segunda-feira, 25 de junho de 2012

O outro é aquele que me diz quem eu sou.

Você deve conhecer um sem-número de pessoas que passam a maior parte do tempo delas criticando os outros. Do governo ao vizinho passando pelo chefe, colegas de trabalho e parentes.

São pessoas que, em geral, se preocupam muito com a vida dos outros e olham muito pouco pra si mesmas.

Estão sempre envolvidas com questiúnculas que, somadas, transformam suas vidas em verdadeiros infernos. São pessoas que lembram muito aquela figura do cão correndo atrás do próprio rabo, ou seja, não saem do lugar.

E por que criticamos o outro? Porque o outro é aquele que muitas vezes me diz quem eu sou.
E a minha fala sobre o outro revela, em parte, também o que eu penso sobre mim, que vejo refletido no outro. Aliás, existe até uma célebre frase de Freud: "Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo."

Quando ouço o outro falar de mim tenho de tentar entender o que ele fala de mim: é meu mesmo? Ou é dele projetado em mim.
Confuso?

Bem, a clínica psicanalítica pode ajudar nessa tarefa de prestar atenção no que o outro me revela, pois só reconheço no outro aquilo que existe em mim. E o outro só reconhece em mim aquilo que existe nele.

Muitas vezes as pessoas se assustam quando ouvem essa afirmação. E se revoltam. Num movimento natural de autodefesa, negam e repudiam qualquer tentativa de esclarecimento.
Obra de Picasso

Com frequência desdenham psicólogos, psicanalistas e gritam que não precisam de seus conselhos. No que eu concordo. Psicanalista não dá conselhos. Se o seu dá, fuja dele. 

Psicanalistas pontuam, ampliam a fala do analisando, podem interrogar, comparam a fala de hoje com a da sessão anterior, repetem palavras aparentemente ditas ao acaso...não julgam, não se antecipam, aguardam, respeitam silêncios, lágrimas e ausências.

O processo terapêutico, fase inicial da clínica psicanalítica, auxilia o indivíduo a perceber a si mesmo, a se conhecer e, se conhecendo, a se analisar, fase posterior e muito rica, pois é o próprio indivíduo que se descobre, através da fala de si mesmo e da fala do que ouve do outro e que ele traz para dentro do setting terapêutico; dos conteúdos oníricos trazidos na sessão, das lembranças de sua infância, de sua vida de uma forma em geral.

Então, dá próxima vez que se flagrar criticando alguém, olhe para dentro de si mesmo e tente perceber se esse conteúdo está presente também em você.



domingo, 10 de junho de 2012

É possível amizade entre homens e mulheres?


O assunto "existe verdadeira amizade entre homens e mulheres" é polêmico e carente de pesquisas que comprovem ou não o questionamento. No livro O JOGO DA SOMBRA (editora Rocco, 2000, Rio de Janeiro) os autores Connie Zweig, Ph.D., psicoterapeuta junguiana que se especializou no trabalho com a sombra, e Steve Wolf, Ph.D., psicólogo clínico que vem desenvolvendo seu trabalho com a sombra, vemos que "dentro de cada mulher e de cada homem, a caverna escura do inconsciente é a guardiã de sentimentos proibidos, desejos secretos e anseios criativos. Com o tempo, essas forças "escuras" adquirem vida própria e formam uma figura intuitivamente reconhecível - a sombra." O texto a seguir faz uma reflexão sobre este fenômeno nas relações de amizade entre homens e mulheres através da análise comportamental do ponto de vista dos mitos. Amizade pode existir. Mas se é verdadeira, sincera ou legítima, fica por nossa conta definir.

"UMA PERSPECTIVA ARQUETÍPICA SOBRE A AMIZADE
Pessoas fortemente influenciadas por padrões arquetípicos distintos que ocupam o assento de poder também têm padrões de amizade distintos. 
Zeus
Por exemplo, homens do tipo Zeus, que usam o escudo de poder, não procuram amigos de alma, nem entre os homens nem entre as mulheres. Incapazes de compartilhar o poder ou trocar sentimentos profundos, eles têm uma atitude mais utilitária sobre as pessoas. Os homens de Poseidon também procuram dominar os outros, mas com um poder emocional em vez de um poder político. Tendem a competir com homens e mulheres, tornando a intimidade difícil. Quando um personagem Hades está presente em um homem, ele terá dificuldades em fazer amizades, mas por outra razão: sua profunda introversão. Um homem tipo Ares, por outro lado, é um companheiro de outros homens, especialmente nas forças armadas ou como membro de um time, onde a agressividade natural é honrada. E um homem tipo Dioniso é um companheiro das mulheres, que tendem a adotá-lo como amigo e nutri-lo, sentindo-se apreciadas por ele. Quando Apolo é forte em um homem, ele é capaz de amizade com mulheres independentes e competentes, especialmente aquelas que compartilham sua paixão por música e arte; mas com outros homens fica competitivo e precisa liderar. Finalmente, quando Hermes influencia um homem, ele é amistoso, espontâneo e comunicativo, encantando as mulheres e unindo os homens em suas atividades. Mas Hermes é também um solitário, que chega e parte sem se comprometer. E pode mentir e enganar para conseguir o que quer.
Apolo
Uma mulher altamente influenciada por Ártemis tende a valorizar os amigos mais que os amantes, formando vínculos de fraternidade com mulheres, o que pode incluir grupos de apoio e o espírito coletivo da irmandade, e também com homens, especialmente aqueles parecidos com seu gêmeo Apolo, o deus andrógino da música e da profecia. Atena, por outro lado, tem poucas amigas mulheres; sua racionalidade e sua natureza competitiva levam-na a ignorar o parentesco com as mulheres e se colocar ao lado dos valores patriarcais. Ela é atraída por homens heróicos e poderosos, como amigos e colegas, e pode agir como conselheira ou confidente.
Afrodite
Quando Hera está na cabeceira da mesa, as mulheres também desvalorizam as amizades com as outras mulheres, colocando suas prioridades no casamento. Como esposas, elas desprezam a mulher solteira, que consideram um fracasso, ou então a enxergam como uma ameaça à sua própria segurança. Quando Deméter está presente em uma mulher, ela valoriza a maternidade acima de tudo, e portanto gosta de amizades com outras mães, para ter apoio emocional. Talvez seja amiga de uma mulher jovem e ingênua, tipo Perséfone, para continuar o padrão de tomar conta de alguém. Ou de um homem jovem e sensível que precisa ser nutrido por uma mulher maternal. Por último, a mulher estilo Afrodite tem amizades problemáticas com os dois sexos. Desejada pelos homens por sua sensualidade erótica, ela tem o hábito de se tornar amante e não amiga. As mulheres não confiam nela exatamente por esta razão, e ela costuma despertar ciúmes, inveja e sentimentos de perigo, especialmente nas mulheres do tipo Hera. Ela pode estabelecer vínculos com mulheres, mas estas ou se sentirão subordinadas aos seus poderes ou precisarão desenvolver sua própria autoconfiança.
Existe um padrão de amizade que tem o potencial de curar o vínculo pai/filho: o padrão senex-puer/puella - isto é, amigo mais velho-amigo mais novo. Como o puer vive em um mundo de idéias, ele ou ela anseiam por pessoas especiais que possam ser chamadas de amigos. Quando um vínculo é formado, o puer tende a se fundir com o Outro derretendo as fronteiras, talvez chamando Afrodite e usando a sexualidade como um meio de se conectar, ou evocando uma conexão espiritual Self a Self, que pode não respeitar limites individuais ou mundanos.
Uma pessoa controlada por este padrão não tem um pai interno, por isso o amigo pode cumprir esta função do lado de fora, sob a forma do amigo do tipo pai ou mentor, isto é, um senex positivo. Como o sábio vidente Merlin para o jovem rei Artur, o senex inicialmente funciona como um professor ou guia, e finalmente se torna um amigo de alma. Na lenda, Merlin ajuda o menino a cultivar sua masculinidade com a ajuda da espada Excalibur, iniciando-o portanto no ofício de Rei - isto é, na relação adequada entre o ego e o Self. Os homens e mulheres que são afortunados o bastante para encontrar este tipo de amigo sábio podem experimentar o próprio sentido de inteireza, se não continuarem a projetar toda a estabilidade e sabedoria fora de si mesmos.
• Que mitos e imagens arquetípicas estão por trás de suas amizades? Como elas enriquecem as amizades? Como interferem nelas?
MULHERES E HOMENS COMO AMIGOS: PERIGOS E DELÍCIAS
a-amizade-entre-homens-e-mulheres-exist.jpgHomens e mulheres talvez possam encontrar verdadeiras amizades da alma entre si, mas os obstáculos no caminho deste tesouro são inúmeros. Por exemplo, se levarmos para estes relacionamentos nossa bagagem estereotipada, esperando secretamente que todos os homens sejam heróicos, racionais e competentes, ou que todas as mulheres sejam acolhedoras, emocionalmente acessíveis e subordinadas, então toda a extensão de nossa autenticidade não poderá ser expressa. Em vez disso, nossa identificação infantil com os padrões de um "filho do pai" ou de uma "filha da mãe" serão reforçados, a variedade emocional reduzida, e os personagens de sombra silenciados.
Os especialistas nos gêneros masculino e feminino, Aaron Kipnis e Liz Herron, mostram que muitos homens encobrem sua vulnerabilidade com os escudos da riqueza e do poder, para serem aceitos. E as mulheres, por sua vez, freqüentemente encobrem seu poder legítimo, usando um escudo de vulnerabilidade, também para serem aceitas. Desta forma, os membros dos dois gêneros perpetuam os mitos arcaicos do herói e da princesa, ou do algoz e da vítima. Assim, a necessidade de carinho dos homens, juntamente com sua depressão e impotência, permanecem na sombra, enquanto a competência, a autoridade e a violência das mulheres também permanecem ocultas.
Algumas amizades com o sexo oposto podem compensar elementos ausentes nos relacionamentos primários. Por exemplo, Doug tinha uma animada troca intelectual com sua amiga Célia, uma "filha do pai" que ele conhecera fazendo pós-graduação. Em seu casamento com uma artista, Doug estava bastante satisfeito, mas depois de voltar para a universidade desejou mais estímulo intelectual. Claramente, o perigo aqui é a triangulação: Sua mulher pode se sentir inadequada ou abandonada, proibindo o relacionamento, ou Célia pode ser incapaz de tolerar os limites da amizade. Qualquer amizade entre um homem e uma mulher, na qual um dos dois é casado, vai exigir uma solução para este problema potencialmente sombrio.
Amigos desde a infância...
A sexualidade complica, e muitas vezes coloca em perigo, as amizades entre homens e mulheres. Se os dois sabem com certeza que não desejam formar um par romântico, as probabilidades melhoram. Mas muitas vezes um dos dois se torna vulnerável, com as flechas de Eros enterradas no coração, e então são despertados perigosos desejos sexuais secretos.
Allen, vinte e nove anos, fazia terapia já há vários anos para explorar seus relacionamentos com mulheres, quando finalmente decidiu falar sobre sua melhor amiga, Tanya, vinte e oito anos. Amigos desde a infância, faziam confidencias um ao outro e iam a jantares e a cinemas juntos. Tanya até ajudou Allen a escolher móveis e decoração para a casa. Quando Allen saía com outras mulheres, dava a Tanya "poder de veto", respeitando suas opiniões e confiando que ela desejava o seu bem. Muitas vezes, quando ele se sentia solitário e os dois estavam juntos, Allen imaginava que um dia a convidaria para um envolvimento romântico com ele. Mas nunca havia contado esta fantasia proibida à sua melhor amiga.
Allen estava saindo com June há vários meses quando confidenciou ao terapeuta que não contara a Tanya que seus sentimentos por June eram cada vez mais fortes. Em vez disso, ele se comunicava mais abertamente com June, experimentando pela primeira vez uma relação sexual com a autenticidade que ele sempre reservara para a amizade. Sentia-se culpado, como se estivesse traindo a amizade com Tanya, ao recusar-se a compartilhar com ela uma parte tão importante de sua vida. Mas não tinha vontade de contar esses novos sentimentos para ela. Tinha medo de que ela se sentisse usurpada, e pavor de que ela se tornasse crítica. Além disso, confessou que se sentia responsável pelos sentimentos dela.
Ao dizer isso, Allen percebeu que transformara sua amiga em mãe, projetando em Tanya a voz crítica da mãe e se achando na obrigação de agradá-la. Se contasse isso a ela, precisaria resgatar a voz crítica, retirando-a da amiga, e portanto declarando sua independência em relação a ela. Talvez então pudesse esclarecer os sentimentos sexuais que evitara por tanto tempo. Ou poderia aprofundar o relacionamento com June sem se sentir culpado por abandonar Tanya.
Nos mitos, como na vida, existem poucos modelos da amizade homem-mulher. Mas na Grécia antiga, onde a amizade masculina era valorizada e as mulheres consideradas propriedade dos maridos, havia uma única exceção: a hetaira, cuja raiz, heter, significa amizade em egípcio. Uma mulher hetaira era uma companheira dos homens, e propriedade de ninguém. Ao contrário das esposas, ela era livre para ir à escola, ler os céus estrelados, velejar nos mares bravios, recitar os grandes poetas, e fazer sacrifícios aos deuses. A hetaira muitas vezes era dona de um salão, onde participava da vida intelectual dos homens. Ela, entre todas as mulheres, era uma igual.
Toni Wolff, que fez o papel de hetaira de Jung, e também de amante, descreveu este padrão arquetípico nas mulheres: Ela estimula os interesses e inclinações dos homens, dando a eles um sentimento de valor pessoal e conduzindo-os além das responsabilidades cotidianas, para uma vida interna mais rica. Se ela o tocar fundo demais, ele pode abandonar o trabalho e sacrificar a segurança, ou mesmo buscar o divórcio, achando que ela o compreende melhor do que a esposa.
Hoje, também, algumas mulheres são basicamente intelectuais ou companheiras espirituais dos homens, em vez de fêmeas. Elas colaboram nos seus projetos, acendendo o fogo da criatividade em vez do fogo do desejo. Elas inspiram os homens a ter uma vida interior, mas em geral não são escolhidas como parceiras. Cheryl, a amiga de Gabriella mencionada antes, percebeu que os homens queriam sua companhia e seus conselhos, mas não a queriam sexualmente. Ela sofreu, em parte, por ser uma hetaira em um mundo cego para este tipo de beleza; uma hetaira em um mundo que não conhece mais esta palavra.
Talvez, ao darmos um nome a este tipo de amizade, possamos reimaginar mulheres e homens juntos, em novas formas. Talvez existam homens hetairas que inspirem as mulheres em suas vidas criativas, para que possam se livrar da limitação dos padrões antigos de desigualdade, descobrindo juntos uma nova forma de amizade.
• Você tem um amigo de alma do sexo oposto? Se não, qual é o personagem de sombra que está impedindo?"

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Filhos? Por que tê-los?


Vinícius de Moraes no "Poema Enjoadinho", já dizia:

Filhos...  Filhos?

Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?

Segundo pesquisas recentes, existem 17,1% de casais sem filhos no Brasil; 5 milhões de solteiros moram sozinhos e 13,7 milhões de mulheres não querem engravidar (14% das brasileiras).
É esse assunto que o livro

Sem filhos por opção - casais, solteiros e muitas razões para não ter filhos!  lançamento da Editora nVersos,  traz à tona colocando em discussão o novo perfil das famílias brasileiras. 

 Mais do que quebrar “tabus”, a proposta deste inédito livro no Brasil, escrito com muito afinco pelo casal Edson Fernandes e Margareth Moura Lacerda, é promover um intenso debate que vai do “casamento sem filhos” até um grande panorama e desmistificação do que são hoje os “Casais Dink” e “Famílias X, Y e Z”.
 “Na virada do século a ‘família’ continua sendo um conceito repleto de mitos, inerente à procriação, portanto, ao convívio com crianças. Refletir ou simplesmente projetar um relacionamento familiar sem crianças é uma situação inusitada, pouco aceita, para não dizer que é motivo de preconceito e de banimento social. Seria possível questionar esse paradigma no século XXI?”. A indagação vem do sociólogo, mestre em filosofia e história da educação Antonio Celso de Oliveira, que antemão elogia e se surpreende com a obra.
 Ainda sobre o olhar de Oliveira, cabe dizer que este livro é um denso e refinado conjunto de dados socioeconômicos, políticos e psicológicos e com variados depoimentos. Fernandes, que é doutor em comunicação, e Margareth, psicóloga e filósofa, proporcionam aos leitores condições objetivas de reflexão e projeção sobre mudanças reais na ideia de “Família”.
  Para a psicóloga Maria G. Rios-Lima, psicóloga, mestre e doutora em psicologia clínica pela Universidade de São Paulo (USP), o casal se posiciona claramente em favor da ausência voluntária de filhos e reúnem de forma cuidadosa argumentos e dados dos mais diversos âmbitos para embasar tal escolha. “Provam que, ao contrário de uma visão social carregada de estigmas, é possível alcançar uma vida plena e significativa sem filhos. Dentre as tantas possibilidades de projetos e realizações que a pós-modernidade oferece, casamento e filhos passam de destino a opção, e, muitas vezes, acabam por não valer a pena”.
 Eles, que já sofreram preconceitos por não terem filhos, resolveram mostrar com muita teoria e pesquisa, além de depoimentos que demonstram na prática, que a condição de vida optada por eles não deve e não pode ser condenada. “Ainda assim, na sociedade contemporânea é preciso coragem para não ter filhos. Você é visto como um extraterrestre. As pessoas olham como se você não fosse ‘normal’”, observam Edson e Margareth.
Um toque especial do livro é o prefácio da talentosa e já conhecidíssima no mercado editorial, Regina Navarro Lins, sexóloga, psicanalista e autora do best-seller A Cama na Varanda, além de colunista do Portal IG e do Jornal O Dia (RJ).
 Sobre os autores:
Edson Fernandes é doutor em Comunicação, professor universitário, escritor e pesquisador. Margareth Moura Lacerda é psicóloga, pedagoga e filósofa, e trabalha na área de Recursos Humanos.
Eles estarão no dia 2, sábado a partir das 15h30 na Livraria Martins Fontes, na avenida Paulista, 509, recebendo os leitores.
Em breve, traremos mais detalhes sobre o assunto.
Ficha técnica
ISBN: 978-85-64013-55-1
Formato: 14 x 21 cm
Páginas: 195
Preço: R$ 49,90

Parar de fumar engorda?


Isso é mito. Nutricionista da Rede D'Or lista os alimentos mais indicados para quem acabou de largar o cigarro. Exercícios físicos, terapia e alimentação saudável impedem de engordar o indivíduo disposto a parar de fumar.

Que lutar contra a dependência do cigarro é difícil, isso os médicos, neurocientistas, fumantes e ex-fumantes já sabem. Seja pelo fato de a nicotina agir no sistema nervoso como estimulador da produção de neurotransmissores que geram a sensação de prazer, seja pelo medo que se tem de engordar após largar o cigarro, estes dois fatores têm forte ligação explicada pela influência da nicotina no cérebro. Segundo a nutricionista Juliana Martins, do Hospital Copa D’Or no Rio de Janeiro, não é um mito que quem tenta abandonar o cigarro tem grandes chances de engordar.

“A nicotina provoca duas sensações no fumante: bem estar e alterações no olfato e no paladar. Geralmente, a pessoa se sente bem ao fumar e, como não sente mais tanta atração pela comida, acaba se bastando muitas vezes no cigarro”, explica  Juliana. Além de inibir a fome, a substância acelera o metabolismo e pode levar a uma perda de peso natural. “O equilíbrio do peso causado pelo cigarro não é saudável, no entanto, pois se o fumante se deixa levar pela falta de apetite e não se alimenta, pode chegar a um quadro de desnutrição”, diz.

Quando consegue parar de fumar e a nicotina deixa de fazer efeito no organismo, em poucos meses o fumante já sente diferenças no olfato e no paladar. Ao aguçar estes dois sentidos, essenciais para o apetite, existem fortes chances de o indivíduo aumentar consideravelmente a ingestão de alimentos. Outro efeito comum é substituir o prazer que a nicotina garantia ao cérebro por meio de balas, chocolates e outras guloseimas altamente calóricas e pouco nutritivas. O melhor seria beber água em vez de consumir guloseimas. Além de auxiliar na desintoxicação, ajuda a perder peso.

A nutricionista recomenda a prática de exercícios físicos e psicoterapia como formas de aliviar as tensões pós-cigarro, uma vez que também são fontes naturais de liberação de bem estar. A alimentação também pode ser uma boa aliada para que o estágio entre o fim do tabagismo e a nova vida não seja uma etapa marcada por frustrações estéticas.

Dicas de alimentos que devem ser incluídos na alimentação:

•Tomate, melancia e goiaba são ricos em licopeno, que além de combater o envelhecimento das células, estimula o sistema de defesa do organismo;
•Vegetais crucíferos, como brócolis, couve-flor e repolho são fontes de sulfarofanos, capaz de eliminar substâncias químicas;
•O resveratrol, a catequina e a epicatequina, antioxidantes presentes nas uvas vermelhas, sucos de uva e vinho tinto, são fundamentais para combater os radicais livres;
•Frutas cítricas (laranja, acerola, limão, goiaba e tangerina) também estão na lista dos alimentos fontes de antioxidante, pois são fontes de vitamina C que estimula o sistema imunológico;
•O chá verde e o chá branco são excelentes fontes de flavonoides e compostos antioxidantes;
•Vitaminas do complexo B, presentes nos cereais integrais, como aveia e os minerais zinco e magnésio encontrados na semente de abóbora, castanha de caju, nozes e pistache também auxiliam na proteção das células contra os radicais livres;
•O consumo de alho cru, como tempero, por exemplo, fornece sulfetos alílicos, como os antioxidantes aliina e alicina. Além disso, auxilia no combate a infecções atuando coimo antibiótico natural;
•Consumo de alimentos integrais e ricos em fibras é importante para o controle da saciedade. A chia é um grão rico em ômega 3 e que possui grande poder no controle da saciedade, sendo recomendado o consumo de 1 colher de sopa ao dia;
•Além destas inclusões, a ingestão de líquidos (além do leite e dos laticínios) e a alimentação regular a cada 3 horas é importante.




quinta-feira, 31 de maio de 2012

Dia Mundial sem cigarro


O cigarro é o responsável por mais de um terço dos casos de câncer no Brasil e é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, responsável por mais de 90% dos casos de câncer de pulmão e 30% de outros cânceres como o de boca, laringe, pâncreas, rins, bexiga e esôfago

Nesta quinta-feira 31 de maio é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco. Considerado hoje um dos maiores inimigos da saúde pública, o tabaco deve matar pelo menos um bilhão de pessoas por uso ou exposição ao fumo até o final do século. Isso é o que afirma o relatório da Fundação Mundial do Pulmão e da Sociedade Americana do Câncer. Esse número equivale a uma morte a cada 6 segundos. Nos últimos dez anos as mortes pelo uso do tabaco triplicaram, chegando a 50 milhões. Em 2011, 6 milhões de pessoas morreram, sendo 80% delas em países pobres e em desenvolvimento. De acordo com a Fundação, o cigarro e outros derivados de tabaco são responsáveis por 15% das mortes de homens em todo o mundo e 7% entre as mulheres.

No Brasil, o tabaco é responsável por mais de um terço dos casos de câncer, cerca de 300 mil pessoas morrem de câncer ao ano, e mais de 800 mil casos novos aparecem todos os anos. O tabaco é considerado uma das drogas mais destruidoras. A Organização Mundial de Saúde (OMS), relata que o cigarro é a principal causa de morte evitável em todo o mundo e responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, 30% de outros cânceres, entre eles o de boca, laringe, pâncreas, rins, bexiga, esôfago e 25% dos casos de doenças coronarianas.
“Por não ser proibido, o cigarro dá a falsa noção de menos viciante. Depois da primeira tragada, a nicotina demora apenas nove segundos para chegar ao cérebro, proporcionando a sensação de prazer que dura cerca de uma hora. Este é o tempo que o fumante leva entre um cigarro e outro”, explica o oncologista Charles Pádua, diretor do Cetus-hospital dia em Betim.

Pádua ressalta que a fumaça do cigarro possui mais de 4.700 substâncias tóxicas, entre elas o monóxido de carbono (C0), que está presente em cerca de 3 a 6% da fumaça do cigarro. “Quando inalado, esse monóxido de carbono atinge os pulmões e dali segue para o sangue, reduzindo sua capacidade de carregar oxigênio”,diz. Em consequência as células deixam de respirar e produzir energia, o que faz com que o fumante tenha o fôlego prejudicado e fique exposto ao risco de doenças cardiovasculares e respiratórias. A nicotina, outra substância encontrada no cigarro diminui a capacidade da circulação sanguínea, potencializa a vontade de fumar e ainda atua como a cocaína, o álcool e a morfina, causando dependência e obrigando o fumante a usar continuamente o cigarro.

O oncologista afirma que o estilo de vida de muitos cidadãos inclui péssimos hábitos como o tabagismo e o sedentarismo. “Os homens morrem mais de cânceres e outras doenças relacionadas ao tabaco, mas as mulheres começam a engrossar esses dados”. Nos últimos anos também, mais e mais mulheres aumentam o número de viciados ao cigarro. vida, costumes como tabagismo, dietas e exercícios, atribui um relevante papel no desenvolvimento de vários tipos de câncer e se conseguirmos de alguma maneira mudar nossos hábitos, vamos nos livrar de boa parte deles.

O cigarro atinge proporções gigantescas de seguidores. Mais do que tratar as consequências do vício, é importante que sociedade e os governos Federal, Estaduais e Municipais estejam unidos contra o tabagismo. “A luta contra o cigarro também deve ter início em casa e na escola para a conscientização da população. Pais e professores são protagonistas nesta ação. Ensinar os filhos sobre os males do cigarro é o primeiro passo”, finaliza Pádua.


Se você é fumante e chegou a ler até aqui, responda com sinceridade: por que continua a fumar se já tem ciência de todos os malefícios que o produto causa? Se você compreende que o cigarro faz mal à sua saúde e á das pessoas que estão à sua volta, por que ainda não compreende que, fumando, está desrespeitando a você mesmo e aos outros? O prazer que o cigarro proporciona é efêmero e mata. Se você quer ter um final de vida com mais qualidade, pare de fumar agora. Existem muitos métodos de ajuda, gratuitos em Unidades Básicas e Saúde, que poderão ajudá-lo(a) a manter essa sábia decisão. Boa sorte!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Abusos e abusadas

Eu não vi, mas fiquei sabendo que no domingo 22 uma famosa apresentadora da televisão deu um depoimento sobre os abusos que sofreu quando criança, de uma pessoa próxima, um parente ou algo assim.
Acho interessante que pessoas famosas e conhecidas relatem publicamente que sofreram abusos na infância porque isso, infelizmente, é mais comum do que se pode imaginar. No ano passado uma outra pessoa conhecida, irmã de um grande empresário do ramo de supermercados fez uma revelação semelhante. Uma ex-modelo, famosa nos anos 80, também apareceu num programa de entrevistas na tevê comentando sobre os abusos que sofreu. Em comum, além de da beleza, as moças foram molestadas por familiares muito próximos, pessoas que conviviam com elas no seu dia a dia.
Não acho que abusos estejam acontecendo mais só nos dias de hoje (leia reportagem com os índices do Ministério da Saúde no fim deste texto). Acho que isso sempre ocorreu. Mas não era tão divulgado, as pessoas não tinham nenhum tipo de apoio familiar nem terapeutas (isso era coisa de louco ou de rico) que pudessem ouvir seus dramas. E essas pessoas famosas virem agora a público revelando seus segredos de infância só reforça minha tese. Muitas pessoas que estão lendo este blog neste momento podem ter passado por situação semelhante e, provavelmente, nunca comentou o fato com ninguém.
Eu também sofri abusos quando criança. O primeiro de uma pessoa da família bem próxima a mim. O abuso na verdade não se concretizou completamente porque outra pessoa interrompeu. Foi a minha salvação. Mas, assim como a maioria dos que sofrem abusos, eu também não contei nada pra ninguém. Porque, assim como a maioria das pessoas, se contasse, isso implicaria delatar alguém muito próximo, alguém tido como de confiança da família....e aí? como ficaria a situação? essa pessoa, o abusador, seria condenado, punido...e eu ficaria no papel de algoz. Eu era muito pequena, devia ter uns 4 ou 5 anos. Mais tarde, com 8 ou 9, fui bolinada por um senhor, um alfaiate que fazia roupas para minha mãe e para mim e que era pai de uma das melhores amigas dela. Saí correndo do ateliê do velhinho que ficava na edícula da casa dessa amiga da minha mãe Entrei na cozinha onde elas conversavam animadamente. Elas devem ter percebido que algo acontecera. Me perguntaram, mas eu não tive coragem de falar. Como eu ia estragar a amizade da minha mãe com aquela moça tão boa, tão bacana? Não falei nada, mas depois, a caminho de casa, disse à minha mãe que não queria mais fazer roupas com o senhor fulano, que preferia comprar em lojas que eram mais modernas do que as roupas que ele fazia. Ela não fez nenhum comentário. Mas nunca mais fizemos roupas com o alfaiate sacana. Não sei se ela desconfiou de algo...talvez intuitivamente, quem sabe? O fato é que não fiz mais as roupas lá.
Uma de minhas filhas também foi molestada quando era criança. Foi molestada por uma menina mais velha, filha de uma amiga minha. Viviam brincando juntas - porque apesar de mais velha a garota era bem infantilizada - .Ela só me contou depois de adulta...perguntei pra ela por que não me contara na ocasião? e ela me deu os mesmos motivos pelos quais eu também não revelei à minha mãe os abusos que sofri. Se ela contasse, a amizade entre mim e a mãe da menina acabaria e ela seria responsabilizada por isso.
Desconheço se minha mãe sofreu algum abuso na infância. Mas uma das irmãs dela disse que foi molestada pelo próprio pai, ou seja, meu avô, aquele velhinho risonho, que era tão carinhoso comigo, que levava bombons Sonho de Valsa todos os domingos numa caixa em formato de coração quando ia almoçar na minha casa... Bom, ela teve coragem de falar, mas ninguém na família lhe deu crédito. Não sei o que é pior. Carregar o segredo para o resto de sua vida ou revelá-lo e ninguém acreditar e você ainda passar por mentirosa, imaginativa, pessoa que vê coisas, ou ainda ser acusada de alguma forma ter provocado aquela situação, e isso é muito comum. Não ser considerada, nesses casos, ou seja, não ter crédito, causa mais trauma do que o abuso em si.
Conheço umas cinco moças e pelo menos dois rapazes que também sofreram algum tipo de abuso na infância. Algumas dessas pessoas contaram, foram consideradas, outras não contaram. Algumas amargam até hoje consequências doídas dessa situação vivida quando crianças...outras, viveram suas vidas como se nada tivesse acontecido, guardaram num cantinho da memória aquilo que lhes faz tanto mal um dia.
Sofrer um abuso nos causa um constrangimento muito grande. Vergonha, culpa, são sentimentos que acabam nos acompanhando por muito tempo.
Veja bem: o abuso que eu sofri não é nada comparado com o abuso que milhares de crianças sofrem todos os dias de pais, tios, irmãos, padastros estupradores. Pais e padastros que abusam de suas filhas anos a fio. Filhas que geram filhos de seus abusadores.
Esse não foi o meu caso nem de minhas conhecidas, mas nem por isso, por ser algo "menos" contundente, deixamos de sofrer o trauma. Porque toda violência gera um trauma.
A diferença da consequência do ato de abuso na psique de uma pessoa para outra é a interpretação que ela dá ao fato. Existem relatos de meninas que abusadas por seus parentes próximos anos a fio diziam pensar que era assim mesmo já que suas mães, muitas vezes, eram coniventes com o caso. Tinham conhecimento e nada faziam. 
Cada caso é um caso. Nunca podemos generalizar.
Uma pessoa como a apresentadora famosa pode ter virado o jogo e, inconscientemente, pensado: ninguém mais vai abusar de mim. Vou crescer, ser feliz, ter sucesso! e vai em frente! Outras, também inconscientemente, acabam acreditando que mereceram ser abusadas e passam a vida sendo "abusadas" por terceiros: abusam de sua paciência, de seu talento, de seu tempo, de sua saúde, beleza....
Contar é sempre melhor do que não contar. Muitas vezes o apoio de uma terapia é o melhor caminho para amenizar os prejuízos causados na alma do(a) abusado(a).
Abuso é abuso. Não é brincadeira. E é crime. Confira mais dados oficiais na reportagem abaixo que transcrevi do site Terra.

A violência sexual em crianças de até 9 anos é o segundo maior tipo de abuso de força característico desta faixa etária, ficando pouco atrás apenas das notificações de negligência e abandono. A conclusão é de um levantamento inédito do Ministério da Saúde, que registrou 14.625 notificações de violência doméstica, sexual, física e outras agressões contra crianças menores de dez anos em 2011.
O abuso sexual contra crianças até 9 anos representa 35% das notificações. Já negligência e abandono tem 36% dos registros. Os números são do sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) do Ministério da Saúde. O VIVA possibilita conhecer a frequência e a gravidade das agressões e identificar a violência doméstica, sexual e outras formas (física, psicológica e negligência/abandono). Esse tipo de notificação se tornou obrigatório a todos os estabelecimentos de saúde do Brasil, no ano passado.
A maior parte das agressões ocorreram na residência da criança (64,5%). Em relação ao meio utilizado para agressão, a força corporal/espancamento foi o meio mais apontado (22,2%), atingindo mais meninos (23%) do que meninas (21,6%). Em 45,6% dos casos, o provável autor da violência era do sexo masculino. Grande parte dos agressores são pais e outros familiares, ou alguém do convívio muito próximo da criança e do adolescente, como amigos e vizinhos.
"Todos os dias, milhares de crianças e adolescentes sofrem algum tipo de abuso. A denúncia é um importante meio de dar visibilidade e, ao mesmo tempo, oportunizar a criação de mecanismos de prevenção e proteção. Além disso, os serviços de escuta, como o disque-denúncia, delegacias, serviços de saúde e de assistência social, escolas, conselhos tutelares e a própria comunidade, devem estar preparados para acolher e atender a criança e o adolescente", afirma a diretora de análise de situação em saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta. "Este assunto deve ser debatido incansavelmente nas escolas, comunidades, família, serviços de saúde, entre outros setores da sociedade", ressalta ela.
Os dados preliminares mostram que a violência sexual também ocupa o segundo lugar na faixa etária de 10 a 14 anos, com 10,5% das notificações, ficando atrás apenas da violência física (13,3%). Na faixa de 15 a 19 anos, esse tipo de agressão ocupa o terceiro lugar, com 5,2%, atrás da violência física (28,3%) e da psicológica (7,6%). Os dados apontam também que 22% do total de registros (3.253) envolveram menores de 1 ano e 77% foram na faixa etária de 1 a 9 anos. O percentual é maior em crianças do sexo masculino (17%) do que no sexo feminino (11%).http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5788485-EI5030,00-Abuso+sexual+e+o+segundo+maior+tipo+de+violencia+no+Brasil.html

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Existe receita da felicidade?


  • Tenha saúde suficiente para trabalhar com prazer (se não sente prazer nem em trabalhar nem em seu trabalho atual, pare e repense sua vida).

  • Uma pitada de força (de vontade) para lutar contra as dificuldades e superá-las.

  • Alguma humildade para admitir os próprios erros e se perdoar.

  • Muita paciência para perseverar até atingir o seu objetivo (pressupondo que você já tem um objetivo. Se não tem, não seria o caso de pensar sobre isso?).

  • Bastante caridade para ver algo de bom e positivo no próximo (seja ele quem for).

  • Amor por si mesmo para poder ser útil às pessoas (aliás, sem isso os itens anteriores deixam de existir automaticamente).

  • Muita, muita fé para transformar em realidade as coisas divinas (entenda por coisas divinas todos os seus sonhos e desejos).

  • Um tantinho de esperança para afastar os temores acerca do futuro (até porque o futuro não existe; quando ele chega é o presente. Então, viva o hoje e esqueça o ontem).




As dicas originalmente foram escritas há mais de um século pelo escritor alemão Goethe.
Tomei a liberdade de colocar minhas impressões entre parênteses.
Encontrei o texto no livro "Nietzsche para estressados" de Allan Percy.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Deixe a raiva secar


Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá todo colorido.
No dia seguinte, Júlia sua amiguinha veio bem cedo convidá-la para brincar.
Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.
Júlia então, pediu a coleguinha que emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.
Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial. Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão.
Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:
"Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo e ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.
Totalmente descontrolada, Mariana queria porque queria, ir ao apartamento de Júlia para pedir explicações.
Mas a mãe, com muito carinho ponderou:
"Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro passando jogou lama em sua roupa? Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou.
Você lembra o que a vovó falou? Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.
Pois é, minha filha com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro.
Depois fica bem mais fácil resolver tudo. Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão. Logo depois alguém tocou a campainha.
Era Júlia, toda sem graça com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
"Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei.
Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você tinha me emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você.
Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa".
"Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou".
E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.
Nunca tome qualquer atitude com raiva. A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta. Diante de uma situação difícil.
Lembre-se sempre: Deixe a raiva secar!!!

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...