domingo, 5 de setembro de 2010

Para os amigos

Ah, meus amigos...meus amigos são lindos. O Luis Pellegrini, por exemplo. É um jornalista superexperiente, viajado, vivido, enfim, um sujeito que manja pra caramba do que faz. Então, quando ele me diz, e diz publicamente, que eu escrevo tão bem, além de lisonjeada, fica me pesando na consciência não estar usando esse talento mais amiúde.
É verdade Lulu, faz tempo pessoas importantes como vc me dizem isso. Sabe quem mais me falou assim? minha professora orientadora do meu mestrado inconcluído da USP, a Nancy Ramadan. Ela sempre dizia e diz até hoje que eu escrevo bem e tal. Quando eu era adolescente, tive um professor de português que é meu amigo até hoje, Lulu, e ele até hoje não se conforma de eu não estar escrevendo para uma grande revista ou de estar numa grande emissora de TV. Ele diz que eu devia estar no lugar da Fátima Bernardes porque sou mais inteligente e mais simpática. Veja só, os amigos, como eles são generosos e agradáveis ao nosso ego.
Não sei dizer o que aconteceu Lulu. Tempos atrás, muito atrás, por alguma razão, que agora a análise está me ajudando a desvendar, eu acreditei nas pessoas que disseram justamente o contrário. E fui me boicotando de lá pra cá. Sabe o medo? Medo do sucesso, medo de ser feliz (não, eu sou feliz, mas poderia ter sido antes, e muito mais), medo, medo, medo. Ele sempre me acompanhou e, claro, me atrapalhou.
Você sabe Lulu, muitas das nossas atitudes são produzidas pelo nosso inconsciente. Então, os meus autobloqueios de sucesso foram inconscientes. Mas, mesmo hoje em dia, lá no fundo, ainda preciso brigar com ele, agora que eu já o encaro, digo pra ele sai pra lá e tudo, mas aí pinta outro bloqueio: o da criatividade. Fico desejando bolar uma pauta super, ultra, mega original, perfeita! Isso tb é resultado de outra necessidade de agradar, de ser perfeita, que vem lá de criancinha. Eu era a bonequinha da mamãe, dos priminhos, do vovô, da titia, então, não podia errar, fazer feio, essas coisas. Isso fica gravado Lulu. Estou trabalhando todas essas coisas. Mas agora já sou velha pro mercado, sabe Lulu. Então, as pessoas que talvez pudessem me dar uma chance - nossa uma chance aos 50? - olham pra mim com muito carinho, mas fica nisso.
Então, eu sorrio e escrevo para os amigos, como vc e tantos outros que leem meu blog, meus momentos de revelação.
Você já me deu uma dica: pra eu ter foco. Ah, isso é difícil, pra mim é uma tarefa hercúlea. Não que eu seja dispersa no sentido de avoada, mas eu quero fazer tudo ao mesmo tempo, penso em escrever sobre várias coisas, tudo me parece interessante e ao mesmo tempo, não. Sabe como é?
Mas, tenho pedido ao meu Eu superior, à minha grande alma que me guie, me mostre o caminho...e vou falando com um, com outro, pensando aqui, ali. Tenho fé. E sou grata pelas pessoas como você, a Nancy e o Guilherme e tantos outros.

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