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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ODE AOS CRENTES

Acreditei em cegonha, coelhinho da Páscoa e Papai Noel
Acreditei que o homem andou na lua
Acreditei que leite com manga fazia mal
Acreditei.
Acreditei que o bem sempre vencia o mal
Acreditei que bastava me confessar para um padre que os pecados estariam perdoados
Acreditei em pecados
Acreditei em perdão
Acreditei.
Acreditei em finais felizes e fins de semana coloridos
Em almoços de família em domingos ensolarados
Acreditei em versos e prosas
Em discursos e movimentos
Em ideais e mantras
Acreditei.
Acreditei em afirmações positivas
Em meditação ativa
Tarô, mitos e astrologia
Acreditei que amor rima com dor
Rima empobrecida e desgastada pela rotina
Acreditei em vida eterna, vida longa, sem limites
Acreditei
E finalmente, acreditei nas pessoas, nas promessas, nas palavras
Sem saber que é preciso aprender a não acreditar em nada
Que não seja em sua própria falta de razão para existir.

Apenas ser.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

2014 - o ano que não termina

Às vezes o melhor conselheiro não é o travesseiro, mas um bom, cheio e suculento copo de vinho. Sim, copo! daqueles tipo americano, cheio até a borda! Que frescura é essa? Taça? meu amigo, minha amiga, taça é coisa de e pra coxinhas, esqueceu?
Encha um belo copo de requeijão que está aí escondido no fundo do armário para os seus outros amigos coxinhas não saberem que você o conserva aí, e beba à sua solidão! beba à sua sábia solidão! brinde àquela sua sábia decisão de não morar com mais ninguém que te tolha os movimentos. Sim, você é um cara difícil, ok, assuma isso, cheio de manias, e daí? desde quando ter manias é defeito? Roberto Carlos tem um milhão de amigos e mais de um milhão de manias e ninguém acha que isso é um defeito, pelo contrário! As manias dele viram hit, viram rituais a serem cumpridos até pelos convidados de seu enésimo show de fim de ano da Globo.
Portanto, meu amigo minha amiga, beba à você! se brinde, se comemore! se ame! você merece tudo de bom! se um ou outro babaca de plantão (oh, mil desculpas aos mais puritanos que ainda pensam que não pronuncio palavrões ou palavras de baixo calão - isso vai gerar uma polemicazinha básica, mas tudo bem, eu sustento!) vier com aquele papo vago: então é Natal! questione, coloque na parede, jogue no ringue, mas não deixe barato.
Como assim, então é Natal e aí zera tudo? Isso é fraude! é como zerar o odômetro (sabe, aquele equipamento do carro que marca a quilometragem que o pessoal zera de forma fraudulenta pra fazer de conta que o carro tem baixa quilometragem e assim conseguir um preço melhor?) então, achar que porque é Natal todo um passado fica automaticamente zerado é fantasia! é ilusão! ou fraude! como assim? a pessoa te sacaneou o ano todo, a vida toda e aí, porque é natal você beija, abraça e fica tudo bem? Nem com 20 anos de terapia! Espera aí! Pensa!
E principalmente quando você está numa fase numerológica marcada pelo fim de um ciclo e início de outro, Aí, "mermão", se você estiver num trimestre 9 de um ano 9, pode esquecer! As pessoas à sua volta vão pirar!
Porque você vai romper barreiras, você vai subir a ladeira como se estivesse dirigindo uma Mercedes conversível modelo top! Vai pisar no acelerador bem fundo e só vai parar depois de chegar no topo e vai perceber que fez isso com certa tranquilidade, sem machucar ninguém. E se houver um copiloto orientando, melhor ainda! Desfrute desse momento! Curta o seu Natal sem se preocupar muito com as convenções sociais vigentes. Elas costumam engessar os sentimentos, enrijecer as ideias, congelar as emoções!
Viva seu Natal com muita vitalidade e disposição! Esquentando os motores para 2015, esse sim, um ano pra ficar na história! Beijos a todos meus leitores daqui e de além mar (descobri que sou mais lida do outro lado do Pacífico! hahaha1 Ah, mas na Europa tenho uns dois ou três fãs bem fiéis!).
Um ótimo Natal, re-nascer, re-nascimento para todos nós! Vamos rever posições, opiniões, amores, hábitos, costumes! Quem não é flexível enrijece! Parece óbvio, mas apesar da obviedade nem todos percebem o quanto são rígidos em seus conceitos e pre-conceitos. Liberte-se! Libere-se! Sua vida pode ser uma aparente confortável prisão!. Sim, mudar dá trabalho! Mudar dói! Mudar provoca crises, mas principalmente mudar LIBERTA!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Uma estação chamada Facebook

Você segue sua vida caminhando pelas trilhas que ligam suas várias estações. A estação de sua casa, de seu trabalho, de seus familiares; de seus amores, de ex-amados; dos mais odiados, dos desprezados.
Tudo tão pessoal e, ao mesmo tempo, tudo tão parecido, mas diferente, junto e separado, misturado e distante.
E como num passe de mágica lá na estação Facebook todos se encontram.
Vidas paralelas se cruzam ali, naquele palco virtual, com holofote permanente. Entrou, olhou e curtiu, comentou, postou? As luzes se voltam para você. 
Caiu na rede, é Face! Caiu na malha, na trama, mergulhou no oceano virtual do narcisismo.
Parada obrigatória em algum momento do seu dia, na estação chamada Facebook se desnudam emoções, o real se mostra a si mesmo se mostrando ao mundo. Seu post fica ali, não é mais seu. É do mundo agora. Não adianta espernear, ameaçar e reclamar. Agora você e suas ideias são de domínio público.
O espaço virtual onde todas as trilhas e tribos se encontram, onde se troca, se ama, se odeia, se vive, se nasce, se mata, se enamora, se bloqueia, se deleta, se adiciona, se engana, engana, odeia, ama, marca encontro, desencontro, manifesto, festa, protesto, casamento, nascimento e funeral. 
Na estação chamada Facebook sua vida é medida pelo tanto de likes e visualizações e compartilhamentos que seu post provocou. Seu post é um pouco você, é uma parte sua, talvez a menos visível pra você mesmo. Só se preserva quem está fora, out!
E você segue sua vida - aquela que pensa que ninguém vê - e num instante, num link ela cruza com a de todos os "faces" da sua lista. Você vê e é visto. Isso é bom, às vezes não. 
Estar na estação pode aliviar a solidão. Ou piorar. 
Conversas paralelas, secretas, in box, dentro da caixa, podem tecer o fio da meada da sua trama pessoal, como podem enredá-lo e jogá-lo num abismo. Percebe-se o sorriso, a intenção, a quilômetros de distância. As palavras são carregadas de emoção e sentimentos. É quase palpável apesar de virtual. Essa é a mágica inexplicável, o canto da sereia da estação chamada Facebook. 
Alguns Ulisses já se afogaram.

terça-feira, 16 de abril de 2013

O pior da insônia é quando você ouve o primeiro pio do bem-te-vi

A insônia pode acontecer em qualquer idade. Conheço jovens adolescentes que sofrem desse distúrbio do sono. Crianças da mesma forma não estão livres de noites maldormidas.
Você sabe que está com insônia quando tenta dormir e não consegue. Essa tentativa pode ser no momento em que se vai deitar com o objetivo de dormir, mas também ocorre no meio do sono. A pessoa se deita no seu horário habitual e depois de duas ou três horas acorda, muitas vezes sem nenhuma razão aparente, e aí começa a tortura.
Primeiro você tenta dormir. Fecha os olhos, reza, tenta se concentrar num único pensamento, lembra de um mantra e rola de um lado pro outro sem sucesso na intenção de dormir. Acende  a luz, bebe um pouco da água que está no copo do criado-mudo ao lado da cama. Apaga a luz novamente, afofa o travesseiro, e deita a cabeça sorrindo feliz e pensando: agora, vai.
Fecha os olhos, mantra, reza, ouve a moto que sobe a rua, o guarda-noturno apitando no final do quarteirão...lá longe, o trem de carga que passa discreto no silêncio da noite. E a mente? Um turbilhão. Milhões de pensamentos, em dado momento você~e não sabe mais se está acordado ou dormindo porque tem a sensação que de que está sonhando mas ao mesmo tempo ouve todos os sons da noite. O ressonar da gatinha que dorme do seu lado, o ronco da cachorrinha, o vizinho da casa ao lado que se levanta para ir ao banheiro e, dependendo do caso, você ouve tudo o que ele faz lá. Conferir que horas são nesses casos só piora a sensação de impotência diante dessa luta inglória entre o seu desejo de dormir e o seu cérebro que teima em permanecer acordado.
Então, você ouve o primeiro ônibus passar na rua de cima, o primeiro pio do bem-te-vi e descobre que está há quatro ou cinco horas acordado quando deveria ter dormido.Bate um desespero infernal. Se por acaso você tem um compromisso logo pela manhã então, não tem remédio mesmo. Se sua rotina pode ser adiada, é possível que você ainda consiga dormir mais umas duas ou três horinhas porque, por incrível que pareça, existem insones que, após uma noite inteira maldormida, conseguem até sonhar em duas ou três horas depois de o sol já estar na ativa.
As causas da insônia são inúmeras e só um especialista pode ajudar. Se você leu esse post e se identificou com o problema, procure um médico.

terça-feira, 12 de março de 2013

Internação compulsória: sim ou não?


O crack é usado hoje por pessoas de todas as classes sociais e faixas etárias, atingindo, por exemplo, executivos que o consomem em casa, nos finais de semana, de forma relativamente controlada. “O perfil do usuário atual é mais amplo”, comenta a professora Amanda Reinaldo, especialista em dependência química e professora do Departamento de Enfermagem Aplicada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
    Ela é a coordenadora do Ciclo de estudos em crack e outras drogas, que começa hoje, 12/03/2013, na Escola de Enfermagem, e reunirá, em sete encontros periódicos que se estendem até julho, especialistas e profissionais de saúde que lidam com temas como o estigma sobre o usuário de drogas, a rede de saúde e de atendimento e a importância da participação da família na recuperação do dependente químico.
    Em entrevista ao Portal UFMG, a professora Amanda Reinaldo analisa o comportamento não exclusivista do dependente de crack, que também consome outras drogas, o forte estigma social que o persegue e sugere estratégias para o tratamento dos viciados – e elas não passam, em sua avaliação, pela internação compulsória, adotada desde o início do ano em São Paulo.
    “O ideal seria que as políticas públicas para essa área seguissem o princípio da redução de danos, que foca seus esforços na relação que o usuário tem com a droga”, propõe.

    O ciclo de estudos que começa hoje, na UFMG, tem o crack em lugar de destaque nos debates e até mesmo no nome do evento. Por que essa droga tem ganhado tanto espaço na agenda do governo e da sociedade?
    O crack é a bola da vez. Se pensarmos epidemiologicamente, outras drogas como o álcool provocam mais impactos sociais e financeiros que o crack. Mas o crack choca a sociedade e chama a atenção, porque seus usuários estão na rua, eles saem de suas casas e vão para as cracolândias, perambulam pela cidade e isso incomoda a sociedade. O uso do crack levanta outras questões sociais como prostituição e a degradação humana. Já o usuário de álcool em geral tem sua família e sua casa e não incomoda tanto a sociedade, a não ser nos casos de acidentes de trânsito. O crack incomoda muito mais, socialmente falando.
    O crack então é uma droga menos aceita socialmente?
    Sim, por conta da degradação e outras questões sociais que ele gera. O crack está associado à violência e a comportamentos de risco. Como exemplo, lembro que têm aumentado os casos de crianças portadoras do HIV; as mães usuárias e contaminadas pelo vírus não fazem pré-natal, o que poderia impedir a criança de contrair o vírus.
    A violência e outros problemas que aparecem associados ao uso do crack são os responsáveis pela exclusão social dos usuários dessa droga?
    Não acho que usuário do crack seja excluído socialmente. Ele é temido socialmente, a partir do momento em que causa um incômodo, as pessoas não querem vê-lo perambulando pelas cidades. Ele está na cidade, anda e convive com as outras pessoas, mas incomoda. Ele não está excluído na periferia, circula pelos espaços. Em geral, as pessoas têm mais medo do usuário de crack do que de um alcoolista ao volante.
    Por que o crack tem matado tantos usuários?
    Não podemos falar que o crack é a droga mais devastadora para o organismo. O uso de qualquer droga deve ser visto como uma doença e não um desvio de caráter, e o crack não mata por si só, está associado a doenças secundárias, tais como tuberculose, aids, pneumonia, câncer de boca. O usuário morre devido às comorbidades associadas ao uso da droga. Alguns indícios trazidos por determinadas pesquisas mostram que os usuários de crack estão começando a autorregular o seu uso da droga.
    Como isso acontece?
    Há estudos em andamento que mostram que o crack está entrando em uma fase de uso mais “estabilizado”, por assim dizer. Quando a droga surgiu, houve um boom no seu uso, sendo que o ápice foi percebido pela população com o surgimento das cracolândias. Mas hoje já existem sinais apontando que as pessoas que usam crack, assim como os usuários de cocaína e álcool, estão começando a moderar o consumo. Há usuários de fim de semana que controlam o uso para trabalhar e ter uma vida normal.
    Qual é o perfil desse novo usuário?
    É muito difícil traçarmos esse perfil, porque ele é muito amplo. Há desde o executivo que faz uso aos fins de semana em casa, de forma regular, porém mais controlado, até as donas de casa e os aposentados. O crack não é mais uma droga da rua, seu perfil mudou e ele agora atinge todas as classes sociais. Além disso, os consumidores de crack são "poliusuários".
    Isso significa que não uma há exclusividade no consumo...
    É muito difícil vermos usuários de uma droga só. As pessoas experimentam de tudo, mas fazem uso maior daquela droga à qual se adaptam melhor, que gostam mais do efeito. Aquele caminho clássico indicando que a pessoa começava no cigarro, migrava para a maconha e depois para drogas consideradas “mais fortes” não é mais comum. O grande “barato” do crack é o efeito instantâneo, mais rápido. Mas o usuário de crack também consome maconha, álcool e cocaína.
    Como o usuário de crack deveria ser tratado?
    O usuário de drogas é uma pessoa doente e que precisa de tratamento. O ideal seria que as políticas públicas para essa área seguissem a mesma linha do álcool, por exemplo. É a política de redução de danos, que foca seus esforços na relação que o usuário tem com a droga. O objetivo final é sempre a abstinência, que a pessoa pare de vez de usar o crack. Mas se hoje a pessoa fuma 20 pedras por semana e consegue passar a fumar 10 ou 5, isso já é bom. Juntamente com essa redução de danos, deve haver ações como reinserção no mercado de trabalho e na família, para que a pessoa consiga parar de usar a droga e voltar a ter vida normal. O usuário de crack precisa ser amparado de todas as formas e reintegrado à sociedade.
    A recuperação de usuários de crack é mais difícil que a de dependentes de outras drogas?
    É uma recuperação bem árdua, tanto pela dependência física, quanto pela psíquica. O usuário de crack pensa que precisa da pedra para sobreviver. Ele não acha que a droga em si é ruim, porque, se assim fosse, ninguém usaria. O usuário se sente mais forte e corajoso, e isso dificulta o tratamento. O ex-usuário precisa desenvolver um autocontrole e tentar não se expor às situações de risco.
    As internações compulsórias são uma solução para o problema do crack nas grandes cidades?
    Na área da saúde há grupos contrários e favoráveis a essa medida. Os grupos a favor alegam que o dependente perde a capacidade de decidir o que é bom e o que é ruim, e, por isso, o Estado tem a obrigação de decidir por ele. Os grupos contrários encaram essa internação como violação de direitos e de autonomia. A internação compulsória não vai resolver o problema do crack, mas é preciso dar uma resposta à sociedade.
    Como tem sido o resultado dessa medida nos locais onde foi adotada?
    Até onde temos conhecimento, a maioria dos internados compulsórios retorna ao uso, porque não há o desejo do tratamento. Quantas vezes a internação compulsória já foi feita e não deu certo? Foi feita com os portadores de hanseníase, com os doentes mentais e com os tuberculosos. Todas essas pessoas incomodaram a sociedade e foram retiradas das ruas pelo Estado. Com os anos, nenhuma dessas internações deu resultado, porque você isola a pessoa e cria uma sociedade à parte, sem solucionar o problema. Ao tirar as pessoas da rua e interná-las à força, o crack não deixa de existir. E em algum momento elas vão sair da internação, pois ninguém pode ficar enclausurado para sempre. Logo vai aparecer outra droga e qual será o próximo passo? Vamos criar serviços de internação para cada nova droga? Esse é um assunto muito delicado e que desperta posições conflitantes. Alguns usuários questionam a internação compulsória e, ao sair, voltam a usar droga. Já outros agradecem pela internação depois que se recuperam.
    Como o Estado participa dessas internações?
    Nos locais em que ocorrem, elas são resultado de parceria do governo com a justiça. Nossa preocupação é que o Estado pode não dar conta de manter as internações compulsórias, porque isso é muito caro. A quem interessa a internação compulsória se o Estado não tem condição de internar todo mundo? As clínicas privadas vão se interessar e aí a pessoa deixa de ser um usuário de drogas, sabidamente doente, e se transforma em uma cifra. Quanto mais usuários, mais serviços privados e mais dinheiro o processo vai envolver. Já existe a intenção e esforço político para a causa, mas esse esforço tem que ser canalizado de forma inteligente.
    Como a universidade tem participado dos debates sobre dependência química e uso do crack e outras drogas?
    A UFMG difunde o conhecimento e cria políticas de multiplicadores desse conhecimento. A universidade ajuda a destruir mitos e a mostrar que este é um problema de saúde pública. Além disso, ela forma profissionais nas áreas da saúde que estão se preparando para enfrentar o problema. Muitos profissionais estão indo para o mercado de trabalho sem saber lidar com essa questão. Além disso, a UFMG tem feito avanços na pesquisa para gerar conhecimentos que ajudam a compreender melhor a dependência química.

    Fonte: Agência de Notícias da UFMG

    Particularmente não concordo com algumas ideias da professora, principalmente no que diz respeito à comparação que ela fez entre hansenianos, tuberculosos e dependentes de crack. A hanseníase e a tuberculose, assim como a Aids e outras doenças infecto-contagiosas não limitam a capacidade do doente de discernir e tomar decisões. Dependentes químicos, em geral, e de crack em particular, em graus muito avançados de fato não conseguem ter lucidez suficiente para decidir o que é melhor para eles, nem se querem mesmo se tratar ou não. Como afirmar que todo dependente químico que foi internado compulsoriamente tem recaída por esse motivo? Então, por que razão os que são internados voluntariamente também têm recaídas? O assunto é muito complexo e vai além de questões do tipo: concordo ou não concordo com essa ou com aquela política pública. O sistema prisional, igualmente, não resolve a questão da recuperação dos presos e nem por isso, não prender um infrator seria a solução ou perguntar para ele se ele quer ser preso seria a solução. Ah! não sou a favor da internação compulsória nem de hansenianos nem de tuberculosos ou aidéticos. Mas se internar compulsoriamente dependentes químicos não resolve, me parece que deixá-los à revelia também não. Vide caso recente do cantor Chorão, morto semana passada. A Justiça, sempre sábia, não concordou em interná-lo compulsoriamente e o fim da história nós vimos como foi. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

FREUD E O LUCRO DOS SEUS NEGÓCIOS


Luiz Fernando Garcia
Neste post, dou espaço para Luiz Fernando Garcia que é especialista em psicodinâmica aplicada à gestão. Ele  reúne empresários de médio e grande porte e por meio de uma terapia em grupo ajuda-os a compreenderem e, com isso, alterarem seus comportamentos no dia a dia dos negócios.
 No artigo “Freud e o lucro dos seus negócios”, Luiz Fernando explica como o controle de alguns comportamentos _ presentes na rotina dos negócios  e também estudados por Freud – pode melhorar o desempenho de toda a empresa.




O que o famoso alemão Sigmund Freud tem a ver com o sucesso de empresários e seus empreendimentos? Muitas vezes, a reposta é simples: tudo. Entender os conceitos da Psicanálise e aplicá-los à prática do universo corporativo pode ser a solução para muitos homens e mulheres que não conseguem entender por que suas empresas não conseguem ter um bom desempenho.

Considerado por muitos como um dos grandes gênios dos séculos XIX e XX, Freud deixou um legado àqueles que buscam o entendimento da própria mente – fato este que, muitas vezes, não é almejado pelos donos de negócios. Sobre isso, vale dizer que um dos maiores desafios que enfrento no dia a dia com empresários é fazer com que entendam que a origem de problemas como baixos resultados financeiros pode não estar em estratégias, funcionários ou sócios. Em grande parte dos casos, o ponto-chave é a própria dinâmica mental desses executivos.

Ao se aproximarem dos conceitos do Pai da Psicanálise, homens e mulheres de negócios “desatam os nós” que possuem, e quase sempre passam a colher os frutos com o melhor desempenho de todos na empresa e, consequentemente, com o aumento dos lucros. Durante a convivência com mais de 1.200 empresários ao longo dos últimos 12 anos, busquei fazer com que entendessem os Mecanismos de Defesa da Psicanálise, algo constantemente presente no cotidiano corporativo.

Praticamente todos os empresários, inconscientemente, põem em prática esses mecanismos, o que prejudica – e muito – o desempenho dos negócios. Ao levar para a empresa um problema mal resolvido em casa, eles aplicam o que Freud chamou de Deslocamento e apenas transferem as preocupações de ambiente. Outro fator presente no comportamento dos donos de negócios é a Negação. Ou seja, eles deixam de enxergar determinado problema para realizar seu objetivo, por exemplo, um investimento arriscado. Mesmo que os números do relatório preparado pelo contador apontem que o momento não é propício para ampliar a fábrica ou fazer contratações, os empreendedores em estado de negação optam pelo caminho do “sei que vai dar certo” e correm até o risco de quebrar.

Além de negar o risco em uma negociação, o empresário, frequentemente, é “muito apaixonado” por seu negócio. Por conta disso, põe em prática a Idealização para justificar uma decisão, especialmente as que parecem não fazer sentido para o restante das pessoas. A chamada Projeção também é algo muito presente no ambiente empresarial. Esse Mecanismo de Defesa pode ser observado, por exemplo, em uma relação de sociedade, com a transferência de desejos ou conteúdos que estão em você ao outro – “ele vive viajando” e “ele vive com mulheres mais jovens” são frases que podem exemplificar esse tipo de atitude. Em linhas mais populares, poderíamos tratar esse último tópico como “uma inveja disfarçada pela visão crítica”, já que os defeitos dos outros são, na verdade, muitas vezes as virtudes que gostaríamos de ter.

Com o conhecimento dos conceitos da Psicanálise e a prática de algumas técnicas, esses comportamentos inconscientes são compreendidos e alterados. Ao mudar sua maneira de pensar, o empresário também passa a agir de forma diferente. Isso potencializa o desempenho de seus subordinados e acaba por ampliar os lucros nos negócios.

Luiz Fernando Garcia – Administrador de Empresas, criador da metodologia de Psicodinâmica em Negócios, formando em Psicanálise e responsável pelo desenvolvimento de mais de 50 metodologias de treinamento destinadas à capacitação de empresários e profissionais de liderança, com mais de 1.500 empresas atendidas em 30 mil horas de aplicação em estratégia de desenvolvimento.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Existe receita da felicidade?


  • Tenha saúde suficiente para trabalhar com prazer (se não sente prazer nem em trabalhar nem em seu trabalho atual, pare e repense sua vida).

  • Uma pitada de força (de vontade) para lutar contra as dificuldades e superá-las.

  • Alguma humildade para admitir os próprios erros e se perdoar.

  • Muita paciência para perseverar até atingir o seu objetivo (pressupondo que você já tem um objetivo. Se não tem, não seria o caso de pensar sobre isso?).

  • Bastante caridade para ver algo de bom e positivo no próximo (seja ele quem for).

  • Amor por si mesmo para poder ser útil às pessoas (aliás, sem isso os itens anteriores deixam de existir automaticamente).

  • Muita, muita fé para transformar em realidade as coisas divinas (entenda por coisas divinas todos os seus sonhos e desejos).

  • Um tantinho de esperança para afastar os temores acerca do futuro (até porque o futuro não existe; quando ele chega é o presente. Então, viva o hoje e esqueça o ontem).




As dicas originalmente foram escritas há mais de um século pelo escritor alemão Goethe.
Tomei a liberdade de colocar minhas impressões entre parênteses.
Encontrei o texto no livro "Nietzsche para estressados" de Allan Percy.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Deixe a raiva secar


Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá todo colorido.
No dia seguinte, Júlia sua amiguinha veio bem cedo convidá-la para brincar.
Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.
Júlia então, pediu a coleguinha que emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.
Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial. Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão.
Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:
"Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo e ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.
Totalmente descontrolada, Mariana queria porque queria, ir ao apartamento de Júlia para pedir explicações.
Mas a mãe, com muito carinho ponderou:
"Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro passando jogou lama em sua roupa? Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou.
Você lembra o que a vovó falou? Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.
Pois é, minha filha com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro.
Depois fica bem mais fácil resolver tudo. Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão. Logo depois alguém tocou a campainha.
Era Júlia, toda sem graça com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
"Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei.
Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você tinha me emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você.
Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa".
"Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou".
E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.
Nunca tome qualquer atitude com raiva. A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta. Diante de uma situação difícil.
Lembre-se sempre: Deixe a raiva secar!!!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Afinal, o que é psicoterapia?

Por  Adriana Tanese Nogueira 

“A psicoterapia é um ramo da arte de curar que se desenvolveu e alcançou uma certa autonomia nos últimos cinquenta anos. As opiniões neste campo foram se transformando e se diferenciando de vários modos, e a massa de experiências que se acumulou deu lugar a diferentes interpretações. Isso porque a psicoterapia não é aquele método simples e único que num primeiro tempo se acreditava, mas revelou-se aos poucos uma espécie de “procedimento dialético”, um dialogo, uma avaliação entre duas pessoas. A dialética, originariamente arte de conversar dos filósofos antigos, logo serviu para designar um processo criativo de novas sínteses.” (“Pratica della Psicoterapia”, C. G. Jung Opere, Torino, Boringhieri, 1981, Vol. XVI, p. 7).

          Essas são as primeiras palavras que abrem o livro de Jung “Princípios da psicoterapia prática”, cuja primeira edição saiu em 1935. Vejamos o que elas querem dizer.
          A psicoterapia é uma cura, precisamente “uma arte de curar”, uma forma de produzir saúde, no caso, saúde “mental”. A saúde psíquica em questão se expressa como alegria de viver e geral bem estar, capacidade de tomar iniciativas, de  concentrar-se e perseguir os objetivos postos, criatividade para formular projetos de vida e atividades, independência física, emocional e intelectual, habilidade de reagir de forma adequada frente às decepções e dificuldades. É psicologicamente saudável a pessoa age não conforme estereótipos e “obrigações morais”, mas como resultado de sua profunda auto-consciência. Também, possuir discernimento e escolha faz parte do ser psicologicamente saudável.
          Psicoterapia não é destinada a doentes mentais, apesar deles poderem em alguns casos se beneficiar dela como tratamento colateral ao psiquiátrico. Esquizofrenia, psicóses, alucinações e outros distúrbios mentais graves pode ser inteiramente devidos a problemas orgânicas, necessitando portanto de tratamento médico. O psicoterapeuta não faz uso de remédios e conta com a consciência do analizando para poder fazer seu trabalho. Quando esta consciência (de qualquer nível for) faltar, o único tratamento possível é o psiquiatro. Como Jung escreve, psicoterapia é dialogo, e sabemos que com os loucos não tem conversa.
          A psicoterapia é destinada a todas as pessoas “normais” que não estão satisfeitas com sua vida ou aspectos da mesma. São pessoas que querem entender o que sentem e por que sentem o que sentem; desejam se conhecer para compreender suas escolhas e as situações que vivem; querem mudar o padrão de suas relações ou encontrar a bússola para sua vida. Enfim, a psicoterapia é para pessoas “normais” que têm problemas. Estes porém todos temos, problemas fazem parte da vida. Então por que fazer terapia?
          Einstein disse: “É a teoria que decide o que podemos observar”, o que significa que a mentalidade que temos (a teoria) nos faz ver uma coisa e não outra, privilegia pontos de vista, esconde ou revela o que é aceito pelos seus conceitos. Ninguém percebe o que seus olhos não estão acostumados a ver; a forma de pensar decide o que existe e o que não existe, além de dar interpretações previstas pela “teoria”. Logo, quando não se consegue resolver um problema é preciso analisar os olhos que estão enxergando esse problema. Isso é o que a psicoterapia faz (além de muitas outras maravilhas).
          A psicoterapia oferece outro ponto de vista. Ele é sempre mais abrangente e rico do que a mentalidade comum, mesmo aquela dos “cultos”, porque sua visão basea-se não só num mais amplo conhecimento da natureza humana como também nos conteúdos inconscientes (sonhos, sensações e etc.). O ponto de partida da psicoterapia é também mais profundo do que o da mentalidade comum porque pressupõe que o psicoterapeuta tenha feito seu trabalho interior e tenha conhecimentos que vão desde as teorias que ele segue à física quântica, antropologia, mitologia, literatura, sociologia e etc.
          Concluindo, psicoterapia é um trabalho de cura baseado no processo de auto-conhecimento do analisando ajudado pelo psicoterapeuta. Acontece semanalmente, uma ou duas vezes por semana, quando analista e analisando se encontram. É pago, pois esta é uma profissão e não um hobby, e fundamenta-se no compromisso, honestidade e continuidade de ambas as partes. O objetivo da psicoterapia é promover o bem estar do indivíduo, capacitando-o a compreender-se melhor e, portanto, a direcionar sua vida de acordo com suas necessidades reais, enfrentando de forma apropriada os conflitos e dificuldades que encontrar. A chave para isso tudo é o poderoso processo de evolução da consciência que leva para inesperadas e atraentes novas interpretações e modos de viver.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O outro é você e você é o outro

Preste atenção:  aquilo que você fala sobre o outro, na verdade é uma projeção sua no outro. Ou seja, você vê no outro aquilo que está em você mas você não reconhece em você.
Tem muito você no texto? É de propósito.
Por exemplo: você acha sua vizinha irritante, falsa, esnobe. Então, pare e observe: o que existe de irritante, falso e esnobe em você e que você não reconhece? 
É natural nós não nos enxergarmos a não ser que estejamos em frente a um  espelho - objeto que deve ter sido criado, acredita-se, no Egito antigo, e que foi muito utilizado pela Rainha Má da história da Branca de Neve -, nós não temos como nos ver. É o outro quem me diz quem eu sou. São os outros que dão dicas, pistas de quem somos, como somos ou de como aparentamos ser quando nos dizem: "Que cara feia é essa?" você pode estar distraidamente sério, nem percebeu, mas está com o cenho franzido, ares de preocupado...não é assim mesmo? Ou ainda quando dizem que você está com um sorriso no semblante, um brilho no olhar e você nem se deu conta disso. É o seu inconsciente se manifestando através do seu corpo ou do seu rosto, através dos seus gestos. "O corpo fala", tem até um livro muito conhecido que trata com propriedade desse assunto.
Muito bem.
Outro ponto: a fala da outra pessoa sobre mim é, na verdade, a minha fala (sobre mim). E eu tenho de entender o que ele fala. Ou seja, alguém diz algo sobre mim que está em mim, eu não reconheço, mas é como se eu estivesse falando de mim mesma. Por exemplo: alguém me diz: Nossa, como você está mau-humorado. É como se eu estivesse falando de mim. Mas como eu não reconheço o mau humor em mim, eu penso que o outro está dizendo isso de mim equivocadamente. Então,pare e pense: estou (ou sou)  de fato mau-humorado, desleixado, desequilibrado etc etc etc?
Confuso? Não. Complexo? Sim.
Daí a importância de nós nos conhecermos. Como? olhando para dentro de nós e prestando atenção na fala do outro e na minha fala sobre o outro. Já que o que eu vejo no outro está em mim.
Já colocou um espelho de frente para outro espelho. Faça a experiência.
Somos espelhos uns dos outros. O outro sou eu. Eu sou o outro. O outro é minha sombra, eu sou a sombra do outro. E todos somos um. 
Isso é física quântica. Senão, vejamos: "(...) sabe-se que uma imagem holográfica guarda em cada uma de suas partes, por minúsculas que sejam, as informações do todo. O mesmo espírito norteia a Teoria Geral dos Sistemas, que considera o mundo em função da inter-relação e interdependência de todos os fenômenos. Os sistemas são totalidades integradas, cujas propriedades não podem ser reduzidas às de unidades menores. (...) a engenharia genética ensina-nos que um único filamento do DNA contém todo o código genético de um ser vivo. A biologia também apresenta a Teoria dos campos morfogenéticos, do bioquímico inglês Rupert Sheldrake, que define o campo morfogenético como uma força não energética, uma espécie de memória coletiva que atua além do espaço e do tempo, conectando todas as coisas e todas as formas da natureza. (...) a ecologia, demonstra que todas as formas vivas encontram-se inter-relacionadas numa complexa e delicada teia de relações mútuas." (Farjani, Antonio Carlos - Psicanálise e Quantum, Editora Plêiade, 1995)
No filme Avatar (James Cameron, 2009) ficou famosa a cena em que a personagem de Zoe Saldaña, Neytiri, diz para o personagem de Sam Worthington, Jake Sully: "Eu vejo você". Quando ela o vê? Quando ela descobre que o ama. E o que ela ama em Jake? O que ele tem dela dentro dele. Ela ama o Jake transformado nela. E ele ama o que ela tem dentro dele que ele não sabia. Ou seja, nós nos apaixonamos por nós mesmos!
O perigo disso é estarmos tão identificados com o outro que não sabemos mais quem nós somos e passarmos a atender apenas as necessidades do outro pensando que estamos atendendo às nossas necessidades. Quando eu fico muito identificado com o outro (quando estou apaixonado,por exemplo, ou muito bravo com outra pessoa por causa do que ela me disse e que eu não gostei, que me afetou) fico alienado de mim mesma. Se eu não gostei é porque me identifiquei. Se me for indiferente, provavelmente não me pertence de fato.
Qual a saída para eu ser eu mesma, de forma íntegra e totalmente.
Preciso me conhecer para atender ao que meu EU Superior, ou meu SELF, ou Deus interior, ou partícula divina (depende da crença de cada um) quer que eu faça, atender à minha missão de alma. Se eu não atender ao que o Self quer, eu vou atender ao que o EGO (aquela parte racional que me controla) quer. E o EGO quer atender ao que o outro quer (quando não sabe quem é, quando está identificado com o outro). Daí a importância do AUTOCONHECIMENTO.
Algumas religiões ajudam nesse processo (outras, atrapalham bastante). Mas não são suficientes para alcançarmos bons resultados.
Só uma boa terapia nos ajuda a elucidar quem somos, por que agimos desta ou daquela maneira,por que atraímos isso ou aquilo para a nossa vida (situações que se repetem, pessoas parecidas....), por que temos a sensação de andar em círculos ou para trás, por que nada dá certo comigo, por que sempre me meto em dívidas, confusões, relacionamentos  complicados, por que sempre sou traído(a), enfim, por que sou assim, por que funciono assim?
Dá pra mudar? Dá. Mas não é fácil. O caminho é longo, traz angústia. É preciso coragem, disciplina e determinação.
Gente, estou escrevendo isso para mim mesma! Não é sensacional?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mulheres no trem

Como andam as mulheres nesse trem desumano, pegajoso, que cheira a suor, pum e arroto?
Andam, em sua maioria, em pé, apertadas, amassadas, cansadas, tocadas, bolinadas, caladas, sofridas essas mulheres.
Os homens vão sentados, em sua maioria.
As mulheres, em pé. Poucos homens dão lugar, dão espaço, dão atenção, consideração às mulheres, sejam novas, sejam velhas, crianças, mulheres barrigudas, bonitas, feias, gordas, magras. Carregam sacolas, crianças, malas, guarda-chuvas, pacotes, caixas. Sozinhas. Sem ajuda. Ninguém ajuda, às vezes outra mulher. às vezes mais velha até da mesma idade. Mais nova, difícil. Pensa que não vai envelhecer. Olha pro lado, de lado, desvia o olhar, finge que dorme. Abre a boca. Baba. Homens? Dormem,roncam, têm o olhar perdido no vazio. Desde o século passado sua maior motivação ainda é o futebol. São os primeiros a entram no vagão. São os primeiros a se sentar. As mulheres vão em pé. Ali. Na fuça deles. E, nada!
No frio é menos ruim. Mas não é bom.
No calor é pior. Não tem ar-condicionado. Um sistema de ventilação transforma o ar em algo que venta quente, agrava a temperatura. As janelas abertas não amenizam o abafado. O bafo, o mau-hálito. O calor indesejado no cangote. O encosto. O roçar incômodo. O ultraje. Dos que vão em pé. Não passam nem um perfume, um desodorante...raro sentir um cheiro bom dentro do trem vindo de um macho. Fedem. Não cheiro de macho. Cheiro de falta de banaho, de falta de amor por si mesmo. Não se gostam tanto quanto não gostam de mulheres, de crianças, de velhos...

As mulheres têm alma. Homens têm alma. Alma feminina. Alma masculina. Há que resgatar essas almas. Há que salvar essas almas.
Almas sofridas, vividas, cheias de vida.
Há que deixar essas vidas se manifestar, brotar, nascer, desabrochar, emergir, vir à tona.
Mas como? Como acessar esse feminino tão ultrajado? Tão vilipendiado? De que maneira? E o masculino? Onde está?

domingo, 25 de setembro de 2011

Repetindo padrões

Se você é daquelas pessoas que estão sempre entrando em situações desagradáveis que se repetem em sua vida, e que o fazem dizer: eu não tenho sorte com amor, com dinheiro, com empregos, com chefes...então, o texto a seguir, extraído do livro "FLUA" de Louis Burlamaqui vai ajudá-lo a compreender que, se você está repetindo padrões de comportamentos é saudável prestar atenção e procurar a ajuda de um profissional especializado, porque dificilmente saímos desse círculo vicioso sozinhos.

"O verdadeiro propósito das relações humanas é o aprendizado. Todos nós aprendemos nos relacionando. É comum casais divergirem, e não há problema nenhum nisso. O aprendizado reside em outra esfera, mais sutil. Ele existe na irritação e na raiva, quando manifestadas em alguma situação ou no comportamento de alguém na relação a dois. 
A irritação e a raiva são sinais poderosos sobre nós mesmos por meio do espelhamento do outro. A disfunção é revelada pela emoção.
Quando sentimos raiva ou uma irritação forte devido a algum comportamento do companheiro ou companheira, isso pode ser um sinal de algo de que não gostamos em nós mesmos e que não foi reconhecido nem tratado.
Relacionamentos são acordos entre as partes para compartilhar realidades mútuas, de modo a obter feedbacks sobre a verdadeira natureza da experiência.
Se vivemos sempre os mesmos problemas com as pessoas e temos a sensação de que determinada situação se repete em nossa vida, isso nada mais é do que um sinal de que ainda precisamos desses "joguinhos" emocionais para alimentar nosso aprendizado.
Flávia é uma oftalmologista (...) que antes de se casar (...) sempre namorou homens que lhe traziam problemas. Eles a tratavam mal, moldavam-na, queriam ter pleno controle sobre ela. Ela sempre se queixava, apaixonava-se por eles e sofria nas relações. Quando terminava comum pelos motivos acima, aparecia um novo namorado, com personalidade diferente, estilo diferente, mas que a tratava da mesma forma. Até que um dia se casou.
Dois anos depois, sentada no sofá da casa de sua mãe, chorando, disse que era sempre agredida com palavras e que o marido era rude, dentre outras coisas. Disse que sempre sonhou com um homem gentil, e não entendia por que o destino sempre trazia homens bonitos, sarados e dominadores para a sua vida. Ela sempre se apaixonava pelos homens errados. Dos poucos que conheceu que eram realmente diferentes ela não conseguiu gostar.
Ora, a vida não trouxe nenhum desses homens para ela. Foi Flávia quem os atraiu. Foi seu modelo de ressonância, Ela precisava desses homens para aprender algo. O problema é que, como não apreendia, o padrão se repetia. E sempre vai se repetir enquanto não houver aprendizado. Rompe-se uma relação e o padrão vem em outra, mais cedo ou mais tarde, se não existir aprendizado."


Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...