quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Você ama ama ou ama ama?

Sabe aquele comercial de café, que tem como protagonista o casal de atores Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert, em que ela pergunta: Rodrigo você me ama: E  ele diz: amo. E ela pergunta: mas ama ama ou ama ama? Dando a entender que o amor que ele diz deveria ter uma dimensão mais profunda do que um simples "amo". E ele, pra mudar de assunto, diz: vou fazer um café pra você.
Embora faça parte do comercial que apresenta o casal como o casal perfeito (e faz uma relação da perfeição do casamento com a nova parceria entre as marcas do café e da cafeteira) trata-se de uma cena bem típica do relacionamento homem/mulher. 

A mulher sempre quer ouvir, precisa ouvir, porque a mulher é muito mais tocada pelo que ouve ou fala do que pelo que vê. Para ela, o simples fato de ele estar ali, fazendo uma gentileza - que é preparar o café - não é suficiente para que ela entenda a dimensão do amor dele por ela. Inclusive, é muito comum entre casais que acabaram de transar, a mulher perguntar: você me ama?

No comercial, Rodrigo, por sua vez, como todo homem, simplifica tudo com o gesto: fazer o café é dizer eu te amo com outras palavras. Ele a olha como quem diz: deixe de bobagem,  não está VENDO que eu estou aqui? Sou todo seu. Não, a mulher não vê. E a cena continua com o casal saboreando o café e ele dizendo: eu te amo e a Fernanda perguntando novamente: mas ama ama ou ama ama? e ele faz uma cara de: Pô você não entendeu nada e vai começar a tortura de novo!!!

Quando homem e mulher entendem como cada um funciona, a mulher não fica insistindo em obter respostas dele por meio de palavras e ele entende que a mulher precisa ouvir muito mais do que ver.

Ou seja, se levar flores, não basta entregá-alas com um beijo. Tem que dizer eu te amo.
Mas, mulheres, se ele trouxer as flores e não disser eu te amo...entenda: ele te ama porque homens só compram flores para as mulheres amadas.

Agora, se ele não compra flores...aí, talvez seja o caso de perguntar: você me ama? Mas ama ama ou ama ama?

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Sobre black blocs

Sabe quando as crianças, por pura farra, atiravam pedra na janela do vizinho e saíam correndo? 
Ou quando tocavam a campainha das casas de toda a rua e saíam correndo dando risada? 
Quando apertam todos os botões do elevador pelo simples prazer (sádico) de imaginar o próximo usuário parando indefinidamente em todos os andares? 
Então, essa é uma fase normal da criança. Ela desafia as autoridades (mãe, pai, vizinho, síndico) buscando limites. Ela quer - e precisa - saber até onde ela pode ir. Faz parte do seu desenvolvimento psíquico. 
E só a educação lhe dá essa noção. 
Os black blocs de hoje são de uma geração que tudo pode. Provavelmente suas mães/pais não disseram que atirar pedra na casa dos outros é uma falta de respeito com o que não é nosso, que não se deve, enfim, fazer ao outro aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco. 
Talvez esses jovens sejam aquelas criancinhas lindas que chutavam a canela dos tios e ninguém as repreendia, ou que judiavam de pets sem nenhuma outra consequência que não fosse o sofrimento do bichinho. 
São pessoas que não aprenderam a respeitar nenhum tipo de autoridade porque não tiveram ninguém fazendo esse papel na sua primeira infância, que é onde tudo é aprendido. Pra sempre!

Um bom lugar pra ler um livro


Pichadores não são grafiteiros

Muita diferença há entre grafiteiros e pichadores.
Grafiteiros são artistas.
Pichadores são arteiros.
Pichadores alegam que fazem o que fazem porque querem deixar sua marca e, para isso, não estão nem aí onde vão deixá-la. Pode ser no seu muro branquinho, no seu portão, na parede de um museu, num local público qualquer, até mesmo em cima de grafites os pichadores se acham no direito de "deixar sua assinatura", na maioria das vezes inelegíveis pelos reles mortais (em geral, só um pichador entende o que outro escreveu).
Pichadores são eternos meninos que não foram devidamente educados pelas suas mamães.
Lá pelos 5 ou seis anos, quando as crianças começam a aprender a escrever, geralmente é o próprio nome que elas rabiscam. E lá vão elas rebiscando tudo que veem pela frente, deixando sua marca. Escrevem no sofá, nas paredes, no balcão da cozinha, enfim, em toda superfície que aceitar uma tinta, lá estará o nome do fedelho ou fedelha aprendiz.
As mães mais astutas, darão umas bronquinhas logo no início do processo. Vão dizer aos pequenos que lugar de escrever ou desenhar é no papel. Comprarão resmas de sulfite, caixas e mais caixas de lápis coloridos e toda sorte de canetinhas hidrográficas (elas ainda existem?) para que suas criam deem asas à imaginação sem prejuízo do mobiliário. Algumas mais liberais até elegem uma parede da casa, muitas vezes do próprio quartinho do gêniozinho, para que ali, e somente ali, ele expresse toda a sua criatividade artística. Quem sabe não pari um Van Gogh, um Picasso, um Modigliani, um Renoir? pensa a mãezinha zelosa e orgulhosa de seu rebento indomável.
Muito bem. Se assim é, então podemos deduzir que os atuais pichadorezinhos permanecem fixados nessa fase infantil, provavelmente ou por terem sido duramente reprimidos ou por não terem sido devidamente orientados, daí pensam que todas as superfícies que aceitam tinta estão ali à disposição deles para o que der e vier.
Numa total falta de respeito ao que não lhes pertence. 
Numa total falta de respeito ao que, ao contrário, é público, é de todos e por isso mesmo deve ser preservado e conservado.
Infelizmente, porém, parece que a palavra educação não fez parte da infância dessas criaturas que estão por aí para testar nossa capacidade de tolerar a sandice alheia.
Perguntado, certa vez, a um deles, por que, afinal, você não picha as paredes ou muros de sua casa? e o cara-de-pau respondeu indignado, como se a resposta fosse óbvia: porque meu pai não deixa! ele me mata se eu fizer isso lá em casa! 

As flores de imagem não morrem

Já que a primavera está mais pra inverno...vamos alegrar a tarde chuvosa, cinzenta e friorenta com essas margaridas!


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Por que você fala A e o outro entende B?

Como é difícil o relacionamento entre humanos. Quando se é inconsciente, e a maioria das pessoas é inconsciente, fica mais complicado. Relacionamento é um sistema intrincado de projeções e de despertamento de complexos que nem sequer sabemos que os possuímos, ou que somos possuídos por eles. A teoria psicanalítica explica bem o processo.

Você fala A com uma determinada intenção - e a intenção sempre existe ainda que você não tenha consciência - e o outro entende B.

Até aí não teria nenhum problema se a interpretação do outro não viesse carregada de tanto afetamento. E o afetamento acontece por causa das projeções. Eu projeto no outro aquilo que não vejo ou não reconheço em mim e vice-versa.

E por que ocorrem as discussões e os mal-entendidos? Porque o A que você falou inocentemente funcionou como um gatilho, um despertador de algum complexo de inferioridade, ou de superioridade, ou de poder, ou paterno, ou materno, enfim, o tal do A interpretado como B desencadeia aquilo que no linguajar terapêutico é o "ficar afetado pelo complexo".

Quer um exemplo?

Joana, uma moça trabalhadora, simples, porém, sofisticada, feliz de um modo geral, com seu trabalho e com sua vida, diz para Paulo, seu colega de departamento, moço bem-sucedido financeiramente, e provavelmente na vida pessoal já que ele nunca comenta nada sobre o assunto de forma negativa, que ele está num nível acima da média da humanidade. Joana se referiu à uma possível condição em nível espiritual, já que Paulo é sempre considerado e citado pelos seus amigos mais próximos como uma pessoa generosa, ponderada, meio fria, não demonstra muito seus sentimentos, mas por isso mesmo é considerado por alguns como uma pessoa que tem controle sobre seus impulsos mais primitivos, que a  maioria dos reles mortais não possui. Resumindo: Paulo aparenta ser uma pessoa perfeita, que, naturalmente não é, embora não faça nenhuma questão de demonstrar para o mundo sua falibilidade.

Paulo entende que Joana está se referindo à sua condição financeira que é, em termos de conta bancária, propriedades etc, sim, maior do que a de Joana, e ele entende que ela, por ter uma condição financeira inferior estava sendo sarcástica e fazendo uma crítica velada ao fato de ele ter uma posição endinheirada "um nível acima" da dela. E aí, Paulo, tomado pelo seu complexo de inferioridade (sim, apesar das aparências Paulo tinha um enorme complexo de inferioridade que vem sempre acompanhado de um de poder, de forma compensatória, claro) começa a discursar para Joana que sempre que ela se refere ao fato de ele ter mais grana do que ela faz com que ele se sinta como um lorde inglês que, no fim da história será descoberto como sendo na verdade o filho do cocheiro. E que ele tem grana porque sempre trabalhou, que nunca roubou, que acorda cedo, que  se sacrificou (sabe lá Deus quanto), que juntou, que poupou, que fez e  aconteceu, sempre de forma honesta, e que não via nenhum problema em ter mais dinheiro do que Joana ou qualquer outra pessoa etc etc etc.

Bom, Joana se espantou com a reação de Paulo. Justamente ele, o ponderado, o controlado, o educado, o sempre tão inteligente e culto. Paulo perdeu as estribeiras e Joana não entendeu por quê.

Você, com certeza já deve ter vivido ou presenciado cenas assim. Tanto no papel de Joana quanto no de Paulo.

Então, bem-vindo(a) à normalidade dos 95% da população neurótica que habita este planeta. Não se avexe. Você não está sozinho. Sozinho permanece aquele que se acha diferente.  Ou que pensa que esse post não é pra ele.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O que podemos fazer por nossas queridas células?

Em tempos de Prêmios Nobel, fiquei a matutar...

O ser humano possui mais ou menos 50 trilhões de células.

Os padrões de DNA armazenados no núcleo foram acumulados durante mais de três bilhões de anos de evolução.

Porém, não são os DNA que controlam as funções da célula. Os genes não podem pré-programar uma célula ou a vida dos organismos. 

"Cada célula funciona como uma “fábrica” que produz e exporta moléculas. A insulina, por exemplo, é produzida e secretada para o sangue, e neurotransmissores, que funcionam como sinais químicos, são mandados de uma célula nervosa para outra. Essas moléculas são transportadas em pequenos “pacotes” chamados vesículas.Os ganhadores do Nobel deste ano, James Rothman, Randy Schekman eThomas Südhof, descobriram os princípios moleculares que regulam como esses pacotes chegam no momento certo e no lugar certo dentro de cada célula."( http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/10/dois-americanos-e-um-alemao-levam-nobel-de-medicina-2013.html)
Mas como esses princípios foram definidos? Essa descoberta nos induz a pensar que existe uma inteligência guiando, orientando o que nossas células devem fazer? O que altera esse sistema? Por que qualquer modificação nesse sistema se traduz em doenças? Quem modifica? As células piram? 
Quem controla isso? Os cientistas não sabem dizer, só sabem que o sistema funciona assim. Seríamos nós mesmos? Nós, que já imaginamos sermos o centro do Universo, teríamos o poder de controlar o funcionamento das nossas células? Os cientistas acreditam nisso? Os cientistas se preocupam com isso?
Existe algum controle de algo sobre alguma coisa? Se existe, os céticos chamam de acaso.
Os crentes, Deus.

Mas a grande verdade, se é que verdades existem, é que não controlamos nada.

E aceitar isso talvez seja o grande ato magnânimo de humildade que podemos ter conosco mesmos.

O que podemos fazer por nossas queridas células? Tratá-las com o devido respeito. E elas nos manterão saudáveis. Só.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Homens não ficam sozinhos

Dulcineia não sabia identificar exatamente qual tinha sido o gatilho que despertara aquele afetamento. O fato é que ela acordou deprimida e deprimida não é uma boa condição para se olhar no espelho. 
Ela só enxergou as rugas. Lembrou-se de algumas amigas que estavam muito melhores do que ela, pelo menos na aparência - "por dentro ninguém sabe, mas também quem se importa? as pessoas compram o que está por fora" - e ela olhou com pena para aquela figura refletida ali na sua frente.
Quantas rugas, quantas histórias, cicatrizes do tempo... "Sim, você parece uma velha, Dulcineia. E além de velha é pobre. Não tem grana para colocar os ácidos e os botox que lhe dariam uma aparência melhor", responde implacável a imagem refletida. 
O que foi mesmo que disparou isso tudo?
"Foi a foto daquele homem no Facebook. Aquele homem que convidou você para um fim de semana romântico, e você não teve coragem de aceitar porque teria de mentir para uma ou duas pessoas, não é?", pergunta a imagem no espelho. 
O reflexo de Dulcineia é implacável: "Achou que ia ficar com sentimentos de culpa? Dulcineia desvia o olhar.
"Pelo menos você já se conhece um pouco!", retruca o espelho, espelho meu implacável - "E agora aquele homem já está com outra - porque homens não ficam sozinhos por muito tempo -, mas você chegou a pensar que ele esperaria você resolver suas pendências?", questiona o frio reflexo: "Sua cara não me engana. Sim, pensou. E agora?".
Agora Dulcineia vê uma lágrima escorrer rosto abaixo, passar pelo maldito bigode chinês e se instalar no sulco acima do lábio superior.
Mas nem sempre o espelho é o melhor conselheiro. Quando a autoestima estiver em baixa procure o olhar acolhedor de um amigo.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013


Sol de primavera 
abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...




sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O caminhar

Um vento de sombras sopra cinzas de propósitos mortos sobre o que eu sou de desperto. Cai de um firmamento desconhecido um orvalho morno de tédio. Uma grande angústia inerte manuseia-me a alma por dentro, e incerta, altera-me como a brisa aos perfis das copas. (Fernando Pessoa - Na Floresta do Alheamento - "O Eu profundo e outros eus")



Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...