Isso é mito. Nutricionista da Rede D'Or lista os alimentos mais indicados para quem acabou de largar o cigarro. Exercícios físicos, terapia e alimentação saudável impedem de engordar o indivíduo disposto a parar de fumar.
Que lutar contra a dependência do cigarro é difícil, isso os médicos, neurocientistas, fumantes e ex-fumantes já sabem. Seja pelo fato de a nicotina agir no sistema nervoso como estimulador da produção de neurotransmissores que geram a sensação de prazer, seja pelo medo que se tem de
engordar após largar o cigarro, estes dois fatores têm forte ligação explicada
pela influência da nicotina no cérebro. Segundo a nutricionista Juliana
Martins, do Hospital Copa D’Or no Rio de Janeiro, não é um mito que quem tenta
abandonar o cigarro tem grandes chances de engordar.
“A nicotina provoca duas sensações no fumante: bem estar e
alterações no olfato e no paladar. Geralmente, a pessoa se sente bem ao fumar
e, como não sente mais tanta atração pela comida, acaba se bastando muitas
vezes no cigarro”, explica Juliana. Além de inibir a fome, a substância
acelera o metabolismo e pode levar a uma perda de peso natural. “O equilíbrio
do peso causado pelo cigarro não é saudável, no entanto, pois se o fumante se
deixa levar pela falta de apetite e não se alimenta, pode chegar a um quadro de
desnutrição”, diz.
Quando consegue parar de fumar e a nicotina deixa de fazer
efeito no organismo, em poucos meses o fumante já sente diferenças no olfato e
no paladar. Ao aguçar estes dois sentidos, essenciais para o apetite, existem
fortes chances de o indivíduo aumentar consideravelmente a ingestão de
alimentos. Outro efeito comum é substituir o prazer que a nicotina garantia ao
cérebro por meio de balas, chocolates e outras guloseimas altamente calóricas e
pouco nutritivas. O melhor seria beber água em vez de consumir guloseimas. Além de auxiliar na desintoxicação, ajuda a perder peso.
A nutricionista recomenda a prática de exercícios físicos e
psicoterapia como formas de aliviar as tensões pós-cigarro, uma vez que também
são fontes naturais de liberação de bem estar. A alimentação também pode ser
uma boa aliada para que o estágio entre o fim do tabagismo e a nova vida não
seja uma etapa marcada por frustrações estéticas.
Dicas de alimentos que devem ser incluídos na alimentação:
•Tomate, melancia e goiaba são ricos em licopeno, que além
de combater o envelhecimento das células, estimula o sistema de defesa do
organismo;
•Vegetais crucíferos, como brócolis, couve-flor e repolho
são fontes de sulfarofanos, capaz de eliminar substâncias químicas;
•O resveratrol, a catequina e a epicatequina, antioxidantes
presentes nas uvas vermelhas, sucos de uva e vinho tinto, são fundamentais para
combater os radicais livres;
•Frutas cítricas (laranja, acerola, limão, goiaba e
tangerina) também estão na lista dos alimentos fontes de antioxidante, pois são
fontes de vitamina C que estimula o sistema imunológico;
•O chá verde e o chá branco são excelentes fontes de
flavonoides e compostos antioxidantes;
•Vitaminas do complexo B, presentes nos cereais integrais,
como aveia e os minerais zinco e magnésio encontrados na semente de abóbora,
castanha de caju, nozes e pistache também auxiliam na proteção das células
contra os radicais livres;
•O consumo de alho cru, como tempero, por exemplo, fornece
sulfetos alílicos, como os antioxidantes aliina e alicina. Além disso, auxilia
no combate a infecções atuando coimo antibiótico natural;
•Consumo de alimentos integrais e ricos em fibras é
importante para o controle da saciedade. A chia é um grão rico em ômega 3 e que
possui grande poder no controle da saciedade, sendo recomendado o consumo de 1
colher de sopa ao dia;
•Além destas inclusões, a ingestão de líquidos (além do
leite e dos laticínios) e a alimentação regular a cada 3 horas é importante.