quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar, eu venho lá do sertão"

Imprensa britânica diz que usina de Belo Monte pode causar matança

Site do jornal The Guardian alerta que índios podem usar força para impedir construção 

Uma reportagem divulgada nesta quarta-feira (21) pelo site do jornal britânico The Guardian afirma que líderes indígenas da região do rio Xingu, no Pará, podem usar da violência para impedir a construção da hidrelétrica de Belo Monte. De acordo a matéria, a construção da usina causaria devastação dos recursos naturais e dos moradores da região.
O líder da tribo Caiapó, Raoni Metuktire, que ganhou fama internacional entre as décadas de 1980 e de 1990 quando acompanhava o cantor Sting nas turnês, disse que as comunidades indígenas estão preparando arcos e flechas para lutar contra o início da obra.
- Os índios serão forçados a matar o homem branco de novo se eles não deixarem nossa terra em paz. Acho que os brancos querem demais, nossa água, nossa terra... Eles terão uma guerra que nunca mais interferirem nas nossas terras.
Luis Xipaya, outro líder indígena da região, disse à Reuters que “haverá derramamento de sangue e o governo será responsável por isso”. O líder indígena Mokuka Caiapó disse que “não aceita a hidrelétrica de Belo Monte” e disse que o jeito de viver dos índios poderia ser destruído com a obra.
- A floresta é nossa fonte de alimento. O rio [Xingu], com os peixes, é nosso mercado. É assim que nós sobrevivemos.
Os moradores de Altamira, cidade tranquila da Amazônia, também sentem medo do caos social que a usina pode provocar. Antonia Melo, uma das coordenadoras do movimento Xingu Para Sempre, descreveu a hidrelétrica como uma violação dos direitos humanos.
- Nós seremos afetados pelas mais de 100 mil pessoas que chegarão à região com a construção de Belo Monte. Haverá violência, falta de comida, de esgoto, de serviços de saúde.
Segundo a reportagem do site do diário britânico, um ministro brasileiro (o nome não é citado) informou a jornalistas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou satisfeito com o resultado. Entretanto, ambientalistas, líderes indígenas e outros manifestantes (incluindo o diretor de Avatar, James Cameron, que fez duas visitas à região recentemente) juraram lutar para impedir a construção do empreendimento.
Os planos para a construção da hidrelétrica de Belo Monte começaram na década de 1970, mas foram interrompidos várias vezes – inclusive por causa de pressões internacionais. Entretanto, novos esforços para levar a obra adiante – em parte para dar suporte ao crescimento econômico brasileiro – fizeram com que os índios que moram da região revivessem o assunto.
O leilão da hidrelétrica de Belo Monte foi vencido pelo consórcio liderado pela Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e aproximou o governo da construção da usina orçada em R$ 19 bilhões. A capacidade da usina será de 11 mil megawatts-hora.
(fonte: portal R7)

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