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domingo, 4 de janeiro de 2015

Qual é o segredo para o amor total?

Coincidência ou não a maioria dos textos mais lidos aqui no blog tinham um cunho pessoal. Outro tanto com bastante ibope são os de ficção, em que uma personagem - em geral feminina - relata um episódio de sua existência. Em terceiro lugar aparecem os textos mais teóricos.
Essa constatação me fez ter vontade de dar um sentido mais pessoal ao blog agora neste 2015..  Eu comecei a escrever virtualmente anos atrás porque....nem sei por que! estava desempregada, com muito tempo disponível...deve ter sido isso. Depois, alguns amigos elogiavam, outros diziam que aguardavam ansiosamente os novos posts (mesmo nunca tendo feito um comentário sequer! enfim!), eu escrevia sobre tudo: política, cidade, saúde, dava meus pitáculos em quase tudo... e assim fui mantendo o dito cujo. Teve vários nomes: Blog da Lu, O Revelado e o Oculto (a fase mais junguiana) e agora, de uns dois anos pra cá virou Repertório Feminino (mais psicanalítica).
Foi a busca desse repertório - o que é, afinal, do repertório feminino? - que me levou a batizá-lo dessa forma. 
E como o desejo nos leva ao encontro do que desejamos, a pesquisa tem me colocado ao lado de pessoas que têm me mostrado algo sobre esse universo do feminino.
Qual o papel da mulher num relacionamento afetivo? num casamento? na maternidade?
Tenho observado as pessoas do meu convívio ou as que aparecem no consultório e cada vez mais me convenço de que sem esforço, sem vontade, sem dedicação, sem troca, esse amor desejado, sonhado, imaginado, fantasiado, não vinga, não cresce, não se mantém, morre na primeira curva, na primeira chuva, na primeira turra.
Conheci casais, e revi alguns outros, que são esse exemplo de trabalho contínuo e perpétuo por manter um amor aceso. Homens e mulheres que, apesar de estarem juntos há 20, 30 anos, se olham nos olhos, se perguntam se estão bem, ajeitam cadeiras, abrem portas de carros, servem o prato preferido, trocam beijinhos no meio do dia ao se cruzarem no corredor, ou na escada, não começam a refeição enquanto o par não chega (mesmo autorizado por ele), repõem o copo com a bebida preferida da companheira antes que ela peça, lavam a louça juntos (ou um lava e o outro enxuga), pedem desculpas, tomam a iniciativa de se reconciliar sem esperar que o outro o faça (e às vezes isso acontece ao mesmo tempo e ambos caem na risada e o coração fica aliviado mais rápido), mantêm o erotismo aceso de diversas formas inclusive trocando mensagens picantes pelo WhatsApp, dividem tarefas domésticas sem resmungos ou queixumes desnecessários, conseguem ter opiniões divergentes sem transformar isso num campo de batalha inútil, respeitam as vontades um do outro, se interessam pelo que o companheiro (a) faz, se calam quando percebem que o tempo vai esquentar se continuar a falar e esperam um momento mais adequado pra expor sua opinião...
São perfeitos? Não, absolutamente! Porém, agem assim a maior parte do tempo, eu diria que 90% do tempo. Tanto que se acostumam e dificilmente têm outro comportamento distoante. Por observarem seu par, por ouvir seu par, sabem exatamente o que o desagrada ou não.
E descobri que o papel da mulher no sucesso desses relacionamentos é fundamental.
Sim, meninas, podem espernear quanto quiserem, mas o segredo para um bom relacionamento está em como conduzimos a coisa. Sem manipulação.Apenas sendo nós mesmas, em nosso papel. O homem tem o seu quinhão nesse sucesso? Tem, se permitirmos que ele tenha o quinhão dele.
Às vezes levamos um tempo pra entender. Uma sugestão é ver o filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulin".  Outra é ler o poema de Vinicius de Moraes "Soneto do Amor Total": se uma mulher despertar num homem esse amor descrito pelo poetinha, provavelmente é porque ela sabe ser uma mulher que desperta o que há de melhor num homem. E então, está ciente de seu papel numa relação saudável.

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

terça-feira, 12 de março de 2013

Os corruptos segundo Osho

 Guru indiano mostra como ajudar o mundo a se tornar um lugar melhor
O indiano Osho (1931-1990), em suas palestras, sempre tratou dos mais diversos assuntos: desde buscas individuais até questões sociais e políticas. Com isso, ele se tornou um dos mais influentes líderes espirituais do século XX. O curioso é que ele não deixou nada por escrito, mas as transcrições de suas palestras gravadas em vídeo ou em áudio foram transformadas em livros já vendidos para milhões de leitores em todo o mundo.
Os brasileiros terão, a partir de agora, acesso a mais um título com os pensamentos de Osho: Poder, política e mudança (Editora Planeta, 272 págs., R$ 24,90), o terceiro da série Osho – Questões Essenciais, publicada pelo selo Academia da Editora Planeta.
O livro aborda assuntos como corrupção, ambição, política, rebeldia e religião. Polêmico, Osho defende, por exemplo, que, ao contrário do que diz o senso comum, o poder não corrompe as pessoas. Ao contrário, as pessoas corruptas é que são atraídas pelo poder. Para ele, o poder não é a causa da corrupção, mas apenas a oportunidade para a sua expressão.
Sempre de forma direta e sincera, o guru elucida questões fundamentais como: de onde vem a vontade de poder; como lidar com pessoas que pisam nas outras e por que as pessoas se preocupam mais em odiar do que em amar.
Algumas frases de Poder, política e mudança:
“Todos os políticos que estão no poder, e todos os políticos que não estão no poder – eles são todos iguais. Aqueles que estão no poder parecem ser reacionários porque chegaram ao poder e agora querem protegê-lo. Agora querem mantê-lo em suas mãos; assim, parecem ser o establishment. Aqueles que não estão no poder falam em revolução porque querem derrubar aqueles que estão no poder. Quando chegarem ao poder vão se tornar reacionários, e as pessoas que estiveram no poder antes, mas que foram expulsos do poder, vão se tornar os revolucionários.”
“Não é função nossa salvar o mundo. Em primeiro lugar, nós nunca o criamos. Não é responsabilidade nossa para onde ele vai e o que vai acontecer com ele. Nossa única responsabilidade é que, enquanto estivermos aqui, vivamos uma vida de alegria, de amor, de felicidade. Enquanto estivermos aqui, nossa responsabilidade é saber quem somos e em que consiste esta vida.”
“O provérbio diz: ‘Quando existe vontade, existe solução’. Não acho que isso seja certo. Em toda parte há vontade, e não há nenhuma solução. Algum idiota deve ter criado esse provérbio. Mas onde há esperança sempre há uma solução. Eu gostaria de mudar o provérbio.”
Sobre o autor
Nascido em 1931 – no vilarejo de Kuchwada, na Índia –, Chandra Mohan Jain é considerado um dos mais provocativos e inspiradores professores espirituais do século XX. Sua vida e suas mensagens influenciam milhões de pessoas de todas as idades, culturas e religiões, desde os anos 1950, e sua influência continua a crescer, atingindo leitores em todo o mundo. Sua contribuição para a ciência das transformações internas é considerada revolucionária. Criou a técnica da "meditação ativa", que reconhece o ritmo acelerado da vida atual, permitindo a liberação do estresse do corpo e da mente de modo a facilitar a possibilidade de experimentar um estado de meditação relaxado e aberto ao livre-pensamento. A meditação é, para ele, uma experiência de liberdade.
Em 1971, mudou seu nome para Bhagwan Shree Rajneesh – ou “Rajneesh, o senhor abençoado”, em sânscrito. Voltou a mudar de nome, desta vez para Osho – "oceânico" em sânscrito –, em 1990, ano de sua morte. Deixou milhares de palestras gravadas, a maior parte delas publicada em centenas de livros.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O outro é aquele que me diz quem eu sou.

Você deve conhecer um sem-número de pessoas que passam a maior parte do tempo delas criticando os outros. Do governo ao vizinho passando pelo chefe, colegas de trabalho e parentes.

São pessoas que, em geral, se preocupam muito com a vida dos outros e olham muito pouco pra si mesmas.

Estão sempre envolvidas com questiúnculas que, somadas, transformam suas vidas em verdadeiros infernos. São pessoas que lembram muito aquela figura do cão correndo atrás do próprio rabo, ou seja, não saem do lugar.

E por que criticamos o outro? Porque o outro é aquele que muitas vezes me diz quem eu sou.
E a minha fala sobre o outro revela, em parte, também o que eu penso sobre mim, que vejo refletido no outro. Aliás, existe até uma célebre frase de Freud: "Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo."

Quando ouço o outro falar de mim tenho de tentar entender o que ele fala de mim: é meu mesmo? Ou é dele projetado em mim.
Confuso?

Bem, a clínica psicanalítica pode ajudar nessa tarefa de prestar atenção no que o outro me revela, pois só reconheço no outro aquilo que existe em mim. E o outro só reconhece em mim aquilo que existe nele.

Muitas vezes as pessoas se assustam quando ouvem essa afirmação. E se revoltam. Num movimento natural de autodefesa, negam e repudiam qualquer tentativa de esclarecimento.
Obra de Picasso

Com frequência desdenham psicólogos, psicanalistas e gritam que não precisam de seus conselhos. No que eu concordo. Psicanalista não dá conselhos. Se o seu dá, fuja dele. 

Psicanalistas pontuam, ampliam a fala do analisando, podem interrogar, comparam a fala de hoje com a da sessão anterior, repetem palavras aparentemente ditas ao acaso...não julgam, não se antecipam, aguardam, respeitam silêncios, lágrimas e ausências.

O processo terapêutico, fase inicial da clínica psicanalítica, auxilia o indivíduo a perceber a si mesmo, a se conhecer e, se conhecendo, a se analisar, fase posterior e muito rica, pois é o próprio indivíduo que se descobre, através da fala de si mesmo e da fala do que ouve do outro e que ele traz para dentro do setting terapêutico; dos conteúdos oníricos trazidos na sessão, das lembranças de sua infância, de sua vida de uma forma em geral.

Então, dá próxima vez que se flagrar criticando alguém, olhe para dentro de si mesmo e tente perceber se esse conteúdo está presente também em você.



Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...