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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Felizes para sempre? Ou Onde colocar o desejo?

Em tempos da minissérie da Globo com o sugestivo nome Felizes para sempre?, que ainda está no segundo episódio quando escrevo este texto, vale sempre a pena pensar e repensar nas relações humanas. O enredo mostra quatro casais - aparentemente saudáveis, felizes e bem-sucedidos - de uma mesma família, a família Drumond, com um tema em comum: relacionamento, claro! Afinal, o que move a humanidade desde os primórdios da civilização não é o amor? Mas, afinal, o que é amor? Quem inventou o amor? Provavelmente, Hollywood, pra vender filmes e seus acessórios. E a Rede Globo tem contribuído bastante nesse sentido!
Bom, segundo Freud, o ser humano é constituído de uma parte gigante chamada ID responsável tanto por nossa preservação (instintos de vida e de morte) quanto por nosso desejos - dos mais simples e explícitos aos mais sombrios e ocultos. E é essa estrutura que basicamente nos comanda. Desejo, logo existo. Mas onde colocar o desejo?

Uma outra parte dessa estrutura constituinte da psique humana, porém, é formada, desde que nascemos, por aquilo que chamamos de regras, leis, ou seja, aquilo que culturalmente vai nos dizer o que é certo ou errado. E aí, quando desejamos algo natural como o sexo, talvez o tenhamos de reprimir, caso a cultura em que nascemos nos diga que sexo é pecado, por exemplo. Por isso, apesar de bom (por ser da natureza humana) pode nos parecer ruim (por ser proibido pela mãe, pela religião etc). Quanto mais repressão, mais essa pulsão vai sair por outro lado. A violência pode ser uma expressão dessa libido reprimida. Estão aí nossos amigos islãmicos que não deixam mentir!

A pulsão sexual (que não é a mesma coisa que sexo, mas tem a ver com) faz parte do homem e da mulher, ou seja, o desejo (homo ou heterossexual) sempre vai existir e sempre vai se manifestar.

A civilização nos trouxe os freios. A começar que nos proibiu de desejar nossa mãe e nosso pai (embora recentes notícias na internet digam que esse tabu também já está indo pelo ralo da pia quando lemos que Menina de 18 anos se prepara para casar com o próprio pai), e apesar de nós os desejarmos inconscientemente quando criancinhas ainda no colo, à medida que fomos crescendo aprendemos a conter esse desejo que, depois de algum tempo, vai se direcionar para outros objetos (de desejo).

Fato é que a gente não sai transando por aí a torto e a direito. E quem o faz, é punido (pela sociedade). Esse freio é formado em parte pelo nosso Supereu e em parte pelo próprio Eu. A minissérie, parece, vai seguir por uma trilha parecida...casais descontentes com o status quo de suas relações procuram outras formas de satisfazer esse desejo que elas não sabem onde colocar! Ainda não sabemos em que direção a trama vai seguir: se do moralismo maniqueísta ou da liberalidade perversa, A conferir!

Daí que um casamento nos moldes dos dias atuais, em que as pessoas são livres para escolher seus parceiros, sempre começa pelo tesão, pela atração física, pela atração intelectual... E pode terminar exatamente por causa dessa mesma liberdade de escolha.

E o que fazer, me dirão os jovens recém-casados, se com o tempo a libido tende a diminuir?  Bom, ela pode ser deslocada para outras esferaa. Por isso é importante que o casal tenha sempre planos, projetos e sonhos em comum. É isso que vai manter a chama acesa por mais tempo. Se não houver esse cuidado...a libido pode ser projetada em outra pessoa???? Sim, com certeza...Aí, o bicho pode pegar. Ou não, parece que a humanidade está começando a achar que ter mais de um parceiro por vez não é assim tão condenável (na verdade isso sempre existiu só que ficava nos bastidores e agora está vindo para o palco da vida, de boa!).

Um casamento, ou um relacionamento íntimo e pessoal, só se mantém pelo compromisso de ambas as partes de permanecerem juntas uma com a outra, pois a pulsão pode mudar a todo momento de direção. E muda! Atire a primeira pedra quem nunca? querendo me enganar, é?

Se não houver compromisso....e se o SuperEu não for muito rígido...fatalmente relações múltiplas começarão a surgir e a relação, digamos oficial, pode balançar até  cair. 

Isso é bom? Ruim? Não dá pra afirmar nada! Porque cada pessoa vai lidar com isso do seu jeito! Não existe fórmula mágica. Talvez a fórmula seja cada um descobrir como lidar com o seu desejo, onde colocá-lo!

No consultório é comum a queixa feminina da diminuição do interesse sexual do parceiro tanto quanto é do lado masculino. Ou ainda mulheres e homens que, simplesmente não desejam mais seus parceiros sem uma razão aparente... São sinais de alerta importantes.

Mas casamento é só sexo? Bom, não é SÓ. Existem casais que decidiram não fazer sexo entre si, liberaram seus pares e, aparentemente, vivem felizes assim. Será? Se não há uma separação oficial, pode haver uma acomodação, um acordo de convivência...existem muito mais pessoas vivendo de aparência do que imagina nossa vã ignorância, meus caros!

De qualquer forma, se o casal procura ajuda, juntos ou individualmente, mas ambos (não adianta apenas um dos lados), as chances de se restabelecer (ou estabelecer, às vezes nem havia uma!) uma nova relação são muito maiores.

Se apenas um dos pares procura o auxílio da análise é bem provável que o casamento termine ainda que seja para esse par entender por que as coisas desandaram e talvez, quem sabe, desejar criar um novo vínculo com o par anterior ou com um novo. Por isso, o ideal é o casal, junto, buscar o entendimento.

E por que casamento é uma expressão da fantasia humana? Porque as pessoas, em pleno século 21, ainda se casam pensando que viverão um conto de fadas, o eterno "e viveram felizes para sempre"...e isso, definitivamente, não existe.

Porém, é possível, através de esforço e atenção permanentes, construir seu casamento, do jeito específico do casal, seja lá como os dois imaginam que seja satisfatório para os dois, dia após dia, juntos! Pode ser até com a participação de terceiros ou quartos...vai saber! Já comentamos aqui: o poliamor já é uma clara tendência. Só que não!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mulheres no trem

Como andam as mulheres nesse trem desumano, pegajoso, que cheira a suor, pum e arroto?
Andam, em sua maioria, em pé, apertadas, amassadas, cansadas, tocadas, bolinadas, caladas, sofridas essas mulheres.
Os homens vão sentados, em sua maioria.
As mulheres, em pé. Poucos homens dão lugar, dão espaço, dão atenção, consideração às mulheres, sejam novas, sejam velhas, crianças, mulheres barrigudas, bonitas, feias, gordas, magras. Carregam sacolas, crianças, malas, guarda-chuvas, pacotes, caixas. Sozinhas. Sem ajuda. Ninguém ajuda, às vezes outra mulher. às vezes mais velha até da mesma idade. Mais nova, difícil. Pensa que não vai envelhecer. Olha pro lado, de lado, desvia o olhar, finge que dorme. Abre a boca. Baba. Homens? Dormem,roncam, têm o olhar perdido no vazio. Desde o século passado sua maior motivação ainda é o futebol. São os primeiros a entram no vagão. São os primeiros a se sentar. As mulheres vão em pé. Ali. Na fuça deles. E, nada!
No frio é menos ruim. Mas não é bom.
No calor é pior. Não tem ar-condicionado. Um sistema de ventilação transforma o ar em algo que venta quente, agrava a temperatura. As janelas abertas não amenizam o abafado. O bafo, o mau-hálito. O calor indesejado no cangote. O encosto. O roçar incômodo. O ultraje. Dos que vão em pé. Não passam nem um perfume, um desodorante...raro sentir um cheiro bom dentro do trem vindo de um macho. Fedem. Não cheiro de macho. Cheiro de falta de banaho, de falta de amor por si mesmo. Não se gostam tanto quanto não gostam de mulheres, de crianças, de velhos...

As mulheres têm alma. Homens têm alma. Alma feminina. Alma masculina. Há que resgatar essas almas. Há que salvar essas almas.
Almas sofridas, vividas, cheias de vida.
Há que deixar essas vidas se manifestar, brotar, nascer, desabrochar, emergir, vir à tona.
Mas como? Como acessar esse feminino tão ultrajado? Tão vilipendiado? De que maneira? E o masculino? Onde está?

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...