Você que lê e curte Repertório Feminino, experimente também Pajelança das Letras.
http://aladylou.blogspot.com.br/
Tem outra pegada, mais literária, ainda que não tenha pretensão de, serve como um laboratório para meus escritos.
Te espero lá!
Um mergulho no repertório mais estranho, profundo, eclético, divertido, dramático e pungente. Um mistério que nem Freud nem Lacan conseguiram definir... o que é uma mulher? o que quer uma mulher?
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
FREUD E O LUCRO DOS SEUS NEGÓCIOS
Neste post, dou espaço para Luiz Fernando Garcia que é especialista em psicodinâmica aplicada à gestão. Ele reúne empresários de médio e grande porte e por meio de uma terapia em grupo ajuda-os a compreenderem e, com isso, alterarem seus comportamentos no dia a dia dos negócios.
No artigo “Freud e o lucro dos seus negócios”, Luiz Fernando explica como o controle de alguns comportamentos _ presentes na rotina dos negócios e também estudados por Freud – pode melhorar o desempenho de toda a empresa.
O que o famoso alemão Sigmund Freud tem a ver com o sucesso de empresários e seus empreendimentos? Muitas vezes, a reposta é simples: tudo. Entender os conceitos da Psicanálise e aplicá-los à prática do universo corporativo pode ser a solução para muitos homens e mulheres que não conseguem entender por que suas empresas não conseguem ter um bom desempenho.
Considerado por muitos como um dos grandes gênios dos séculos XIX e XX, Freud deixou um legado àqueles que buscam o entendimento da própria mente – fato este que, muitas vezes, não é almejado pelos donos de negócios. Sobre isso, vale dizer que um dos maiores desafios que enfrento no dia a dia com empresários é fazer com que entendam que a origem de problemas como baixos resultados financeiros pode não estar em estratégias, funcionários ou sócios. Em grande parte dos casos, o ponto-chave é a própria dinâmica mental desses executivos.
Ao se aproximarem dos conceitos do Pai da Psicanálise, homens e mulheres de negócios “desatam os nós” que possuem, e quase sempre passam a colher os frutos com o melhor desempenho de todos na empresa e, consequentemente, com o aumento dos lucros. Durante a convivência com mais de 1.200 empresários ao longo dos últimos 12 anos, busquei fazer com que entendessem os Mecanismos de Defesa da Psicanálise, algo constantemente presente no cotidiano corporativo.
Praticamente todos os empresários, inconscientemente, põem em prática esses mecanismos, o que prejudica – e muito – o desempenho dos negócios. Ao levar para a empresa um problema mal resolvido em casa, eles aplicam o que Freud chamou de Deslocamento e apenas transferem as preocupações de ambiente. Outro fator presente no comportamento dos donos de negócios é a Negação. Ou seja, eles deixam de enxergar determinado problema para realizar seu objetivo, por exemplo, um investimento arriscado. Mesmo que os números do relatório preparado pelo contador apontem que o momento não é propício para ampliar a fábrica ou fazer contratações, os empreendedores em estado de negação optam pelo caminho do “sei que vai dar certo” e correm até o risco de quebrar.
Além de negar o risco em uma negociação, o empresário, frequentemente, é “muito apaixonado” por seu negócio. Por conta disso, põe em prática a Idealização para justificar uma decisão, especialmente as que parecem não fazer sentido para o restante das pessoas. A chamada Projeção também é algo muito presente no ambiente empresarial. Esse Mecanismo de Defesa pode ser observado, por exemplo, em uma relação de sociedade, com a transferência de desejos ou conteúdos que estão em você ao outro – “ele vive viajando” e “ele vive com mulheres mais jovens” são frases que podem exemplificar esse tipo de atitude. Em linhas mais populares, poderíamos tratar esse último tópico como “uma inveja disfarçada pela visão crítica”, já que os defeitos dos outros são, na verdade, muitas vezes as virtudes que gostaríamos de ter.
Com o conhecimento dos conceitos da Psicanálise e a prática de algumas técnicas, esses comportamentos inconscientes são compreendidos e alterados. Ao mudar sua maneira de pensar, o empresário também passa a agir de forma diferente. Isso potencializa o desempenho de seus subordinados e acaba por ampliar os lucros nos negócios.
Luiz Fernando Garcia – Administrador de Empresas, criador da metodologia de Psicodinâmica em Negócios, formando em Psicanálise e responsável pelo desenvolvimento de mais de 50 metodologias de treinamento destinadas à capacitação de empresários e profissionais de liderança, com mais de 1.500 empresas atendidas em 30 mil horas de aplicação em estratégia de desenvolvimento.
domingo, 10 de junho de 2012
É possível amizade entre homens e mulheres?
"UMA
PERSPECTIVA ARQUETÍPICA SOBRE A AMIZADE
Pessoas fortemente influenciadas por padrões
arquetípicos distintos que ocupam o assento de poder também têm padrões de
amizade distintos.
Zeus |
Por exemplo, homens do tipo Zeus, que usam o escudo de
poder, não procuram amigos de alma, nem entre os homens nem entre as mulheres.
Incapazes de compartilhar o poder ou trocar sentimentos profundos, eles têm uma
atitude mais utilitária sobre as pessoas. Os homens de Poseidon também procuram
dominar os outros, mas com um poder emocional em vez de um poder político.
Tendem a competir com homens e mulheres, tornando a intimidade difícil. Quando
um personagem Hades está presente em um homem, ele terá dificuldades em fazer
amizades, mas por outra razão: sua profunda introversão. Um homem tipo Ares,
por outro lado, é um companheiro de outros homens, especialmente nas forças
armadas ou como membro de um time, onde a agressividade natural é honrada. E um
homem tipo Dioniso é um companheiro das mulheres, que tendem a adotá-lo como
amigo e nutri-lo, sentindo-se apreciadas por ele. Quando Apolo é forte em um
homem, ele é capaz de amizade com mulheres independentes e competentes,
especialmente aquelas que compartilham sua paixão por música e arte; mas com
outros homens fica competitivo e precisa liderar. Finalmente, quando Hermes
influencia um homem, ele é amistoso, espontâneo e comunicativo, encantando as
mulheres e unindo os homens em suas atividades. Mas Hermes é também um
solitário, que chega e parte sem se comprometer. E pode mentir e enganar para
conseguir o que quer.
Apolo |
Uma mulher altamente influenciada por Ártemis
tende a valorizar os amigos mais que os amantes, formando vínculos de
fraternidade com mulheres, o que pode incluir grupos de apoio e o espírito
coletivo da irmandade, e também com homens, especialmente aqueles parecidos com
seu gêmeo Apolo, o deus andrógino da música e da profecia. Atena, por outro
lado, tem poucas amigas mulheres; sua racionalidade e sua natureza competitiva
levam-na a ignorar o parentesco com as mulheres e se colocar ao lado dos
valores patriarcais. Ela é atraída por homens heróicos e poderosos, como amigos
e colegas, e pode agir como conselheira ou confidente.
Afrodite |
Quando Hera está na cabeceira da mesa, as
mulheres também desvalorizam as amizades com as outras mulheres, colocando suas
prioridades no casamento. Como esposas, elas desprezam a mulher solteira, que
consideram um fracasso, ou então a enxergam como uma ameaça à sua própria
segurança. Quando Deméter está presente em uma mulher, ela valoriza a
maternidade acima de tudo, e portanto gosta de amizades com outras mães, para
ter apoio emocional. Talvez seja amiga de uma mulher jovem e ingênua, tipo
Perséfone, para continuar o padrão de tomar conta de alguém. Ou de um homem
jovem e sensível que precisa ser nutrido por uma mulher maternal. Por último, a
mulher estilo Afrodite tem amizades problemáticas com os dois sexos. Desejada
pelos homens por sua sensualidade erótica, ela tem o hábito de se tornar amante
e não amiga. As mulheres não confiam nela exatamente por esta razão, e ela
costuma despertar ciúmes, inveja e sentimentos de perigo, especialmente nas
mulheres do tipo Hera. Ela pode estabelecer vínculos com mulheres, mas estas ou
se sentirão subordinadas aos seus poderes ou precisarão desenvolver sua própria
autoconfiança.
Existe um padrão de amizade que tem o potencial
de curar o vínculo pai/filho: o padrão senex-puer/puella
- isto é, amigo mais velho-amigo mais novo. Como o puer vive em um mundo de idéias, ele ou ela anseiam por pessoas
especiais que possam ser chamadas de amigos. Quando um vínculo é formado, o puer tende a se fundir com o Outro derretendo
as fronteiras, talvez chamando Afrodite e usando a sexualidade como um meio de
se conectar, ou evocando uma conexão espiritual Self a Self, que pode não
respeitar limites individuais ou mundanos.
Uma pessoa controlada por este padrão não tem
um pai interno, por isso o amigo pode cumprir esta função do lado de fora, sob
a forma do amigo do tipo pai ou mentor, isto é, um senex positivo. Como o sábio vidente Merlin para o jovem rei Artur,
o senex inicialmente funciona como um
professor ou guia, e finalmente se torna um amigo de alma. Na lenda, Merlin
ajuda o menino a cultivar sua masculinidade com a ajuda da espada Excalibur,
iniciando-o portanto no ofício de Rei - isto é, na relação adequada entre o ego
e o Self. Os homens e mulheres que são afortunados o bastante para encontrar
este tipo de amigo sábio podem experimentar o próprio sentido de inteireza, se
não continuarem a projetar toda a estabilidade e sabedoria fora de si mesmos.
• Que mitos e imagens arquetípicas estão por
trás de suas amizades? Como elas enriquecem as amizades? Como interferem nelas?
MULHERES
E HOMENS COMO AMIGOS: PERIGOS E DELÍCIAS
Homens e mulheres talvez possam encontrar
verdadeiras amizades da alma entre si, mas os obstáculos no caminho deste
tesouro são inúmeros. Por exemplo, se levarmos para estes relacionamentos nossa
bagagem estereotipada, esperando secretamente que todos os homens sejam
heróicos, racionais e competentes, ou que todas as mulheres sejam acolhedoras,
emocionalmente acessíveis e subordinadas, então toda a extensão de nossa
autenticidade não poderá ser expressa. Em vez disso, nossa identificação
infantil com os padrões de um "filho do pai" ou de uma "filha da
mãe" serão reforçados, a variedade emocional reduzida, e os personagens de
sombra silenciados.
Os especialistas nos gêneros masculino e
feminino, Aaron Kipnis e Liz Herron, mostram que muitos homens encobrem sua
vulnerabilidade com os escudos da riqueza e do poder, para serem aceitos. E as
mulheres, por sua vez, freqüentemente encobrem seu poder legítimo, usando um
escudo de vulnerabilidade, também para serem aceitas. Desta forma, os membros
dos dois gêneros perpetuam os mitos arcaicos do herói e da princesa, ou do
algoz e da vítima. Assim, a necessidade de carinho dos homens, juntamente com
sua depressão e impotência, permanecem na sombra, enquanto a competência, a
autoridade e a violência das mulheres também permanecem ocultas.
Algumas amizades com o sexo oposto podem
compensar elementos ausentes nos relacionamentos primários. Por exemplo, Doug
tinha uma animada troca intelectual com sua amiga Célia, uma "filha do
pai" que ele conhecera fazendo pós-graduação. Em seu casamento com uma
artista, Doug estava bastante satisfeito, mas depois de voltar para a
universidade desejou mais estímulo intelectual. Claramente, o perigo aqui é a
triangulação: Sua mulher pode se sentir inadequada ou abandonada, proibindo o
relacionamento, ou Célia pode ser incapaz de tolerar os limites da amizade.
Qualquer amizade entre um homem e uma mulher, na qual um dos dois é casado, vai
exigir uma solução para este problema potencialmente sombrio.
Amigos desde a infância... |
A sexualidade complica, e muitas vezes coloca
em perigo, as amizades entre homens e mulheres. Se os dois sabem com certeza
que não desejam formar um par romântico, as probabilidades melhoram. Mas muitas
vezes um dos dois se torna vulnerável, com as flechas de Eros enterradas no
coração, e então são despertados perigosos desejos sexuais secretos.
Allen, vinte e nove anos, fazia terapia já há
vários anos para explorar seus relacionamentos com mulheres, quando finalmente
decidiu falar sobre sua melhor amiga, Tanya, vinte e oito anos. Amigos desde a
infância, faziam confidencias um ao outro e iam a jantares e a cinemas juntos.
Tanya até ajudou Allen a escolher móveis e decoração para a casa. Quando Allen
saía com outras mulheres, dava a Tanya "poder de veto", respeitando
suas opiniões e confiando que ela desejava o seu bem. Muitas vezes, quando ele
se sentia solitário e os dois estavam juntos, Allen imaginava que um dia a
convidaria para um envolvimento romântico com ele. Mas nunca havia contado esta
fantasia proibida à sua melhor amiga.
Allen estava saindo com June há vários meses
quando confidenciou ao terapeuta que não contara a Tanya que seus sentimentos
por June eram cada vez mais fortes. Em vez disso, ele se comunicava mais
abertamente com June, experimentando pela primeira vez uma relação sexual com a
autenticidade que ele sempre reservara para a amizade. Sentia-se culpado, como
se estivesse traindo a amizade com Tanya, ao recusar-se a compartilhar com ela
uma parte tão importante de sua vida. Mas não tinha vontade de contar esses
novos sentimentos para ela. Tinha medo de que ela se sentisse usurpada, e pavor
de que ela se tornasse crítica. Além disso, confessou que se sentia responsável
pelos sentimentos dela.
Ao dizer isso, Allen percebeu que transformara
sua amiga em mãe, projetando em Tanya a voz crítica da mãe e se achando na
obrigação de agradá-la. Se contasse isso a ela, precisaria resgatar a voz
crítica, retirando-a da amiga, e portanto declarando sua independência em
relação a ela. Talvez então pudesse esclarecer os sentimentos sexuais que
evitara por tanto tempo. Ou poderia aprofundar o relacionamento com June sem se
sentir culpado por abandonar Tanya.
Nos mitos, como na vida, existem poucos modelos
da amizade homem-mulher. Mas na Grécia antiga, onde a amizade masculina era
valorizada e as mulheres consideradas propriedade dos maridos, havia uma única
exceção: a hetaira, cuja raiz, heter, significa
amizade em egípcio. Uma
mulher hetaira era uma companheira dos homens, e propriedade de ninguém. Ao
contrário das esposas, ela era livre para ir à escola, ler os céus estrelados,
velejar nos mares bravios, recitar os grandes poetas, e fazer sacrifícios aos
deuses. A hetaira muitas vezes era dona de um salão, onde participava da vida
intelectual dos homens. Ela, entre todas as mulheres, era uma igual.
Toni Wolff, que fez o papel de hetaira de Jung,
e também de amante, descreveu este padrão arquetípico nas mulheres: Ela
estimula os interesses e inclinações dos homens, dando a eles um sentimento de
valor pessoal e conduzindo-os além das responsabilidades cotidianas, para uma
vida interna mais rica. Se ela o tocar fundo demais, ele pode abandonar o
trabalho e sacrificar a segurança, ou mesmo buscar o divórcio, achando que ela
o compreende melhor do que a esposa.
Hoje, também, algumas mulheres são basicamente
intelectuais ou companheiras espirituais dos homens, em vez de fêmeas. Elas
colaboram nos seus projetos, acendendo o fogo da criatividade em vez do fogo do
desejo. Elas inspiram os homens a ter uma vida interior, mas em geral não são
escolhidas como parceiras. Cheryl, a amiga de Gabriella mencionada antes,
percebeu que os homens queriam sua companhia e seus conselhos, mas não a
queriam sexualmente. Ela sofreu, em parte, por ser uma hetaira em um mundo cego
para este tipo de beleza; uma hetaira em um mundo que não conhece mais esta
palavra.
Talvez, ao darmos um nome a este tipo de
amizade, possamos reimaginar mulheres e homens juntos, em novas formas. Talvez existam
homens hetairas que inspirem as mulheres em suas vidas criativas, para que
possam se livrar da limitação dos padrões antigos de desigualdade, descobrindo
juntos uma nova forma de amizade.
• Você tem um amigo de alma do sexo oposto? Se
não, qual é o personagem de sombra que está impedindo?"
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segunda-feira, 14 de novembro de 2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
O sapo que virou príncipe, que virou sapo, que virou....
Walkiria me mandou por escrito, a seguinte questão: "Lu, não é mágoa, não é revolta. É uma questão de justiça. As mulheres ganharam um presente de grego com a tal da emancipação feminina, igualdade de direitos ou coisa do tipo que o valha, vc não acha? Com raríssimas exceções, as mulheres hoje em dia têm duas ou três jornadas de trabalho enquanto seus homens (quando elas conseguem ter tempo para um relacionamento estável) assistem passivamente aos seus programas favoritos de televisão.Existem pesquisas sérias que apontam um número astronômico de mulheres chefes de família. Até aí, tudo bem. Não tem uma figura masculina pra ocupar o posto. Eu mesmo, ano passado, quando respondi à pesquisa do IBGE fui recenseada como chefe de família. Olha eu lá na estatística, Lu. Existem mais mulheres tomando conta sozinhas de suas casas e filhos enquanto trabalham e estudam, do que homens nessa mesma situação. Sem falar que muitos homens, estatisticamente, se estudam não trabalham, se trabalham não estudam. Não é piada, não, Lu.
Bom, vamos imaginar como é a vida de mulheres Classe A: têm mensalistas, babás, carro de R$ 70 mil automático, secretária pessoal e às vezes, motorista. Não paga contas, porque é casada com um cara muuuito mais bem resolvido economicamente do que ela. Vai ao cabeleireiro duas vezes por semana, massagista, dermatologista etc etc etc.
A Classe C, assim, tipo eu, Lu, vc sabe, trabalha fora, paga as contas da casa e dos filhos e lava, passa, cozinha, faxina porque é óbvio, não tem faxineira e muito menos mensalista. Uma mensalista consumiria o equivalente a 30% do salário de uma Classe C feito eu. Não tem carro, anda a pé, de ônibus ou de trem.
Ainda que eu sou privilegiada. Tenho um emprego que me permite fazer várias coisas pela manhã. Por exemplo: acordo às 6h, tomo café com meu filho, subo para o quarto dele (pra poder curtir um pouco a gatinha e a cachorrinha que gostam e estavam acostumadas a dormir comigo na minha cama antes de eu voltar a estar casada) mais ou menos às 6h30, faço meditação até mais ou menos 7h30 (com a gatinha e a cachorrinha grudadas em mim!). Aí, posso dormir de novo até às 8h30 (normalmente chego em casa após o trabalho depois da meia-noite, uma duas da manhã quando não três, quatro, então, de manhã sinto muito sono) ou começar a lida: tirar roupa do varal, colocar roupa na máquina, depois no varal novamente, lavar a louça do dia anterior (que muitas vezes dorme na pia, embora tenha pessoas que vivem na mesma casa que chegam bem mais cedo do que eu, mas que, infelizmente, não se sensibilizam com a situação), limpar o fogão, a geladeira, varrer a casa toda, passar pano na sala, guardar todo tipo de coisa espalhada pela casa, arrumar estantes, tirar pó das mesmas (rs, das mesmas é horrível!), abrir e fechar a porta da sala para as cachorras tomarem um solzinho na garagem...Pensar o que vou fazer para o almoço, preparar o almoço (só essa tarefa implica uma série de sub-tarefas como lavar e cortar legumes, lavar grãos, cortar temperos, tomar conta pra que nada fique queimado....molhar e enxugar as mãos um milhão, setencentas e cinco vezes), colocar água nos potes de água das gatas e das cachorras, limpar as caixinhas de terrinha das gatas, limpar o coco das cachorras do chão da lavanderia, recolher o saco de lixo dos banheiros e o lixo orgãnico e colocar o saco na rua. Depois, tomar banho, me arrumar (mais uma série de sub-tarefas), almoçar e sair para o trampo (o que significa andar a pé uns 20 minutos no sol escaldante das 14 horas, ou na chuva ou no frio, até a estação de trem mais próxima). Às vezes também consigo passar roupa, mas aí, não limpo a casa. Então, num dia limpo a casa, no outro passo a roupa. Me sobra muito pouco tempo para fazer o que gosto de verdade que é ler, estudar (tenho uma infinidade de livros começados e não finalizados na cabeceira da cama, livros que preciso estudar para o meu curso de fim de semana, filmes que preciso assistir e analisar, videos....e está lá tudo parado). Preciso aplicar Reiki em mim mesma, treinar as técnicas de radiestesia....mas não sobra tempo, Lu. Ou eu largo a casa. E se largo a casa ela fica lá, suja, empoeirada, as roupas ficam dias e dias no varal, ninguém as recolhe, as que estão no cesto de roupa suja ficam lá, ninguém as coloca na máquina e as limpas para passar vão se acumulando nos cestos respectivos, ninguém passa. Vivemos numa comunidade mas só eu limpo o fogão, só eu limpo janelas, só eu limpo portas, portão, paredes....só eu arrumo armários, limpo armários Só eu coloco roupas para lavar, só eu tiro roupas do varal. Estou com sobrepeso, Lu, engordei pra caramba. Mes into inchada. Preciso emagrecer uns 4 quilos pelo menos. Se isso não me afetasse, tudo bem. Mas me sinto gorda, feia, e envelhecida. Mas que horas vou correr ou caminhar ou me exercitar? Com todas essas coisas para fazer em casa? E se eu for andar, as coisas da casa ficam lá, paradas.
Eu não me incomodaria de fazer tudo isso, Lu, se eu só fizesse isso. Se depois ainda não tivesse de ir até o outro lado da cidade todo santo dia e chegar tarde toda santa noite. Então, chego tarde, cansada e aí não tenho vontade de ler, de estudar. Mas se eu não trabalhar, quem vai pagar meu curso, meus livros? o inglês e o dentista do meu filho, meu plano de saúde... Quem?
Sem falar que muitas vezes os homens que estão com as mulheres não as tratam como elas gostariam de ser tratadas: com carinho, amorosidade, ternura...Homens não são gentis por natureza? Será isso, Lu? Eu até entendo que suas mães não disseram a eles como deveriam ser cuidadosos com suas mulheres quando as tivessem, porque suas mães aceitavam a falta de carinho de seus maridos, as grosserias e ainda se curvavam humildemente levando o chinelo e o prato de sopa quando o marajá se refestelava no sofá para ver TV. Muitas mulheres acreditavam que a vida era assim mesmo. Que o homem devia ser um grosso mesmo, afinal ele também aprendera a ser assim com seu pai, avô. Só estava repetindo o padrão familiar.
Mas eu estou cansada de grosserias. de falta de verniz...de narcisismos, de só enxergar o próprio umbigo, de atitudes egoístas, individualistas....de tom de voz agressivo, de falta de carinho na voz, sabe como é? De um olhar carinhoso. E sorriso, então? Nossa, nem sei mais o que é isso, já tem um tempo... O que fazer? A pessoa diz que sou eu que faço tudo isso, Lu, ou melhor, que não faço. Mas os filhos não têm a mesma opinião. Mas esse assunto é assunto para uma próxima consulta virtual. Sei que o meu dilema é muito parecido com o de milhares de mulheres. O sapo que virou príncipe e que depois virou sapo novamente.
Eu não sou diferente de milhares de mulheres que se enfiaram numa sinuca de bico enorme com essa tal de emancipação feminina.
Se eu estivesse sozinha não estaria escrevendo nada disso. Mas não estou. E isso está me incomodando. Não é mágoa, nem ressentimento. É só uma questão de justiça, Lu. O que eu devo fazer? Me sinto na beira do precipício com um leão faminto na minha cola."
Alguém tem aí uma sugestão para a minha amiga Walkiria? Porque se eu tivesse já a teria utilizado em benefício de mim mesma.
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