EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA SOBRE TUDO
EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA SOBRETUDO
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EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA SOB
EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA S
EU NÃO TENHO OPINIÃO FORMADA
EU NÃO TENHO OPINIÃO
EU NÃO TENHO
EU NÃO
EU
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O real não está onde se espera.
Não na guerra, mas no vidro quebrado.
Não na doença, mas em um esboço de dor.
Naquilo que está relacionado com o furo, com a falta, deficiência.
No "desser" e não no ser.
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O real está na falta.
A claridade está na obscuridade.
Um termo pode significar seu contrário: oposição entre ideia e coisa.
"Toda palavra é uma ideia, toda ideia é uma coisa, toda coisa é uma palavra" (O Desejo e sua Interpretação, pág. 421).
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"Devido ao fato de o significante ser polissêmico é que o sujeito pode sustentar além daquilo que ele acredita querer dizer, e com as mesmas palavras, um discurso completamente diferente".
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"As dores Imaginárias", em O Guerreiro Aplicado, de Jean Paullhan
O ICs reúne os contrários e representa-os em um só objeto (Freud)
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Conceito de falo:
em Freud esse conceito permite a equivalência de termos aparentemente díspares, como a criança e as fezes.
Funciona como significante do desejo, tanto em um sexo como no outro (enquanto não se reduz ele próprio a um órgão).
é símbolo, no ICs, tanto do interdito como do desejo,
A cada vez, reúne os contrários.
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A Psicanálise leva o sujeito ao encontro com um objeto que constitui, para ele, o real, um objeto certamente bizarro o bastante para que Lacan tenha precisado inventar-lhe um nome: objeto a.
Eu sou objeto a? O objeto a sou eu.
Essa descoberta tem um efeito - destituição subjetiva: o sujeito não é o que imaginava, não é o que pensava,
ELE É ONDE NÃO PENSA
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em "O Guerreiro aplicado" - perlaboração - parágrafos curtos, fragmentados, frases transparentes, pelas quais pode passar a lua.
"A condição da força sustenta-se em uma certa fraqueza".
Onde creio que minhas dores sejam imaginárias, que as invento, dou-me conta de que elas são reais.
Elas me sentem quando eu, na verdde, acreditava que as sentia.
Onde acredito ter ideias, são as ideias que já me elaboraram: sou feito."
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É no assujeitamento que o sujeito pode apreender-se. É nessa destituição, nessa falta a ser, que ele pode, finalmente, encontrar sua realidade: acreditava-se ativo, era passivo; apreendendo o que o constituía sua passividade, pode, enfim, agir.
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Pudor - qualidade para os analistas
Pudor é, em primeiro lugar, uma recusa.
É pudico o homem que mantém à distância suas emoções, sua vontade, seus desejos. Que os trata pelo mistério, sendo belo, dissimula seu corpo; forte, sua potência; enamorado, seu desejo.
Seria bom que o analista também fosse pudico.
Em que sentido?
Não demonstrando seus sentimentos: isso é fácil, ele o aprendeu e chama de neutralidade, esse seu ar de não se deixar abalar; não exibir muito seus pensamentos ou suas opiniões, assim como para qualquer pensamento que o atravesse, antes mesmo de produzi-los. Então, talvez o mais difícil e, ao mesmo tempo, o mais essencial, seja tampouco exaltar em si próprio o assujeitamento.
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A dor sente-me e o significante comanda-me.
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"A experiência do provérbio e o discurso psicanalítico".
"Désêtre" (des-ser), neologismo introduzido por Lacan para dar conta da queda do sujeito suposto saber do lado do analista como correlato da destituição subjetiva do lado do analisante.
Trata-se da queda da consistência (do ser) do analista na situação de fim de análise e passagem do analisante para a posição de analista. Esse termo é empregado por Lacan no discurso proferido sobre o passe na École freudienne de Paris, em 1967.
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"A experiência do provérbio e o discurso analítico".
A essência da linguagem é o mal-entendido (o mal sabido?).
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A pulsão e o fantasma são dois intermediários. Entre o inconsciente e o consciente quais são
as leis que presidem a formação e a estruturação da pulsão e do fantasma?
o artigo "As lembranças encobridoras", é pela virada ao avesso que Freud estabelece o "fantasma" por trás da lembrança, "levar flores a uma jovem", significando "tomar-lhe sua flor, deflorá-la".
Da mesma forma, a interpretação do fantasma clássico "bate-se em uma criança" gira em torno da virada ao avesso do GESCHLAGEN [bater], um pouco como se aplicasse o provérbio - "quem ama bem castiga bem", ou seu inverso - "quem bate muito gosta muito, ou ainda, "quem bate bem beija bem."
Freud diz: "...o estudo dos provérbios não seria o último a nos esclarecer a respeito do virar ao avesso",
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metáfora: analisante mulher tem um medo obsessivo do que pode sair da boca do analista - o pênis? ele interpreta. Ela rechaça, até que ele cita um provérbio japonês: "o cego não tem medo de serpentes".
"O nervo da metáfora está na substituição como tal" e não nos termos que são substituídos um pelo outro."
Assim, no paciente o desejo acha-se "reconhecido como tal, i.é., reconhecido sem ser conhecido."
a diferença entre "você não quer ver a verdade" e "o cego não tem medo de serpentes" é a diferença entre o imperativo "você deve saber" e o convite "você pode saber",
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Enquanto insistia em fazer sua paciente admitir sua interpretação, o analista mantinha com ela uma relação dual. A relação imaginária do eu (MOI) com o outro, constituía uma barreira para que surgisse o que quer que fosse do ICs.
Para que tal possibilidade seja aberta é preciso ir além do eu (MOI) assim como do VOCÊ. O ICs como discurso do Outro tem essa dimensão que (Moustapha) Safouam designa como dimensão do ELE.
Porém, é inessencial que seja a enunciação de um provérbio que opere esse apagamento da pessoa do analista, correlativo de um discurso que não se dirige mais a um outro, mas ao Outro?
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questão essencial para um psicanalista: " a pressão paradigmática" - Para Octave Mannoni (A elipse e a barra) trata-se de saber como funciona efetivamente, na análise, o significante com seus equívocos, suas próprias leis de homofonia e o que elas induzem.
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Paciente cuja esposa chama-se Laurence e a irmã Florence acha que não há mais semelhança entre elas do que entre um OEUF (ovo) e um BOEUF (boi).
Para Mannoni o importante é que quando o paciente pronuncia essa frase, é que a homologia das relações, por um lado entre oeuf e boeuf e Laurence e Florence.
Não é isso que surpreende o analisante e sim o provérbio - Quem rouba um oeuf rouba um boeuf certamente ele já havia notado a semelhança entre os nomes sem dar a isso a devida importância e, ainda desta vez, sem dúvida, não teria sido surpreendido pela semelhança significante, pela analogia literal, se não fiosse o provérbio.
"o jogo com os significantes não se manifesta no discurso neurótico senão quando algo de recalcado é posto em questão (se quem rouba um oeuf rouba um boeuf, quem deseja Laurence pode muito bem desejar Florence).
O sentido de um provérbio não é apenas seu sentido aparente, depende do contexto em que foi empregado.
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Provérbio - é preciso lembrar não da imagem, e sim da frase inteira, como se ela fosse apenas uma única palavra.
O provérbio só funciona bem com a condição de não ser tido por provérbio.
Cada provérbio deveria ser tomado como um significante, enigmático enquanto tal e em relação ao qual toda significação só poderia ser secundária.
Todo o problema seria ver como os sujeitos falantes - os falaseres - podem acomodar-se com esse significante, tomando-o por sua conta, comentando-o, dando-lhe sentido.
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O que acontece quando um sujeito choca-se com o significante? O que ele percebe em primeiro lugar?
- que está dele excluído (faltam peso e valor às suas palavras).
Há "no interior da língua comum"..."uma segunda linguagem esotérica".
Linguagem comum - poderia estar imajada, mas a imagem, inessencial, jamais é percebida como tal. Quando sabe diz que "o boi morto não se defende das moscas", ele não se compara a um boi, não coloca em relação a sua própria imagem a um boi morto. Onde não se está na ordem da significação, todo imaginário é neutralizado.
(trecho de anotações, não sei de que aula, seminário ou estudo, nem de quando. É curioso porque, em geral, costumo anotar datas, nomes e locais...mas, para não perdê-las, registro-as aqui. Poderá ser útil a mais alguém. A mim, me foi bastante.)