não precisa entender tanto faz a ordem quando olho pra esses
jardins ensimesmados minha vontade é despedaçar palavras cortar em várias
partes esquartejar e fazer você engolir fração por fração até ser um inteiro
completo desse amor fragmentado que eu teimo em cultivar todos os dias desde
sempre desde quando nem havia a luz nem o verbo e se fez a dor que só os poetas
entendem e você teima em dizer não existe é coisa do imaginário mas a minha é
palpável é sanguinolenta malcheirosa putrefata e está à deriva à tona
descoberta e você ignora ou finge e nessa hora salto no abismo desse
desejo hermético obscuro inerte como as estrelas já mortas do universo
vomitando os excrementos da saudade do seu toque nessa distância de anos luz que
faz do nosso amor o mais antigo que invadiu meu coração quando me apaixonei
pelas palavras não ditas pelas entrelinhas pelos escaninhos do tempo meu
querido meu amigo desde sempre desde antes da criação do cosmos vou te amar
aqui e morar em seu coração albergue que abriga todos os desvalidos inclusive
eu entrei assim como um sem chão e você me deu de beber dos seus beijos me deu
de comer do seu corpo fui ficando e agora tenho direitos adquiridos por
usucapião a sua ração diária de carinhos no café da manhã almoço e jantar
petiscos de sexo nos intervalos meu amor talvez o que você nem saiba é que
agora seu sangue circula no meu sistema na velocidade acelerada das manhãs
apocalípticas do meu entardecer e antes que o sol se ponha definitivamente
anote mais uma vez o que fica eu te amo mas não precisa entender tanto faz a
ordem quando olho pra esses jardins ensimesmados minha vontade é despedaçar
palavras cortar em várias partes esquartejar e fazer você engolir fração
por fração até ser um inteiro completo desse amor fragmentado coisa do
imaginário desde sempre desde quando nem havia a luz nem o verbo desde antes da
criação do cosmos você teima em dizer não existe pelas entrelinhas pelos
escaninhos do tempo você me deu de beber dos seus beijos me deu de comer do seu
corpo fui ficando e agora tenho direitos adquiridos por usucapião a
jantar petiscos de sexo nos intervalos desse desejo hermético obscuro inerte
como as estrelas já mortas vomitando os excrementos da saudade do seu toque vou
te amar aqui e para sempre morar em seu coração albergue que abriga todos os
desvalidos inclusive eu entrei assim como um sem chão mas não precisa entender
tanto faz a ordem quando olho pra esses jardins ensimesmados minha vontade é te
amar aqui e para sempre morar em seu coração albergue coisa do imaginário do
meu entardecer quando nem havia a luz nem o verbo salto no abismo à deriva
vomitando sanguinolenta malcheirosa putrefata quando olho pra esses jardins
ensimesmados minha vontade é despedaçar palavras anote mais uma vez o que fica
eu te amo
Um mergulho no repertório mais estranho, profundo, eclético, divertido, dramático e pungente. Um mistério que nem Freud nem Lacan conseguiram definir... o que é uma mulher? o que quer uma mulher?
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quarta-feira, 5 de agosto de 2015
domingo, 28 de junho de 2015
O velório
Sono, pálpebras pesadas,
fecho os olhos, era eu ali
engolindo as mortas-vivas....
uma pós-culpa.
era eu Julieta.
Bebo o veneno.
morro antes do alvorecer?
Não. Mato antes.
Que se dane.
quero que ela morra
de morte bem matada.
E a outra? Idem.
de morte bem morrida.
As duas debaixo de sete palmos
de terra feia e escura.
Morram! Antes elas do que eu
Eu vivo! ele vive, e nem sabe, o defunto.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Existe receita da felicidade?
- Tenha saúde suficiente para trabalhar com prazer (se não sente prazer nem em trabalhar nem em seu trabalho atual, pare e repense sua vida).
- Uma pitada de força (de vontade) para lutar contra as dificuldades e superá-las.
- Alguma humildade para admitir os próprios erros e se perdoar.
- Muita paciência para perseverar até atingir o seu objetivo (pressupondo que você já tem um objetivo. Se não tem, não seria o caso de pensar sobre isso?).
- Bastante caridade para ver algo de bom e positivo no próximo (seja ele quem for).
- Amor por si mesmo para poder ser útil às pessoas (aliás, sem isso os itens anteriores deixam de existir automaticamente).
- Muita, muita fé para transformar em realidade as coisas divinas (entenda por coisas divinas todos os seus sonhos e desejos).
- Um tantinho de esperança para afastar os temores acerca do futuro (até porque o futuro não existe; quando ele chega é o presente. Então, viva o hoje e esqueça o ontem).
As dicas originalmente foram escritas há mais de um século pelo escritor alemão Goethe.
Tomei a liberdade de colocar minhas impressões entre parênteses.
Encontrei o texto no livro "Nietzsche para estressados" de Allan Percy.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
O otimismo surge do contato com a lei
Nenhum grande instrutor disse jamais que o caminho do autoconhecimento é cômodo ou fácil. Ao contrário: é nos momentos desafiadores que o ser humano pode conhecer melhor a si mesmo.
O hábito da preguiça e da comodidade leva à estrada ampla do derrotismo. Mas o ser humano maduro olha profundamente o mundo a seu redor e vê a bênção e a libertação espiritual ocultas sob a aparência de sofrimento. A sua consciência focaliza a fonte da bênção, que é permanente, e ignora o sofrimento, que é passageiro.
Mas o que é, exatamente, otimismo? A pergunta merece ser examinada.
Otimismo é o hábito de harmonizar a mente com o Ótimo que há em nosso interior. O Território do Ótimo está localizado em nossa alma imortal. É ali que mora a bênção permanente; e ela lança sobre nós os raios de sol da iluminação, cada vez que o merecemos. O pessimismo, por outro lado, surge de um estado de infantilidade espiritual e psicológica pelo qual a pessoa sintoniza com alguma forma de preguiça de enfrentar os obstáculos. O pessimismo é uma desistência de avançar em direção à vitória e à sabedoria. É uma justificativa para o hábito de não fazer nada. É uma desculpa para a irresponsabilidade ética. Se não podemos dar grandes passos, podemos dar passos tão pequenos quanto nossas forças permitirem. Mas sempre é possível avançar. Avançar, em teosofia, é sinônimo de TENTAR. Interiormente, toda tentativa séria é um avanço.
A coragem é necessária? Seguramente. Em uma das suas possibilidades etimológicas, a palavra “coragem” vem de “core”, a raiz da palavra “coração”. Por isso temos a expressão popular “coração de leão”; o leão é um símbolo de coragem. O otimismo e a coragem andam juntos porque eles são dois raios da luz que surge do sol, ou do coração. A expressão “raios de luz” é correta porque o coração é o Sol microcósmico do corpo físico e da aura individual. Assim como o cérebro, o coração é um centro de vida e de sabedoria. Mas é bom lembrar que o cérebro de um ser desperto também é comparável a um pequeno sol. Este fato é ilustrado simbolicamente pelas aureolas que há em torno da cabeça dos santos, em obras de arte da antiguidade.
Nos grandes momentos da história humana – como nos grandes momentos da vida de cada aprendiz – rompem-se cascas de ilusão para que a luz brilhe mais diretamente. Naturalmente, aquilo que a luz ilumina nem sempre é belo no primeiro momento. Então os fracos e os inexperientes choram e desanimam. Mas os fortes despertam para o seu verdadeiro potencial, corrigem o rumo, vão à frente e agem à altura dos desafios.
O que é ótimo não está apenas no interior da nossa alma. Ele é também a nossa essência, e por isso a filosofia ensina que todo obstáculo é sempre secundário. Os desafios são convites para o despertar do Eu Interior, do Verdadeiro Ser, do eu superior, Atma-Buddhi. O aprendiz da sabedoria dá atenção ao que é permanente, isto é, à inevitável vitória gradual da alma.
O indivíduo só se deixa carregar para este ou aquele estado de espírito, conforme recebe ou vê notícias 'boas' ou 'ruins' ao seu redor, enquanto a ingenuidade espiritualmente infantil ainda predomina em sua vida. O uso efetivo da força do pensamento – ao longo de um caminho elevado, realista e justo – é um fator determinante em todo processo cármico positivo. O pensamento é o leme do carma. Quando assumimos a nossa responsabilidade sobre o rumo da vida, colocamos o leme na posição correta e passamos a eliminar as causas do sofrimento.
Texto publicado originalmente no boletim “O Teosofista”, n.º17 Outubro de 2008, do website www.FilosofiaEsoterica.com e enviado pelo colega terapeuta Geraldo de Souza
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