segunda-feira, 20 de junho de 2011

Uma nova abordagem sobre o conhecimento



Um dos mais instigantes filósofos do século XIX, Friedrich Nietzsche não hesitava em propor desafios aos leitores nos textos que redigia. Provocador, ousado e irreverente o grande pensador nascido em Leipzig, na Alemanha, em 1844, ficou mais conhecido pelo obra “Assim falou Zarathustra”. Inspirado em seus escritos, o professor Mauro Araujo de Sousa, doutor em Filosofia pela PUC-SP, analisa algumas de suas teorias no livro Nietzsche: Para uma crítica à ciência, lançado pela editora  PAULUS, segundo título do autor pela editora que traz o filósofo como tema. O primeiro, Nietzsche: Viver intensamente, tornar-se o que se é, proporciona uma introdução às suas teorias, fundamentais para compreender a segunda obra. “Indico a leitura do primeiro livro para que se entendam os conceitos principais da filosofia nietzschiana. Dessa maneira o novo fica mais claro”, sugere o autor.

Em Nietzsche: Para uma crítica à ciência, o leitor percorrerá alguns pontos centrais dos pensamentos do filósofo, como sua epistemologia perspectivista contra as limitações da ciência em suas concepções de consciência, causa-efeito e verdade. “O filósofo mostra quais são os limites do conhecimento científico pautado por conceitos como os de verdade, causa e efeito, consciência e tantos outros conceitos que amparam tanto a experiência científica como a elaboração de suas teorias”, explica.

A obra também propõe uma abordagem diferente sobre o conhecimento. O autor mostra que, para Nietzsche, conhecer é ter controle sobre o que se sabe, transmitindo sensação de paz e postura de se poder ditar a verdade. “O filósofo, como ‘epistemólogo’, põe em dúvida o próprio conhecimento, traz a desestabilização ao círculo onde muitos se sentem em segurança. Ele subverte uma ordem de forças e estabelece outra. Assim acontece com as vontades de poder, naquilo que denominamos corriqueiramente de cosmo, isto é, criação e destruição incessantes, o devir”, ressalta.

Com texto pontual, o livro, indicado para especialistas, estudantes e interessados no assunto, explora as teorias do pensador incentivando o aprofundamento nas questões propostas. “Pretendo contribuir com os leitores no sentido de despertar-lhes o experimento com o pensar e, quem sabe, provocá-los a desafiarem-se, a lançarem-se em novos pontos de vista sobre o que denominamos, por exemplo, como Ciência”, declara o autor.

Nietzsche: Para uma crítica à ciência é a mais recente publicação da série Filosofia em Questão, que também conta com Pensar com Emmanuel Levinas, de Benedito E. Leite Cintra, Pitágoras e os pitagóricos, escrito por Jean-François Mattéi, entre outros.

Mauro Araujo de Sousa, natural de Caçapava, interior de São Paulo, é pós-doutor em Filosofia pela UFSCAR/SP e doutor em Filosofia pela PUC/SP. É professor universitário e tem muitas publicações. Outro livro seu de grande expressão é Nietzsche Asceta, sua tese de doutorado publicada pela Editora da UNIJUÍ/RS.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Uma visão católica de Jesus sobre a mulher descrita por um padre libanês

Jesus Libertador da Mulher é o livro publicado pela editora PAULUS, o quinto livro em língua portuguesa do padre libanês Emile Eddé e, segundo a assessoria da editora, escrito com palavras delicadas, deseja ser uma nova luz para ajudar a mulher a viver verdadeiramente a plenitude de seu ser. “Quando escrevemos sobre a mulher, é preciso que as nossas palavras sejam como flores e nossas sílabas como aroma”, diz o autor.

Eu não li o livro, mas diz a sinopse enviada pela assessoria da editora que Padre Eddé aborda diversos temas, como o da mulher nas antigas civilizações, no Evangelho, a participação de Maria neste processo de libertação, entre outros, e inicia seus argumentos destacando a situação das mulheres durante o primeiro século antes de Cristo, além do machismo da sociedade daquele tempo.

“Durante toda a época do Antigo Testamento na Palestina, e em muitos outros países do mundo, a mulher vivia em situação de paternalismo e tutela na casa de seu pai, ou de seu marido, ou de seu próprio irmão, ou do irmão de seu marido, no caso de tornar-se viúva. Isso significa que a mulher permanecia sob o comando do homem desde o seu nascimento até a sua morte”, lembra.

Padre Eddé também afirma: Jesus foi o maior protetor dos direitos femininos. Segundo o sacerdote, a sua atitude como primeiro libertador mundial da mulher e primeiro defensor da sua dignidade se destaca pela clareza, profundidade e coragem. “Nessa libertação da mulher, Ele libertou o homem também do complexo de superioridade, da arrogância e do espírito de dominação. A libertação desejada por Jesus é uma libertação profunda e definitiva, ultrapassando direitos recuperados ou dignidades perdidas”, explica.

Dividido em cinco capítulos – e cada um com sua respectiva conclusão –, o livro tem linguagem clara e acessível, além de citações bíblicas, trechos de Cartas Apostólicas e Encíclicas do papa João Paulo II relacionados ao tema, partes da Constituição Dogmática Lumem Gentium, referências bibliográficas, entre outros elementos que auxiliam na reflexão sobre o importante papel das mulheres do passado e também das de nosso tempo.

Jesus, libertador da mulher pertence à coleção Temas Bíblicos, série com mais três títulos: Paulo para os conquistados – Reimaginando a missão de Paulo, de Davina Lopez, A Igreja doméstica nos escritos de Paulo, de Vincent Branick, e A antropologia pastoral de Paulo, de Jerome Murphy-O’Connor, todos reconhecidos pela contribuição com os estudos e as pesquisas na área bíblica.

Padre Emile Eddé nasceu em Biblos (Líbano). Fez os estudos universitários na Espanha e a pós-graduação na França. Em Paris, obteve o mestrado em Pastoral e História e o doutorado em Ciências Teológicas. Autor de vários livros, em árabe, francês, espanhol e português, é membro da Ordem dos Jornalistas do Brasil, da União Católica da Imprensa (Genebra) e do Centro Católico de Informação (Beirute).

Há muito tempo, outras religiões, entre elas, o Espiritismo, já apresentava Jesus como aquele que, numa época de total desconsideração pelo sexo, valorizava a mulher inclusive integrando-as em seu grupo de apóstolos, entre elas, a mais famosa, Maria de Magdala cuja preferência foi comentada - e está registrado nos evangelhos sinóticos, como a discípula que mais de perto seguiu a Jesus e aquela a quem Jesus teria aparecido primeiro após sua ressurreição.

É um bom sinal que, agora, também a Igreja Católica reconheça o valor da mulher, ainda que historicamente e através de seu maior ícone, já que é sabido, a instituição não a valorizou durante muitos séculos. Pode ser um sinal do movimento pendular da história, do patriarcado para o matriarcado, até a humanidade encontrar um equilíbrio entre as duas forças.Mas isso é assunto para outro post.

Commedia dell' Arte A Serva Patroa só até a sexta-feira 10 de junho

Os estudantes da rede municipal de Santo André que assistiram à Commedia dell’Arte A Serva Patroa, no Auditório Clarice Lispector reagiram rindo muito, segundo a assessoria de imprensa da Pirelli,  empresa patrocinadora do Projeto Cultural que visa oferecer espetáculos de qualidade gratuitos para estudantes da rede pública, com pouco acesso à cultura. As apresentações seguem até sexta-feira 10 e estima-se que aproximadamente três mil crianças assistam ao espetáculo..

De acordo com a diretora-geral e idealizadora do projeto Cléia Mangueira, as crianças da 1ª a 4ª série riram muito durante o espetáculo e ao final houve um bate-papo com os atores e diretores da peça. “Estou muito feliz com o resultado deste primeiro dia. Enviamos um material pedagógico para que os professores pudessem trabalhar com as crianças antes do espetáculo e isso foi muito bom, pois elas já chegaram ao teatro se sentindo parte dele e interagiram muito com os atores, até durante a apresentação”, disse a a diretora-geral.

“Foi muito legal! Eu gostei bastante de sair da escola para o teatro. É a primeira vez que eu venho e a parte que eu mais gostei foi quando o capitão lutou com o Uberto”, conta a aluna do 1º ano, Sabrina, que tem seis anos. Já Daniel, que é da mesma turma e também tem seis anos, preferiu outra cena. “A parte que eu mais gostei foi quando ele [Vespone] se vestiu de mulher. Foi muito engraçado!”.

Mas ir ao teatro é muito mais que diversão. A professora Maria Madalena do Espírito Santo ressalta que trabalhar o que foi visto em sala de aula é muito positivo. “As crianças ficam muito em casa vendo TV ou jogando e eles adoram quando esses passeios acontecem. Além disso, o teatro ajuda a desenvolver o senso crítico das crianças e posso trabalhar produção de texto em sala de aula.”

“Ficamos satisfeitos por investir em um projeto que gera resultados tão positivos. Por meio de iniciativas como esta há a democratização da arte e o teatro é usado como um instrumento educador, ao permitir que alunos de escolas municipais tenham acesso facilitado e gratuito à arte”, diz o diretor de Assuntos Corporativos da Pirelli Mario Batista.

Este projeto é uma continuação do trabalho realizado em 2010, em que dez escolas de São Paulo receberam as apresentações de “A Serva Patroa”. Desta vez, a proposta é levar as crianças até o teatro. Além do patrocínio da Pirelli, o projeto é realizado pela Tulipa Produções Artísticas com apoio da Secretaria de Educação do município de Santo André e do governo de São Paulo - Secretaria de Estado da Cultura por meio do ProAC - Programa de Ação Cultural.

A Serva Patroa

O espetáculo conta as desventuras da criada Serpina, educada desde a infância por seu patrão Uberto. Quando adulta, Serpina se apaixona pelo patrão e cria uma série de “armadilhas”, com a ajuda de seu amigo, também criado, Vespone, para conseguir casar-se com Uberto.

Com muito humor, A Serva Patroa tem a proposta de prender o espectador através de tramas engenhosas e de uma linguagem teatral cômica, inspirada na comédia popular italiana, conhecida como Commedia dell’Arte, uma manifestação teatral que se desenvolveu na Itália e em alguns países europeus durante os séculos XV e XVIII.

Naquela época, trupes de artistas nômades que percorriam feiras, praças públicas e até palácios com apresentações de caráter cômico popular. A Commedia dell’Arte tinha sua estrutura baseada na utilização de máscaras e na caracterização de personagens-tipos que revelavam e também satirizavam a sociedade da época. O enredo da peça teatral A Serva Patroa é inspirado na famosa ópera italiana La Serva Patrona, de Giovanni Battista Pegolesi.

Confira as fotos do espetáculo:






Elenco: Natália Kronig, Beto Souza, Lui Seixas
Músico convidado: Rui Barossi
Direção Cênica: Elisa Rossin
Direção Geral: Cléia Mangueira
Adaptação do texto: Thiago Mori
Direção Artística: Livia Sabag
Direção de Produção: Florent Reard
Realização: Tulipa Produções Artísticas

Serviço
Commedia dell’Arte A Serva Patroa
Data: 6 a 10 de Junho de 2011
Local: Auditório Clarice Lispector
Endereço: Rua Tirol, 5 – Santo André – SP

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pirelli patrocina teatro exclusivo para crianças de Santo André

Entre os dias 6 e 10 de junho próximo, alunos do ensino fundamental e da educação de jovens e adultos das escolas municipais de Santo André (SP) serão levados ao Auditório Clarice Lispector para assistir um espetáculo criado especialmente para eles. Trata-se da Commedia dell’Arte A Serva Patroa, peça teatral que faz parte de um projeto cultural, que tem o objetivo de oferecer gratuitamente espetáculos de qualidade a estudantes da rede pública que dificilmente têm acesso à atividades culturais. O projeto contará ainda com uma grande frota de ônibus para transportar os cerca de 3.000 estudantes ao teatro.

A diretora de produção e idealizadora do projeto, Cléia Mangueira, explica que “haverá um trabalho de apreciação do espetáculo a ser realizado antes e depois das apresentações. Os professores receberão um material sobre a peça para ser trabalhado em sala de aula antes das apresentações. No final de cada espetáculo, haverá um bate-papo com o público coordenado pela direção do projeto”.

“Como entusiasta da cultura, a Pirelli fica muito satisfeita em patrocinar um projeto cultural como este, que visa a democratização da arte e o uso do teatro como um instrumento educador, ao permitir que alunos de escolas municipais tenham acesso facilitado e gratuito à arte”, diz Mario Batista, diretor de assuntos corporativos da Pirelli.

Este projeto é uma continuação do trabalho realizado em 2010 em que dez escolas de São Paulo receberam as apresentações de “A Serva Patroa”. Desta vez, a proposta é levar as crianças até o teatro. Além do patrocínio da Pirelli, o projeto é realizado com apoio da Secretaria de Educação do município de Santo André e do governo de São Paulo - Secretaria de Estado da Cultura por meio do ProAC - Programa de Ação Cultural.

A Serva Patroa
O espetáculo conta as desventuras da criada Serpina, educada desde a infância por seu patrão Uberto. Quando adulta, Serpina se apaixona pelo patrão e cria uma série de “armadilhas”, com a ajuda de seu amigo, também criado, Vespone, para conseguir casar-se com Uberto.

Com muito humor, A Serva Patroa tem a proposta de prender o espectador através de tramas engenhosas e de uma linguagem teatral cômica, inspirada na comédia popular italiana, conhecida como Commedia dell’Arte, uma manifestação teatral que se desenvolveu na Itália e em alguns países europeus durante os séculos XV e XVIII.

Naquela época, trupes de artistas nômades que percorriam feiras, praças públicas e até palácios com apresentações de caráter cômico popular. A Commedia dell’Arte tinha sua estrutura baseada na utilização de máscaras e na caracterização de personagens-tipos que revelavam e também satirizavam a sociedade da época. O enredo da peça teatral A Serva Patroa é inspirado na famosa ópera italiana La Serva Patrona, de Giovanni Battista Pegolesi.

Elenco: Natália Kronig, Beto Souza, Lui Seixas
Músico convidado: Rui Barossi
Direção Cênica: Elisa Rossin
Direção Geral: Cléia Mangueira
Adaptação do texto: Thiago Mori
Direção Artística: Livia Sabag
Direção de Produção: Florent Reard

Serviço
Data: 6 a 10 de Junho de 2011
Local: Auditório Clarice Lispector
Endereço: Rua Tirol, nº 5 – Santo André – SP

Sobre a Pirelli
Com 139 anos de tradição, a Pirelli é uma multinacional italiana consagrada na indústria de pneus, com 20 unidades industriais em 12 países e atividades comerciais em mais de 160 países dos cinco continentes. Na América Latina, possui sete unidades produtivas, cinco delas no Brasil (Gravataí (RS), Campinas, Santo André e Sumaré (SP) e Feira de Santana (BA)), além de uma na Argentina (Merlo) e outra na Venezuela (Guacara). A empresa emprega mais de 27 mil pessoas no mundo, sendo 10 mil na América Latina, das quais oito mil estão nas unidades brasileiras.

A Pirelli Pneus Ltda., no Brasil, conta com uma ampla rede de revendedores oficiais presentes em todo o território nacional, com mais de 600 pontos-de-venda e cerca de 8.500 profissionais, que são treinados diretamente nas fábricas para oferecer os produtos originais que equipam os veículos das principais montadoras do mercado, além dos importados das principais marcas presentes no mundo.

Em Sumaré, no estado de São Paulo, está localizado o Campo Provas Pneus Pirelli. Pioneiro na América Latina, completou 20 anos em 2008 e compõe um dos mais importantes Centros de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa no mundo: o de Santo André. Com perfeita integração, em tempo real, aos demais Centros que a empresa possui na Itália, Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido, a unidade de estudos brasileira está capacitada a desenvolver, receber e aplicar as mais avançadas tecnologias na produção de pneus para uma gama completa de aplicações: caminhões e ônibus; automóveis e camionetas; tratores e máquinas para uso fora de estrada; motocicletas e bicicletas; além de câmaras de ar, protetores, materiais para a reconstrução de pneus e cordas metálicas.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Uma das filhas de Walkiria

Walkiria tem uma filha, mas não tem certeza. É que essa filha toma umas atitudes estranhas, que não são comuns filhos tomarem. Por exemplo: ela NUNCA telefona pra saber como Walkiria está. Ela NUNCA vai à casa de Walkiria para uma visita, assim, só pra ver a mãe, se está mais magra, mais gorda...Ela NUNCA convida a mãe para ir à casa dela, assim, tomar um chá, um café, um porre, ou para um passeio, jogar conversa fora, qualquer coisa que normalmente as filhas fazem com suas mães, principalmente depois que se casam. Ah! essa filha é casada. Quando solteira...bem, essa filha tem história para anos de divã. Mas é filha, seja lá como for, foi gerada dentro de um casamento, não foi fruto de um "deslize", Walkiria não se casou grávida, Walkiria ficou feliz quando soube que estava grávida...Walkiria ama essa filha, apesar de tudo. Walkiria se lembra até hoje, em detalhes, da emoção de abrir o envelope na saída do laboratório com o resultado do exame de gravidez. Walkiria lembra que ficou tão feliz e, ao mesmo tempo, triste porque não tinha ninguém conhecido ali na rua pra contar, que correu pro prédio da Joven Pan, na Paulista, onde trabalhava um amigo seu dos tempos da faculdade, amigo, confidente...e Walkiria lembra que dentro do elevador, olhou para o primeiro que viu pela frente e falou: acabei de descobrir que estou grávida, toda sorridente, e a pessoa ficou olhando com cara de paisagem, sem entender nada, mas Walkiria nem ligou. Estava feliz. É uma emoção, pensava Walkiria, que só sabe quem passa. Assim, que fica feliz. O amigo de Walkiria vibrou, abraçou, cumprimentou. Walkiria foi pra casa. Queria falar com a mãe, com o marido. E então, começaram as decepções: ao contrário do que ela imaginava, sua mãe não ficou feliz. Passou-lhe um sermão, disse que era muito cedo pra ter filho, onde já se viu, nem fazia um ano que estava casada e já foi assim engravidando.....Walkiria murchou. Depois, a avó curtiu a neta. Mas no começo foi contra. À noite, outra punhalada. O marido olhou bem pra ela e falou: - Mas se vc quiser tirar tudo bem. Walkiria definhou. Talvez, ali, entre outras coisas, Walkiria tenha começado a morrer um pouco. Mas mesmo assim, ela sabia que seria uma menina. Naquela época o exame de ultrassom não era tão frequente nem tão exato como hoje em dia, dificilmente se saberia o sexo do bebê durante a gravidez, mas Walkiria tinha uma certeza secreta: aquele serzinho gerado ali dentro da sua barriga era uma menina. Uma tarde solitária - como tantas que Walkiria teve durante sua gravidez - ela decidiu escolher um nome para o bebê. Folheou uma Bíblia, no Antigo Testamento (na verdade, ela não sabe por que fez isso, mas foi assim que escolheu o nome da sua filhota) e lá estava. Decidiu e quando Walkiria decidia, decidido estava. O marido achava que seria um menino e cobrava um nome masculino. Walkiria não imaginava isso. Tinha certeza de que seria uma menina. Walkiria não teve uma gravidez feliz porque seu marido nunca ligou muito para o fato, pelo contrário, dizia claramente que achava tudo aquilo muito chato e que ficaria pior depois que "aquilo", como ele se referia à filha, viesse para o lado de fora. Um dia, depois de muito beber, o sujeito bateu em Walkiria e disse mais alguns nomes "bonitos" para "aquilo" que ela trazia dentro de si e então Walkiria decidiu: assim que minha filha nascer, me separo dele. Quando a menina nasceu Walkiria queria morrer. Não por causa da criança, aliás, por ela, Walkiria sobreviveu, mas Walkiria conta que ainda sob efeito da anestesia, ouviu sua sogra e seu sogro comentarem com o marido que "infelizmente" não era um menino como eles queriam, mas estavam conformados porque pelo menos ela era normal e saudável. Walkiria tinha agora um tesouro nas mãos que precisava ser protegido. Parecia que além dela ninguém mais se interessava por aquela criança.
Seis meses depois, mais um arroubo de violência da criatura insana e Walkiria arrumou as malas e saiu pra nunca mais voltar, com sua riqueza no colo. Passado algum tempo, o agora ex-marido a procurou e fez uma proposta indecente: que ela entregasse a menina (que era como ele se referia à criança) para a avó materna e que eles tentassem novamente ter um relacionamento sem filhos por perto. Walkiria não topou, é claro.
Anos depois, já em outro casamento, Walkiria teve novamente problemas de rejeição à sua filha. O segundo marido também não facilitou muito a vida delas e Walkiria ficava dividida, mas nunca abandonou a pequena. Anos mais tarde, acabou sucumbindo às pressões e também por causa de outros fatos, e se separou também desse marido porque se sentia infeliz por ver a filha infeliz, entre outros motivos.
Só que, ao contrário do que parecia, a filha foi se afastando, se afastando...ficou agressiva, obsessiva e Walkiria cada vez mais entendia menos o que estava acontecendo.
A filha se casou, e agora elas estavam assim: como duas estranhas. Walkiria tinha a impressão de que para sua filha (filha?) era como se ela não existisse. Sua filha (filha?) a ignorava solenemente. E Walkiria não entendia o motivo. Já estava com mais de 50 anos, a filha com quase 30...imaginava que o amadurecimento as aproximasse. Mas para que isso acontecesse era preciso que ambas estivessem maduras. E não era o caso.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sobre perfeccionismo, erros e culpa


Segue texto de Antônio Roberto Soares (*) sobre "A Culpa e a Busca da Perfeição", enviado a mim pelo meu professor e terapeuta grupal, Carlos Aníbal, do Instituto Luz.

 Por detrás de nossas tristezas e frustrações, de nossas insatisfações na vida, de nossos tédios e angústias, está um sentimento, o mais arraigado em nosso comportamento e responsável por grandes sofrimentos psicológicos, que é o sentimento de culpa. O sentimento de culpa é o apego ao passado, é uma tristeza por alguém não ter sido como deveria ter sido, é uma tristeza por ter cometido algum erro que não deveria ter cometido. O núcleo do sentimento de culpa são estas palavras: "Não deveria...". A culpa é a frustração pela distância entre o que nós fomos e a imagem de como nós deveríamos ter sido. Nela consiste a base para a auto-tortura. Na culpa, dividimo-nos em duas pessoas: uma real, má, errada, ruim, e uma ideal, boa, certa e que tortura a outra. Dentro de nós processa-se um julgamento em que o Eu ideal, imaginário, é o juiz e o Eu real, concreto, humano, é o réu. O Eu ideal sempre faz exigências impossíveis e perfeccionistas. Assim, quando estamos atormentados pelo perfeccionismo, estamos absolutamente sem saída. Como o pensamento nos exige algo impossível, nunca o nosso Eu real poderá atendê-lo. Este é um ponto fundamental.
                  
Muitas pessoas dedicam a sua vida a tentar realizar a concepção do que elas devem ser, em vez de se realizarem a si mesmas. A diferença entre auto-realização e realização da imagem de como deveríamos ser é muito mais importante. A maioria das pessoas vive apenas em função da sua imagem ideal e este é um instrumento fenomenal para se fazer o jogo preferido do neurótico: a auto-tortura, o auto aborrecimento, o auto-castigo, a autopunição, a culpa.

Quanto maior for a expectativa a nosso respeito, quanto maior for o modelo perfeccionista de como deve ser a nossa vida, maior será o nosso sentimento de culpa. A culpa é a tristeza por não sermos perfeitos, é a tristeza por não sermos Deus, por não sermos infalíveis; é um profundo sentimento de orgulho e onipotência; é uma incapacidade de lidar com o erro, com a imperfeição; é um desejo frustrado; é o contato direto com a realidade humana, em contraste com as suas intenções perfeccionistas, com os seus pensamentos megalomaníacos a respeito de si mesmo. E o mais grave é que aprendemos o sentimento de culpa como virtude!
A culpa sempre se esconde atrás da máscara do auto-aperfeiçoamento como garantia de mudança e nunca dá certo. Os erros dos quais nos culpamos são aqueles que menos corrigimos. A lista de nossos "pecados" no confessionário é sempre a mesma. A culpa, longe de nos proporcionar incentivo ao crescimento, faz-nos gastar as energias numa lamentação interior por aquilo que já ocorreu, ao invés de as gastarmos em novas coisas, novas ações e novos comportamentos. Por isto mesmo, em todas as linhas terapêuticas, este é um sentimento considerado doentio. Não existe nenhuma linha de tratamento psicológico que não esteja interessado em tirar dos seus pacientes o sentimento de culpa. A culpa é um auto-desprezo, um auto-desrespeito pela natureza humana, por seus limites e pela sua fragilidade. A culpa é uma vingança de nós mesmos por não termos atendido a expectativa de alguém a nosso respeito, seja esta expectativa clara e explícita, ou seja uma expectativa interiorizada no decorrer da nossa vida. Por isto é que se diz que, ao nos sentirmos culpados, estamos alienados de nós mesmos, e a nossa recriminação interna não é, nem mais nem menos, do que vozes recriminatórias dos nossos pais, nossas mães, nossos mestres ou outras pessoas que ainda residem dentro de nós.

Mas aquilo que nos leva a esse sentimento de culpa, aquilo que alimenta esta nossa doença auto-destrutiva, são algumas crenças falsas. Trabalhar o sentimento de culpa é, primordialmente, descobrir as convicções falsas que existem em nós, aquelas verdades em que cremos e que são errôneas, e nos levam a este sentimento. A primeira delas é a crença na possibilidade da perfeição. Quem acredita que é possível ser perfeito, quem acha que está no mundo para ser perfeito, quem acha que deve procurar na sua vida a perfeição, viverá necessariamente atormentado pelo sentimento de culpa. A expectativa perfeccionista da vida é um produto da nossa fantasia, é um conceito alienado de que é possível não errar, que é possível viver sem cometer erros.

Quanto maior for a discrepância entre a realidade objetiva e as nossas fantasias, entre aquilo que podemos nos tornar através do nosso verdadeiro potencial e os conceitos idealistas impostos, tanto maior será o nosso esforço na vida e maior a nossa frustração. Respondendo a esta crença opressora da perfeição, atuamos num papel que não tem fundamento real nas nossas necessidades. Nos tornamos falsos, evitamos encarar de frente as nossas limitações e desempenhamos papéis sem base na nossa capacidade. Construímos um inimigo dentro de nós, que é o ideal imaginário de como deveríamos ser e não de como realmente somos. Respondendo a um ideal de perfeição, nós desenvolvemos uma fachada falsa para manipular e impressionar os outros.

É muito comum, no relacionamento conjugal, marido e mulher não estarem amando um ao outro e, sim, amando a imagem de perfeição que cada um espera do outro. É claro que nenhum dos parceiros consegue corresponder a esta expectativa irreal e a frustração mútua de não encontrar a perfeição gera tensões e hostilidades, num jogo mútuo de culpa. Esta situação se aplica a todas as relações onde as pessoas acreditam que amar o outro é ser perfeito. Quando voltamos para nós exigências perfeccionistas, dividimo-nos neuroticamente para atender ao irreal. Embora as pessoas acreditem que errar é humano, elas simplesmente não acreditam que são humanas! Embora digam que a perfeição não existe, continuam a se torturar e a se punir e continuam a torturar e a punir os outros por não corresponderem a um ideal perfeccionista do qual não querem abrir mão.

Outra crença que nos leva à culpa, esta talvez mais sutil, mais encoberta e profunda, é acreditarmos que há uma relação necessária entre o erro e a culpa, é a vinculação automática entre erro e culpa. Quase todas as pessoas a quem temos perguntado de onde vêm os seus sentimentos de culpa, nos respondem taxativamente que vêm de seus erros. Acreditamos que a culpa é uma decorrência natural do erro, que não pode, de maneira alguma, haver erro sem haver culpa. Se acreditamos nisto, estamos num problema insolúvel. Ou vamos passar a vida inteira tentando não errar para não sentirmos culpa - e isto é impossível porque sempre haverá erros em nossa vida - ou então passaremos a vida inteira nos sentindo culpados porque sempre erramos. Essa vinculação causal entre erro e culpa é profundamente falsa. A culpa não decorre do erro, mas da maneira como nos colocamos diante do erro; vem do nosso conceito relativo ao erro, vem da nossa raiva por termos errado. Uma coisa é o erro, outra coisa é a culpa; erros são erros, culpa é culpa. São duas coisas distintas, separadas, e que nós unimos de má fé, a fim de não deixarmos saída para o nosso sentimento de culpa. O erro é o modo de se fazer algo diferente, fora de algum padrão.

O que é chamado erro é a saída fora de um modelo determinado, que pode ser errado hoje e não amanhã, pode ser errado num país e não ser errado em outro. A culpa é um sentimento, vem de nós, vem da crença de que é errado errar, que não podemos errar, que devemos ser castigados pelas faltas cometidas; crença de que a cada erro deve corresponder necessariamente um castigo, de que a cada falta deve corresponder uma punição. Aliás, o sentimento de culpa é a punição que damos a nós mesmos pelo erro cometido. Não é possível não errar, o erro é inerente à natureza humana, ele é necessário a nossa vida. Na perfeição humana está incluída a imperfeição. Só crescemos através do erro.

As pessoas confundem assumir o erro com sentir culpa. Assumir o erro é aceitar que erramos, é nos responsabilizarmos pelo que fizemos ou deixamos de fazer. Mas quando acreditamos que a culpa decorre do nosso erro, tentamos imputar a outros a responsabilidade dos nossos erros, numa tentativa infrutífera de acabar com a nossa culpa.

A propósito do erro, há um texto interessantíssimo no livro "Buscando Ser o que Eu Sou", de Ilke Praha, que diz: "O perfeccionismo é uma morte lenta. Se tudo se cumprisse à risca, como eu gostaria, exatamente como planejara, jamais experimentaria algo novo, minha vida seria um repetição infinda de sucessos já vividos. Quando cometo um erro vivo algo inesperado. Algumas vezes reajo ao cometer erros como se tivesse traído a mim mesmo. O medo de cometer erros parece fundamentar-se na recôndita presunção de que sou potencialmente perfeito e de que, se for muito cuidadoso, não perderei o céu. Contudo, o erro é uma demonstração de como eu sou, é um solavanco no caminho que tracei, um lembrete de que não estou lidando com os fatos. Quando der ouvidos aos meus erros, ao invés de me lamentar por dentro, terei crescido". Este é o texto.

Algumas pessoas nos perguntam: "Mas como avançar em relação a este sentimento, como arrancar de mim este hábito de me deprimir com os erros cometidos?". Só existe uma saída para o sentimento de culpa. Façamos uma fantasia: imaginemos por um instante que estamos à morte e nossos sentimentos deste momento são de angústia, tristeza e frustração por todos os erros cometidos, por tudo o que deveríamos ter feito e não fizemos; remorsos pelos nossos fracassos como pai, como mãe, como profissional, como esposo, como esposa, como religioso, como cidadão, mas, ao mesmo tempo, estamos com um profundo desejo de morrer em paz, de sair desse processo íntimo de angústia e morrer tranquilos. Qual a única palavra que, se pronunciada neste momento, sentida com todo coração, teria o poder de transformar a nossa dor em alegria, o nosso conflito em harmonia, a nossa tristeza em felicidade? Somente uma palavra teria essa magia. A palavra é: Perdão.

O Perdão é uma palavra perdida em nossa vida. O primeiro sentimento que se perde no caminho da loucura é o sentimento de perdão, o sentimento de auto-perdão. Se a culpa é a vergonha da queda, o auto-perdão é o elo entre a queda e o levantar de novo. O auto-perdão é o recomeço da brincadeira depois do tombo: "Eu me perdôo pelos erros cometidos, eu me perdôo por não ser perfeito, eu me perdôo pela minha natureza humana, eu me perdôo pelas minhas limitações, eu me perdôo por não ser onipotente, por não ser onipresente, por não ser onisciente, eu me perdôo por...". O perdão é sempre assim mesmo, é pessoal e intransferível.

O perdão aos outros é apenas um modo de dizermos aos outros que já nos perdoamos. Perdoarmo-nos é restabelecer a nossa própria unidade, a nossa inteireza diante da vida, é unir outra vez o que a culpa dividiu, é uma aceitação integral daquilo que já aconteceu, daquilo que já passou, daquilo que já não tem jeito; é o encontro corajoso e amoroso com a realidade.
Somente aqueles que desenvolveram a capacidade de auto-perdão conseguem energia para uma vida psicológica sadia. A criança faz isto muito bem. O perdão é a própria aceitação da vida do jeito que ela é, nos altos e nos baixos. O auto-perdão é a capacidade de dizer adeus ao passado, é a aceitação de que o passado é uma fantasia, é apenas saber perder o que já está perdido. O auto-perdão é um sim à vida que nos rodeia agora, é uma adesão ao presente, à única coisa viva que possuímos, que são nossas possibilidades neste momento. Não podemos abraçar o presente, a vida, o passado e a morte ao mesmo tempo. O perdão é uma opção para a vida, o auto-perdão é a paciência diante da escuridão, é o vislumbre da aurora no final da noite. O auto-perdão é o sacudir da poeira, é a renovação da auto-estima e da alegria de viver, é o agradecimento por sabermos que mais importante do que termos cometido um erro é estarmos vivos, é estarmos presentes.

Para encerrar este tema, quero sugerir-lhes uma reflexão sobre este texto escrito por Frederick Pearls: "Que isto fique para o homem! Tentar ser algo que não é, ter idéias que não são atingíveis, ter a praga do perfeccionismo de forma a estar livre de críticas, é abrir a senda infinita da tortura mental.

Amigo, não seja um perfeccionista. Perfeccionismo é uma maldição e uma prisão. Quanto mais você treme, mais erra o alvo. Amigo, não tenha medo de erros, erros não são pecados, erros são formas de fazer algo de maneira diferente, talvez criativamente nova. Amigo, não fique aborrecido por seus erros. Alegre-se por eles, você teve a coragem de dar algo de si".

(*) Antônio Roberto Soares é autor dos livros "É possível ser feliz" e Relacionamentos".

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Quantas coisas temos que fazer para manter um casamento?

A frase acima seria um bom título para um filme do Woody Allen. E como os filmes dele, nem sempre o final seria feliz ou previsível como a maioria das comédias românticas americanas.
Mas a pergunta incita respostas abrangentes. Uma ocasião conheci um homem maduro casado há mais de 20 anos que dizia não fazer mais sexo com sua esposa. Viviam como irmãos. E eu não via sentido nisso. Aliás, continuo não vendo. Mas a gente sabe que existem inúmeros casais que vivem assim e isso não tem nada a ver com a idade. Mas o casamento se mantém. O casal mora na mesma casa, dorme na mesma cama, convida amigos para jantar, viaja, comemora Natal, aniversários.
Em outros casos, a esposa mantém o marido apesar de ele traí-la sistematicamente. Mas isso está mudando. Há homens que estão achando caro manter a esposa, digamos, original de fábrica, e estão preferindo o divórcio e um novo relacionamento com alguém bem mais jovem e que não dê nem muitas despesas nem fique fazendo cobranças ou exigências. Tipo assim: estão trocando o Corolla anos 2005 por um Uno Vivace 2012.
E há os casais que ainda encaram o casamento como um aprendizado. E todo aprendizado implica cometer erros e corrigi-los. Mas isso exige uma boa dose de maturidade e alteridade, quer dizer, se colocar no lugar do outro antes de criticar, antes de cobrar, antes de exigir que o "outro" o aceite como você é, você deve aceitar o "outro" como ele é. E quem faz isso? Ou quem consegue fazer isso?
Por que respeitar o que o outro gosta é tão difícil? Por que somos essencialmente EGOístas e defendemos a satisfação de nossas necessidades acima de tudo. Claro que, tudo isso se processa internamente e nós nem nos damos conta. Por isso é tão importante a auto-observação. O se olhar e se enxergar. Mas nem todo mundo gosta, porque em geral o que se vê é muito diferente da nossa imagem idealizada de nós mesmos. Dói. Dói muito. Por isso esse processo, muitas vezes, diria que na maioria das vezes, deve ser acompanhado por um especialista: um padre, um pastor, um terapeuta, psiquiatra, psicólogo.
Porque dá um nó na cabeça. E uma dor enorme no coração. Acontece que sem isso não crescemos. Vamos continuar meninos e meninas mimados, filhinhos de nossas mamães e papais.
Não tenho a fórmula, não tenho receitas. E nem digo que o autoconhecimento é a fórmula ou a receita. É o processo.
Então, não tenho a receita para manter um casamento feliz (complemento que não estava no título deste post). Mas se não for para ser feliz, para que mantê-lo?
Então, não tenho a fórmula, mas sei por experiência própria que o esforço é grande e deve ser compartilhado. E quando um perceber que o outro não está se empenhando dentro da proposta inicial que o levou a ter um relacionamento sério e marital, sou a favor de falar. A dedicação deve ser mútua. Do contrário, mais cedo ou mais tarde, o Titanic vai encontrar um iceberg pela frente.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A familiaridade cria tédio

O rosto muda.
"A familiaridade cria tédio. Vc nunca é receptivo ao familiar. Vc nunca olha sua esposa. Ela está com vc há tantos anos que vc se esqueceu completamente de que ela existe. Qual é o rosto da sua esposa? Vc olhou para ela recentemente? Talvez já tenha se esquecido completamente do rosto dela. Se vc fechar os olhos e meditar e se lembrar, poderá se lembrar do rosto - e dos olhos - para o qual vc olhou pela primeira vez. Mas sua mulher é um fluxo, um rio mudando constantemente. O rosto mudou, ela agora ficou velha. O rio correu e correu, novas curvas foram formadas; o corpo mudou. Vc olhou para ela recentemente? Sua mulher é tão familiar que não há nenhuma necessidade. Devido à familiaridade, tudo desapareceu. Mas não foi sempre assim. Certa vez vc se apaixonou por essa mulher. Esse momento não existe mais; agora vc não olha absolutamente para ela. Maridos e mulheres evitam se olhar." (Osho, em Vida, Amor e Riso)
Vc já olhou para sua mulher hoje?

Vale para as esposas tb, é claro!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Entrevista com a atriz Patrícia Naves

Escrevi o texto abaixo em junho de 2010, por ocasião da Copa do Mundo. Seria para uma revista para a qual fazia um frila na época. Mas a pauta caiu então decidi agora publicar a entrevista que fiz com a atriz Patricia Naves, esposa do jornalista esportivo Mauro Naves. ela é uma gracinha, supergentil, me atendeu por telefone, de sua casa, entre uma viagem e outra, já que estava acompanhando o marido que cobria a Seleção Brasileira, antes de embarem para a África do Sul. Espero que gostem. Eu gostei.

“Agora veio o reconhecimento”


A atriz Patrícia Naves, na sala de sua casa
Patrícia conheceu Mauro Naves durante um Carnaval, no Rio, assistindo a um desfile da Grande Rio. Mas só conheceu. O interesse pelo jornalista da Rede Globo só foi se confirmar anos mais tarde quando, já separada do primeiro marido, reviu Naves. “Eu não queria saber de nada. Estava fechada para balanço.” Isso foi em 1995. Naves era solteiro, ela já tinha uma filha (Bárbara); ele tinha fama de namorador e Patrícia vinha de um casamento de 13 anos. Mas a paixão falou mais alto. No dia 3 de fevereiro de 1996 estavam se casando. Tudo bem que ela tomou a iniciativa de comprar as alianças de noivado porque achou que a relação estava se arrastando – “Sabe aquele chove não molha? Então resolvi oficializar. E ele topou numa boa”, comenta rindo.
Mineira de Patrocínio, cruzeirense (“lógico! Em Minas não tem outro time!”), Patrícia cresceu cercada de carinho e, principalmente, do apoio do pai, José Novaes, que deixou de herança, além de sólidos valores, o gosto pela pesca. Sim, Patrícia Naves, essa mulher linda, formada em Belas Artes pela UFMG adora pescar e leva os filhos Raíssa, 13 e Maurício, 9,  junto, tanto que eles já aderiram ao hobbie da mãe.
E como fica a paixão pelo marido que vive viajando? Ela conta que sempre soube que a vida de Naves era assim. “Quando ele não está no Exterior, cobrindo algum evento como Copa, Olimpíada ou Pan-Americano, está em alguma cidade do Brasil cobrindo um Brasileirão ou outros eventos”, se resigna. Aliás, dois dias depois de casados Mauro Naves embarcou para o Pré-Olímpico da Argentina, ficou mais ou menos 40 dias ausente, voltou e era ela que estava num desfile em Montevidéu. Ela engravidou em abril e aí ele partiu para a Olimpíada de Atlanta. Aniversários? Raramente comemoram juntos. “Meu filho Maurício só passou um aniversário do pai uma vez na vida”. Eu, só quando estive com ele na Granja Comari. A gente comemora depois.”
As saudades são grandes, Mauro sempre viajando e Patrícia também tem trabalhado bastante. “Mas antes era pior: telefone era muito caro e ruim. Agora tem o Skype, a gente se fala sempre!”, comemora. Fora isso, Patrícia costuma acompanhar as matérias em  que Mauro aparece. “Ele gosta, pede minha opinião, eu participo do trabalho dele”. E vice-versa. “Um entende o trabalho do outro”, diz.
E a atuação em Viver a Vida? “Tenho muita gratidão pelo Jayme (Monjardim, diretor da novela) e pelo Maneco (Manoel Carlos, autor) porque a Silvia me possibilitou ter certeza de que sou capaz. O Maneco escreve ao longo da novela e foi ele quem fez a personagem crescer”, diz modestamente. “A gente vê o reconhecimento das pessoas na rua, com uma energia muito boa pela admiração, pelo respeito, foi muito bom! Eu já tinha ficado contente com o meu trabalho em Paraíso Tropical, mas Viver a Vida foi o reconhecimento mesmo!”
E contracenar com o Thiago Lacerda? “E com o Rodrigo (Hilbert)! Ah, é como bate- bola entre amigos, a gente se divertia muito, era muito gostoso”.
E o futuro? “Atuar é o exercício constante da ansiedade. Se estiver trabalhando quer saber se está bom. Se não está trabalhando, quer saber quando vai ser chamado. Férias são boas, mas nessa profissão não dá pra ficar muito longe da mídia”, diz a atriz, que está analisando um texto de teatro, mas que só vai pensar nisso mesmo depois que voltar de uma viagem que fará eu o Mauro e as crianças, depois que a Copa terminar. “Vamos para Orlando, Portugal e Nova York. Aí, sim, vou retomar minha vida profissional.”


Patrícia Naves:
Um filme: Cinema Paradiso – lembra minha própria infância.Eu ia num cinema muito parecido com o do filme na cidade que nasci.
Um livro: Presente do Mar, de Anne Lindbergh – fala sobre as diferentes fases da vida da mulher. É meu livro de cabeceira.
Um sucesso: Viver a Vida
Um ator: Mateus Solano – eu não o conhecia e me surpreendi com o talento dele principalmente porque o Maneco entregava o texto um dia antes da gravação
Uma atriz: Alinne Moraes – impecável sua atuação
Um ídolo – meu pai, José Novaes
Uma viagem: foram muitas que eu fiz em companhia do Mauro, mas à Grécia foi a mais romântica.
Um som: minha filha Bárbara tocando piano para mim. Ela agora mora em Portugal, toca vários instrumentos e agora é DJ. Adoro quando ela toca o tema de Cinema Paradiso no piano para mim.
Um sonho: ter a oportunidade de realizar meus objetivos

terça-feira, 22 de março de 2011

Dia Mundial da Água - Atividades em Santo André

Para celebrar o Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, a Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense preparou uma programação, com uma exposição sobre os mananciais e atividades nas escolas da região. Todas as atividades são gratuitas.
A programação começa no próprio dia 22, com a abertura da exposição “Proteja os Mananciais”, que busca esclarecer o que é um manancial e qual a importância de protegê-lo. São 14 banners que apresentam as principais ameaças à produção de água de qualidade e em quantidade para o consumo e algumas das alternativas para sua recuperação e preservação. A mostra aborda ainda a criação das Áreas de Proteção e Recuperação aos Mananciais (APRM) das Bacias Hidrográficas dos Reservatórios Guarapiranga e Billings, mananciais de grande relevância da Região Metropolitana de São Paulo. A exposição estará aberta à visitação até o dia 29, das 9h30 às 16h, no Centro de Visitantes do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba.
E nos dias 22, 24 e 25 de março, acontece a oficina “Brincando e aprendendo sobre os recursos hídricos”, nas escolas de Paranapiacaba e Parque Andreense. A atividade, destinadas aos alunos do ensino infantil e fundamental, contará com uma série de jogos interativos sobre a temática dos recursos hídricos. Também será debatido com os grupos a necessidade da economia de água.
A Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense foi criada em 2009. Ela é a responsável pela administração de 55% do território de Santo André e compreende, além da histórica vila ferroviária, a área de proteção e preservação de mananciais da cidade.

Serviço:

Programação do Dia Mundial da Água em Paranapiacaba e Parque Andreense

Exposição “Proteja os mananciais”
De 22 a 29 de março, das 9h30 às 16h, no Centro de Visitantes do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba (Av. Rodrigues Alves, 471 A, na Parte Baixa de Paranapiacaba).

“Brincando e aprendendo sobre os recursos hídricos”
Dias 22, 24 e 25 de março
Atividades relacionadas à temática dos recursos hídricos, nas escolas de Paranapiacaba e Parque Andreense.
Todas atividades são gratuitas
Mais informações sobre a programação: 11 4439-1327

Walkiria queria

Super Lua no Perigeu
Walkiria queria um dia pra ela. Sabe assim? no meio da semana. Não no sábado ou no domingo ou no feriado. Não. De semana. Pra fazer café no meio da manhã e comer sequilhos na frente do computador enquanto assistia aos videos enviados pelos amigos por e-mail que só lotavam sua caixa postal. Pra ler o que desse na telha, pra ver TV, ouvir música, dançar, espichar na cama, brincar com os gatos e não fazer nada. Walkiria queria dormir depois do almoço, acordar e olhar a janela lá fora e ver que estava garoando e pensar - que bom! eu estou aqui no quentinho. Não sair pra nada, mergulhar dentro de si mesma. Walkiria queria. Queria desligar o telefone da tomada e desligar-se do mundo das vozes, das cobranças, dos vendedores chatos de telemarketing que, sim, estão fazendo o seu trabalho mas são chatos. Queria, fazer pipoca e comer vendo aquele filme que há séculos ensaia assistir. Walkiria queria não ter roupa pra lavar, pra passar...não todos os dias. Mas ela também não queria ter uma pessoa que fizesse isso, mas que necessitasse de sua presença ali explicando, fiscalizando. Não. Se um dia tiver uma secretária quer uma que tenha iniciativa, que faça sem mandar. Walkiria queria.

Walkiria queria voltar ao passado e consertar umas coisinhas. Queria refazer outras. Não fazer umas tantas. Walkiria queria. Queria ter muitas plantas em sua sala, um jardim na frente de casa, um ipê na calçada fazendo sombra e amarelando o céu no inverno quando florescesse. Queria um pé de goiaba no quintal, junto com uma horta cheia de alface, tomate e chuchu. Walkiria queria que da  janela do seu quarto pudesse ver o por do sol todos os dias. Mas na hora do por do sol Walkiria não está na janela do seu quarto. Walkiria sentiu raiva de morar numa cidade nublada e perder o espetáculo do Perigeu - que é quando a Lua está mais perto da Terra - fenômeno que só acontece de 18 em 18 anos. Agora, no próximo, vou ter 70 anos! pensou. E então Walkiria se assusta com a conta. E acorda do seu sonho de querer.

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...