Dirce Maria vive correndo.
Abriu o semáforo, corre para atravessar a rua; vence uma pista, ganha fôlego, encara a próxima. Vai correndo.
Desce a ladeira, sobe a calçada, vira na esquina. Sempre correndo.
Corre pra pegar o ônibus, corre pra fugir da chuva.
Vai, Dirce Maria, corre.
Corre, corre. Corre de quê?
Corre de quem?
Corre pra quem?
Levar os filhos na escola; depois tem de buscar.
E a academia, o inglês, a natação?
Hidroginástica, feira, supermercado.
Dentista, ginecologista, cardiologista...psicanalista?
Lá vai, Dirce Maria.
Sempre correndo.
Correndo entra no metrô. Quer sentar? Não, fica porta pra sair mais rápido.
Não pode parar. Está atrasada.
Atende o filho, o marido, o chefe, a mãe, o pai.
Nem se olha direito na frente do espelho.
Dirce Maria sai na rua com a blusa no avesso.
Nem repara.
Só corre. Socorre?
Nem se olha, nem se vê, nem se enxerga.
Nem sequer se sabe, se toca, se ouve.
Corre, corre, pra quê?
Corre, corre, por quê?
Um mergulho no repertório mais estranho, profundo, eclético, divertido, dramático e pungente. Um mistério que nem Freud nem Lacan conseguiram definir... o que é uma mulher? o que quer uma mulher?
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sábado, 26 de julho de 2014
terça-feira, 27 de agosto de 2013
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