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domingo, 19 de julho de 2015

E se fizer frio...azar


Ela me olha com os olhos pequenos rodeados de ruguinhas de expressão, pele bem judiada, entre surpresa e desconfiada quando me aproximei explicando minhas intenções. Ela era uma senhorinha baixinha e, muitas vezes, menor que a placa de 2 ou 3 dormitórios, lançamento venha conhecer que segurava com as mãos pequenas. Sabe aquelas pessoas que ficam paradas nas esquinas das ruas tomando conta de placas com propagandas de empreendimentos imobiliários nos fins de semana? Então. Sempre vejo essas pessoas ali paradas o dia todo em pé. Homens e mulheres de todas as idades. Cruzo com elas logo cedo quando vou pra São Paulo de trem, no sábado. Na volta, à tarde, estão lá ainda.
Sempre quis saber quem são essas pessoas, como vivem. Criei coragem e falei com a senhorinha. Apesar de surpresa pelo meu interesse, acabou me contando que mora bem longe, na Zona Leste, que pega ônibus, metrô e trem até um trecho onde se encontra com outros da turma que cobre aquela região. Uma van dirigida por um sujeito que funciona como um capataz (a expressão é minha, ela não disse isso) traz até ali. Ele dá ordens, explica o que pode e não pode, na hora do almoço leva os marmitex – que são consumidos ali mesmo, no chão das calçadas – e faz o pagamento no fim do dia.
E pra fazer suas necessidades? Ah, dona, a gente conta com a boa vontade das pessoas das casas ou de algum comércio por perto. E quando chove? Bom, se chover muito a gente é dispensada. E se fizer muito frio... azar. Ou torra no sol. E não pode deixar a placa cair nem ficar torta. Quando venta é pior porque tem de fazer força pra segurar a danada no lugar. Também não pode ficar de papo com as colega, nem sentar no chão. O certo é ficar em pé. Só que cansa, né? Aí a gente senta e reza pro fiscal não ver porque se ele pega a gente sentada vem bronca, desconta a diária sabe? A diária é trinta real. Dá um total de 60 no fim de semana. Mas eles descontam a marmitex e a condução de casa até a van é por nossa conta. No fim, não sobra muito, mas fazer o quê, né dona? Não tem muita escolha. Tô velha. Tenho pobrema de coluna. Nem faxina dá pra fazer.
A plaqueira tem três filhos pequenos (duas meninas e um garoto) e mora com a mãe de quase 70. Faz outros bicos durante a semana. Emprego, emprego mesmo de verdade nunca teve. Os seus 48 anos aparentam mais. Só estudou até o quinto ano – não sabe até quando vai conseguir segurar placas nas ruas em pé oito horas seguidas. Mas, por enquanto, é essa placa, que ela segura com firmeza apesar de sua figura frágil, que lhe dá algum alento.

Inteiro



Pedaço, pedaço, pedaço, 
Um pedaço pra cada uma. 
Mas quando ele vem
Meu pedaço é só meu. 
Não divido com ninguém. 
O meu pedaço é inteiro
Não vem aos pedaços.

domingo, 28 de junho de 2015

Moonlight espiralada

 
A batida no teclado
ouvindo o jazz - coisa antiga -
dedilhando o laptopo? o smartphone?...
quem sabe?
dá um shazam pra salvar
o nome da música.
e a letra?
Sim, a letra, ela tudo sabe,
ela escreve e reinscreve
você também sabe bem o quê.
minha falta? meu furo?
em que buraco você foi se meter?
I see moonlights
Don't get me wrong
They come and go like fashion.

domingo, 17 de maio de 2015

A Pedra da Paciência - Syngué sabour


Reza uma lenda persa que ao encontrar uma pedra mágica deve-se contar a ela todos os nossos segredos. Aquilo que normalmente não revelaríamos nem ao nosso travesseiro a pedra escuta, silenciosa, sem julgamentos...e quando ela se partir em pedaços significa que a pessoa se livrou do peso daquelas confidências e agora pode seguir livre sua vida. O nome da pedra? Pedra da paciência.
Também é o nome de um filme de produção conjunta França, Alemanha e Afeganistão cuja história se passa neste último. Um local dominado pelos extremistas do Estado Islâmico, que invadem as casas, impõem regras e normas absurdas....(muito semelhante a um outro filme, Timbuktu, do qual também vou comentar em breve), mas isso é apenas o pano de fundo.
Na verdade, o foco do enredo são os diálogos, se é que se pode dizer assim, travados entre a esposa, interpretada pela atriz belíssima Golshifteh Farahani, e o marido em estado vegetativo - um herói de guerra, por Hamidreza Javdan -  em coma porque levou um tiro ao defender a própria honra, que faz as vezes de pedra da paciência.
A lenda, bem como as falas da personagem solitária, me fizeram lembrar o papel do psicanalista. Com a diferença que, ao contrário da pedra que se mantém sempre calada, o profissional que trabalha com o inconsciente humano faz pontuações durante as sessões de análise, com o intuito de chamar a atenção do analisando para detalhes que talvez ele não tenha notado e que serão importantes no desenvolvimento de suas descobertas sobre si mesmo.
Mas no filme, a jovem afegã se descobre, falando para o marido sobre coisas que normalmente jamais poderiam ser ditas, com pena até mesmo de morrer apedrejada.
Depois de dez anos de um casamento no qual nunca foi ouvida pelo marido, ela diz: só agora você está me ouvindo. Você nunca me ouviu, nunca me beijou...
E quantas mulheres conhecemos que vivem exatamente assim? Não se sentem ouvidas por seus companheiros... não beijam mais...Dá pra imaginar um relacionamento marital onde o beijo, e qualquer outro tipo de toque que lembre de longe um carinho, foi totalmente excluído?
Assim vive a maioria dessas mulheres afegãs representada pela personagem de A Pedra da Paciência.
Mas, me pergunto, será que em nossa sociedade ocidental, considerada tão livre, tão democrática (como diria Deleuze: desconfio das democracias) esse tipo de situação não existe?
Não digo pelo excesso de rigor que o islamismo impõe (embora isso seja bastante controverso e essa é uma seara na qual não quero me meter a analisar por conhecer muito pouco), mas quantas mulheres bem próximas a nós passam boa parte da vida sem beijar na boca o próprio marido simplesmente porque o primeiro sintoma de que algo não vai bem numa relação é a interrupção dos beijos.
O sexo pode se manter, mas sem beijo na boca. Atitude muito parecida com a adotada secularmente pelas prostitutas que, por contrato do oficio, se propõem a fazer de tudo (inclusive mentir para o cliente dizendo que ele é o melhor), menos beijar na boca.
Bom, mas voltando ao Pedra da Paciência, não é um filme que nos leve às lágrimas. E raros são os momentos que nos faz rir.
Mas  tem cenas muito simbólicas: o encontro com a tia e a força da união desse feminino paradoxalmente tão forte num país onde o masculino impera; a surpresa diante da impotência do guerrilheiro que, buscando sexo, encontra compreensão e carinho; a contradição que leva à sobrevivência ao mentir que vende o corpo pra se livrar de um estupro iminente.
É um filme que, pelo nome, não se tem a menor ideia  da grandeza e da profundidade do seu conteúdo. Reflexivo, emociona quando se imagina que o drama retratado por ele pode estar muito mais perto de nós do que imagina nosso vão suposto saber.
Faz pensar em como avançamos pouco no quesito respeito ao ser humano.
Não conhecia o diretor Atiq Rahimi, mas me encantei com ele.
Valem a pena todos os minutos do filme, que recebeu indicações ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2014 e ao Cesar de atriz revelação. Merecidos ambos os prêmios que, infelizmente, não aconteceram.
Talvez porque, afinal, a condição feminina retratada por A Pedra não seja assim um privilégio apenas de sociedades muito rígidas como as pautadas pelo islamismo e dominadas, agora, pelos extremistas muçulmanos que, na verdade, fazem suas próprias regras alegando ser tudo vontade de Alá.
Alá que o diga!
Clica no link para ver o trailer oficial. Espero que gostem!
A Pedra da Paciência

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O outro é aquele que me diz quem eu sou.

Você deve conhecer um sem-número de pessoas que passam a maior parte do tempo delas criticando os outros. Do governo ao vizinho passando pelo chefe, colegas de trabalho e parentes.

São pessoas que, em geral, se preocupam muito com a vida dos outros e olham muito pouco pra si mesmas.

Estão sempre envolvidas com questiúnculas que, somadas, transformam suas vidas em verdadeiros infernos. São pessoas que lembram muito aquela figura do cão correndo atrás do próprio rabo, ou seja, não saem do lugar.

E por que criticamos o outro? Porque o outro é aquele que muitas vezes me diz quem eu sou.
E a minha fala sobre o outro revela, em parte, também o que eu penso sobre mim, que vejo refletido no outro. Aliás, existe até uma célebre frase de Freud: "Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo."

Quando ouço o outro falar de mim tenho de tentar entender o que ele fala de mim: é meu mesmo? Ou é dele projetado em mim.
Confuso?

Bem, a clínica psicanalítica pode ajudar nessa tarefa de prestar atenção no que o outro me revela, pois só reconheço no outro aquilo que existe em mim. E o outro só reconhece em mim aquilo que existe nele.

Muitas vezes as pessoas se assustam quando ouvem essa afirmação. E se revoltam. Num movimento natural de autodefesa, negam e repudiam qualquer tentativa de esclarecimento.
Obra de Picasso

Com frequência desdenham psicólogos, psicanalistas e gritam que não precisam de seus conselhos. No que eu concordo. Psicanalista não dá conselhos. Se o seu dá, fuja dele. 

Psicanalistas pontuam, ampliam a fala do analisando, podem interrogar, comparam a fala de hoje com a da sessão anterior, repetem palavras aparentemente ditas ao acaso...não julgam, não se antecipam, aguardam, respeitam silêncios, lágrimas e ausências.

O processo terapêutico, fase inicial da clínica psicanalítica, auxilia o indivíduo a perceber a si mesmo, a se conhecer e, se conhecendo, a se analisar, fase posterior e muito rica, pois é o próprio indivíduo que se descobre, através da fala de si mesmo e da fala do que ouve do outro e que ele traz para dentro do setting terapêutico; dos conteúdos oníricos trazidos na sessão, das lembranças de sua infância, de sua vida de uma forma em geral.

Então, dá próxima vez que se flagrar criticando alguém, olhe para dentro de si mesmo e tente perceber se esse conteúdo está presente também em você.



domingo, 16 de outubro de 2011

Quero viver algo assim


"Que você tenha sempre : 

Colo de mãe. 
Abraço apertado. 

Riso de graça.
Brilho nos olhos. 

Amor no que faz. 
Tristeza que passa. 
Força nos ombros. 
Criança por perto. 
Astral bem bonito. 

Prece nos lábios.
Saudade mansinha. 

Fé no futuro. 
Música no ouvido. 

Conversa que cura.
Cotidiano enfeitado. 

Paz no coração. 
Firmeza nos passos. 
Sonhos que salvam e muita saúde. 

E se livre de tudo que te trave o riso.

Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens."
(Fernando Pessoa)

Quer ter saúde? Seja feliz!

"Temos sido vítimas da depressão, da ansiedade e das doenças psicossomáticas. Esperávamos que o ser humano do século XXI fosse feliz, tranquilo, solidário, saudável. Multiplicamos o conhecimento e construímos carro, geladeira, telefone, televisão para facilitar nossa vida, nos dar conforto e alegria, mas nunca o ser humano se sentiu tão desconfortável e estressado. Todavia, apesar das mazelas emocionais terem se intensificado nos dias atuais, elas não são privilégios da nossa geração. Por isso, nossa história está manchada por guerras, discriminações, injustiças, agressividades.
Ser feliz é o requisito básico para a saúde física e intelectual. Todavia, ser feliz, do ponto de vista da psicologia, não é ter uma vida perfeita, mas saber extrair sabedoria dos erros, alegria das dores, força nas decepções, coragem nos fracassos." (Augusto Cury, O Mestre Inesquecível, pág. 92)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mulheres no trem

Como andam as mulheres nesse trem desumano, pegajoso, que cheira a suor, pum e arroto?
Andam, em sua maioria, em pé, apertadas, amassadas, cansadas, tocadas, bolinadas, caladas, sofridas essas mulheres.
Os homens vão sentados, em sua maioria.
As mulheres, em pé. Poucos homens dão lugar, dão espaço, dão atenção, consideração às mulheres, sejam novas, sejam velhas, crianças, mulheres barrigudas, bonitas, feias, gordas, magras. Carregam sacolas, crianças, malas, guarda-chuvas, pacotes, caixas. Sozinhas. Sem ajuda. Ninguém ajuda, às vezes outra mulher. às vezes mais velha até da mesma idade. Mais nova, difícil. Pensa que não vai envelhecer. Olha pro lado, de lado, desvia o olhar, finge que dorme. Abre a boca. Baba. Homens? Dormem,roncam, têm o olhar perdido no vazio. Desde o século passado sua maior motivação ainda é o futebol. São os primeiros a entram no vagão. São os primeiros a se sentar. As mulheres vão em pé. Ali. Na fuça deles. E, nada!
No frio é menos ruim. Mas não é bom.
No calor é pior. Não tem ar-condicionado. Um sistema de ventilação transforma o ar em algo que venta quente, agrava a temperatura. As janelas abertas não amenizam o abafado. O bafo, o mau-hálito. O calor indesejado no cangote. O encosto. O roçar incômodo. O ultraje. Dos que vão em pé. Não passam nem um perfume, um desodorante...raro sentir um cheiro bom dentro do trem vindo de um macho. Fedem. Não cheiro de macho. Cheiro de falta de banaho, de falta de amor por si mesmo. Não se gostam tanto quanto não gostam de mulheres, de crianças, de velhos...

As mulheres têm alma. Homens têm alma. Alma feminina. Alma masculina. Há que resgatar essas almas. Há que salvar essas almas.
Almas sofridas, vividas, cheias de vida.
Há que deixar essas vidas se manifestar, brotar, nascer, desabrochar, emergir, vir à tona.
Mas como? Como acessar esse feminino tão ultrajado? Tão vilipendiado? De que maneira? E o masculino? Onde está?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O otimismo surge do contato com a lei

Nenhum grande instrutor disse jamais  que o caminho do autoconhecimento é cômodo ou fácil. Ao contrário: é nos momentos desafiadores que o ser humano pode conhecer melhor a si mesmo.   

O hábito da preguiça e da comodidade leva à estrada ampla do derrotismo. Mas o ser humano maduro olha profundamente o mundo a seu redor e vê a bênção e a libertação espiritual ocultas sob a aparência de sofrimento. A sua consciência focaliza a fonte da bênção, que é permanente, e ignora o sofrimento, que é passageiro.   
  
Mas o que é, exatamente,  otimismo?  A pergunta merece ser examinada.

Otimismo é o hábito de harmonizar a mente com o Ótimo que há em nosso interior.  O Território do Ótimo está localizado em nossa alma imortal.  É ali que mora a bênção permanente;  e ela lança sobre nós os raios de sol da iluminação, cada vez que o merecemos. O pessimismo,  por outro lado, surge  de um estado de infantilidade espiritual e psicológica pelo qual a pessoa sintoniza com alguma forma de preguiça de enfrentar os obstáculos.  O pessimismo é uma desistência de avançar em direção à vitória e à sabedoria. É uma justificativa para o hábito de não fazer nada. É uma desculpa para a irresponsabilidade ética. Se não podemos dar grandes passos, podemos dar passos tão pequenos quanto nossas forças permitirem.  Mas sempre é possível avançar. Avançar, em teosofia,  é sinônimo de TENTAR.  Interiormente, toda tentativa séria é um avanço.   

A coragem é necessária?   Seguramente. Em uma das suas possibilidades etimológicas, a palavra “coragem” vem de “core”, a raiz da palavra “coração”.  Por isso temos a expressão popular “coração de leão”; o  leão é um símbolo de coragem. O otimismo e a coragem andam juntos porque eles são dois raios da luz que surge do sol, ou do coração.  A expressão “raios de luz” é correta porque o coração é o Sol microcósmico  do corpo físico e da aura individual.  Assim como o cérebro, o coração é um centro de vida e de sabedoria. Mas é bom lembrar que o cérebro de um ser desperto também é comparável a um pequeno sol. Este fato é  ilustrado simbolicamente  pelas aureolas que há em torno da cabeça dos santos, em obras de arte da antiguidade.  

Nos grandes momentos da história humana – como  nos grandes momentos da  vida de cada aprendiz  –  rompem-se cascas de ilusão para que a luz brilhe mais diretamente.  Naturalmente, aquilo que a luz ilumina nem sempre é belo no primeiro momento.  Então os fracos e os inexperientes choram e desanimam. Mas os fortes despertam para o seu verdadeiro potencial, corrigem o rumo, vão à frente e agem à altura dos desafios.

O que é ótimo não está apenas  no interior da nossa alma.  Ele é também a nossa essência, e  por isso a filosofia ensina que todo obstáculo é sempre secundário. Os desafios são convites para o despertar do Eu Interior, do Verdadeiro Ser, do eu superior, Atma-Buddhi.  O aprendiz da sabedoria dá atenção ao que é permanente, isto é,  à inevitável vitória gradual da alma.

O indivíduo só se deixa carregar para este ou aquele estado de espírito, conforme recebe ou vê  notícias 'boas' ou 'ruins' ao seu redor, enquanto a ingenuidade espiritualmente infantil ainda predomina em sua vida.   O uso efetivo da força do pensamento – ao longo de um caminho elevado, realista e justo – é um fator determinante em todo processo cármico positivo.  O pensamento é o leme do carma. Quando assumimos a nossa responsabilidade sobre o rumo da vida, colocamos o leme na posição correta e passamos a eliminar as causas do sofrimento.


Texto publicado originalmente no boletim “O Teosofista”, n.º17 Outubro de 2008, do website www.FilosofiaEsoterica.com e enviado pelo colega terapeuta Geraldo de Souza

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

James Hillman por Marcus Quintaes

James Hillman
A assessoria da editora Paulus enviou material sobre lançamento de livro na área da psicologia analítica que achei bem interessante.
Um dos divulgadores da psicologia arquetípica de James Hillman (http://www.salves.com.br/jb-hillman.htm) no Brasil, Marcus Quintaes (http://grupohimma.blogspot.com e http://travessiadorubicao.blogspot.com) lança, pela Paulus, Letras Imaginativas – Breves Ensaios de Psicologia Arquetípica. Da coleção Amor e Psique, a obra é uma correspondência real com o inconsciente, atestada por imagens dotadas de alma e corpo.

“Fiquemos com as imagens, como propõe a regra única da psicologia arquetípica: raiva, insulto, fúria, inimigos, destruição, guerra, Ares, Marte. Este é James Hillman. Um homem que se configura como um pensador que prefere a paixão violenta das guerras pelas ideias a um pacifismo ingênuo e passivo que acaba por esterilizar e embotar o pensamento”, explica o autor.

Marcus Quintaes
Na obra, Quintaes mobiliza a imaginação com um estilo criativo a partir de temas de grande relevância clínica e cultural, apresentando casos de histeria, depressão e paranoia. Por outro lado, também enfatiza o amor (e beijos) – de forma amorosa, sedutora e erótica –, sobretudo o amor pelas imagens.

“Com seus textos, Marcus nos leva a sair do pensamento comum, da lógica conhecida, para confrontar os desafios e enfrentar a jornada pessoal. Seus textos, ao mesmo tempo líricos e poéticos, são contundentes. Vale a pena conferir”, afirma Maria Elci Spaccaquerche, psicóloga e uma das coordenadoras da coleção Amor e Psique.

A partir de sua lógica brilhante, o psicanalista instiga o leitor a não aceitar as teorias, mas a viver as experiências interiores, as imagens, e deixar que elas vivam em nós, abrindo espaço para a grande aventura de ser. “Em Hillman e em seus escritos, conjugam-se um panteão de possibilidades míticas. Da violência argumentativa de Ares ao senso estético de Afrodite, das armadilhas intelectuais de Hermes ao aspecto nômade e errante de Dionísio, do amor erótico pelas ideias ao caráter apolíneo de sua erudição. Seus textos são cenários e paisagens por onde desfilam os deuses que compõem o seu particular politeísmo”, conclui o autor.

Letras Imaginativas – Breves Ensaios de Psicologia Arquetípica (176 pág., R$ 22) é um livro de valor prático para estudantes, profissionais e leigos que desejam saber como usar a psicologia arquetípica tanto profissionalmente quanto em suas próprias vidas.

Marcus Quintaes é psicanalista junguiano, membro do Grupo Himma: Estudos em Psicologia Imaginal (SP), membro do Rubicão: Travessias Junguianas (RJ) e da IAJS. Coordenador de seminários sobre o Pensamento Pós-Junguiano e a Psicologia Arquetípica de James Hillman no Rio de Janeiro e São Paulo.

O lançamento oficial da obra deve acontecer dia 26 de agosto, sexta-feira, das 18h30 às 21h30, na Livraria da Vila, que fica na rua Fradique Coutinho, nº 915, na Vila Madalena, São Paulo/SP. Quem puder, vá conferir.


Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...