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domingo, 4 de janeiro de 2015

Qual é o segredo para o amor total?

Coincidência ou não a maioria dos textos mais lidos aqui no blog tinham um cunho pessoal. Outro tanto com bastante ibope são os de ficção, em que uma personagem - em geral feminina - relata um episódio de sua existência. Em terceiro lugar aparecem os textos mais teóricos.
Essa constatação me fez ter vontade de dar um sentido mais pessoal ao blog agora neste 2015..  Eu comecei a escrever virtualmente anos atrás porque....nem sei por que! estava desempregada, com muito tempo disponível...deve ter sido isso. Depois, alguns amigos elogiavam, outros diziam que aguardavam ansiosamente os novos posts (mesmo nunca tendo feito um comentário sequer! enfim!), eu escrevia sobre tudo: política, cidade, saúde, dava meus pitáculos em quase tudo... e assim fui mantendo o dito cujo. Teve vários nomes: Blog da Lu, O Revelado e o Oculto (a fase mais junguiana) e agora, de uns dois anos pra cá virou Repertório Feminino (mais psicanalítica).
Foi a busca desse repertório - o que é, afinal, do repertório feminino? - que me levou a batizá-lo dessa forma. 
E como o desejo nos leva ao encontro do que desejamos, a pesquisa tem me colocado ao lado de pessoas que têm me mostrado algo sobre esse universo do feminino.
Qual o papel da mulher num relacionamento afetivo? num casamento? na maternidade?
Tenho observado as pessoas do meu convívio ou as que aparecem no consultório e cada vez mais me convenço de que sem esforço, sem vontade, sem dedicação, sem troca, esse amor desejado, sonhado, imaginado, fantasiado, não vinga, não cresce, não se mantém, morre na primeira curva, na primeira chuva, na primeira turra.
Conheci casais, e revi alguns outros, que são esse exemplo de trabalho contínuo e perpétuo por manter um amor aceso. Homens e mulheres que, apesar de estarem juntos há 20, 30 anos, se olham nos olhos, se perguntam se estão bem, ajeitam cadeiras, abrem portas de carros, servem o prato preferido, trocam beijinhos no meio do dia ao se cruzarem no corredor, ou na escada, não começam a refeição enquanto o par não chega (mesmo autorizado por ele), repõem o copo com a bebida preferida da companheira antes que ela peça, lavam a louça juntos (ou um lava e o outro enxuga), pedem desculpas, tomam a iniciativa de se reconciliar sem esperar que o outro o faça (e às vezes isso acontece ao mesmo tempo e ambos caem na risada e o coração fica aliviado mais rápido), mantêm o erotismo aceso de diversas formas inclusive trocando mensagens picantes pelo WhatsApp, dividem tarefas domésticas sem resmungos ou queixumes desnecessários, conseguem ter opiniões divergentes sem transformar isso num campo de batalha inútil, respeitam as vontades um do outro, se interessam pelo que o companheiro (a) faz, se calam quando percebem que o tempo vai esquentar se continuar a falar e esperam um momento mais adequado pra expor sua opinião...
São perfeitos? Não, absolutamente! Porém, agem assim a maior parte do tempo, eu diria que 90% do tempo. Tanto que se acostumam e dificilmente têm outro comportamento distoante. Por observarem seu par, por ouvir seu par, sabem exatamente o que o desagrada ou não.
E descobri que o papel da mulher no sucesso desses relacionamentos é fundamental.
Sim, meninas, podem espernear quanto quiserem, mas o segredo para um bom relacionamento está em como conduzimos a coisa. Sem manipulação.Apenas sendo nós mesmas, em nosso papel. O homem tem o seu quinhão nesse sucesso? Tem, se permitirmos que ele tenha o quinhão dele.
Às vezes levamos um tempo pra entender. Uma sugestão é ver o filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulin".  Outra é ler o poema de Vinicius de Moraes "Soneto do Amor Total": se uma mulher despertar num homem esse amor descrito pelo poetinha, provavelmente é porque ela sabe ser uma mulher que desperta o que há de melhor num homem. E então, está ciente de seu papel numa relação saudável.

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

domingo, 10 de junho de 2012

É possível amizade entre homens e mulheres?


O assunto "existe verdadeira amizade entre homens e mulheres" é polêmico e carente de pesquisas que comprovem ou não o questionamento. No livro O JOGO DA SOMBRA (editora Rocco, 2000, Rio de Janeiro) os autores Connie Zweig, Ph.D., psicoterapeuta junguiana que se especializou no trabalho com a sombra, e Steve Wolf, Ph.D., psicólogo clínico que vem desenvolvendo seu trabalho com a sombra, vemos que "dentro de cada mulher e de cada homem, a caverna escura do inconsciente é a guardiã de sentimentos proibidos, desejos secretos e anseios criativos. Com o tempo, essas forças "escuras" adquirem vida própria e formam uma figura intuitivamente reconhecível - a sombra." O texto a seguir faz uma reflexão sobre este fenômeno nas relações de amizade entre homens e mulheres através da análise comportamental do ponto de vista dos mitos. Amizade pode existir. Mas se é verdadeira, sincera ou legítima, fica por nossa conta definir.

"UMA PERSPECTIVA ARQUETÍPICA SOBRE A AMIZADE
Pessoas fortemente influenciadas por padrões arquetípicos distintos que ocupam o assento de poder também têm padrões de amizade distintos. 
Zeus
Por exemplo, homens do tipo Zeus, que usam o escudo de poder, não procuram amigos de alma, nem entre os homens nem entre as mulheres. Incapazes de compartilhar o poder ou trocar sentimentos profundos, eles têm uma atitude mais utilitária sobre as pessoas. Os homens de Poseidon também procuram dominar os outros, mas com um poder emocional em vez de um poder político. Tendem a competir com homens e mulheres, tornando a intimidade difícil. Quando um personagem Hades está presente em um homem, ele terá dificuldades em fazer amizades, mas por outra razão: sua profunda introversão. Um homem tipo Ares, por outro lado, é um companheiro de outros homens, especialmente nas forças armadas ou como membro de um time, onde a agressividade natural é honrada. E um homem tipo Dioniso é um companheiro das mulheres, que tendem a adotá-lo como amigo e nutri-lo, sentindo-se apreciadas por ele. Quando Apolo é forte em um homem, ele é capaz de amizade com mulheres independentes e competentes, especialmente aquelas que compartilham sua paixão por música e arte; mas com outros homens fica competitivo e precisa liderar. Finalmente, quando Hermes influencia um homem, ele é amistoso, espontâneo e comunicativo, encantando as mulheres e unindo os homens em suas atividades. Mas Hermes é também um solitário, que chega e parte sem se comprometer. E pode mentir e enganar para conseguir o que quer.
Apolo
Uma mulher altamente influenciada por Ártemis tende a valorizar os amigos mais que os amantes, formando vínculos de fraternidade com mulheres, o que pode incluir grupos de apoio e o espírito coletivo da irmandade, e também com homens, especialmente aqueles parecidos com seu gêmeo Apolo, o deus andrógino da música e da profecia. Atena, por outro lado, tem poucas amigas mulheres; sua racionalidade e sua natureza competitiva levam-na a ignorar o parentesco com as mulheres e se colocar ao lado dos valores patriarcais. Ela é atraída por homens heróicos e poderosos, como amigos e colegas, e pode agir como conselheira ou confidente.
Afrodite
Quando Hera está na cabeceira da mesa, as mulheres também desvalorizam as amizades com as outras mulheres, colocando suas prioridades no casamento. Como esposas, elas desprezam a mulher solteira, que consideram um fracasso, ou então a enxergam como uma ameaça à sua própria segurança. Quando Deméter está presente em uma mulher, ela valoriza a maternidade acima de tudo, e portanto gosta de amizades com outras mães, para ter apoio emocional. Talvez seja amiga de uma mulher jovem e ingênua, tipo Perséfone, para continuar o padrão de tomar conta de alguém. Ou de um homem jovem e sensível que precisa ser nutrido por uma mulher maternal. Por último, a mulher estilo Afrodite tem amizades problemáticas com os dois sexos. Desejada pelos homens por sua sensualidade erótica, ela tem o hábito de se tornar amante e não amiga. As mulheres não confiam nela exatamente por esta razão, e ela costuma despertar ciúmes, inveja e sentimentos de perigo, especialmente nas mulheres do tipo Hera. Ela pode estabelecer vínculos com mulheres, mas estas ou se sentirão subordinadas aos seus poderes ou precisarão desenvolver sua própria autoconfiança.
Existe um padrão de amizade que tem o potencial de curar o vínculo pai/filho: o padrão senex-puer/puella - isto é, amigo mais velho-amigo mais novo. Como o puer vive em um mundo de idéias, ele ou ela anseiam por pessoas especiais que possam ser chamadas de amigos. Quando um vínculo é formado, o puer tende a se fundir com o Outro derretendo as fronteiras, talvez chamando Afrodite e usando a sexualidade como um meio de se conectar, ou evocando uma conexão espiritual Self a Self, que pode não respeitar limites individuais ou mundanos.
Uma pessoa controlada por este padrão não tem um pai interno, por isso o amigo pode cumprir esta função do lado de fora, sob a forma do amigo do tipo pai ou mentor, isto é, um senex positivo. Como o sábio vidente Merlin para o jovem rei Artur, o senex inicialmente funciona como um professor ou guia, e finalmente se torna um amigo de alma. Na lenda, Merlin ajuda o menino a cultivar sua masculinidade com a ajuda da espada Excalibur, iniciando-o portanto no ofício de Rei - isto é, na relação adequada entre o ego e o Self. Os homens e mulheres que são afortunados o bastante para encontrar este tipo de amigo sábio podem experimentar o próprio sentido de inteireza, se não continuarem a projetar toda a estabilidade e sabedoria fora de si mesmos.
• Que mitos e imagens arquetípicas estão por trás de suas amizades? Como elas enriquecem as amizades? Como interferem nelas?
MULHERES E HOMENS COMO AMIGOS: PERIGOS E DELÍCIAS
a-amizade-entre-homens-e-mulheres-exist.jpgHomens e mulheres talvez possam encontrar verdadeiras amizades da alma entre si, mas os obstáculos no caminho deste tesouro são inúmeros. Por exemplo, se levarmos para estes relacionamentos nossa bagagem estereotipada, esperando secretamente que todos os homens sejam heróicos, racionais e competentes, ou que todas as mulheres sejam acolhedoras, emocionalmente acessíveis e subordinadas, então toda a extensão de nossa autenticidade não poderá ser expressa. Em vez disso, nossa identificação infantil com os padrões de um "filho do pai" ou de uma "filha da mãe" serão reforçados, a variedade emocional reduzida, e os personagens de sombra silenciados.
Os especialistas nos gêneros masculino e feminino, Aaron Kipnis e Liz Herron, mostram que muitos homens encobrem sua vulnerabilidade com os escudos da riqueza e do poder, para serem aceitos. E as mulheres, por sua vez, freqüentemente encobrem seu poder legítimo, usando um escudo de vulnerabilidade, também para serem aceitas. Desta forma, os membros dos dois gêneros perpetuam os mitos arcaicos do herói e da princesa, ou do algoz e da vítima. Assim, a necessidade de carinho dos homens, juntamente com sua depressão e impotência, permanecem na sombra, enquanto a competência, a autoridade e a violência das mulheres também permanecem ocultas.
Algumas amizades com o sexo oposto podem compensar elementos ausentes nos relacionamentos primários. Por exemplo, Doug tinha uma animada troca intelectual com sua amiga Célia, uma "filha do pai" que ele conhecera fazendo pós-graduação. Em seu casamento com uma artista, Doug estava bastante satisfeito, mas depois de voltar para a universidade desejou mais estímulo intelectual. Claramente, o perigo aqui é a triangulação: Sua mulher pode se sentir inadequada ou abandonada, proibindo o relacionamento, ou Célia pode ser incapaz de tolerar os limites da amizade. Qualquer amizade entre um homem e uma mulher, na qual um dos dois é casado, vai exigir uma solução para este problema potencialmente sombrio.
Amigos desde a infância...
A sexualidade complica, e muitas vezes coloca em perigo, as amizades entre homens e mulheres. Se os dois sabem com certeza que não desejam formar um par romântico, as probabilidades melhoram. Mas muitas vezes um dos dois se torna vulnerável, com as flechas de Eros enterradas no coração, e então são despertados perigosos desejos sexuais secretos.
Allen, vinte e nove anos, fazia terapia já há vários anos para explorar seus relacionamentos com mulheres, quando finalmente decidiu falar sobre sua melhor amiga, Tanya, vinte e oito anos. Amigos desde a infância, faziam confidencias um ao outro e iam a jantares e a cinemas juntos. Tanya até ajudou Allen a escolher móveis e decoração para a casa. Quando Allen saía com outras mulheres, dava a Tanya "poder de veto", respeitando suas opiniões e confiando que ela desejava o seu bem. Muitas vezes, quando ele se sentia solitário e os dois estavam juntos, Allen imaginava que um dia a convidaria para um envolvimento romântico com ele. Mas nunca havia contado esta fantasia proibida à sua melhor amiga.
Allen estava saindo com June há vários meses quando confidenciou ao terapeuta que não contara a Tanya que seus sentimentos por June eram cada vez mais fortes. Em vez disso, ele se comunicava mais abertamente com June, experimentando pela primeira vez uma relação sexual com a autenticidade que ele sempre reservara para a amizade. Sentia-se culpado, como se estivesse traindo a amizade com Tanya, ao recusar-se a compartilhar com ela uma parte tão importante de sua vida. Mas não tinha vontade de contar esses novos sentimentos para ela. Tinha medo de que ela se sentisse usurpada, e pavor de que ela se tornasse crítica. Além disso, confessou que se sentia responsável pelos sentimentos dela.
Ao dizer isso, Allen percebeu que transformara sua amiga em mãe, projetando em Tanya a voz crítica da mãe e se achando na obrigação de agradá-la. Se contasse isso a ela, precisaria resgatar a voz crítica, retirando-a da amiga, e portanto declarando sua independência em relação a ela. Talvez então pudesse esclarecer os sentimentos sexuais que evitara por tanto tempo. Ou poderia aprofundar o relacionamento com June sem se sentir culpado por abandonar Tanya.
Nos mitos, como na vida, existem poucos modelos da amizade homem-mulher. Mas na Grécia antiga, onde a amizade masculina era valorizada e as mulheres consideradas propriedade dos maridos, havia uma única exceção: a hetaira, cuja raiz, heter, significa amizade em egípcio. Uma mulher hetaira era uma companheira dos homens, e propriedade de ninguém. Ao contrário das esposas, ela era livre para ir à escola, ler os céus estrelados, velejar nos mares bravios, recitar os grandes poetas, e fazer sacrifícios aos deuses. A hetaira muitas vezes era dona de um salão, onde participava da vida intelectual dos homens. Ela, entre todas as mulheres, era uma igual.
Toni Wolff, que fez o papel de hetaira de Jung, e também de amante, descreveu este padrão arquetípico nas mulheres: Ela estimula os interesses e inclinações dos homens, dando a eles um sentimento de valor pessoal e conduzindo-os além das responsabilidades cotidianas, para uma vida interna mais rica. Se ela o tocar fundo demais, ele pode abandonar o trabalho e sacrificar a segurança, ou mesmo buscar o divórcio, achando que ela o compreende melhor do que a esposa.
Hoje, também, algumas mulheres são basicamente intelectuais ou companheiras espirituais dos homens, em vez de fêmeas. Elas colaboram nos seus projetos, acendendo o fogo da criatividade em vez do fogo do desejo. Elas inspiram os homens a ter uma vida interior, mas em geral não são escolhidas como parceiras. Cheryl, a amiga de Gabriella mencionada antes, percebeu que os homens queriam sua companhia e seus conselhos, mas não a queriam sexualmente. Ela sofreu, em parte, por ser uma hetaira em um mundo cego para este tipo de beleza; uma hetaira em um mundo que não conhece mais esta palavra.
Talvez, ao darmos um nome a este tipo de amizade, possamos reimaginar mulheres e homens juntos, em novas formas. Talvez existam homens hetairas que inspirem as mulheres em suas vidas criativas, para que possam se livrar da limitação dos padrões antigos de desigualdade, descobrindo juntos uma nova forma de amizade.
• Você tem um amigo de alma do sexo oposto? Se não, qual é o personagem de sombra que está impedindo?"

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Deixe a raiva secar


Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá todo colorido.
No dia seguinte, Júlia sua amiguinha veio bem cedo convidá-la para brincar.
Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.
Júlia então, pediu a coleguinha que emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.
Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial. Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão.
Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:
"Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo e ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.
Totalmente descontrolada, Mariana queria porque queria, ir ao apartamento de Júlia para pedir explicações.
Mas a mãe, com muito carinho ponderou:
"Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro passando jogou lama em sua roupa? Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou.
Você lembra o que a vovó falou? Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.
Pois é, minha filha com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro.
Depois fica bem mais fácil resolver tudo. Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão. Logo depois alguém tocou a campainha.
Era Júlia, toda sem graça com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
"Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei.
Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você tinha me emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você.
Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa".
"Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou".
E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.
Nunca tome qualquer atitude com raiva. A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta. Diante de uma situação difícil.
Lembre-se sempre: Deixe a raiva secar!!!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Mulheres são mais vulneráveis aos males do alcoolismo


Neste mês de março, as mulheres comemoram uma porção de conquistas. Mas é interessante que fiquem ligadas no consumo excessivo de bebidas alcoólicas - já está comprovado que, neste quesito, não se deveriam igualar aos homens

Porém, não é o que vem ocorrendo. De acordo com o site www.semexcesso.com.br durante muitos anos as mulheres se mantiveram longe das bebidas alcoólicas. Até o início da década de 1920 era praticamente impossível ver uma mulher em bares ou mesmo bebericando algo em um restaurante com amigos. Em 1932, nos Estados Unidos, mais de um milhão de americanas já tinham se associado à Womens Organizations for Nacional Proibition Reform, algo como “liga das Mulheres Contra a Lei Seca", que cairia um ano depois naquele país.  

Hoje as mulheres estão completamente livres para frequentar bares e festas e estão começando a abusar dessa liberdade, comprometendo negativamente sua saúde, muito mais do que os homens. 

Segundo o dr. Drauzio Varella "O metabolismo do álcool nas mulheres não é igual ao dos homens. Se administrarmos para dois indivíduos de sexos opostos a mesma dose ajustada de acordo com o peso corpóreo, a mulher apresentará níveis alcoólicos mais elevados no sangue.
A fragilidade aos efeitos embriagadores do álcool no sexo feminino é explicada pela maior proporção de tecido gorduroso no corpo das mulheres, por variações na absorção de álcool no decorrer do ciclo menstrual e por diferenças entre os dois sexos na concentração gástrica de desidrogenase alcoólica (enzima crucial para o metabolismo do álcool).
Por essas razões, as mulheres ficam embriagadas com doses mais baixas e progridem mais rapidamente para o alcoolismo crônico e suas complicações médicas.
Diversos estudos documentaram os benefícios do consumo moderado de bebidas alcoólicas, tanto em homens como em mulheres. A margem de segurança entre a quantidade de álcool benéfica e a que traz prejuízos à saúde das mulheres, entretanto, é estreita e nem sempre fácil de delimitar"
Leia mais sobre o assunto no site www.semexcesso.com.br, primeiro portal no Brasil que aborda exclusivamente o consumo responsável de bebidas alcoólicas, estimulando a reflexão e a conscientização a respeito das consequências da falta de moderação. Trata-se de uma iniciativa da Associação Brasileira de Bebidas – Abrabe, num esforço conjunto com suas mais de 50 associadas. O portal consolida a campanha nacional “Comemore com Sucesso, sem Excesso” que em dois anos já desenvolveu uma série de ações e foi agraciada em 2010 pelo 30º POP – Prêmio de Opinião Pública, concedido pelo Conselho Regional dos Profissionais de Relações Públicas – CONRERP.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O sapo que virou príncipe, que virou sapo, que virou....

Walkiria me mandou por escrito, a seguinte questão: "Lu, não é mágoa, não é revolta. É uma questão de justiça. As mulheres ganharam um presente de grego com a tal da emancipação feminina, igualdade de direitos ou coisa do tipo que o valha, vc não acha? Com raríssimas exceções, as mulheres hoje em dia têm duas ou três jornadas de trabalho enquanto seus homens (quando elas conseguem ter tempo para um relacionamento estável) assistem passivamente aos seus programas favoritos de televisão.Existem pesquisas sérias que apontam um número astronômico de mulheres chefes de família. Até aí, tudo bem. Não tem uma figura masculina pra ocupar o posto. Eu mesmo, ano passado, quando respondi à pesquisa do IBGE fui recenseada como chefe de família. Olha eu lá na estatística, Lu. Existem mais mulheres tomando conta sozinhas de suas casas e filhos enquanto trabalham e estudam, do que homens nessa mesma situação. Sem falar que muitos homens, estatisticamente, se estudam não trabalham, se trabalham não estudam. Não é piada, não, Lu.
Bom, vamos imaginar como é a vida de mulheres Classe A: têm mensalistas, babás, carro de R$ 70 mil automático, secretária pessoal e às vezes, motorista. Não paga contas, porque é casada com um cara muuuito mais bem resolvido economicamente do que ela. Vai ao cabeleireiro duas vezes por semana, massagista, dermatologista etc etc etc.
A Classe C, assim, tipo eu, Lu, vc sabe, trabalha fora, paga as contas da casa e dos filhos e lava, passa, cozinha, faxina porque é óbvio, não tem faxineira e muito menos mensalista. Uma mensalista consumiria o equivalente a 30% do salário de uma Classe C feito eu. Não tem carro, anda a pé, de ônibus ou de trem.
Ainda que eu sou privilegiada. Tenho um emprego que me permite fazer várias coisas pela manhã. Por exemplo: acordo às 6h, tomo café com meu filho, subo para o quarto dele (pra poder curtir um pouco a gatinha e a cachorrinha que gostam e estavam acostumadas a dormir comigo na minha cama antes de eu voltar a estar casada) mais ou menos às 6h30, faço meditação até mais ou menos 7h30 (com a gatinha e a cachorrinha grudadas em mim!). Aí, posso dormir de novo até às 8h30 (normalmente chego em casa após o trabalho depois da meia-noite, uma duas da manhã quando não três, quatro, então, de manhã sinto muito sono) ou começar a lida: tirar roupa do varal, colocar roupa na máquina, depois no varal novamente, lavar a louça do dia anterior (que muitas vezes dorme na pia, embora tenha pessoas que vivem na mesma casa que chegam bem mais cedo do que eu, mas que, infelizmente, não se sensibilizam com a situação), limpar o fogão, a geladeira, varrer a casa toda, passar pano na sala, guardar todo tipo de coisa espalhada pela casa, arrumar estantes, tirar pó das mesmas (rs, das mesmas é horrível!), abrir e fechar a porta da sala para as cachorras tomarem um solzinho na garagem...Pensar o que vou fazer para o almoço, preparar o almoço (só essa tarefa implica uma série de sub-tarefas como lavar e cortar legumes, lavar grãos, cortar temperos, tomar conta pra que nada fique queimado....molhar e enxugar as mãos um milhão, setencentas e cinco vezes), colocar água nos potes de água das gatas e das cachorras, limpar as caixinhas de terrinha das gatas, limpar o coco das cachorras do chão da lavanderia, recolher o saco de lixo dos banheiros e o lixo orgãnico e colocar o saco na rua. Depois, tomar banho, me arrumar (mais uma série de sub-tarefas), almoçar e sair para o trampo (o que significa andar a pé uns 20 minutos no sol escaldante das 14 horas, ou na chuva ou no frio, até a estação de trem mais próxima). Às vezes também consigo passar roupa, mas aí, não limpo a casa. Então, num dia limpo a casa, no outro passo a roupa. Me sobra muito pouco tempo para fazer o que gosto de verdade que é ler, estudar (tenho uma infinidade de livros começados e não finalizados na cabeceira da cama, livros que preciso estudar para o meu curso de fim de semana, filmes que preciso assistir e analisar, videos....e está lá tudo parado). Preciso aplicar Reiki em mim mesma, treinar as técnicas de radiestesia....mas não sobra tempo, Lu. Ou eu largo a casa. E se largo a casa ela fica lá, suja, empoeirada, as roupas ficam dias e dias no varal, ninguém as recolhe, as que estão no cesto de roupa suja ficam lá, ninguém as coloca na máquina e as limpas para passar vão se acumulando nos cestos respectivos, ninguém passa. Vivemos numa comunidade mas só eu limpo o fogão, só eu limpo janelas, só eu limpo portas, portão, paredes....só eu arrumo armários, limpo armários Só eu coloco roupas para lavar, só eu tiro roupas do varal. Estou com sobrepeso, Lu, engordei pra caramba. Mes into inchada. Preciso emagrecer uns 4 quilos pelo menos. Se isso não me afetasse, tudo bem. Mas me sinto gorda, feia, e envelhecida. Mas que horas vou correr ou caminhar ou me exercitar? Com todas essas coisas para fazer em casa? E se eu for andar, as coisas da casa ficam lá, paradas.
Eu não me incomodaria de fazer tudo isso, Lu, se eu só fizesse isso. Se depois ainda não tivesse de ir até o outro lado da cidade todo santo dia e chegar tarde toda santa noite. Então, chego tarde, cansada e aí não tenho vontade de ler, de estudar. Mas se eu não trabalhar, quem vai pagar meu curso, meus livros? o inglês e o dentista do meu filho, meu plano de saúde... Quem?
Sem falar que muitas vezes os homens que estão com as mulheres não as tratam como elas gostariam de ser tratadas: com carinho, amorosidade, ternura...Homens não são gentis por natureza?  Será isso, Lu? Eu até entendo que suas mães não disseram a eles como deveriam ser cuidadosos com suas mulheres quando as tivessem, porque suas mães aceitavam a falta de carinho de seus maridos, as grosserias e ainda se curvavam humildemente levando o chinelo e o prato de sopa quando o marajá se refestelava no sofá para ver TV. Muitas mulheres acreditavam que a vida era assim mesmo. Que o homem devia ser um grosso mesmo, afinal ele também aprendera a ser assim com seu pai, avô. Só estava repetindo o padrão familiar.
Mas eu estou cansada de grosserias. de falta de verniz...de narcisismos, de só enxergar o próprio umbigo, de atitudes egoístas, individualistas....de tom de voz agressivo, de falta de carinho na voz, sabe como é? De um olhar carinhoso. E sorriso, então? Nossa, nem sei mais o que é isso, já tem um tempo... O que fazer? A pessoa diz que sou eu que faço tudo isso, Lu, ou melhor, que não faço. Mas os filhos não têm a mesma opinião. Mas esse assunto é assunto para uma próxima consulta virtual. Sei que o meu dilema é muito parecido com o de milhares de mulheres. O sapo que virou príncipe e que depois virou sapo novamente.
Eu não sou diferente de milhares de mulheres que se enfiaram numa sinuca de bico enorme com essa tal de emancipação feminina.
Se eu estivesse sozinha não estaria escrevendo nada disso. Mas não estou. E isso está me incomodando. Não é mágoa, nem ressentimento. É só uma questão de justiça, Lu. O que eu devo fazer? Me sinto na beira do precipício com um leão faminto na minha cola."
Alguém tem aí uma sugestão para a minha amiga Walkiria? Porque se eu tivesse já a teria utilizado em benefício de mim mesma.

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...