão do Paraíso, nosso Big Bang foi no encontro do espermatozoide com o óvulo.

Levamos um tempo, às vezes a vida toda, para nos adaptarmos ao novo mundo cheio de ameaças, desconforto e desamparo.

E aí começa a sensação de que para que tenhamos algo parecido com aquele aconchego uterino precisamos nos acoplar (de cópula mesmo) a uma outra pessoa, que vai substituir o primeiro objeto de desejo de todos nós: a mãe!

Nossos amores giram em torno disso. Se nosso companheiro não nos proporciona esse "aconchego", conforme essa memória uterian, trocamos por outro que, supostamente, fará essa função, e vamos trocando sempre que entendermos que o outro não nos dar aquilo que entendemos sermos merecedores.

O amor é um remédio para a sensação desagradável de desamparo. É a sensação agradável que deriva do fim da dor ou do desamparo.

"Os homens se atrapalham muito quando tentam juntar sexo com amor. O que deixa as mulheres perplexas!"

Não se pode tomar a sexualidade como referência da qualidade da relação. A maior parte dos casais que se dão bem têm uma vida sexual relativamente pobre. Igualmente não se pode tomar a sexualidade como indicativo do que vai acontecer no futuro.

O amor deriva da admiração (Platão).

O problema é que os critérios dessa admiração vão sofrendo alterações com o passar do tempo (ou da cultura etc, entre os islâmicos os critérios são uns, católicos, outros, asiáticos, ocidentais, etc)

O que pode acarretar o colapso amoroso da relação a qualquer instante. A pessoa é legal, mas aquilo que eu achava legal não acho mais. O sentimento amoroso vai despencar pela mesma razão que um dia ele subiu.

Vou me desencantar pelas mesmas razões que um dia me encantei.

E, ATENÇÃO! quanto mais baixa minha autoestima mais vou me encantar pelo meu oposto!

Aquela história de que os opostos se atraem, como se isso fosse algo positivo, é propaganda enganosa! Muita atenção!

O fim do amor não é necessariamente o fim imediato do relacionamento conjugal. Existem milhares de casais, principalmente na maturidade, que con vivem relativamente bem, sem necessariamente se amarem e muito menos fazerem sexo.

Ah mas eles nunca vão se separar? Pode ser que sim, pode ser que não.

A separação, se acontecer, vai acontecer em decorrência do mesmo motivo que houve o casamento."

(este texto são anotações minhas feitas durante algum seminário do qual eu não me lembro o nome, nem quem o proferiu, por isso coloquei entre aspas. Sorry. Fazendo umas arrumações em armários, cadernos, livros etc encontrei várias anotações como essa, sem data, sem referências precisas... e para que elas não se percam completamente vou compartilhar aqui e no meu blogue que anda meio abandonadinho. LMR)


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

SOBRE O CIÚME

Freud afirma que "o ciúme é um daqueles estados emocionais, como o luto, que podem ser descritos como normais." 
E alerta:" Se alguém parece não possuí-lo, justifica-se a inferência de que ele (o ciúme) experimentou severa repressão e, consequentemente, desempenha um papel ainda maior em sua vida mental inconsciente".
Ou seja, aquelas pessoas que costumam dizer que não são ciumentas...sinto muito informá-las, mas sim, vcs são ciumentas.. 
Freud divide o ciúme em três categorias - ou camadas ou graus, para manter os termos originais.
O primeiro nível seria esse que ele chama de "normal", mas que, "não é, em absoluto, completamente racional". Ou seja, por estar enraizado no inconsciente (sempre) e ser uma continuação das primeiras manifestações de ciúmes que temos em relação aos nossos pais, principalmente em relação à mamãe, pode levar às famosas e intermináveis DRs em que o enciumado cobra do seu objeto de amor, geralmente, mais atenção, etc, exatamente como fazia com sua mãe por ela dar (na sua opinião) mais atenção ao irmão mais velho, ou mais novo, ou ao pai, hoje em dia, ao trabalho.
Parece simples, mas não é. Tomado pelo ciúme, ainda que nesse primeiro nível, o sujeito pode imaginar situações envolvendo seu (sua) amado (a) que não correspondem exatamente à verdade. Às vezes, ele (ela) acerta em suas desconfianças. E então... há uma quebra da confiança, e o amor é posto à prova. 

Numa primeira vez é possível superar a crise. Mas quando a quebra de confiança se repete indefinidamente e as promessas de mais atenção não se cumprem, dificilmente o amor resistirá.
E aquelas pessoas que dizem que não têm ciúmes?
Nesse caso, Freud vai dizer que se trata do ciúme da segunda camada, o ciúme projetado, ou seja, essas pessoas já partem de sua própria infidelidade (realizada ou imaginada) e, portanto, acreditam que se elas traem, todo mundo trai, portanto, pra quê perder tempo com ciúme? O que elas não sabem é que elas têm tanto ciúme reprimido (lá atrás, pela mamãe, mesma coisa) que encontram alívio às pressões das convenções sociais projetando no(a) parceiro(a) a sua incapacidade de se manter fiel (minha mãe não foi fiel a mim, por que serei a ela??). Se o seu objeto de amor o trair, tanto melhor. Além de comprovar sua teoria, alivia sua própria culpa.
E a terceira camada fica com os absolutamente paranoicos, delirantes que chegam às vias de fato e cometem verdadeiras insanidades em função de seus delírios, parcela mínima da sociedade. Raros estão em análise. Geralmente quem procura ajuda são as vítimas dos seus delírios.
A maioria das pessoas talvez se encaixe no grau um e uma faixa representativa no dois. Não existem estatísticas. Mas o que se vê na clínica é:
- Se uma pessoa da camada 1 se relaciona com um indivíduo do grau 2 teremos conflitos eternos. Até porque a pessoa da camada 1 vai viver reclamando ao companheiro a falta de ciúmes dele - o que pra ela significa falta de amor - sem falar nas checadas de mensagens de celular e outras atitudes de controle que toda pessoa da camada 1 exerce. E o companheiro vai passar a vida acreditando que tudo aquilo é cena e que no fundo seu parceiro o trai, traiu ou trairá, porque afinal, para o tipo 2 ninguém é fiel, a começar dele.
- Se a pessoa da camada 1 se relacionar com outra da camada 1 poderá experimentar do próprio veneno quando o parceiro também fizer sua cena de ciúme. Talvez seja o melhor remédio e a possibilidade de o casal se equilibrar na confiança mútua é grande.
- Quanto ao sujeito da camada 2, ele já se relaciona - simultaneamente - com outros da camada 2 na categoria de amantes - porque todo amante é aquele que projeta a infidelidade no outro e, portanto, trai. E deve ter mais de um, claro! É um tipo bem mais resistente à análise.
O assunto Ciúme não se esgota aqui. É mais complexo. Mas por ora, ficamos assim.
A base para este texto foi o de Freud, "Alguns mecanismos neuróticos no ciúme, na paranoia e no homossexualismo", que vc encontra em Obras Completas - Vol XVIII.

(texto publicado originalmente na minha página do Facebook 
https://www.facebook.com/lourdesriverapsi)

domingo, 15 de novembro de 2015

Freud explica por que não suportamos mais tanta violência

Foto by CHRISTIAN HARTMANN (REUTERS)
No início dos anos 1930, o Instituto Internacional para a Cooperação Intelectual foi orientado pelo Comitê Permanente para a Literatura e as Artes da Liga das Nações a promover trocas de correspondências entre intelectuais de renome abordando temas de interesse geral. Foi assim que Einstein foi convidado a escrever uma carta para alguém e ele escolheu Freud como seu interlocutor.

Dessa troca nasceu um dos textos mais bonitos de Freud. Sob o título Por que a guerra? (Warum Krieg?), resumidamente, Einstein indaga a Freud "se seria possível controlar a evolução da mente do homem, de modo a torná-lo à prova das psicoses do ódio e da destrutividade?"

Freud precisou de mais de 10 páginas para responder à questão do físico alemão, nas quais ele fala sobre a trajetória da violência na humanidade, entre outras coisas, mas principalmente sobre ser uma ilusão desejarmos um mundo como o sonhado por John Lennon em Imagine.

Vou transcrever alguns trechos da carta, porque entendo que têm tudo a ver com o atentado de Paris e com todos os outros atentados à vida de um modo geral. Mas recomendo que quem tiver interesse, leia-o na íntegra porque, além de bonito, nos ajuda a entender porque não suportamos mais tanta violência. (o texto pode ser encontrado no volume 22 das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. da Imago)

O poder dos grupos ideológicos
"Uma comunidade se mantém unida por duas coisas: a força coercitiva da violência e os vínculos emocionais (identificações é o nome técnico) entre seus membros. Se estiver ausente um dos fatores, é possível que a comunidade se mantenha ainda pelo outro fator. As ideias a que se faz o apelo só podem, naturalmente, ter importância se exprimirem afinidades importantes entre os membros, e pode-se perguntar quanta força essas ideias podem exercer". Me parece que este trecho tem tudo a ver com o Estado Islâmico, mas igualmente com outros grupamentos como torcidas uniformizadas, partidos políticos etc.

Por que escolhemos a violência
(...)"quando os seres humanos são incitados à guerra, podem ter toda uma gama de motivos para se deixarem levar - uns nobres, outros vis, alguns francamente declarados, outros jamais mencionados. Não há por que enumerá-losa todos. Entre eles está certamente o desejo da agressão e destruição: as incontáveis crueldades que encontramos na história e em nossa vida de todos os dias atestam a sua existência e a sua força (...) quando lemos sobre as atrocidades do passado, amiúde é como se os motivos idealistas servissem apenas de desculpa para os desejos destrutivos(...)." Nada mais atual, não?

Sociedades sem violência
(...)" de nada vale tentar eliminar as inclinações agressivas dos homens. Segundo se nos conta, em determinadas regiões privilegiadas da Terra, onde a natureza provê em abundância tudo o que é necessário ao homem, existem povos cuja vida transcorre em meio à tranquilidade, povos que não conhecem nem a coerção nem a agressão. Dificilmente posso acreditar nisso, e me agradaria saber mais a respeito de coisas tão afortunadas. Também os bolcheviques (e todo tipo de comunistas, socialistas, esquerdistas e radicais afins) esperam ser capazes de fazer a agressividade humana desaparecer mediante a garantia de satisfação de todas as necessidades materiais e o estabelecimento da igualdade, em outros aspectos, entre todos os membros da comunidade. Isto, na minha opinião, é uma ilusão. Eles próprios, hoje em dia, estão armados da maneira mais cautelosa, e o método não menos importante que empregam para manter juntos os seus adeptos é o ódio contra qualquer pessoa além de suas fronteiras.(...)" Qualquer semelhança com situações mais contemporâneas não é mero acaso. Ah! O itálico entre parênteses é meu!

Faça amor, não faça a guerra
"Se o desejo de aderir à guerra é um efeito do instinto destrutivo, a recomendação mais evidente será contrapor-lhe o seu antagonista, Eros. Tudo o favorece o estreitamento dos vínculos emocionais entre os homens deve atuar contra a guerra. (...) a psicanálise não tem motivo porque se envergonhar se nesse ponto falar de amor, pois a própria religião emprega as mesmas palavras: 'Ama a teu próximo como a ti mesmo'. Isto, todavia, é mais facilmente dito do que praticado. O segundo vínculo emocional é o que utiliza a identificação. Tudo o que leva os homens a compartilhar de interesses importantes produz essa comunhão de sentimento, essas identificações. E a estrutura da sociedade humana se baseia nelas, em grande escala."

Líderes e liderados
(...)"um exemplo da desigualdade inata e irremovível dos homens é sua tendência a se classificarem em dois tipos, o dos líderes e o dos liderados. Estes últimos constituem a vasta maioria; têm necessidade de uma autoridade que tome decisões por eles e à qual, na sua maioria, devotam uma submissão ilimitada. Isso sugere que se deva dar mais atenção do que até hoje se tem dado, à educação da camada superior dos homens dotados de mentalidade independente, não passível de intimidação e desejos de manter-se fiel á verdade, cuja preocupação seja a de dirigir as massas dependentes."

Por que nos revoltamos contra a guerra?
(...)" porque toda pessoa tem o direito à sua própria vida, porque a guerra põe um término a vidas plenas de esperanças, porque conduz os homens individualmente a situações humilhantes, porque os compele, contra a sua vontade, a matar outros homens e porque destrói objetos materiais preciosos, produzidos pelo trabalho da humanidade.(...) Penso que a principal razão por que nos rebelamos contra a guerra é que não podemos fazer outra coisa. Somos pacifistas porque somos obrigados a sê-lo, por motivos orgânicos, básicos. E sendo assim, temos dificuldade em encontrar argumentos que justifiquem nossa atitude."

Quanto mais civilizado menos propenso à guerra
"Durante períodos de tempo incalculáveis, a humanidade tem passado por um processo de evolução cultural ((...) 'civilização'). É a esse processo que devemos o melhor daquilo que nos tornamos, bem como uma boa parte daquilo de que padecemos. (...) As modificações psíquicas que acompanham o processo de civilização são notórias e inequívocas. Consistem num progressivo deslocamento dos fins instintuais e numa limitação imposta aos impulsos instintuais. Sensações que para os nossos ancestrais eram agradáveis, tornaram-se indiferentes ou até mesmo intoleráveis para nós; há motivos orgânicos para as modificações em nossos ideais éticos e estéticos. Dentre as características psicológicas da civilização, duas aparecem como as mais importantes: o fortalecimentos do intelecto, que está começando a governar a vida instintual, e a internalização dos impulsos agressivos com todas as suas consequentes vantagens e perigos. Ora, a guerra se constitui na mais óbvia oposição à atitude psíquica que nos foi incutida pelo processo de civilização, e por esse motivo não podemos evitar de nos rebelar contra ela; simplesmente não podemos mais nos conformar com ela. Isto não é apenas um repúdio intelectual e emocional; nós os pacifistas, temos uma intolerância constitucional à guerra, digamos, uma idiossincrasia exacerbada no mais alto grau. Realmente parece que o rebaixamento dos padrões estéticos na guerra desempenha um papel dificilmente menor em nossa revolta do que as suas crueldades. (...) E quanto tempo teremos de esperar até que o restante da humanidade também se torne pacifista? Não há como dizê-lo. (...) Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra."



domingo, 17 de maio de 2015

A Pedra da Paciência - Syngué sabour


Reza uma lenda persa que ao encontrar uma pedra mágica deve-se contar a ela todos os nossos segredos. Aquilo que normalmente não revelaríamos nem ao nosso travesseiro a pedra escuta, silenciosa, sem julgamentos...e quando ela se partir em pedaços significa que a pessoa se livrou do peso daquelas confidências e agora pode seguir livre sua vida. O nome da pedra? Pedra da paciência.
Também é o nome de um filme de produção conjunta França, Alemanha e Afeganistão cuja história se passa neste último. Um local dominado pelos extremistas do Estado Islâmico, que invadem as casas, impõem regras e normas absurdas....(muito semelhante a um outro filme, Timbuktu, do qual também vou comentar em breve), mas isso é apenas o pano de fundo.
Na verdade, o foco do enredo são os diálogos, se é que se pode dizer assim, travados entre a esposa, interpretada pela atriz belíssima Golshifteh Farahani, e o marido em estado vegetativo - um herói de guerra, por Hamidreza Javdan -  em coma porque levou um tiro ao defender a própria honra, que faz as vezes de pedra da paciência.
A lenda, bem como as falas da personagem solitária, me fizeram lembrar o papel do psicanalista. Com a diferença que, ao contrário da pedra que se mantém sempre calada, o profissional que trabalha com o inconsciente humano faz pontuações durante as sessões de análise, com o intuito de chamar a atenção do analisando para detalhes que talvez ele não tenha notado e que serão importantes no desenvolvimento de suas descobertas sobre si mesmo.
Mas no filme, a jovem afegã se descobre, falando para o marido sobre coisas que normalmente jamais poderiam ser ditas, com pena até mesmo de morrer apedrejada.
Depois de dez anos de um casamento no qual nunca foi ouvida pelo marido, ela diz: só agora você está me ouvindo. Você nunca me ouviu, nunca me beijou...
E quantas mulheres conhecemos que vivem exatamente assim? Não se sentem ouvidas por seus companheiros... não beijam mais...Dá pra imaginar um relacionamento marital onde o beijo, e qualquer outro tipo de toque que lembre de longe um carinho, foi totalmente excluído?
Assim vive a maioria dessas mulheres afegãs representada pela personagem de A Pedra da Paciência.
Mas, me pergunto, será que em nossa sociedade ocidental, considerada tão livre, tão democrática (como diria Deleuze: desconfio das democracias) esse tipo de situação não existe?
Não digo pelo excesso de rigor que o islamismo impõe (embora isso seja bastante controverso e essa é uma seara na qual não quero me meter a analisar por conhecer muito pouco), mas quantas mulheres bem próximas a nós passam boa parte da vida sem beijar na boca o próprio marido simplesmente porque o primeiro sintoma de que algo não vai bem numa relação é a interrupção dos beijos.
O sexo pode se manter, mas sem beijo na boca. Atitude muito parecida com a adotada secularmente pelas prostitutas que, por contrato do oficio, se propõem a fazer de tudo (inclusive mentir para o cliente dizendo que ele é o melhor), menos beijar na boca.
Bom, mas voltando ao Pedra da Paciência, não é um filme que nos leve às lágrimas. E raros são os momentos que nos faz rir.
Mas  tem cenas muito simbólicas: o encontro com a tia e a força da união desse feminino paradoxalmente tão forte num país onde o masculino impera; a surpresa diante da impotência do guerrilheiro que, buscando sexo, encontra compreensão e carinho; a contradição que leva à sobrevivência ao mentir que vende o corpo pra se livrar de um estupro iminente.
É um filme que, pelo nome, não se tem a menor ideia  da grandeza e da profundidade do seu conteúdo. Reflexivo, emociona quando se imagina que o drama retratado por ele pode estar muito mais perto de nós do que imagina nosso vão suposto saber.
Faz pensar em como avançamos pouco no quesito respeito ao ser humano.
Não conhecia o diretor Atiq Rahimi, mas me encantei com ele.
Valem a pena todos os minutos do filme, que recebeu indicações ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2014 e ao Cesar de atriz revelação. Merecidos ambos os prêmios que, infelizmente, não aconteceram.
Talvez porque, afinal, a condição feminina retratada por A Pedra não seja assim um privilégio apenas de sociedades muito rígidas como as pautadas pelo islamismo e dominadas, agora, pelos extremistas muçulmanos que, na verdade, fazem suas próprias regras alegando ser tudo vontade de Alá.
Alá que o diga!
Clica no link para ver o trailer oficial. Espero que gostem!
A Pedra da Paciência

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Felizes para sempre? Ou Onde colocar o desejo?

Em tempos da minissérie da Globo com o sugestivo nome Felizes para sempre?, que ainda está no segundo episódio quando escrevo este texto, vale sempre a pena pensar e repensar nas relações humanas. O enredo mostra quatro casais - aparentemente saudáveis, felizes e bem-sucedidos - de uma mesma família, a família Drumond, com um tema em comum: relacionamento, claro! Afinal, o que move a humanidade desde os primórdios da civilização não é o amor? Mas, afinal, o que é amor? Quem inventou o amor? Provavelmente, Hollywood, pra vender filmes e seus acessórios. E a Rede Globo tem contribuído bastante nesse sentido!
Bom, segundo Freud, o ser humano é constituído de uma parte gigante chamada ID responsável tanto por nossa preservação (instintos de vida e de morte) quanto por nosso desejos - dos mais simples e explícitos aos mais sombrios e ocultos. E é essa estrutura que basicamente nos comanda. Desejo, logo existo. Mas onde colocar o desejo?

Uma outra parte dessa estrutura constituinte da psique humana, porém, é formada, desde que nascemos, por aquilo que chamamos de regras, leis, ou seja, aquilo que culturalmente vai nos dizer o que é certo ou errado. E aí, quando desejamos algo natural como o sexo, talvez o tenhamos de reprimir, caso a cultura em que nascemos nos diga que sexo é pecado, por exemplo. Por isso, apesar de bom (por ser da natureza humana) pode nos parecer ruim (por ser proibido pela mãe, pela religião etc). Quanto mais repressão, mais essa pulsão vai sair por outro lado. A violência pode ser uma expressão dessa libido reprimida. Estão aí nossos amigos islãmicos que não deixam mentir!

A pulsão sexual (que não é a mesma coisa que sexo, mas tem a ver com) faz parte do homem e da mulher, ou seja, o desejo (homo ou heterossexual) sempre vai existir e sempre vai se manifestar.

A civilização nos trouxe os freios. A começar que nos proibiu de desejar nossa mãe e nosso pai (embora recentes notícias na internet digam que esse tabu também já está indo pelo ralo da pia quando lemos que Menina de 18 anos se prepara para casar com o próprio pai), e apesar de nós os desejarmos inconscientemente quando criancinhas ainda no colo, à medida que fomos crescendo aprendemos a conter esse desejo que, depois de algum tempo, vai se direcionar para outros objetos (de desejo).

Fato é que a gente não sai transando por aí a torto e a direito. E quem o faz, é punido (pela sociedade). Esse freio é formado em parte pelo nosso Supereu e em parte pelo próprio Eu. A minissérie, parece, vai seguir por uma trilha parecida...casais descontentes com o status quo de suas relações procuram outras formas de satisfazer esse desejo que elas não sabem onde colocar! Ainda não sabemos em que direção a trama vai seguir: se do moralismo maniqueísta ou da liberalidade perversa, A conferir!

Daí que um casamento nos moldes dos dias atuais, em que as pessoas são livres para escolher seus parceiros, sempre começa pelo tesão, pela atração física, pela atração intelectual... E pode terminar exatamente por causa dessa mesma liberdade de escolha.

E o que fazer, me dirão os jovens recém-casados, se com o tempo a libido tende a diminuir?  Bom, ela pode ser deslocada para outras esferaa. Por isso é importante que o casal tenha sempre planos, projetos e sonhos em comum. É isso que vai manter a chama acesa por mais tempo. Se não houver esse cuidado...a libido pode ser projetada em outra pessoa???? Sim, com certeza...Aí, o bicho pode pegar. Ou não, parece que a humanidade está começando a achar que ter mais de um parceiro por vez não é assim tão condenável (na verdade isso sempre existiu só que ficava nos bastidores e agora está vindo para o palco da vida, de boa!).

Um casamento, ou um relacionamento íntimo e pessoal, só se mantém pelo compromisso de ambas as partes de permanecerem juntas uma com a outra, pois a pulsão pode mudar a todo momento de direção. E muda! Atire a primeira pedra quem nunca? querendo me enganar, é?

Se não houver compromisso....e se o SuperEu não for muito rígido...fatalmente relações múltiplas começarão a surgir e a relação, digamos oficial, pode balançar até  cair. 

Isso é bom? Ruim? Não dá pra afirmar nada! Porque cada pessoa vai lidar com isso do seu jeito! Não existe fórmula mágica. Talvez a fórmula seja cada um descobrir como lidar com o seu desejo, onde colocá-lo!

No consultório é comum a queixa feminina da diminuição do interesse sexual do parceiro tanto quanto é do lado masculino. Ou ainda mulheres e homens que, simplesmente não desejam mais seus parceiros sem uma razão aparente... São sinais de alerta importantes.

Mas casamento é só sexo? Bom, não é SÓ. Existem casais que decidiram não fazer sexo entre si, liberaram seus pares e, aparentemente, vivem felizes assim. Será? Se não há uma separação oficial, pode haver uma acomodação, um acordo de convivência...existem muito mais pessoas vivendo de aparência do que imagina nossa vã ignorância, meus caros!

De qualquer forma, se o casal procura ajuda, juntos ou individualmente, mas ambos (não adianta apenas um dos lados), as chances de se restabelecer (ou estabelecer, às vezes nem havia uma!) uma nova relação são muito maiores.

Se apenas um dos pares procura o auxílio da análise é bem provável que o casamento termine ainda que seja para esse par entender por que as coisas desandaram e talvez, quem sabe, desejar criar um novo vínculo com o par anterior ou com um novo. Por isso, o ideal é o casal, junto, buscar o entendimento.

E por que casamento é uma expressão da fantasia humana? Porque as pessoas, em pleno século 21, ainda se casam pensando que viverão um conto de fadas, o eterno "e viveram felizes para sempre"...e isso, definitivamente, não existe.

Porém, é possível, através de esforço e atenção permanentes, construir seu casamento, do jeito específico do casal, seja lá como os dois imaginam que seja satisfatório para os dois, dia após dia, juntos! Pode ser até com a participação de terceiros ou quartos...vai saber! Já comentamos aqui: o poliamor já é uma clara tendência. Só que não!

domingo, 4 de janeiro de 2015

Qual é o segredo para o amor total?

Coincidência ou não a maioria dos textos mais lidos aqui no blog tinham um cunho pessoal. Outro tanto com bastante ibope são os de ficção, em que uma personagem - em geral feminina - relata um episódio de sua existência. Em terceiro lugar aparecem os textos mais teóricos.
Essa constatação me fez ter vontade de dar um sentido mais pessoal ao blog agora neste 2015..  Eu comecei a escrever virtualmente anos atrás porque....nem sei por que! estava desempregada, com muito tempo disponível...deve ter sido isso. Depois, alguns amigos elogiavam, outros diziam que aguardavam ansiosamente os novos posts (mesmo nunca tendo feito um comentário sequer! enfim!), eu escrevia sobre tudo: política, cidade, saúde, dava meus pitáculos em quase tudo... e assim fui mantendo o dito cujo. Teve vários nomes: Blog da Lu, O Revelado e o Oculto (a fase mais junguiana) e agora, de uns dois anos pra cá virou Repertório Feminino (mais psicanalítica).
Foi a busca desse repertório - o que é, afinal, do repertório feminino? - que me levou a batizá-lo dessa forma. 
E como o desejo nos leva ao encontro do que desejamos, a pesquisa tem me colocado ao lado de pessoas que têm me mostrado algo sobre esse universo do feminino.
Qual o papel da mulher num relacionamento afetivo? num casamento? na maternidade?
Tenho observado as pessoas do meu convívio ou as que aparecem no consultório e cada vez mais me convenço de que sem esforço, sem vontade, sem dedicação, sem troca, esse amor desejado, sonhado, imaginado, fantasiado, não vinga, não cresce, não se mantém, morre na primeira curva, na primeira chuva, na primeira turra.
Conheci casais, e revi alguns outros, que são esse exemplo de trabalho contínuo e perpétuo por manter um amor aceso. Homens e mulheres que, apesar de estarem juntos há 20, 30 anos, se olham nos olhos, se perguntam se estão bem, ajeitam cadeiras, abrem portas de carros, servem o prato preferido, trocam beijinhos no meio do dia ao se cruzarem no corredor, ou na escada, não começam a refeição enquanto o par não chega (mesmo autorizado por ele), repõem o copo com a bebida preferida da companheira antes que ela peça, lavam a louça juntos (ou um lava e o outro enxuga), pedem desculpas, tomam a iniciativa de se reconciliar sem esperar que o outro o faça (e às vezes isso acontece ao mesmo tempo e ambos caem na risada e o coração fica aliviado mais rápido), mantêm o erotismo aceso de diversas formas inclusive trocando mensagens picantes pelo WhatsApp, dividem tarefas domésticas sem resmungos ou queixumes desnecessários, conseguem ter opiniões divergentes sem transformar isso num campo de batalha inútil, respeitam as vontades um do outro, se interessam pelo que o companheiro (a) faz, se calam quando percebem que o tempo vai esquentar se continuar a falar e esperam um momento mais adequado pra expor sua opinião...
São perfeitos? Não, absolutamente! Porém, agem assim a maior parte do tempo, eu diria que 90% do tempo. Tanto que se acostumam e dificilmente têm outro comportamento distoante. Por observarem seu par, por ouvir seu par, sabem exatamente o que o desagrada ou não.
E descobri que o papel da mulher no sucesso desses relacionamentos é fundamental.
Sim, meninas, podem espernear quanto quiserem, mas o segredo para um bom relacionamento está em como conduzimos a coisa. Sem manipulação.Apenas sendo nós mesmas, em nosso papel. O homem tem o seu quinhão nesse sucesso? Tem, se permitirmos que ele tenha o quinhão dele.
Às vezes levamos um tempo pra entender. Uma sugestão é ver o filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulin".  Outra é ler o poema de Vinicius de Moraes "Soneto do Amor Total": se uma mulher despertar num homem esse amor descrito pelo poetinha, provavelmente é porque ela sabe ser uma mulher que desperta o que há de melhor num homem. E então, está ciente de seu papel numa relação saudável.

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

2014 - o ano que não termina

Às vezes o melhor conselheiro não é o travesseiro, mas um bom, cheio e suculento copo de vinho. Sim, copo! daqueles tipo americano, cheio até a borda! Que frescura é essa? Taça? meu amigo, minha amiga, taça é coisa de e pra coxinhas, esqueceu?
Encha um belo copo de requeijão que está aí escondido no fundo do armário para os seus outros amigos coxinhas não saberem que você o conserva aí, e beba à sua solidão! beba à sua sábia solidão! brinde àquela sua sábia decisão de não morar com mais ninguém que te tolha os movimentos. Sim, você é um cara difícil, ok, assuma isso, cheio de manias, e daí? desde quando ter manias é defeito? Roberto Carlos tem um milhão de amigos e mais de um milhão de manias e ninguém acha que isso é um defeito, pelo contrário! As manias dele viram hit, viram rituais a serem cumpridos até pelos convidados de seu enésimo show de fim de ano da Globo.
Portanto, meu amigo minha amiga, beba à você! se brinde, se comemore! se ame! você merece tudo de bom! se um ou outro babaca de plantão (oh, mil desculpas aos mais puritanos que ainda pensam que não pronuncio palavrões ou palavras de baixo calão - isso vai gerar uma polemicazinha básica, mas tudo bem, eu sustento!) vier com aquele papo vago: então é Natal! questione, coloque na parede, jogue no ringue, mas não deixe barato.
Como assim, então é Natal e aí zera tudo? Isso é fraude! é como zerar o odômetro (sabe, aquele equipamento do carro que marca a quilometragem que o pessoal zera de forma fraudulenta pra fazer de conta que o carro tem baixa quilometragem e assim conseguir um preço melhor?) então, achar que porque é Natal todo um passado fica automaticamente zerado é fantasia! é ilusão! ou fraude! como assim? a pessoa te sacaneou o ano todo, a vida toda e aí, porque é natal você beija, abraça e fica tudo bem? Nem com 20 anos de terapia! Espera aí! Pensa!
E principalmente quando você está numa fase numerológica marcada pelo fim de um ciclo e início de outro, Aí, "mermão", se você estiver num trimestre 9 de um ano 9, pode esquecer! As pessoas à sua volta vão pirar!
Porque você vai romper barreiras, você vai subir a ladeira como se estivesse dirigindo uma Mercedes conversível modelo top! Vai pisar no acelerador bem fundo e só vai parar depois de chegar no topo e vai perceber que fez isso com certa tranquilidade, sem machucar ninguém. E se houver um copiloto orientando, melhor ainda! Desfrute desse momento! Curta o seu Natal sem se preocupar muito com as convenções sociais vigentes. Elas costumam engessar os sentimentos, enrijecer as ideias, congelar as emoções!
Viva seu Natal com muita vitalidade e disposição! Esquentando os motores para 2015, esse sim, um ano pra ficar na história! Beijos a todos meus leitores daqui e de além mar (descobri que sou mais lida do outro lado do Pacífico! hahaha1 Ah, mas na Europa tenho uns dois ou três fãs bem fiéis!).
Um ótimo Natal, re-nascer, re-nascimento para todos nós! Vamos rever posições, opiniões, amores, hábitos, costumes! Quem não é flexível enrijece! Parece óbvio, mas apesar da obviedade nem todos percebem o quanto são rígidos em seus conceitos e pre-conceitos. Liberte-se! Libere-se! Sua vida pode ser uma aparente confortável prisão!. Sim, mudar dá trabalho! Mudar dói! Mudar provoca crises, mas principalmente mudar LIBERTA!

domingo, 23 de novembro de 2014

Todo esse mistério

A menina de sapato amarelo e calça jeans delavé (que coisa mais demodé), não sabe.
O rapaz de cabelo rastafári e celular simplesinho, não sabe.
A senhora de chinelo havaiana de duas cores, também ignora.
O distinto cavalheiro de cavanhaque azulado e sobrancelhas grossas...ignora completamente.
A menina de saia rodada e chinelo de dedo...nem desconfia!
O idoso com cara de inteligente... talvez desconfie, mas não tem certeza.
O jovem de óculos tradicionais pensa que sabe...mas está frio.
A mulher de barriga de fora e calça justa pode ser...mas é improvável.
O casal gay feminino está tão ocupado em firmar sua posição, que não vai dar atenção...ao sorriso daquela senhora, beirando os 50, mas bonitona ainda, jovial...Que sorriso é esse? de lagarto?
E aquela japonesinha...loira, de minissaia, tatuada...nem aí...fone de ouvido...nem imagina...
O homem velho, mas vigoroso, acredita que a japinha sorriu pra ele...
Ninguém sabe...
A mulher de chapéu de palha e boca ajustada no preenchimento sorri para o cobrador do ônibus, que solenemente ignora...
O sujeito com cara de executivo decepciona ao tirar a Bíblia da mochila e recitar Provérbios...
A moça com cara de modelo é um travesti. E aí?
Mas ninguém sabe o motivo de seu sorriso de lagarto.
E como Marina, o que você quer é "todo esse mistério"....

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Embarque no horário da magia

Existe um horário da magia. Nesse momento pode-se (e deve-se) deixar vir á tona seu desejo mais íntimo. Qual é o seu desejo inconfessável, aquele que "nem às paredes confesso" (como já cantava Amália Rodrigues em seu famoso fado que os mais jovens leitores deste blog nem sequer imaginam, mas um clique no Google resolve tudo http://www.vagalume.com.br/amalia-rodrigues/nem-as-paredes-confesso.html); aquele que nem ao travesseiro se revela? Aquele que não arriscamos comentar nem com o espelho?
Que desejo você deseja?
É daqueles desejos inocentes? indecentes? incandescentes? ambivalentes? 
O que é algo sem decência? Se é desejo e se veio lá de dentro do seu inconsciente...se o seu ego não barrou...então, por que seria indecente?
Nosso cérebro processa quatro bilhões de bits de informações, mas só dois mil bits chegam à consciência, segundo os cientistas que estudam a física quântica.
E aquele local das infinitas possibilidades onde todos os seus desejos podem ser realizados? Já esteve lá?
Dizem que os desejos não podem ser realizados. Mas Freud constatou em sua experiência clínica que os sonhos são desejos (inconfessáveis) realizados. Disfarçados, mascarados, porém, realizáveis. Você não sabe do que se trata. Mas seu inconsciente sabe. E às vezes, isso basta.
Que desejo você deseja?
São desejos de amar? matar? fazer doer? sentir dor? gozar? 
Desejo de ser desejado (a)? Desejo de desejar?
É o que ou é quem, aquilo que se deseja? É sujeito? É objeto? Se desejo é objeto? deixa de ser sujeito? É sujeito barrado? Barrado no seu desejo? No seu ou no dele (a)?
Prestou atenção no momento da magia? Passou? é aquele momento ou é este momento? (não deixe passar!) Aquele que seu sorriso se abre involuntariamente. Que seu peito (que dormia em berço esplêndido) inesperadamente esquenta por alguns segundos, segundos que se transformam em horas, horas que se transportam em dias, dias que viajam semanas...
Não perca o trem da fantasia. Nem só de real (idade) vive o simbólico.
Embarque no horário da magia.

domingo, 7 de setembro de 2014

Que sonho você sonha?

Você sonha? 
Não digo aqueles sonhos sonhados dormindo. Falo daqueles que, às vezes, até mesmo nos tiram o sono reparador dos dias de trabalho intenso.

Sonhar acordado, você sonha? Você se permite, vez ou outra, fechar os olhos no meio do expediente, na cadeira do dentista, no metrô, no trem, dirigindo não, claro, mas no congestionamento pode e deve, relaxar e sonhar? Você sonha?

Sonha um sonho certinho? Sonha um sonho maluco?

O que é um sonho certinho? Um sonho com uma vida certinha? Daquelas que podem ser fotografadas e publicadas no Facebook? Um sonho de comercial de margarina? De novela das sete? 

Como é  o seu sonho? Ele é publicável ou censurável? Você sonha com a mulher do chefe? Você sonha com o chefe? Com a colega de trampo? Com a desconhecida do Face? do Tinder? Com a autora das frases ousadas do Secret? Com quem você sonha? Quem são os personagens de suas histórias oníricas?

Seu/sua analista? Professor/a? Guarda? Governador?

Lembra dos seus sonhos? Não? Por que será? Sempre tem um porquê!

Bloqueio? resistência? Por que diabos você permite que seus mecanismos de defesa estejam atentos a lhe proteger? Oras, mecanismos de defesa! Como assim? Você já devia saber! Então por que eles ainda estão tão ativos?

Feche os olhos e sonhe à vontade! Sonhe dormindo, Sonhe acordado...

Não se reprima ao sonhar! Sonhe o que quiser! Realize seus desejos...sonhando! Sonhar é libertador! Acordado ou dormindo...Sonhe! Sonhe sem parar!

Pelo menos em seus sonhos seja livre! Se é que isso é possível.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O que quer uma mulher?

"Como Freud demonstrou em seu estudo do lapso, é no erro que melhor se confessa o verdadeiro." Esta frase é do autor do livro O que quer uma mulher, de Sergé André.
Uma mulher quer, no fundo, o que todo mundo quer. Ela pode até não confessar, a não ser pelo lapso, talvez por um olhar, ou por uma lágrima que deixa escapar.
Mas o que quer uma mulher? Quer ser ouvida e escutada (sim, tem diferença e só a prática diária oferece o melhor resultado), acarinhada e acariciada (idem), elogiada, elevada, protegida, cantada em prosa e verso e vice-versa. 
Uma mulher quer ganhar presentes de surpresa e presentes-surpresa. Há que ter uma sensibilidade especial para perceber a diferença. Mulheres são seres diferentes entre si, umas das outras e, ao mesmo tempo, tão parecidas e iguais. Iguais entre si, umas das outras e, ao mesmo tempo, tão parecidas com seus homens, com homens que não são seus, com os homens seres humanos.
Mas é na falta que mulheres (e homens) mais se assemelham aos bebês chorões. Assustados com o sumiço (ainda que temporário) das mamães...Mamães que olham para seus bebês e na sua angústia não sabem, afinal, o que querem seus bebês? 
E todos se perguntam: afinal, o que quer um bebê?
Quer o mesmo que uma mulher, que um homem, que uma criança, que um velho.
Em qualquer fase da vida o que quer o ser humano? Quer o amor, o colo, o calor, o abraço, o cheiro, o beijo, o afeto, o olhar quente, o aconchego.
Mas se querer não é realizar o seu querer...Vamos errando de lapso em lapso confessando nosso desejo verdadeiro.

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...