quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Rio 2016? Vão acabar com a violência em 6 anos lá?

Rio tem roubo com granada em restaurante e arrastão
Em menos de 9 horas, creperia em Copacabana e prédio em Ipanema são vítimas de ladrões

Segundo o Instituto de Segurança Pública, assaltos ao comércio na zona sul cresceram 53% até julho em relação aos 7 meses de 2008

JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Uma onda de assaltos vem atemorizando comerciantes e moradores da zona sul do Rio, área de maior poder aquisitivo da cidade. Dois episódios ocorridos num intervalo inferior a nove horas -em um restaurante de Copacabana e em um prédio residencial de Ipanema- ilustram o aumento de mais de 50% dos índices de roubo a estabelecimentos comerciais e a casas na região, comparando janeiro a julho deste ano com o mesmo período de 2008.
Na manhã de ontem, um prédio da rua Francisco Otaviano, em Ipanema, foi invadido por três homens armados com revólveres e pistolas. Segundo a polícia, um deles, com uniforme da CEG (Companhia Estadual de Gás), disse ao porteiro que faria a medição do relógio do edifício. O porteiro -que, de acordo com a síndica, faz curso de prevenção a assalto- foi rendido e os homens passaram a abordar os moradores e empregados no lugar.

Ameaças
A polícia, que só foi chamada uma hora e 15 minutos depois e não encontrou os criminosos, afirmou que a intenção dos ladrões era abrir um cofre que diziam pertencer a um morador.
O bando conseguiu entrar em cinco dos 14 apartamentos, recolhendo joias, celulares e dinheiro. Sob ameaça de terem os dedos cortados, ao menos 12 moradores foram trancados num apartamento. Antes de irem embora, os ladrões tiraram fotos dos reféns e deram uma coronhada no nariz de um pedreiro que estava no prédio.
A polícia identificou um dos ladrões, mas ninguém foi preso até o fechamento desta edição.

Granadas
Anteontem à noite, a creperia Le Blé Noir, na rua Xavier da Silveira, em Copacabana, sofreu seu segundo roubo em dois meses. De acordo com um dos sócios, o francês Alain Caro, quatro homens, com pistolas e granadas, roubaram cerca de 30 clientes. O restaurante tinha câmera. Agora, dois homens armados vigiam o local.
"Não confio na segurança pública", disse Caro, que admitiu fechar o negócio se for assaltado de novo. A casa teria recebido ameaças anônimas. Dentre outros fatos recentes, no dia 25 o cineasta Paulo Thiago foi feito refém num roubo à sua casa, no Cosme Velho, por quatro ladrões, que feriram sua mulher, a produtora Gláucia Camargos. No início de julho, o restaurante Azumi, em Copacabana, foi invadido por três homens. Seis pessoas foram assaltadas enquanto jantavam.
De acordo com dados do ISP (Instituto de Segurança Pública), foram registrados 162 assaltos ao comércio da zona sul nos sete primeiros meses de 2008. A prática dessa modalidade cresceu neste ano, indo a 249 notificações até julho-aumento de 53%. De janeiro a julho de 2008, o ISP contabilizou 44 roubos a casas na região, enquanto em 2009 a incidência do mesmo crime, até julho, foi de 67 casos-crescimento de 52%.
A Secretaria de Segurança diz que "a mancha criminal é um fenômeno dinâmico". O órgão afirma que "quando a polícia persegue um tipo de delito, é comum que outros subam porque o criminoso muda suas práticas". A PM anunciou mudanças no patrulhamento, com a ida para as ruas de 2.000 homens que estavam em funções administrativas.


Colaborou DIANA BRITO , da Folha Online, no Rio

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