sexta-feira, 1 de março de 2013

Velha, eu?

Difícil de ver. Sempre em movimento está o futuro.
Uma cliente em terapia relatou outro dia:" Será que estou com cara de muito velha? Velhinha?"
Devolvi assim: Por que você está preocupara com isso? Ela respondeu: "Não sei, ás vezes tenho a impressão que as pessoas me acham velha. Outras penso que me elogiam para me consolar. Como uma moça que não via há muito tempo. Ela me disse que eu estava muito bem e me perguntou o que eu andava fazendo. Eu dei risada e respondi: nada do que vc está pensando que eu estou fazendo! Muitas pessoas, muitas não, algumas, me tratam como jovem, me tratam como se não houvesse essa questão do tempo. Outras...não sei, não sei mesmo o que pensam a meu respeito. Algumas pessoas com quem convivo diariamente nunca me fizeram um único elogio, nem desses simples que se faz assim só para agradar, ou consolar, tipo, 'como vc está bonita hoje'. Esse é o tipo de elogia seletivo. Vc está bonita naquele dia por alguma razão especial. Isso não quer dizer que vc é uma pessoa bonita. Não, de jeito nenhum. Vc é uma pessoa comum, mas naquele dia estava bonita. Pode ser um dia que vc acordou de bem com a vida, com os gatos, com o cachorro, enfim. Pode ser um dia que vc se maquiou melhor, se vestiu com mais apreço...
Mas quando eu entro no metrô e alguém se apressa a se levantar para me dar o lugar...eu aceito, sabe?, mas sempre fico me perguntando, será que pareço ser assim tão velha? Afinal, aquela reserva de bancos especiais é para maiores de 60 e eu ainda não tenho essa idade...Quem inventou essa história de "melhor idade" não tem nem 40 anos!

domingo, 30 de dezembro de 2012

Domingo

Caminhos...
Você acorda, e ainda na cama alonga os músculos do corpo todo num espreguiçar enorme....olha para o celular na mesinha de cabeceira, vê que horas são e pensa que a noite, afinal, não foi de todo ruim mas podia ter sido melhor.
Enumera mentalmente e rapidamente o que precisa ser feito o que deve ser feito e não o que quer fazer/gosta de fazer enquanto afasta os lençóis e estica as pernas para fora da cama. Encontra os chinelos embaixo da cachorrinha que dormia ao lado, sai do quarto e, apesar da vontade de fazer xixi, desce a escada, abre a porta da sala, pega os jornais e vai para a cozinha. No caminho, vê a caca dos cachorros que precisa ser limpa e que hoje, por causa da chuva está pior a bagunça do que nos dias secos. Resiste a limpar a lavanderia e vai mesmo direto pra cozinha, mas não resiste á bagunça da mesa do sábado. Passa um Veja em tudo e quando percebe está fazendo isso também no balcão, e aí, para. Coloca a toalha limpa na mesa e vai ajeitar as xícaras, pires, talheres etc. Olha para a Tv e pensa se deve ou não ligá-la. Melhor seria ouvir uma música, um mantra...mas pra isso teria de subir até o quarto, pegar o CDplayer os CDs....desiste. Ajeita as xícaras nos pires, coloca as frutas nos pratinhos auxiliares, guardanapos...tudo em ordem/ mais ou menos, pensa. Só então vai beber seu leite com café. Antes, engole suco com farelo de trigo (ouviu num programa de Tv sobre saúde que é bom para o funcionamento do intestino) e junto vão as cápsulas de vitamina D, quitosana, spirulina e isoflavona, metade receitado pelo ginecologista para ajudar na menopausa, metade pegou por intuição na prateleira da loja de produtos naturais porque leu em algum lugar que ajudavam a emagrecer. Há 4 anos briga com a balança. Coincidentemente, há quatro anos não menstrua mais. Já fez caminhadas, academia, pilates, dietas orientadas por nutricionistas....e, nada. Piorou há dois anos quando resolveu reatar um casamento abandonado há 12 anos. Mas piorou muito mais quando há mais ou menos um, teve certeza de que a escolha fora equivocada. Aliás, parece que escolhas equivocadas são sua marca registrada. Você olha para as torradas com patê de peito de peru e chega quase a se deprimir.
Mas decide que não adianta chorar pelo leite derramado. Coloca a caneca personalizada dentro da pia, dá tchau pros pets, pega a bolsa e sai sem escovar os dentes. 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Mais uma véspera da véspera

Quando eu era criança a véspera da véspera era como se fosse a véspera do Natal porque lá em casa a gente sempre abria os presentes na madrugada do dia 25. O dia 23 era de grande expectativa porque o dia 24 a gente ia à Missa do Galo - que eu nunca entendi por que tinha esse nome já que nunca vi galo nenhum na Missa - (depois de grande entendi, mas não vou explicar porque isso não é importante agora) e quando a gente voltava da igreja quase duas horas da madruga chegávamos em casa e não sei como nem quando mas minha mãe deixava todos os presentes embaixo da árvore e eu acreditava que era o Papai Noel que deixava tudo lá, uma vez até vi, eu juro, eu vi o dito cujo passar pelo céu com suas renas e trenó etc etc...Bom, eu chegava em casa e abria tudo. Sempre tinha muitos presentes. Não posso reclamar da minha infância. Não foi uma infância pobre. Ganhava muitas bonecas, pianinho, casinha de boneca, panelinhas, pratinhos, ganhava roupas, sapatos, sim, no plural....Tive Susi, Barbies, bonecas de todo tipo e tamanho, que falavam, que andavam, que choravam, que faziam xixi, que dormiam, que cantavam...
Aí,  a gente ia ceiar. Nós tínhamos uma moça que morava em casa e trabalhava para nós. Isso durou até os meus 12 ou 13 anos...depois veio a fase de menos valia. Mas isso é outra história.
A história boa é que durante muitos anos eu acreditei naquele bom velhinho que via na loja, sim, mas não entendia, como ele conseguia entregar presentes pra tantas pessoas que ele atendia lá naquela loja (era o Mappin! lá na Praça Ramos, uma loja de departamentos enorme com vários andares e ascensorista no elevador que ia falando: segundo andar, eletrodomésticos; terceiro andar, brinquedos, quarto andar, mesa, cama e banho...). naquela época não existiam shoppings. O nosso shopping era o Mappin, depois a Mesbla...ah como era chique comprar na Mesbla, como era bom quando as tias ricas te davam presentes da Mesbla, principalmente roupas! Eram sempre peças bonitas, finas, exclusivas...em São Caetano, onde eu nasci e morei até os 20 anos, não tinha essas coisas. Sim, depois a Mesbla veio pra santo André...do lado de SCS...ah e como era chique dar uma volta no centro de Santo André e andar pelas escadas rolantes da Mesbla que ficava na Praça do Carmo! sim, essa mesma onde está a Catedral do Carmo onde casaram meus primos e onde minha filha também se casou recentemente...
Ah, o Natal...as ceias eram lá em casa e os almoços do dia 25 também porque era meu aniversário (bom, é até hoje!), e ao contrário do que TODO MUNDO diz quando sabe que eu faço aniversário no Natal (ah, que chato, você ganha um presente só....) MENTIRA! EU SEMPRE GANHEI DOIS PRESENTES: um de NATAL e outro de ANIVERSÁRIO!!!! invejosos, morram de INVEJA! Eu ganhava DOIS presentes. Ou outros meros mortais é que ganhavam um só de Natal.
Então, no dia seguinte, a gente acordava tarde porque já tinha ido á Missa do Galo e não precisava acordar cedo pra ir á Missa de Natal. E aí era o dia do meu aniversário! No almoço já ganhava mais presentes, agora eram os de aniversário: da tia, do vô, da mãe, do pai...e o pessoal ia chegando, mais tios e tias e primos e primas e a casa ia lotando, e os presentes chegando....sempre dois: um de natal, outro de aniversário.
Muito bem, e daí! Depois dos 15 anos parece que tudo ficou meio estranho. Meu avô morreu, minha tia se mudou pra Santos, meu primo se divorciou (foi o primeiro da fila) e, sei lá....ficou tudo um tanto estranho. Meu irmão foi embora pra Guaratinguetá ser militar, depois foi morar no rio Grande do Sul...depois eu casei (a primeira vez), depois meu pai morreu...aí, sei lá, ficou tudo mais estranho ainda.
Às vezes bate a saudade daquele tempo, quando eu voltava da Igreja segurando a mão da minha mãe, de madrugada, pelas ruas quietas de São Caetano....vestindo um vestidinho engomado, com fitas coloridas, um sapato branco de verniz, uma fita no cabelo encaracolado....uma pulseirinha de ouro com meu nome gravado....olhando pro céu estrelado (que na época ainda era estrelado), vendo o Cruzeiro do Sul, as Três Marias, Vênus na linha do horizonte e, quem sabe, o Papai Noel em seu trenó dourado puxado pelas renas brilhantes.
Feliz sonhos, feliz lembranças para todos!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Lado homem, lado mulher

"Os homens costumam pensar e julgar-se apenas como homens, e as mulheres pensam e julgam-se apenas como mulheres, mas os fatos psicológicos mostram que todo ser humano é andrógino".

A frase é do psicanalista junguiano John Sanford (1929 - 2005) que defendia a ideia de que uma pessoa combina em sua personalidade tanto elementos masculinos quanto femininos. É como se fôssemos todos hermafroditas, palavra com origem no deus grego Hermafrodito, que nasceu de Afrodite e Hermes e  encarnava as características sexuais de ambos, ou seja, era um pouco Hermes e um pouco Afrodite.


Algumas lendas contam histórias da Gênese referindo-se ao homem/mulher como sendo uma única criatura e que o "castigo", ou a perda do Paraíso, teria sido justamente dividir/separar as duas partes do todo. Unidos, masculino e feminino teriam força absoluta. Separados se tornariam fracos e imperfeitos. Faz sentido?

Pode ser. Senão, de onde teriam saído as frases que encerram a sabedoria dos antigos sobre as pessoas serem completas apenas quando encontram suas caras-metades, ou as tampas de suas panelas, as metades de suas laranjas etc.

"Dentro de todo homem existe o reflexo de uma mulher, e dentro de cada mulher há o reflexo de um homem!", descreve o índio americano segundo mesmo John Sanford (2011).

Segundo ele, a ideia da androginia humana é antiga e, de fato, já foi intuída e expressa por vários filósofos, poetas e pensadores, sem falar na mitologia e nos contos de fadas.

No pop rock nacional, Pepeu Gomes, nos anos 70, já cantava em "Masculino e Feminino" 
Ser um homem feminino
Não fere o meu lado masculino
Se Deus é menina e menino
Sou Masculino e Feminino...


E Gilberto Gil, um pouco depois também vai assumir seu lado feminino em "Super-homem":
Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É o que me faz viver
Dá até a impressão que Pepeu e Gil se inspiraram nas teorias de Sanford. Mais contemporaneamente, do lado dos teóricos dedicados a compreender os mistérios do existir, o psiquiatra suíço (e quase herdeiro de Freud) C.G.Jung foi talvez um dos primeiros a observar esse fato psicológico da natureza humana e a tomá-lo em consideração ao descrever o ser humano no seu todo.

Jung chamou os opostos existentes no homem e na mulher de anima e animus. Onde anima é o componente feminino dentro do homem e animus é o componente masculino dentro da mulher.

Anima ou animus é aquilo que anima, que entusiasma, que empurra para a frente, que impulsiona!


No homem, geralmente mais racional, a anima representa o lado mais emocional ou sensível, que expressa mais seus sentimentos. Na mulher, normalmente mais emocional, o animus representa aquele lado que pensa mais, que organiza, planeja, faz contas.

Na prática, funciona mais ou menos assim: sabe aquele seu amigo sensível, educado, sentimental, de gestos mais refinados, ou seja, que não é nem se parece com um Shreck? Esse sujeito carrega uma anima bacana dentro dele. Ele é hetero, não é gay, e as mulheres o adoram porque ele não é um troglodita. Muitos homens pensam que as mulheres gostam de homens grosseiros. Ah, sim, tem umas que gostam. Mas, isso é outra história.

Agora, sabe aquelas mulheres que são lindas, ultrafemininas e ainda assim são bem-sucedidas na profissão, são ótimas executivas, conciliam vida pessoal e profissional numa boa sem sair do salto, derreter a maquiagem ou estragar o penteado? Então, essas mulheres têm um animus bacana dentro delas. Sem deixar o lado mais sensível elas conseguem ser bem-sucedidas naquilo em que os homens naturalmente enfrentam. Pelo menos era assim que Jung acreditava.

Isso quer dizer que quando as mulheres se dão bem com sua porção masculina, ou quando os homens convivem bem com sua porção feminina, a chance de serem pessoas felizes e bem resolvidas é muito maior do que quando vivem em conflito com seus opostos internos.

Detalhe: esta é uma visão da psicologia analítica de Carl Jung. Para ele, nossa psique funciona mais ou menos assim: conscientemente, um homem sabe que é homem e se sente assim. Inconscientemente ele projeta sua porção anima em uma (ou várias) mulher. Da mesma forma, a mulher inconscientemente projeta seu animus interno, embora conscientemente ela se veja e se sinta como mulher. Ou seja, a pessoa que atraímos para nosso relacionamento possui dentro dela o animus ou anima correspondente e semelhante ao que carregamos dentro de nós.


E para Jung, quais seriam as consequências disso?

Quando não se tem consciência desse processo, somos "tomados" por nossa parte oposta, quer dizer, ficamos refém dela. Por exemplo: homens constantemente mau-humorados, resmungões, geralmente possuem uma anima negativa, dominadora. Homens que não conseguem se relacionar bem com as mulheres, podem ter internamente uma anima estática, paralisada pela figura da mãe/santa, o que os levaria a ficar bloqueados para relacionamentos sexuais e até impotentes.

Da mesma forma, mulheres muito agressivas, possuem um animus infantilizado que está sempre competindo, inseguro precisando provar que é o melhor e vê em outros homens seus oponentes. O resultado é que a mulher talvez tenha dificuldade de se relacionar com os homens de forma saudável, porque eles sempre vão vê-la como uma concorrente, como se ela fosse um outro homem,  e não uma parceira.

Esse animus, digamos, negativo, por outro lado, destrói toda a parte criativa e sensível da mulher, a desqualifica e a desencoraja a ser feminina porque para esse tipo de animus, isso é sinônimo de fraqueza. Daí, a explicação para a existência de mulheres "fortes", porém, masculinizadas. Jung não faz nenhuma correlação com opção ou identidade sexual. Ele está tratando, nesse caso, apenas de relações heteroafetivas.

Segundo Jung, muitas vezes, nosso desconforto no trato com o sexo oposto surge das atitudes que nossos animus e anima nos levam a ter. O movimento é inconsciente, e, por isso, traz dor e sofrimento. Daí aquela famosa frase atribuída a Jung: "Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino".

Em tempos de muita discussão sobre igualdade de gênero, e demais temas relacionados, é interessante conhecer várias teorias. Em breve, vamos falar sobre a bissexualidade, constitutiva do ser humano, segundo o mestre Freud!

Este texto foi baseado no livro Os Parceiros Invisíveis, do psicanalista junguiano John Sanford.

Hermafrodita Dormindo é uma antiga escultura de mármore retratando Hermafrodito em tamanho natural deitado num colchão esculpido pelo artista italiano Gian Lorenzo Bernini em 1620. A forma é derivada em parte de antigos retratos de Vênus e de outros nus femininos e parte de retratos feminizadores contemporâneos de Dionísio/Baco. É um tema muitas vezes repetido no período helenístico e na Roma Antiga a julgar pelo número de versões que sobreviveram. Descoberta em Santa Maria della Vittoria, em Roma, o "Hermafrodita Dormindo" foi imediatamente reivindicado pelo cardeal Scipione Borghese e passou para a famosa Coleção Borghese. Conhecido a partir daí como Hermafrodita Borghese, a estátua foi depois vendida para o exército invasor francês e acabou no Louvre, onde está em exposição atualmente.



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ansiedade e depressão podem causar infarto


Ansiedade e depressão aumentam
em 60% o risco de infarto do miocárdio

Problemas cardíacos são responsáveis por 30% das mortes no Brasil. Considerada fator de risco para desenvolvimento de doença cardíaca, depressão será a doença mais comum em 2030, de acordo com a Organização Mundial de Saúde

            Hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo e obesidade são alguns dos mais conhecidos e explorados fatores de risco para o desenvolvimento de problemas cardíacos, que são responsáveis por 30% das mortes por ano no Brasil, mas a ansiedade e a depressão também precisam ser controlados para manter um coração saudável.
            O InterHeart, estudo que envolveu 52 países e teve como objetivo avaliar de forma sistematizada a importância dos fatores de risco para doença arterial coronariana, revelou que fatores psicossociais, como estresse e depressão, aumentam o risco de infarto em 60%. "A depressão e a ansiedade não eram tratadas  como coadjuvantes das doenças coronárias, porém hoje são tratados como marcadores de risco isolados e merecem atenção especial, pois podem ser confundidos com outras crises, como tristeza e melancolia", diz o cardiologista do Hospital do Coração, responsável pelo Programa de Cuidados Clínicos no Infarto do Miocárdio e membro do Comitê Diretivo do estudo Leopoldo Piegas.
            Após a avaliação de 30 mil pacientes que participaram do estudo, os pesquisadores concluíram que a depressão reduz o calibre dos vasos sanguíneos e eleva a pressão arterial. Já a ansiedade e estresse aumentam a produção de substâncias inflamatórias relacionadas a aterosclerose coronária.
            Os impactos da depressão no sistema cardiovascular também são causados devido as alterações comportamentais que a doença causa. "A pessoa em depressão ou alto índice de ansiedade são mais propensas a consumirem bebidas alcoólicas, cigarros, além de outros hábitos que favorecem o surgimento de doenças cardíacas", explica o médico Piegas.
            Outro fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares é o estresse, que está ligado diretamente à ansiedade e à depressão.
            Pesquisa realizada pelo setor de psicologia do HCor com executivos que realizam check-up na instituição revelou que 50% dos executivos com idade média de 40 anos sofrem de estresse.
            Das 234 pessoas avaliadas, 79% são do sexo masculino e 21% do sexo feminino, sendo que 37% ocupam cargos de gerência, 20% cargos de analistas, 8% são engenheiros e 35% outras profissões. Dos sintomas provenientes do estresse destaca-se a ansiedade, com 75% e a irritabilidade com 51%. "Os fatores relacionados ao estresse estão presentes no relacionamento familiar, tempo reduzido para o lazer, sedentarismo, insônia e oscilações de humor. Além disso, características de personalidade, como, perfeccionismo, elevada autoexigência, ansiedade e ligação com o trabalho interferem na intensidade do estresse", explica  a chefe do Serviço de Psicologia do hospital dra. Silvia Cury.

Infelizmente, poucos profissionais da área da saúde indicam psicoterapia para pessoas com esse quadro de estresse, ansiedade e/ou depressão relacionado no estudo internacional.
Ainda existe muito preconceito. As pessoas têm vergonha de dizer que fazem terapia, dizem que isso ou é coisa de louco ou de artista ou de rico ou de quem não tem o que fazer.
E, assim, muitas vidas deixam de ser salvas por puro desconhecimento. Seria muito bom que mais e mais cardiologistas e outras especialidades médicas, pois, em geral, todas as doenças têm como causa fatores psicossociais como estresse, depressão e ansiedade não tratadas, prescrevessem aos seus pacientes não só medicamentos mas, principalmente, um tratamento psicoterápico. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

FREUD E O LUCRO DOS SEUS NEGÓCIOS


Luiz Fernando Garcia
Neste post, dou espaço para Luiz Fernando Garcia que é especialista em psicodinâmica aplicada à gestão. Ele  reúne empresários de médio e grande porte e por meio de uma terapia em grupo ajuda-os a compreenderem e, com isso, alterarem seus comportamentos no dia a dia dos negócios.
 No artigo “Freud e o lucro dos seus negócios”, Luiz Fernando explica como o controle de alguns comportamentos _ presentes na rotina dos negócios  e também estudados por Freud – pode melhorar o desempenho de toda a empresa.




O que o famoso alemão Sigmund Freud tem a ver com o sucesso de empresários e seus empreendimentos? Muitas vezes, a reposta é simples: tudo. Entender os conceitos da Psicanálise e aplicá-los à prática do universo corporativo pode ser a solução para muitos homens e mulheres que não conseguem entender por que suas empresas não conseguem ter um bom desempenho.

Considerado por muitos como um dos grandes gênios dos séculos XIX e XX, Freud deixou um legado àqueles que buscam o entendimento da própria mente – fato este que, muitas vezes, não é almejado pelos donos de negócios. Sobre isso, vale dizer que um dos maiores desafios que enfrento no dia a dia com empresários é fazer com que entendam que a origem de problemas como baixos resultados financeiros pode não estar em estratégias, funcionários ou sócios. Em grande parte dos casos, o ponto-chave é a própria dinâmica mental desses executivos.

Ao se aproximarem dos conceitos do Pai da Psicanálise, homens e mulheres de negócios “desatam os nós” que possuem, e quase sempre passam a colher os frutos com o melhor desempenho de todos na empresa e, consequentemente, com o aumento dos lucros. Durante a convivência com mais de 1.200 empresários ao longo dos últimos 12 anos, busquei fazer com que entendessem os Mecanismos de Defesa da Psicanálise, algo constantemente presente no cotidiano corporativo.

Praticamente todos os empresários, inconscientemente, põem em prática esses mecanismos, o que prejudica – e muito – o desempenho dos negócios. Ao levar para a empresa um problema mal resolvido em casa, eles aplicam o que Freud chamou de Deslocamento e apenas transferem as preocupações de ambiente. Outro fator presente no comportamento dos donos de negócios é a Negação. Ou seja, eles deixam de enxergar determinado problema para realizar seu objetivo, por exemplo, um investimento arriscado. Mesmo que os números do relatório preparado pelo contador apontem que o momento não é propício para ampliar a fábrica ou fazer contratações, os empreendedores em estado de negação optam pelo caminho do “sei que vai dar certo” e correm até o risco de quebrar.

Além de negar o risco em uma negociação, o empresário, frequentemente, é “muito apaixonado” por seu negócio. Por conta disso, põe em prática a Idealização para justificar uma decisão, especialmente as que parecem não fazer sentido para o restante das pessoas. A chamada Projeção também é algo muito presente no ambiente empresarial. Esse Mecanismo de Defesa pode ser observado, por exemplo, em uma relação de sociedade, com a transferência de desejos ou conteúdos que estão em você ao outro – “ele vive viajando” e “ele vive com mulheres mais jovens” são frases que podem exemplificar esse tipo de atitude. Em linhas mais populares, poderíamos tratar esse último tópico como “uma inveja disfarçada pela visão crítica”, já que os defeitos dos outros são, na verdade, muitas vezes as virtudes que gostaríamos de ter.

Com o conhecimento dos conceitos da Psicanálise e a prática de algumas técnicas, esses comportamentos inconscientes são compreendidos e alterados. Ao mudar sua maneira de pensar, o empresário também passa a agir de forma diferente. Isso potencializa o desempenho de seus subordinados e acaba por ampliar os lucros nos negócios.

Luiz Fernando Garcia – Administrador de Empresas, criador da metodologia de Psicodinâmica em Negócios, formando em Psicanálise e responsável pelo desenvolvimento de mais de 50 metodologias de treinamento destinadas à capacitação de empresários e profissionais de liderança, com mais de 1.500 empresas atendidas em 30 mil horas de aplicação em estratégia de desenvolvimento.

domingo, 12 de agosto de 2012

Jung e sua impopularidade

Jung em 1910
Uma das razões para a impopularidade de Jung é o fato de ele sempre bater na tecla da necessidade do autoconhecimento, para que as pessoas se transformassem em pessoas melhores (através do processo de individuação) e as pessoas sendo melhores o mundo se transformasse num mundo melhor.

Um texto que retrata bem essa posição de Carl. G. Jung, está no livro "Sobre o Amor", em que o analista suíço fala sobre o autoconhecimento e sua importância. 

"Deveríamos ter algo como escolas para adultos, m que poderíamos ensinar às pessoas pelo menos as coisas mais elementares do autoconhecimento e do conhecimento das pessoas. Já fiz essa proposta várias vezes, mas ela permaneceu como um desejo de fé, apesar de todos admitirem teoricamente que sem autoconhecimento não pode haver um entendimento geral. Acabaríamos encontrando meios e caminhos caso se tratasse de algum problema técnico. Mas como se trata apenas do que é mais importante, ou seja, da alma do ser humano e dos relacionamentos humanos, não existem professores nem alunos para isso, nem material didático nem currículos, tudo fica sempre encalhado naquele encolher de ombros, no 'deveríamos'. É muito impopular dizer que cada um deveria começar consigo mesmo por isso tudo continua na mesma. Só quando as pessoas ficam tão nervosas a ponto de o médico diagnosticar uma neurosa é que consultamos os especialistas, cujo horizonte na medicina via de regra não inclui a responsabilidade social." (Briefe II 419)

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Constelações: a descoberta daquilo que está oculto



No sábado 14, tive a oportunidade de participar mais uma vez de um workshop com a especialista em Constelações, Zaquie Meredith, no seu espaço na rua França Pinto, na Vila Mariana, em São Paulo.
E mais uma vez pude constatar a verdade sobre "A verdade das relações entre as pessoas".
Durante uma constelação somos "bonecos" movimentados pela força do inconsciente das pessoas (personagens) que ali se apresentam.
É uma experiência que nos enriquece como seres humanos apenas como participantes ou mesmo só assistindo. Quando você constela, então, o que está oculto vem à tona. São fatos, emoções e sensações desconhecidas do nosso consciente. E o quebra-cabeças de nossas vidas começa a ter as peças encaixadas e a visão de nossas vidas começa a fazer sentido.
Não é possível explicar ou descrever. Tem de experimentar, vivenciar a experiência para entender como funciona o sistema, o processo.
A seguir, Zaquie nos brinda com um artigo de sua autoria. No final, você encontra todas as informações necessárias para participar das atividades propostas por ela como o curso de formação cujo 1º Módulo acontece dias 18 e 19 de agosto e os workshops. No dia 18, às 14h é possível participar apenas do workshop vivencial que acontece dentro do curso. Para maiores esclarecimentos, entre em contato diretamente com Zaquie. As informações estão ao final do texto. Boa leitura!


A Constelação nada mais é do que uma descoberta sobre a verdade das relações entre as pessoas. Elas mostram o verdadeiro sentimento e sensações que se passam entre as pessoas e que raramente são ditas.
Quando constelamos algo do passado,  então isso vem à tona mais claramente, por exemplo, quando antigamente havia muitos “segredos” de família que ninguém ousava falar.
Tive um deles quando constelava uma família em Brasília a respeito de um “erro médico”. Descobrimos que o segredo da negligência do bebê estava com a mãe e não no “erro médico”.
Isso aliviou a família que podia continuar o seu destino, agora, de uma forma mais libertadora.
É isso que faz a constelação. Ela liberta. Ela esclarece. Ela direciona. Ela alivia. Ela une.
Na época em que Bert Hellinger, seu autor, se dispunha a responder os e-mails e cartas, eu enviava alguns dos meus achados sobre a constelação e ele respondia com um “well done”.
Hoje sabemos que Bert é muito ocupado com os seus 86 anos bem vividos e doados à humanidade.
Lembro-me de outra constelação fantástica sobre quatro tias solteiras:
Uma mulher que reclamava de quatro tias que a controlavam por causa do dinheiro. Ela disse que já não tolerava mais esse controle e que era excessivo.
Então fizemos uma constelação. Coloquei as quatro tias, uma por uma de frente para o Dinheiro. Alguma coisa me disse para escolher um homem jovem para representar o dinheiro. E assim o fiz.
Sem saber da estória da família, surpreendentemente, a primeira tia começou a falar com o Dinheiro como se fosse o noivo que ela perdera. E, uma por uma, sucessivamente, cada uma tinha um caso a contar sobre o homem com quem não pudera se casar.
Segundo a sobrinha, o pai tinha sido um homem rico e proibira as filhas de se relacionarem com esses homens. O Dinheiro substituíra os noivados malsucedidos.

E assim vai. De fato, jamais haverá alguém de tanta importância quanto Bert no quesito de relacionamentos familiares. Nós, discípulos de sua teoria e filosofia de vida sabemos da grande missão que nos foi passada.

E que assim continue!

Zaquie C Meredith

Socióloga, Consteladora e Psicoterapeuta
www.clictv.com.br ("Alterna-Vida")
Autora dos Livros: "O Que Você Precisa Saber"/"A Consciência das Sensações e Constelações"/"É a Fé que sustenta o Pássaro"



quinta-feira, 5 de julho de 2012

Branca de Neve versão gótica em livro



Seguindo a onda das novas releituras dos contos de fadas, que trouxe novos filmes sobre velhas histórias, na nova versão do clássico Branca de Neve, lançado pela Geração Editorial, a heroína parece uma gótica e não leva desaforo pra casa

Os tempos são outros, e as crianças e jovens querem ver os personagens dos contos de fadas tradicionais sendo desmistificados, como na série de filmes de animação gráfica Shrek. Para deleite deles, esta nova edição do clássico Branca de Neve não poderia ser mais distante do desenho animado de Walt Disney para o cinema, lançado em 1937.

Esta versão, feita para os pré-adolescentes do século XXI, traz uma heroína que parece uma gótica, graças às ilustrações belíssimas, originais e perturbadoras da renomada artista Camille Rose Garcia. A rainha perversa, a segunda mulher mais bela depois de Branca de Neve, surge aqui como um monstro de quatro olhos. Até os doces animaizinhos da floresta são assustadores, e o Príncipe Encantado não parece particularmente viril.

Outro mérito desta luxuosa e inovadora edição — que traz o texto clássico dos Irmãos Grimm, publicado originalmente há quase 200 anos — é resgatar os aspectos mais sombrios da história que foram suprimidas da versão açucarada de Walt Disney. A rainha perversa tenta matar Branca de Neve não uma, mas quatro vezes. No final, Branca de Neve, na festa do seu casamento com o príncipe, vinga-se da madrasta, forçando-a a dançar com sapatos de ferro em brasa até morrer.

Sobre os autores:
Jacob (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859) foram acadêmicos e linguistas alemães, célebres por terem popularizado muitos contos de fadas hoje clássicos, como João e Maria, Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel, A Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho (cuja nova versão também será lançada pela Geração).

Sobre a ilustradora:
As pinturas de CAMILLE ROSE GARCIA mostrando cartuns assustadores de crianças habitando contos de fadas em lugares selvagens são comentários críticos sobre o fracasso das utopias capitalistas, reunindo referências nostálgicas da cultura popularcom uma veia satírica sobre a sociedade moderna.  Seu trabalho foi apresentado em galerias e museus internacionais e impresso em numerosas revistas, incluindo Juxtapoz, Rolling Stone e Modern Painter.  É autora de vários livros e recentemente ilustrou uma nova versão de As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, que constou entre os livros mais vendidos de acordo com a listagem do New York Times.

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Branca de Neve
Autor: Irmãos Grimm
Tradutor: William Lagos
Ilustradora: Camille Rose Garcia
Gênero: Infantojuvenil
Formato: 14,3 x 21cm / capa dura
Peso: 320g
Págs: 80
ISBN: 9788581300795
Preço: R$ 26,00

Sinopse:
Originalmente surgida no folclore francês do século XVII, a história de Branca de Neve há muitos anos vem sendo um dos mais memoráveis contos infantis de todos os tempos, repetido durante gerações ao redor do mundo.
É a história de uma rainha maligna determinada a se livrar de uma menina – com a pele tão branca como a neve, os lábios tão vermelhos quanto o sangue e os cabelos negros de ébano – que ameaça o desejo da rainha de permanecer a mulher mais bela de seu reino.
Esta nova edição destinada a presentear as crianças modernas, apresenta a versão completa do conto dos Irmãos Grimm, com uma interpretação artística original da famosa ilustradora Camille Rose Garcia, que imaginativamente combina o humor com um toque tenebroso de romantismo.

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...