quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Você ama ama ou ama ama?

Sabe aquele comercial de café, que tem como protagonista o casal de atores Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert, em que ela pergunta: Rodrigo você me ama: E  ele diz: amo. E ela pergunta: mas ama ama ou ama ama? Dando a entender que o amor que ele diz deveria ter uma dimensão mais profunda do que um simples "amo". E ele, pra mudar de assunto, diz: vou fazer um café pra você.
Embora faça parte do comercial que apresenta o casal como o casal perfeito (e faz uma relação da perfeição do casamento com a nova parceria entre as marcas do café e da cafeteira) trata-se de uma cena bem típica do relacionamento homem/mulher. 

A mulher sempre quer ouvir, precisa ouvir, porque a mulher é muito mais tocada pelo que ouve ou fala do que pelo que vê. Para ela, o simples fato de ele estar ali, fazendo uma gentileza - que é preparar o café - não é suficiente para que ela entenda a dimensão do amor dele por ela. Inclusive, é muito comum entre casais que acabaram de transar, a mulher perguntar: você me ama?

No comercial, Rodrigo, por sua vez, como todo homem, simplifica tudo com o gesto: fazer o café é dizer eu te amo com outras palavras. Ele a olha como quem diz: deixe de bobagem,  não está VENDO que eu estou aqui? Sou todo seu. Não, a mulher não vê. E a cena continua com o casal saboreando o café e ele dizendo: eu te amo e a Fernanda perguntando novamente: mas ama ama ou ama ama? e ele faz uma cara de: Pô você não entendeu nada e vai começar a tortura de novo!!!

Quando homem e mulher entendem como cada um funciona, a mulher não fica insistindo em obter respostas dele por meio de palavras e ele entende que a mulher precisa ouvir muito mais do que ver.

Ou seja, se levar flores, não basta entregá-alas com um beijo. Tem que dizer eu te amo.
Mas, mulheres, se ele trouxer as flores e não disser eu te amo...entenda: ele te ama porque homens só compram flores para as mulheres amadas.

Agora, se ele não compra flores...aí, talvez seja o caso de perguntar: você me ama? Mas ama ama ou ama ama?

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Sobre black blocs

Sabe quando as crianças, por pura farra, atiravam pedra na janela do vizinho e saíam correndo? 
Ou quando tocavam a campainha das casas de toda a rua e saíam correndo dando risada? 
Quando apertam todos os botões do elevador pelo simples prazer (sádico) de imaginar o próximo usuário parando indefinidamente em todos os andares? 
Então, essa é uma fase normal da criança. Ela desafia as autoridades (mãe, pai, vizinho, síndico) buscando limites. Ela quer - e precisa - saber até onde ela pode ir. Faz parte do seu desenvolvimento psíquico. 
E só a educação lhe dá essa noção. 
Os black blocs de hoje são de uma geração que tudo pode. Provavelmente suas mães/pais não disseram que atirar pedra na casa dos outros é uma falta de respeito com o que não é nosso, que não se deve, enfim, fazer ao outro aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco. 
Talvez esses jovens sejam aquelas criancinhas lindas que chutavam a canela dos tios e ninguém as repreendia, ou que judiavam de pets sem nenhuma outra consequência que não fosse o sofrimento do bichinho. 
São pessoas que não aprenderam a respeitar nenhum tipo de autoridade porque não tiveram ninguém fazendo esse papel na sua primeira infância, que é onde tudo é aprendido. Pra sempre!

Um bom lugar pra ler um livro


Pichadores não são grafiteiros

Muita diferença há entre grafiteiros e pichadores.
Grafiteiros são artistas.
Pichadores são arteiros.
Pichadores alegam que fazem o que fazem porque querem deixar sua marca e, para isso, não estão nem aí onde vão deixá-la. Pode ser no seu muro branquinho, no seu portão, na parede de um museu, num local público qualquer, até mesmo em cima de grafites os pichadores se acham no direito de "deixar sua assinatura", na maioria das vezes inelegíveis pelos reles mortais (em geral, só um pichador entende o que outro escreveu).
Pichadores são eternos meninos que não foram devidamente educados pelas suas mamães.
Lá pelos 5 ou seis anos, quando as crianças começam a aprender a escrever, geralmente é o próprio nome que elas rabiscam. E lá vão elas rebiscando tudo que veem pela frente, deixando sua marca. Escrevem no sofá, nas paredes, no balcão da cozinha, enfim, em toda superfície que aceitar uma tinta, lá estará o nome do fedelho ou fedelha aprendiz.
As mães mais astutas, darão umas bronquinhas logo no início do processo. Vão dizer aos pequenos que lugar de escrever ou desenhar é no papel. Comprarão resmas de sulfite, caixas e mais caixas de lápis coloridos e toda sorte de canetinhas hidrográficas (elas ainda existem?) para que suas criam deem asas à imaginação sem prejuízo do mobiliário. Algumas mais liberais até elegem uma parede da casa, muitas vezes do próprio quartinho do gêniozinho, para que ali, e somente ali, ele expresse toda a sua criatividade artística. Quem sabe não pari um Van Gogh, um Picasso, um Modigliani, um Renoir? pensa a mãezinha zelosa e orgulhosa de seu rebento indomável.
Muito bem. Se assim é, então podemos deduzir que os atuais pichadorezinhos permanecem fixados nessa fase infantil, provavelmente ou por terem sido duramente reprimidos ou por não terem sido devidamente orientados, daí pensam que todas as superfícies que aceitam tinta estão ali à disposição deles para o que der e vier.
Numa total falta de respeito ao que não lhes pertence. 
Numa total falta de respeito ao que, ao contrário, é público, é de todos e por isso mesmo deve ser preservado e conservado.
Infelizmente, porém, parece que a palavra educação não fez parte da infância dessas criaturas que estão por aí para testar nossa capacidade de tolerar a sandice alheia.
Perguntado, certa vez, a um deles, por que, afinal, você não picha as paredes ou muros de sua casa? e o cara-de-pau respondeu indignado, como se a resposta fosse óbvia: porque meu pai não deixa! ele me mata se eu fizer isso lá em casa! 

As flores de imagem não morrem

Já que a primavera está mais pra inverno...vamos alegrar a tarde chuvosa, cinzenta e friorenta com essas margaridas!


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Por que você fala A e o outro entende B?

Como é difícil o relacionamento entre humanos. Quando se é inconsciente, e a maioria das pessoas é inconsciente, fica mais complicado. Relacionamento é um sistema intrincado de projeções e de despertamento de complexos que nem sequer sabemos que os possuímos, ou que somos possuídos por eles. A teoria psicanalítica explica bem o processo.

Você fala A com uma determinada intenção - e a intenção sempre existe ainda que você não tenha consciência - e o outro entende B.

Até aí não teria nenhum problema se a interpretação do outro não viesse carregada de tanto afetamento. E o afetamento acontece por causa das projeções. Eu projeto no outro aquilo que não vejo ou não reconheço em mim e vice-versa.

E por que ocorrem as discussões e os mal-entendidos? Porque o A que você falou inocentemente funcionou como um gatilho, um despertador de algum complexo de inferioridade, ou de superioridade, ou de poder, ou paterno, ou materno, enfim, o tal do A interpretado como B desencadeia aquilo que no linguajar terapêutico é o "ficar afetado pelo complexo".

Quer um exemplo?

Joana, uma moça trabalhadora, simples, porém, sofisticada, feliz de um modo geral, com seu trabalho e com sua vida, diz para Paulo, seu colega de departamento, moço bem-sucedido financeiramente, e provavelmente na vida pessoal já que ele nunca comenta nada sobre o assunto de forma negativa, que ele está num nível acima da média da humanidade. Joana se referiu à uma possível condição em nível espiritual, já que Paulo é sempre considerado e citado pelos seus amigos mais próximos como uma pessoa generosa, ponderada, meio fria, não demonstra muito seus sentimentos, mas por isso mesmo é considerado por alguns como uma pessoa que tem controle sobre seus impulsos mais primitivos, que a  maioria dos reles mortais não possui. Resumindo: Paulo aparenta ser uma pessoa perfeita, que, naturalmente não é, embora não faça nenhuma questão de demonstrar para o mundo sua falibilidade.

Paulo entende que Joana está se referindo à sua condição financeira que é, em termos de conta bancária, propriedades etc, sim, maior do que a de Joana, e ele entende que ela, por ter uma condição financeira inferior estava sendo sarcástica e fazendo uma crítica velada ao fato de ele ter uma posição endinheirada "um nível acima" da dela. E aí, Paulo, tomado pelo seu complexo de inferioridade (sim, apesar das aparências Paulo tinha um enorme complexo de inferioridade que vem sempre acompanhado de um de poder, de forma compensatória, claro) começa a discursar para Joana que sempre que ela se refere ao fato de ele ter mais grana do que ela faz com que ele se sinta como um lorde inglês que, no fim da história será descoberto como sendo na verdade o filho do cocheiro. E que ele tem grana porque sempre trabalhou, que nunca roubou, que acorda cedo, que  se sacrificou (sabe lá Deus quanto), que juntou, que poupou, que fez e  aconteceu, sempre de forma honesta, e que não via nenhum problema em ter mais dinheiro do que Joana ou qualquer outra pessoa etc etc etc.

Bom, Joana se espantou com a reação de Paulo. Justamente ele, o ponderado, o controlado, o educado, o sempre tão inteligente e culto. Paulo perdeu as estribeiras e Joana não entendeu por quê.

Você, com certeza já deve ter vivido ou presenciado cenas assim. Tanto no papel de Joana quanto no de Paulo.

Então, bem-vindo(a) à normalidade dos 95% da população neurótica que habita este planeta. Não se avexe. Você não está sozinho. Sozinho permanece aquele que se acha diferente.  Ou que pensa que esse post não é pra ele.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O que podemos fazer por nossas queridas células?

Em tempos de Prêmios Nobel, fiquei a matutar...

O ser humano possui mais ou menos 50 trilhões de células.

Os padrões de DNA armazenados no núcleo foram acumulados durante mais de três bilhões de anos de evolução.

Porém, não são os DNA que controlam as funções da célula. Os genes não podem pré-programar uma célula ou a vida dos organismos. 

"Cada célula funciona como uma “fábrica” que produz e exporta moléculas. A insulina, por exemplo, é produzida e secretada para o sangue, e neurotransmissores, que funcionam como sinais químicos, são mandados de uma célula nervosa para outra. Essas moléculas são transportadas em pequenos “pacotes” chamados vesículas.Os ganhadores do Nobel deste ano, James Rothman, Randy Schekman eThomas Südhof, descobriram os princípios moleculares que regulam como esses pacotes chegam no momento certo e no lugar certo dentro de cada célula."( http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/10/dois-americanos-e-um-alemao-levam-nobel-de-medicina-2013.html)
Mas como esses princípios foram definidos? Essa descoberta nos induz a pensar que existe uma inteligência guiando, orientando o que nossas células devem fazer? O que altera esse sistema? Por que qualquer modificação nesse sistema se traduz em doenças? Quem modifica? As células piram? 
Quem controla isso? Os cientistas não sabem dizer, só sabem que o sistema funciona assim. Seríamos nós mesmos? Nós, que já imaginamos sermos o centro do Universo, teríamos o poder de controlar o funcionamento das nossas células? Os cientistas acreditam nisso? Os cientistas se preocupam com isso?
Existe algum controle de algo sobre alguma coisa? Se existe, os céticos chamam de acaso.
Os crentes, Deus.

Mas a grande verdade, se é que verdades existem, é que não controlamos nada.

E aceitar isso talvez seja o grande ato magnânimo de humildade que podemos ter conosco mesmos.

O que podemos fazer por nossas queridas células? Tratá-las com o devido respeito. E elas nos manterão saudáveis. Só.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Homens não ficam sozinhos

Dulcineia não sabia identificar exatamente qual tinha sido o gatilho que despertara aquele afetamento. O fato é que ela acordou deprimida e deprimida não é uma boa condição para se olhar no espelho. 
Ela só enxergou as rugas. Lembrou-se de algumas amigas que estavam muito melhores do que ela, pelo menos na aparência - "por dentro ninguém sabe, mas também quem se importa? as pessoas compram o que está por fora" - e ela olhou com pena para aquela figura refletida ali na sua frente.
Quantas rugas, quantas histórias, cicatrizes do tempo... "Sim, você parece uma velha, Dulcineia. E além de velha é pobre. Não tem grana para colocar os ácidos e os botox que lhe dariam uma aparência melhor", responde implacável a imagem refletida. 
O que foi mesmo que disparou isso tudo?
"Foi a foto daquele homem no Facebook. Aquele homem que convidou você para um fim de semana romântico, e você não teve coragem de aceitar porque teria de mentir para uma ou duas pessoas, não é?", pergunta a imagem no espelho. 
O reflexo de Dulcineia é implacável: "Achou que ia ficar com sentimentos de culpa? Dulcineia desvia o olhar.
"Pelo menos você já se conhece um pouco!", retruca o espelho, espelho meu implacável - "E agora aquele homem já está com outra - porque homens não ficam sozinhos por muito tempo -, mas você chegou a pensar que ele esperaria você resolver suas pendências?", questiona o frio reflexo: "Sua cara não me engana. Sim, pensou. E agora?".
Agora Dulcineia vê uma lágrima escorrer rosto abaixo, passar pelo maldito bigode chinês e se instalar no sulco acima do lábio superior.
Mas nem sempre o espelho é o melhor conselheiro. Quando a autoestima estiver em baixa procure o olhar acolhedor de um amigo.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013


Sol de primavera 
abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...




sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O caminhar

Um vento de sombras sopra cinzas de propósitos mortos sobre o que eu sou de desperto. Cai de um firmamento desconhecido um orvalho morno de tédio. Uma grande angústia inerte manuseia-me a alma por dentro, e incerta, altera-me como a brisa aos perfis das copas. (Fernando Pessoa - Na Floresta do Alheamento - "O Eu profundo e outros eus")



terça-feira, 27 de agosto de 2013

Uma novidade da Zaquie Meredith!


A dimensão energética das palavras

 A EDILOOK chega à Bienal do Livro no Rio de Janeiro, que acontece de 29 de agosto à 8 de setembro, com a proposta de editar e vender livros pelo comércio eletrônico. Neste evento serão lançados seus três primeiros títulos: ‘Azulovisita’, ‘Passaporte para uma existência feliz’ e ‘Transbordandum’.

Você sabia que as palavras carregam uma dimensão energética que pode influenciar o seu dia  dia? Essa é a tese do autor Gilson Chveid Oen, cientista e engenheiro, criador da ‘Engenharia Dimensional’, também famoso por sua consultoria de ‘Naming’, em que explica como nomes determinam o sucesso de uma marca ou pessoa, que apresenta suas ideias à respeito da construção da realidade humana por meio de artigos científicos em seu primeiro livro “AZULOVISITA – A HISTÓRIA SECRETA DAS PALAVRAS com vendas pela loja virtual www.livrariaedilook.com.

Neste  primeiro livro de Oen, o leitor poderá encontrar ‘farmácia’ com mais de 100 mantras projetados e criados para ajudar pessoas a desconstruir situações adversas e indesejadas. Outro título dele é o “Passaporte para uma existência feliz”, que se fundamenta na ideia de que cada vez que entramos num novo ano é importante que trabalhemos crenças, previamente instaladas em nosso inconsciente, para que possamos nos  conduzir a experiências eficazes e produtivas. Todas essas técnicas apresentadas no livro foram desenvolvidas matematicamente por Chveid Oen.

Com a autora Elizabety Lo Mirannda, publicitária e poetisa, a Edilook traz um livro de reflexão em “Transbordandum”. A obra traz um conjunto de crônicas e ensaios poéticos e filosóficos  mergulhando seus leitores a uma reflexão da vida sob o olhar de uma mulher. Alegria e bom humor é o ponto forte da autora, proporcionando uma leitura descontraída e dinâmica que nos faz viajar ao passado, mostrando a importância da  infância como uma  rica  base  filosófica  para o desenvolvimento de um futuro conhecimento humanístico de uma pessoa. Fantasias e brincadeiras no  subúrbio carioca, vestem a maioria de sua inspiração

SOBRE OS LIVROS

CAPA DO LIVRO AZULOVISITA
AZULOVISITA A História Secreta das Palavras

AZULOVISITA é primeiro livro do engenheiro Gilson Chveid Oen que, depois de 34 anos de pesquisas e atendimento como terapeuta a mais de 48.000 clientes, apresenta suas ideias a respeito da construção da realidade humana através de artigos científicos, filosóficos e de transformação, escritos e criados por ele na forma de fragmentos de um extraordinário quebra cabeças a ser montado e compreendido por seus leitores. O livro também apresenta a “1ª Farmácia de Mantras” que se tem notícia na história literária humana, com mais de 100 mantras projetados e criados por ele nos últimos 25 anos para ajudar as pessoas a superar problemas classificados em 41 categorias.

PASSAPORTE PARA UMA EXISTÊNCIA FELIZ

CAPA DO LIVRO PASSAPORTE PARA UMA EXISTÊNCIA FELIZ
PASSAPORTE PARA UMA EXISTÊNCIA FELIZ é o segundo livro criado pelo engenheiro Gilson Chveid Oen para levar a um público de mais de vinte milhões de pessoas o seu especial anual de televisão realizado em conjunto com o jornalista Amaury Jr. há mais de 25 anos. O livro será divulgado e colocado à venda sempre seis meses antes do ano que irá entrar. O livro se fundamenta na ideia de que cada vez que entramos num novo ano é importante que tenhamos crenças, previamente instaladas no inconsciente, para que possamos ser conduzidos com segurança à bolhas de existência repletas de experiências muito felizes. No livro, o leitor aprenderá o que fazer para estabelecer uma conexão com o universo que o faça receber um tratamento maravillhoso e diferenciado ao longo do ano de 2014.


TRANSBORDANDUM

CAPA DO LIVRO TRANSBORDANDUM
TRANSBORDANDUM é um conjunto de crônicas e ensaios  poéticos e filosóficos escrito por Elizabety Lo Mirannda que traz para os leitores uma reflexão da vida sob o olhar de uma mulher marcante e madura. Alegria e bom humor são seu ponto forte, numa leitura descontraída e dinâmica que faz a todos nós viajarmos ao passado, recordando infância, fantasias e as brincadeiras de criança num subúrbio carioca. TRANSBORDANDUM é um livro que fará o leitor  repensar e renovar suas  atitudes e desejos deixados de lado há muito tempo  para se tornarem,  seja no que tempo for, pessoas mais produtivas, promissoras e sempre capazes de caminhar poderosamente na direção de todos os sonhos .






 Sobre os autores:

Gilson Chveid Oen - formado em Engenharia pela PUC/RJ, possui formação em Física, Matemática e em Ciência da Computação, Pós Graduado em Engenharia Financeira. No início da sua vida profissional trabalhou como operador de banco de investimento em São Paulo e abandonou o mercado financeiro para dedicar-se ao seu trabalho de numerologia em 1978. De lá pra cá, deu consultoria a artistas, políticos e empresários. É famoso por seus mantras e temans do ano novo.

Elizabety Lo Mirannda é carioca, publicitária e poetisa. Depois de se dedicar por 30 anos a um grande veículo de comunicação como Coordenadora de Produção Comercial  e Redatora,  encara agora o desafio de agradar leitores de todo o mundo com seu olhar ameno e inocente sobre as experiências de vida humanas.
        
Sobre a Bienal do Livro
A Bienal do Livro Rio é um dos maiores eventos literários do país. Para os leitores, é a oportunidade de se aproximarem de seus autores favoritos, além de conhecerem muitos outros. Durante 11 dias, o Riocentro sedia a festa da cultura, da literatura e da educação. Nos espaços dedicados às atrações, o público pode participar de debates e bate-papos com personalidades culturais e de atividades recreativas que promovem a leitura. Atraente e diversificada, a Bienal do Livro Rio é diversão para toda a família.

Serviço:
XVI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro

29 de Agosto a 8 de Setembro de 2013
Horários
Dia 29 de Agosto: 13h às 22h
Dias de semana: 9h às 22h
Fins de semana: 10h às 22h

Local do Evento
Riocentro
Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca
22780-160 – Rio de Janeiro – RJ

Valor do Ingresso
Inteira - R$ 14,00
Meia-Entrada - R$ 7,00

Ingressos Antecipados
Venda antecipada de ingressos para o público através do site: www.ingressomais.com.br

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Uma dor de barriga é sinônimo de doença incurável????

Quando Freud pedia para se dizer qualquer coisa, sabia que não é o mesmo
 que pedir para dizer uma coisa qualquer.
Quando as pessoas se sentem organicamente doentes, ou seja, quando têm dores, mal-estares físicos em geral, correm para o médico ou para a farmácia com o objetivo de aliviar aquilo que as incomoda.

Muitas vezes comentam com seus pares, colegas de trabalho, vizinhos, membros da religião que frequenta. Falam de suas dores, de seus desconfortos...parecem não se envergonhar nem do calo do dedinho do pé, nem da enxaqueca e muito menos da fibromialgia. Aliás, às vezes têm-se a impressão de que até gostam de comentar sobre suas dores físicas que, claro, sempre são maiores do as dos seus ouvintes.

Então, por que será que essas mesmas pessoas que se entopem de analgésicos comprados até em supermercados, se recusam a procurar ajuda quando o mal-estar é psíquico ou emocional? Ou seja, quando esses mesmos pares que as ouvem pacientemente, lá um dia...se viram para elas e dizem: estou te achando meio deprê; ou estou te achando meio cheio de manias; ou, parece que você está deturpando o que as pessoas te falam; ou são mais objetivas: você não está bem e precisa de ajuda....

Por que nessa hora - quando alguém lhes diz que precisam de ajuda, que devem procurar um psicólogo, um terapeuta ou nos casos mais graves, um psiquiatra - as pessoas se ofendem?

Por que a reação mais comum é dizer: o quê???? você acha que estou louca?

Por que ainda hoje, apesar de tão divulgado sobre os benefícios de uma boa análise, uma boa terapia...por que, as pessoas acham que estão querendo dizer que elas estão loucas quando se sugere procurar a ajuda de um profissional da alma? 

Porque se essas mesmas pessoas  reclamam de uma dorzinha abdominal e alguém lhes diz para ir ao médico elas não respondem defensivamente: Você pensa que eu estou com câncer? Uma dor de barriga é sinônimo de doença incurável? Não necessariamente. Então, não necessariamente é louco todo aquele que, embora doente da alma, procura um analista, psicólogo ou psiquiatra!

Então, por qual motivo inconsciente e inconsistente, homens e mulheres fogem dos analistas, psicoterapeutas e terapeutas em geral como o diabo foge da cruz, como o vampiro foge do alho, como o lobisomem foge da bala de prata?

Bom, se não procurarem uma ajuda imediatamente nunca saberão!

terça-feira, 16 de abril de 2013

O pior da insônia é quando você ouve o primeiro pio do bem-te-vi

A insônia pode acontecer em qualquer idade. Conheço jovens adolescentes que sofrem desse distúrbio do sono. Crianças da mesma forma não estão livres de noites maldormidas.
Você sabe que está com insônia quando tenta dormir e não consegue. Essa tentativa pode ser no momento em que se vai deitar com o objetivo de dormir, mas também ocorre no meio do sono. A pessoa se deita no seu horário habitual e depois de duas ou três horas acorda, muitas vezes sem nenhuma razão aparente, e aí começa a tortura.
Primeiro você tenta dormir. Fecha os olhos, reza, tenta se concentrar num único pensamento, lembra de um mantra e rola de um lado pro outro sem sucesso na intenção de dormir. Acende  a luz, bebe um pouco da água que está no copo do criado-mudo ao lado da cama. Apaga a luz novamente, afofa o travesseiro, e deita a cabeça sorrindo feliz e pensando: agora, vai.
Fecha os olhos, mantra, reza, ouve a moto que sobe a rua, o guarda-noturno apitando no final do quarteirão...lá longe, o trem de carga que passa discreto no silêncio da noite. E a mente? Um turbilhão. Milhões de pensamentos, em dado momento você~e não sabe mais se está acordado ou dormindo porque tem a sensação que de que está sonhando mas ao mesmo tempo ouve todos os sons da noite. O ressonar da gatinha que dorme do seu lado, o ronco da cachorrinha, o vizinho da casa ao lado que se levanta para ir ao banheiro e, dependendo do caso, você ouve tudo o que ele faz lá. Conferir que horas são nesses casos só piora a sensação de impotência diante dessa luta inglória entre o seu desejo de dormir e o seu cérebro que teima em permanecer acordado.
Então, você ouve o primeiro ônibus passar na rua de cima, o primeiro pio do bem-te-vi e descobre que está há quatro ou cinco horas acordado quando deveria ter dormido.Bate um desespero infernal. Se por acaso você tem um compromisso logo pela manhã então, não tem remédio mesmo. Se sua rotina pode ser adiada, é possível que você ainda consiga dormir mais umas duas ou três horinhas porque, por incrível que pareça, existem insones que, após uma noite inteira maldormida, conseguem até sonhar em duas ou três horas depois de o sol já estar na ativa.
As causas da insônia são inúmeras e só um especialista pode ajudar. Se você leu esse post e se identificou com o problema, procure um médico.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Ninguém segura esse rojão

Durante uma aula de teoria psicanalítica, alguém comentou sobre suicídio e a nossa professora disse que o suicídio é um ato falho do psicótico. Por que? perguntou alguém. E ela explicou que, de verdade, a pessoa não quer se matar. Mas aí, dá certo: Bingo! ato falho. Bom, pra quem não está acostumado com o linguajar psicanalítico atos falhos são coisas que se faz ou se fala "sem querer", mas que no fundo possui uma intenção inconsciente. Atos falhos são manifestações do nosso inconsciente. Por exemplo: você troca o nome de uma pessoa, tipo chama Ana de Maria porque vê em Ana algo de Maria. O problema é quando fazemos isso durante uma transa e chamamos o marido pelo nome do amante ou vice-versa, falamos o nome do marido quando estamos com o amante. Se isso acontecer, livre-se dos dois porque na verdade você está ou trocando seis por meia dúzia ou é masoquista e quer sofrer duplamente, enfim, ninguém tem nada a ver com isso, cada um faz o que quer, mas cá entre nós: quem acha o amante parecido com o marido ou vice-versa, precisa de um analista urgente, né, não?
Mas voltemos ao nosso suicida.
Então, segundo a teoria psicanalítica freudiana, a maioria dos suicidas são psicóticos. "Mas NEURÓTICOS TAMBÉM SE MATAM!", disse minha professora olhando pra mim!!!! Na hora falei: puxa isso dava um excelente nome de filme! e a sala despencou a rir. Tenho mania de chistes. Isso é outro "sintoma" da minha neurose e talvez tema para outro post. Aliás, dois sintomas: mania e chistes. Segue a aula: alguém disse, ou um livro! Sim, boa ideia, repliquei. Então, antes que a notícia se espalhe, já providenciei a troca do nome do meu blog de O Revelado e o Oculto, para Neuróticos também se matam, nome do meu próximo livro.
Por que neuróticos não costumam se matar? perguntará o leitor mais atento. Sim, não costumam se matar porque os neuróticos são neuróticos, entre outras razões, porque estão sempre cheios de dúvidas, de incertezas, por isso, dificilmente conseguem se matar. Eles gastam muita libido, que é a energia criativa e criadora (daí ser a energia sexual, como dizia o mestre Freud, afinal, que outra energia é mais criativa e criadora? fazemos outro ser humano com essa energia! somos quase deuses!!!!), discutindo consigo mesmos se devem ou não fazer isso ou aquilo, se fecharam as janelas na iminência de uma chuva, se trancaram de fato a porta da frente antes de dormir ou quando saem de casa (alguns voltam várias vezes para conferir), se estão vestidos adequadamente, se estão falando dele (tipo: por que a minha professora estava olhando justamente para mim quando disse aquela frase?) e assim vai. Os neuróticos são a maioria. Freud já havia percebido isso há mais de 200 anos.
Claro que as coisas não são assim tão simples. Estou brincando (chiste?) com algo sério. Que deve e precisa ser tratado de maneira séria. Mas que também pode ser olhado de uma forma mais branda e bem-humorada. Afinal, como dizia Chico Buarque
"Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando, que também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão"...


Link: http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/meu-caro-amigo.html#ixzz2QY2XB2Yg

terça-feira, 12 de março de 2013

Os corruptos segundo Osho

 Guru indiano mostra como ajudar o mundo a se tornar um lugar melhor
O indiano Osho (1931-1990), em suas palestras, sempre tratou dos mais diversos assuntos: desde buscas individuais até questões sociais e políticas. Com isso, ele se tornou um dos mais influentes líderes espirituais do século XX. O curioso é que ele não deixou nada por escrito, mas as transcrições de suas palestras gravadas em vídeo ou em áudio foram transformadas em livros já vendidos para milhões de leitores em todo o mundo.
Os brasileiros terão, a partir de agora, acesso a mais um título com os pensamentos de Osho: Poder, política e mudança (Editora Planeta, 272 págs., R$ 24,90), o terceiro da série Osho – Questões Essenciais, publicada pelo selo Academia da Editora Planeta.
O livro aborda assuntos como corrupção, ambição, política, rebeldia e religião. Polêmico, Osho defende, por exemplo, que, ao contrário do que diz o senso comum, o poder não corrompe as pessoas. Ao contrário, as pessoas corruptas é que são atraídas pelo poder. Para ele, o poder não é a causa da corrupção, mas apenas a oportunidade para a sua expressão.
Sempre de forma direta e sincera, o guru elucida questões fundamentais como: de onde vem a vontade de poder; como lidar com pessoas que pisam nas outras e por que as pessoas se preocupam mais em odiar do que em amar.
Algumas frases de Poder, política e mudança:
“Todos os políticos que estão no poder, e todos os políticos que não estão no poder – eles são todos iguais. Aqueles que estão no poder parecem ser reacionários porque chegaram ao poder e agora querem protegê-lo. Agora querem mantê-lo em suas mãos; assim, parecem ser o establishment. Aqueles que não estão no poder falam em revolução porque querem derrubar aqueles que estão no poder. Quando chegarem ao poder vão se tornar reacionários, e as pessoas que estiveram no poder antes, mas que foram expulsos do poder, vão se tornar os revolucionários.”
“Não é função nossa salvar o mundo. Em primeiro lugar, nós nunca o criamos. Não é responsabilidade nossa para onde ele vai e o que vai acontecer com ele. Nossa única responsabilidade é que, enquanto estivermos aqui, vivamos uma vida de alegria, de amor, de felicidade. Enquanto estivermos aqui, nossa responsabilidade é saber quem somos e em que consiste esta vida.”
“O provérbio diz: ‘Quando existe vontade, existe solução’. Não acho que isso seja certo. Em toda parte há vontade, e não há nenhuma solução. Algum idiota deve ter criado esse provérbio. Mas onde há esperança sempre há uma solução. Eu gostaria de mudar o provérbio.”
Sobre o autor
Nascido em 1931 – no vilarejo de Kuchwada, na Índia –, Chandra Mohan Jain é considerado um dos mais provocativos e inspiradores professores espirituais do século XX. Sua vida e suas mensagens influenciam milhões de pessoas de todas as idades, culturas e religiões, desde os anos 1950, e sua influência continua a crescer, atingindo leitores em todo o mundo. Sua contribuição para a ciência das transformações internas é considerada revolucionária. Criou a técnica da "meditação ativa", que reconhece o ritmo acelerado da vida atual, permitindo a liberação do estresse do corpo e da mente de modo a facilitar a possibilidade de experimentar um estado de meditação relaxado e aberto ao livre-pensamento. A meditação é, para ele, uma experiência de liberdade.
Em 1971, mudou seu nome para Bhagwan Shree Rajneesh – ou “Rajneesh, o senhor abençoado”, em sânscrito. Voltou a mudar de nome, desta vez para Osho – "oceânico" em sânscrito –, em 1990, ano de sua morte. Deixou milhares de palestras gravadas, a maior parte delas publicada em centenas de livros.

Internação compulsória: sim ou não?


O crack é usado hoje por pessoas de todas as classes sociais e faixas etárias, atingindo, por exemplo, executivos que o consomem em casa, nos finais de semana, de forma relativamente controlada. “O perfil do usuário atual é mais amplo”, comenta a professora Amanda Reinaldo, especialista em dependência química e professora do Departamento de Enfermagem Aplicada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
    Ela é a coordenadora do Ciclo de estudos em crack e outras drogas, que começa hoje, 12/03/2013, na Escola de Enfermagem, e reunirá, em sete encontros periódicos que se estendem até julho, especialistas e profissionais de saúde que lidam com temas como o estigma sobre o usuário de drogas, a rede de saúde e de atendimento e a importância da participação da família na recuperação do dependente químico.
    Em entrevista ao Portal UFMG, a professora Amanda Reinaldo analisa o comportamento não exclusivista do dependente de crack, que também consome outras drogas, o forte estigma social que o persegue e sugere estratégias para o tratamento dos viciados – e elas não passam, em sua avaliação, pela internação compulsória, adotada desde o início do ano em São Paulo.
    “O ideal seria que as políticas públicas para essa área seguissem o princípio da redução de danos, que foca seus esforços na relação que o usuário tem com a droga”, propõe.

    O ciclo de estudos que começa hoje, na UFMG, tem o crack em lugar de destaque nos debates e até mesmo no nome do evento. Por que essa droga tem ganhado tanto espaço na agenda do governo e da sociedade?
    O crack é a bola da vez. Se pensarmos epidemiologicamente, outras drogas como o álcool provocam mais impactos sociais e financeiros que o crack. Mas o crack choca a sociedade e chama a atenção, porque seus usuários estão na rua, eles saem de suas casas e vão para as cracolândias, perambulam pela cidade e isso incomoda a sociedade. O uso do crack levanta outras questões sociais como prostituição e a degradação humana. Já o usuário de álcool em geral tem sua família e sua casa e não incomoda tanto a sociedade, a não ser nos casos de acidentes de trânsito. O crack incomoda muito mais, socialmente falando.
    O crack então é uma droga menos aceita socialmente?
    Sim, por conta da degradação e outras questões sociais que ele gera. O crack está associado à violência e a comportamentos de risco. Como exemplo, lembro que têm aumentado os casos de crianças portadoras do HIV; as mães usuárias e contaminadas pelo vírus não fazem pré-natal, o que poderia impedir a criança de contrair o vírus.
    A violência e outros problemas que aparecem associados ao uso do crack são os responsáveis pela exclusão social dos usuários dessa droga?
    Não acho que usuário do crack seja excluído socialmente. Ele é temido socialmente, a partir do momento em que causa um incômodo, as pessoas não querem vê-lo perambulando pelas cidades. Ele está na cidade, anda e convive com as outras pessoas, mas incomoda. Ele não está excluído na periferia, circula pelos espaços. Em geral, as pessoas têm mais medo do usuário de crack do que de um alcoolista ao volante.
    Por que o crack tem matado tantos usuários?
    Não podemos falar que o crack é a droga mais devastadora para o organismo. O uso de qualquer droga deve ser visto como uma doença e não um desvio de caráter, e o crack não mata por si só, está associado a doenças secundárias, tais como tuberculose, aids, pneumonia, câncer de boca. O usuário morre devido às comorbidades associadas ao uso da droga. Alguns indícios trazidos por determinadas pesquisas mostram que os usuários de crack estão começando a autorregular o seu uso da droga.
    Como isso acontece?
    Há estudos em andamento que mostram que o crack está entrando em uma fase de uso mais “estabilizado”, por assim dizer. Quando a droga surgiu, houve um boom no seu uso, sendo que o ápice foi percebido pela população com o surgimento das cracolândias. Mas hoje já existem sinais apontando que as pessoas que usam crack, assim como os usuários de cocaína e álcool, estão começando a moderar o consumo. Há usuários de fim de semana que controlam o uso para trabalhar e ter uma vida normal.
    Qual é o perfil desse novo usuário?
    É muito difícil traçarmos esse perfil, porque ele é muito amplo. Há desde o executivo que faz uso aos fins de semana em casa, de forma regular, porém mais controlado, até as donas de casa e os aposentados. O crack não é mais uma droga da rua, seu perfil mudou e ele agora atinge todas as classes sociais. Além disso, os consumidores de crack são "poliusuários".
    Isso significa que não uma há exclusividade no consumo...
    É muito difícil vermos usuários de uma droga só. As pessoas experimentam de tudo, mas fazem uso maior daquela droga à qual se adaptam melhor, que gostam mais do efeito. Aquele caminho clássico indicando que a pessoa começava no cigarro, migrava para a maconha e depois para drogas consideradas “mais fortes” não é mais comum. O grande “barato” do crack é o efeito instantâneo, mais rápido. Mas o usuário de crack também consome maconha, álcool e cocaína.
    Como o usuário de crack deveria ser tratado?
    O usuário de drogas é uma pessoa doente e que precisa de tratamento. O ideal seria que as políticas públicas para essa área seguissem a mesma linha do álcool, por exemplo. É a política de redução de danos, que foca seus esforços na relação que o usuário tem com a droga. O objetivo final é sempre a abstinência, que a pessoa pare de vez de usar o crack. Mas se hoje a pessoa fuma 20 pedras por semana e consegue passar a fumar 10 ou 5, isso já é bom. Juntamente com essa redução de danos, deve haver ações como reinserção no mercado de trabalho e na família, para que a pessoa consiga parar de usar a droga e voltar a ter vida normal. O usuário de crack precisa ser amparado de todas as formas e reintegrado à sociedade.
    A recuperação de usuários de crack é mais difícil que a de dependentes de outras drogas?
    É uma recuperação bem árdua, tanto pela dependência física, quanto pela psíquica. O usuário de crack pensa que precisa da pedra para sobreviver. Ele não acha que a droga em si é ruim, porque, se assim fosse, ninguém usaria. O usuário se sente mais forte e corajoso, e isso dificulta o tratamento. O ex-usuário precisa desenvolver um autocontrole e tentar não se expor às situações de risco.
    As internações compulsórias são uma solução para o problema do crack nas grandes cidades?
    Na área da saúde há grupos contrários e favoráveis a essa medida. Os grupos a favor alegam que o dependente perde a capacidade de decidir o que é bom e o que é ruim, e, por isso, o Estado tem a obrigação de decidir por ele. Os grupos contrários encaram essa internação como violação de direitos e de autonomia. A internação compulsória não vai resolver o problema do crack, mas é preciso dar uma resposta à sociedade.
    Como tem sido o resultado dessa medida nos locais onde foi adotada?
    Até onde temos conhecimento, a maioria dos internados compulsórios retorna ao uso, porque não há o desejo do tratamento. Quantas vezes a internação compulsória já foi feita e não deu certo? Foi feita com os portadores de hanseníase, com os doentes mentais e com os tuberculosos. Todas essas pessoas incomodaram a sociedade e foram retiradas das ruas pelo Estado. Com os anos, nenhuma dessas internações deu resultado, porque você isola a pessoa e cria uma sociedade à parte, sem solucionar o problema. Ao tirar as pessoas da rua e interná-las à força, o crack não deixa de existir. E em algum momento elas vão sair da internação, pois ninguém pode ficar enclausurado para sempre. Logo vai aparecer outra droga e qual será o próximo passo? Vamos criar serviços de internação para cada nova droga? Esse é um assunto muito delicado e que desperta posições conflitantes. Alguns usuários questionam a internação compulsória e, ao sair, voltam a usar droga. Já outros agradecem pela internação depois que se recuperam.
    Como o Estado participa dessas internações?
    Nos locais em que ocorrem, elas são resultado de parceria do governo com a justiça. Nossa preocupação é que o Estado pode não dar conta de manter as internações compulsórias, porque isso é muito caro. A quem interessa a internação compulsória se o Estado não tem condição de internar todo mundo? As clínicas privadas vão se interessar e aí a pessoa deixa de ser um usuário de drogas, sabidamente doente, e se transforma em uma cifra. Quanto mais usuários, mais serviços privados e mais dinheiro o processo vai envolver. Já existe a intenção e esforço político para a causa, mas esse esforço tem que ser canalizado de forma inteligente.
    Como a universidade tem participado dos debates sobre dependência química e uso do crack e outras drogas?
    A UFMG difunde o conhecimento e cria políticas de multiplicadores desse conhecimento. A universidade ajuda a destruir mitos e a mostrar que este é um problema de saúde pública. Além disso, ela forma profissionais nas áreas da saúde que estão se preparando para enfrentar o problema. Muitos profissionais estão indo para o mercado de trabalho sem saber lidar com essa questão. Além disso, a UFMG tem feito avanços na pesquisa para gerar conhecimentos que ajudam a compreender melhor a dependência química.

    Fonte: Agência de Notícias da UFMG

    Particularmente não concordo com algumas ideias da professora, principalmente no que diz respeito à comparação que ela fez entre hansenianos, tuberculosos e dependentes de crack. A hanseníase e a tuberculose, assim como a Aids e outras doenças infecto-contagiosas não limitam a capacidade do doente de discernir e tomar decisões. Dependentes químicos, em geral, e de crack em particular, em graus muito avançados de fato não conseguem ter lucidez suficiente para decidir o que é melhor para eles, nem se querem mesmo se tratar ou não. Como afirmar que todo dependente químico que foi internado compulsoriamente tem recaída por esse motivo? Então, por que razão os que são internados voluntariamente também têm recaídas? O assunto é muito complexo e vai além de questões do tipo: concordo ou não concordo com essa ou com aquela política pública. O sistema prisional, igualmente, não resolve a questão da recuperação dos presos e nem por isso, não prender um infrator seria a solução ou perguntar para ele se ele quer ser preso seria a solução. Ah! não sou a favor da internação compulsória nem de hansenianos nem de tuberculosos ou aidéticos. Mas se internar compulsoriamente dependentes químicos não resolve, me parece que deixá-los à revelia também não. Vide caso recente do cantor Chorão, morto semana passada. A Justiça, sempre sábia, não concordou em interná-lo compulsoriamente e o fim da história nós vimos como foi. 

sábado, 2 de março de 2013

Memória celular


A música toca alto nos seus ouvidos através dos fones devidamente encaixados, mas assim mesmo aquela voz lá de dentro fala pra você que não vale a pena brigar, lutar, que é assim mesmo, mas que é possível mudar a realidade. Basta você querer. Bullshit. Besteira. Corta. E apressa o passo que o trem está chegando, mas que música é aquela? que lindo! aquele violão (é violão?), aquela marcação ritmada e uma vontade dançar, bater o pé, palmas e corre que o trem está perto. Atravessa a catraca, enrosca a alça da bolsa. Corre, chega o trem, abre a porta, entra, vê um lugar vago, senta. Olha pra janela. Não, fecha os olhos e sente a música que vai entrando pelos poros tomando conta das células. Vai explicando pra elas (pras células) que agora vocês estão aprendendo a dançar flamenco. É difícil, é diferente, vocês não estão acostumadas. Não? Como não? elas respondem. mas e a sua ancestralidade? Seus avós, bisavós, tataravós não eram espanhóis ou pelo menos é isso que seus sobrenomes por parte de pai e de mãe denunciam, Olé! Então? se existe memória celular para escassez, para repetir padrão negativo e blá-blá-blá deve haver memória suficiente aí nas suas células pra dançar flamenco, olé! Arriba! Gracia! por que não foi aprender espanhol? por que negou as origens? Só agora foi atrás de resgatar isso? Boa, olé! Nunca, nunca é tarde! e que sorte! Sorte? Sim, seu professor tem nome de  personagem de mito épico. Sabe quem foi Ulysses? De James Joyce? Não, o de Homero mesmo, o original. Ulisses, era casado com Penélope.
Que engraçado, há uns 20 anos um moço te chamava de Penélope charmosa...aquela personagem do desenho animado e você  gostava tanto...Agora Ulysses te ensina a dançar, mas você  não tem mais 30 anos. Só Ulisses. Mas as células já conhecem todos os passos, todos os ritmos, todas as canções. Só precisa reativar suas memórias. estrá tudo aí. Dentro de você. deixa sair, deixa subir, deixa evaporar. A música entra pelos poros e sai em forma de lágrimas. Mas por que estou chorando? De onde vem essa sensibilidade toda? Deve ser a música de José Antonio Rodriguez. O professor gravou 606 músicas no pen drive. 606? 6 é o seu número, aquele da numerologia, aquele da soma das letras etc. Duas vezes seu número com um zero no meio....
Jose Antonio Rodriguez, flamenco com pegada jazzística
O professor explicou: fiz três pastas: Pra gostar, Pra abrir os ouvidos e Essência. Primeiro ouça Pra gostar, depois, pra abrir os ouvidos e por último a essência. Pra gostar tem Vicente Amigo. O que é aquilo? É lindo demais. Mas no celular misturou tudo e aí não dá pra saber, mas acho que José estava na pasta essência. Ou pra abir os ouvidos? Não sei, só sei que cheguei à estação, desci, e as lágrimas por detrás dos óculos escuros teimavam em escorrer...Subi a escada rolante, desci na outra plataforma, tomei o segundo trem e, nada! Lá estavam elas novamente, intermitentes. As lágrimas, as notas, as células dançando ao som de J.A.R. e seu violão abrindo não os ouvidos, mas meu coração.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Velha, eu?

Difícil de ver. Sempre em movimento está o futuro.
Uma cliente em terapia relatou outro dia:" Será que estou com cara de muito velha? Velhinha?"
Devolvi assim: Por que você está preocupara com isso? Ela respondeu: "Não sei, ás vezes tenho a impressão que as pessoas me acham velha. Outras penso que me elogiam para me consolar. Como uma moça que não via há muito tempo. Ela me disse que eu estava muito bem e me perguntou o que eu andava fazendo. Eu dei risada e respondi: nada do que vc está pensando que eu estou fazendo! Muitas pessoas, muitas não, algumas, me tratam como jovem, me tratam como se não houvesse essa questão do tempo. Outras...não sei, não sei mesmo o que pensam a meu respeito. Algumas pessoas com quem convivo diariamente nunca me fizeram um único elogio, nem desses simples que se faz assim só para agradar, ou consolar, tipo, 'como vc está bonita hoje'. Esse é o tipo de elogia seletivo. Vc está bonita naquele dia por alguma razão especial. Isso não quer dizer que vc é uma pessoa bonita. Não, de jeito nenhum. Vc é uma pessoa comum, mas naquele dia estava bonita. Pode ser um dia que vc acordou de bem com a vida, com os gatos, com o cachorro, enfim. Pode ser um dia que vc se maquiou melhor, se vestiu com mais apreço...
Mas quando eu entro no metrô e alguém se apressa a se levantar para me dar o lugar...eu aceito, sabe?, mas sempre fico me perguntando, será que pareço ser assim tão velha? Afinal, aquela reserva de bancos especiais é para maiores de 60 e eu ainda não tenho essa idade...Quem inventou essa história de "melhor idade" não tem nem 40 anos!

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...