terça-feira, 10 de maio de 2011

Uma das filhas de Walkiria

Walkiria tem uma filha, mas não tem certeza. É que essa filha toma umas atitudes estranhas, que não são comuns filhos tomarem. Por exemplo: ela NUNCA telefona pra saber como Walkiria está. Ela NUNCA vai à casa de Walkiria para uma visita, assim, só pra ver a mãe, se está mais magra, mais gorda...Ela NUNCA convida a mãe para ir à casa dela, assim, tomar um chá, um café, um porre, ou para um passeio, jogar conversa fora, qualquer coisa que normalmente as filhas fazem com suas mães, principalmente depois que se casam. Ah! essa filha é casada. Quando solteira...bem, essa filha tem história para anos de divã. Mas é filha, seja lá como for, foi gerada dentro de um casamento, não foi fruto de um "deslize", Walkiria não se casou grávida, Walkiria ficou feliz quando soube que estava grávida...Walkiria ama essa filha, apesar de tudo. Walkiria se lembra até hoje, em detalhes, da emoção de abrir o envelope na saída do laboratório com o resultado do exame de gravidez. Walkiria lembra que ficou tão feliz e, ao mesmo tempo, triste porque não tinha ninguém conhecido ali na rua pra contar, que correu pro prédio da Joven Pan, na Paulista, onde trabalhava um amigo seu dos tempos da faculdade, amigo, confidente...e Walkiria lembra que dentro do elevador, olhou para o primeiro que viu pela frente e falou: acabei de descobrir que estou grávida, toda sorridente, e a pessoa ficou olhando com cara de paisagem, sem entender nada, mas Walkiria nem ligou. Estava feliz. É uma emoção, pensava Walkiria, que só sabe quem passa. Assim, que fica feliz. O amigo de Walkiria vibrou, abraçou, cumprimentou. Walkiria foi pra casa. Queria falar com a mãe, com o marido. E então, começaram as decepções: ao contrário do que ela imaginava, sua mãe não ficou feliz. Passou-lhe um sermão, disse que era muito cedo pra ter filho, onde já se viu, nem fazia um ano que estava casada e já foi assim engravidando.....Walkiria murchou. Depois, a avó curtiu a neta. Mas no começo foi contra. À noite, outra punhalada. O marido olhou bem pra ela e falou: - Mas se vc quiser tirar tudo bem. Walkiria definhou. Talvez, ali, entre outras coisas, Walkiria tenha começado a morrer um pouco. Mas mesmo assim, ela sabia que seria uma menina. Naquela época o exame de ultrassom não era tão frequente nem tão exato como hoje em dia, dificilmente se saberia o sexo do bebê durante a gravidez, mas Walkiria tinha uma certeza secreta: aquele serzinho gerado ali dentro da sua barriga era uma menina. Uma tarde solitária - como tantas que Walkiria teve durante sua gravidez - ela decidiu escolher um nome para o bebê. Folheou uma Bíblia, no Antigo Testamento (na verdade, ela não sabe por que fez isso, mas foi assim que escolheu o nome da sua filhota) e lá estava. Decidiu e quando Walkiria decidia, decidido estava. O marido achava que seria um menino e cobrava um nome masculino. Walkiria não imaginava isso. Tinha certeza de que seria uma menina. Walkiria não teve uma gravidez feliz porque seu marido nunca ligou muito para o fato, pelo contrário, dizia claramente que achava tudo aquilo muito chato e que ficaria pior depois que "aquilo", como ele se referia à filha, viesse para o lado de fora. Um dia, depois de muito beber, o sujeito bateu em Walkiria e disse mais alguns nomes "bonitos" para "aquilo" que ela trazia dentro de si e então Walkiria decidiu: assim que minha filha nascer, me separo dele. Quando a menina nasceu Walkiria queria morrer. Não por causa da criança, aliás, por ela, Walkiria sobreviveu, mas Walkiria conta que ainda sob efeito da anestesia, ouviu sua sogra e seu sogro comentarem com o marido que "infelizmente" não era um menino como eles queriam, mas estavam conformados porque pelo menos ela era normal e saudável. Walkiria tinha agora um tesouro nas mãos que precisava ser protegido. Parecia que além dela ninguém mais se interessava por aquela criança.
Seis meses depois, mais um arroubo de violência da criatura insana e Walkiria arrumou as malas e saiu pra nunca mais voltar, com sua riqueza no colo. Passado algum tempo, o agora ex-marido a procurou e fez uma proposta indecente: que ela entregasse a menina (que era como ele se referia à criança) para a avó materna e que eles tentassem novamente ter um relacionamento sem filhos por perto. Walkiria não topou, é claro.
Anos depois, já em outro casamento, Walkiria teve novamente problemas de rejeição à sua filha. O segundo marido também não facilitou muito a vida delas e Walkiria ficava dividida, mas nunca abandonou a pequena. Anos mais tarde, acabou sucumbindo às pressões e também por causa de outros fatos, e se separou também desse marido porque se sentia infeliz por ver a filha infeliz, entre outros motivos.
Só que, ao contrário do que parecia, a filha foi se afastando, se afastando...ficou agressiva, obsessiva e Walkiria cada vez mais entendia menos o que estava acontecendo.
A filha se casou, e agora elas estavam assim: como duas estranhas. Walkiria tinha a impressão de que para sua filha (filha?) era como se ela não existisse. Sua filha (filha?) a ignorava solenemente. E Walkiria não entendia o motivo. Já estava com mais de 50 anos, a filha com quase 30...imaginava que o amadurecimento as aproximasse. Mas para que isso acontecesse era preciso que ambas estivessem maduras. E não era o caso.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sobre perfeccionismo, erros e culpa


Segue texto de Antônio Roberto Soares (*) sobre "A Culpa e a Busca da Perfeição", enviado a mim pelo meu professor e terapeuta grupal, Carlos Aníbal, do Instituto Luz.

 Por detrás de nossas tristezas e frustrações, de nossas insatisfações na vida, de nossos tédios e angústias, está um sentimento, o mais arraigado em nosso comportamento e responsável por grandes sofrimentos psicológicos, que é o sentimento de culpa. O sentimento de culpa é o apego ao passado, é uma tristeza por alguém não ter sido como deveria ter sido, é uma tristeza por ter cometido algum erro que não deveria ter cometido. O núcleo do sentimento de culpa são estas palavras: "Não deveria...". A culpa é a frustração pela distância entre o que nós fomos e a imagem de como nós deveríamos ter sido. Nela consiste a base para a auto-tortura. Na culpa, dividimo-nos em duas pessoas: uma real, má, errada, ruim, e uma ideal, boa, certa e que tortura a outra. Dentro de nós processa-se um julgamento em que o Eu ideal, imaginário, é o juiz e o Eu real, concreto, humano, é o réu. O Eu ideal sempre faz exigências impossíveis e perfeccionistas. Assim, quando estamos atormentados pelo perfeccionismo, estamos absolutamente sem saída. Como o pensamento nos exige algo impossível, nunca o nosso Eu real poderá atendê-lo. Este é um ponto fundamental.
                  
Muitas pessoas dedicam a sua vida a tentar realizar a concepção do que elas devem ser, em vez de se realizarem a si mesmas. A diferença entre auto-realização e realização da imagem de como deveríamos ser é muito mais importante. A maioria das pessoas vive apenas em função da sua imagem ideal e este é um instrumento fenomenal para se fazer o jogo preferido do neurótico: a auto-tortura, o auto aborrecimento, o auto-castigo, a autopunição, a culpa.

Quanto maior for a expectativa a nosso respeito, quanto maior for o modelo perfeccionista de como deve ser a nossa vida, maior será o nosso sentimento de culpa. A culpa é a tristeza por não sermos perfeitos, é a tristeza por não sermos Deus, por não sermos infalíveis; é um profundo sentimento de orgulho e onipotência; é uma incapacidade de lidar com o erro, com a imperfeição; é um desejo frustrado; é o contato direto com a realidade humana, em contraste com as suas intenções perfeccionistas, com os seus pensamentos megalomaníacos a respeito de si mesmo. E o mais grave é que aprendemos o sentimento de culpa como virtude!
A culpa sempre se esconde atrás da máscara do auto-aperfeiçoamento como garantia de mudança e nunca dá certo. Os erros dos quais nos culpamos são aqueles que menos corrigimos. A lista de nossos "pecados" no confessionário é sempre a mesma. A culpa, longe de nos proporcionar incentivo ao crescimento, faz-nos gastar as energias numa lamentação interior por aquilo que já ocorreu, ao invés de as gastarmos em novas coisas, novas ações e novos comportamentos. Por isto mesmo, em todas as linhas terapêuticas, este é um sentimento considerado doentio. Não existe nenhuma linha de tratamento psicológico que não esteja interessado em tirar dos seus pacientes o sentimento de culpa. A culpa é um auto-desprezo, um auto-desrespeito pela natureza humana, por seus limites e pela sua fragilidade. A culpa é uma vingança de nós mesmos por não termos atendido a expectativa de alguém a nosso respeito, seja esta expectativa clara e explícita, ou seja uma expectativa interiorizada no decorrer da nossa vida. Por isto é que se diz que, ao nos sentirmos culpados, estamos alienados de nós mesmos, e a nossa recriminação interna não é, nem mais nem menos, do que vozes recriminatórias dos nossos pais, nossas mães, nossos mestres ou outras pessoas que ainda residem dentro de nós.

Mas aquilo que nos leva a esse sentimento de culpa, aquilo que alimenta esta nossa doença auto-destrutiva, são algumas crenças falsas. Trabalhar o sentimento de culpa é, primordialmente, descobrir as convicções falsas que existem em nós, aquelas verdades em que cremos e que são errôneas, e nos levam a este sentimento. A primeira delas é a crença na possibilidade da perfeição. Quem acredita que é possível ser perfeito, quem acha que está no mundo para ser perfeito, quem acha que deve procurar na sua vida a perfeição, viverá necessariamente atormentado pelo sentimento de culpa. A expectativa perfeccionista da vida é um produto da nossa fantasia, é um conceito alienado de que é possível não errar, que é possível viver sem cometer erros.

Quanto maior for a discrepância entre a realidade objetiva e as nossas fantasias, entre aquilo que podemos nos tornar através do nosso verdadeiro potencial e os conceitos idealistas impostos, tanto maior será o nosso esforço na vida e maior a nossa frustração. Respondendo a esta crença opressora da perfeição, atuamos num papel que não tem fundamento real nas nossas necessidades. Nos tornamos falsos, evitamos encarar de frente as nossas limitações e desempenhamos papéis sem base na nossa capacidade. Construímos um inimigo dentro de nós, que é o ideal imaginário de como deveríamos ser e não de como realmente somos. Respondendo a um ideal de perfeição, nós desenvolvemos uma fachada falsa para manipular e impressionar os outros.

É muito comum, no relacionamento conjugal, marido e mulher não estarem amando um ao outro e, sim, amando a imagem de perfeição que cada um espera do outro. É claro que nenhum dos parceiros consegue corresponder a esta expectativa irreal e a frustração mútua de não encontrar a perfeição gera tensões e hostilidades, num jogo mútuo de culpa. Esta situação se aplica a todas as relações onde as pessoas acreditam que amar o outro é ser perfeito. Quando voltamos para nós exigências perfeccionistas, dividimo-nos neuroticamente para atender ao irreal. Embora as pessoas acreditem que errar é humano, elas simplesmente não acreditam que são humanas! Embora digam que a perfeição não existe, continuam a se torturar e a se punir e continuam a torturar e a punir os outros por não corresponderem a um ideal perfeccionista do qual não querem abrir mão.

Outra crença que nos leva à culpa, esta talvez mais sutil, mais encoberta e profunda, é acreditarmos que há uma relação necessária entre o erro e a culpa, é a vinculação automática entre erro e culpa. Quase todas as pessoas a quem temos perguntado de onde vêm os seus sentimentos de culpa, nos respondem taxativamente que vêm de seus erros. Acreditamos que a culpa é uma decorrência natural do erro, que não pode, de maneira alguma, haver erro sem haver culpa. Se acreditamos nisto, estamos num problema insolúvel. Ou vamos passar a vida inteira tentando não errar para não sentirmos culpa - e isto é impossível porque sempre haverá erros em nossa vida - ou então passaremos a vida inteira nos sentindo culpados porque sempre erramos. Essa vinculação causal entre erro e culpa é profundamente falsa. A culpa não decorre do erro, mas da maneira como nos colocamos diante do erro; vem do nosso conceito relativo ao erro, vem da nossa raiva por termos errado. Uma coisa é o erro, outra coisa é a culpa; erros são erros, culpa é culpa. São duas coisas distintas, separadas, e que nós unimos de má fé, a fim de não deixarmos saída para o nosso sentimento de culpa. O erro é o modo de se fazer algo diferente, fora de algum padrão.

O que é chamado erro é a saída fora de um modelo determinado, que pode ser errado hoje e não amanhã, pode ser errado num país e não ser errado em outro. A culpa é um sentimento, vem de nós, vem da crença de que é errado errar, que não podemos errar, que devemos ser castigados pelas faltas cometidas; crença de que a cada erro deve corresponder necessariamente um castigo, de que a cada falta deve corresponder uma punição. Aliás, o sentimento de culpa é a punição que damos a nós mesmos pelo erro cometido. Não é possível não errar, o erro é inerente à natureza humana, ele é necessário a nossa vida. Na perfeição humana está incluída a imperfeição. Só crescemos através do erro.

As pessoas confundem assumir o erro com sentir culpa. Assumir o erro é aceitar que erramos, é nos responsabilizarmos pelo que fizemos ou deixamos de fazer. Mas quando acreditamos que a culpa decorre do nosso erro, tentamos imputar a outros a responsabilidade dos nossos erros, numa tentativa infrutífera de acabar com a nossa culpa.

A propósito do erro, há um texto interessantíssimo no livro "Buscando Ser o que Eu Sou", de Ilke Praha, que diz: "O perfeccionismo é uma morte lenta. Se tudo se cumprisse à risca, como eu gostaria, exatamente como planejara, jamais experimentaria algo novo, minha vida seria um repetição infinda de sucessos já vividos. Quando cometo um erro vivo algo inesperado. Algumas vezes reajo ao cometer erros como se tivesse traído a mim mesmo. O medo de cometer erros parece fundamentar-se na recôndita presunção de que sou potencialmente perfeito e de que, se for muito cuidadoso, não perderei o céu. Contudo, o erro é uma demonstração de como eu sou, é um solavanco no caminho que tracei, um lembrete de que não estou lidando com os fatos. Quando der ouvidos aos meus erros, ao invés de me lamentar por dentro, terei crescido". Este é o texto.

Algumas pessoas nos perguntam: "Mas como avançar em relação a este sentimento, como arrancar de mim este hábito de me deprimir com os erros cometidos?". Só existe uma saída para o sentimento de culpa. Façamos uma fantasia: imaginemos por um instante que estamos à morte e nossos sentimentos deste momento são de angústia, tristeza e frustração por todos os erros cometidos, por tudo o que deveríamos ter feito e não fizemos; remorsos pelos nossos fracassos como pai, como mãe, como profissional, como esposo, como esposa, como religioso, como cidadão, mas, ao mesmo tempo, estamos com um profundo desejo de morrer em paz, de sair desse processo íntimo de angústia e morrer tranquilos. Qual a única palavra que, se pronunciada neste momento, sentida com todo coração, teria o poder de transformar a nossa dor em alegria, o nosso conflito em harmonia, a nossa tristeza em felicidade? Somente uma palavra teria essa magia. A palavra é: Perdão.

O Perdão é uma palavra perdida em nossa vida. O primeiro sentimento que se perde no caminho da loucura é o sentimento de perdão, o sentimento de auto-perdão. Se a culpa é a vergonha da queda, o auto-perdão é o elo entre a queda e o levantar de novo. O auto-perdão é o recomeço da brincadeira depois do tombo: "Eu me perdôo pelos erros cometidos, eu me perdôo por não ser perfeito, eu me perdôo pela minha natureza humana, eu me perdôo pelas minhas limitações, eu me perdôo por não ser onipotente, por não ser onipresente, por não ser onisciente, eu me perdôo por...". O perdão é sempre assim mesmo, é pessoal e intransferível.

O perdão aos outros é apenas um modo de dizermos aos outros que já nos perdoamos. Perdoarmo-nos é restabelecer a nossa própria unidade, a nossa inteireza diante da vida, é unir outra vez o que a culpa dividiu, é uma aceitação integral daquilo que já aconteceu, daquilo que já passou, daquilo que já não tem jeito; é o encontro corajoso e amoroso com a realidade.
Somente aqueles que desenvolveram a capacidade de auto-perdão conseguem energia para uma vida psicológica sadia. A criança faz isto muito bem. O perdão é a própria aceitação da vida do jeito que ela é, nos altos e nos baixos. O auto-perdão é a capacidade de dizer adeus ao passado, é a aceitação de que o passado é uma fantasia, é apenas saber perder o que já está perdido. O auto-perdão é um sim à vida que nos rodeia agora, é uma adesão ao presente, à única coisa viva que possuímos, que são nossas possibilidades neste momento. Não podemos abraçar o presente, a vida, o passado e a morte ao mesmo tempo. O perdão é uma opção para a vida, o auto-perdão é a paciência diante da escuridão, é o vislumbre da aurora no final da noite. O auto-perdão é o sacudir da poeira, é a renovação da auto-estima e da alegria de viver, é o agradecimento por sabermos que mais importante do que termos cometido um erro é estarmos vivos, é estarmos presentes.

Para encerrar este tema, quero sugerir-lhes uma reflexão sobre este texto escrito por Frederick Pearls: "Que isto fique para o homem! Tentar ser algo que não é, ter idéias que não são atingíveis, ter a praga do perfeccionismo de forma a estar livre de críticas, é abrir a senda infinita da tortura mental.

Amigo, não seja um perfeccionista. Perfeccionismo é uma maldição e uma prisão. Quanto mais você treme, mais erra o alvo. Amigo, não tenha medo de erros, erros não são pecados, erros são formas de fazer algo de maneira diferente, talvez criativamente nova. Amigo, não fique aborrecido por seus erros. Alegre-se por eles, você teve a coragem de dar algo de si".

(*) Antônio Roberto Soares é autor dos livros "É possível ser feliz" e Relacionamentos".

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Quantas coisas temos que fazer para manter um casamento?

A frase acima seria um bom título para um filme do Woody Allen. E como os filmes dele, nem sempre o final seria feliz ou previsível como a maioria das comédias românticas americanas.
Mas a pergunta incita respostas abrangentes. Uma ocasião conheci um homem maduro casado há mais de 20 anos que dizia não fazer mais sexo com sua esposa. Viviam como irmãos. E eu não via sentido nisso. Aliás, continuo não vendo. Mas a gente sabe que existem inúmeros casais que vivem assim e isso não tem nada a ver com a idade. Mas o casamento se mantém. O casal mora na mesma casa, dorme na mesma cama, convida amigos para jantar, viaja, comemora Natal, aniversários.
Em outros casos, a esposa mantém o marido apesar de ele traí-la sistematicamente. Mas isso está mudando. Há homens que estão achando caro manter a esposa, digamos, original de fábrica, e estão preferindo o divórcio e um novo relacionamento com alguém bem mais jovem e que não dê nem muitas despesas nem fique fazendo cobranças ou exigências. Tipo assim: estão trocando o Corolla anos 2005 por um Uno Vivace 2012.
E há os casais que ainda encaram o casamento como um aprendizado. E todo aprendizado implica cometer erros e corrigi-los. Mas isso exige uma boa dose de maturidade e alteridade, quer dizer, se colocar no lugar do outro antes de criticar, antes de cobrar, antes de exigir que o "outro" o aceite como você é, você deve aceitar o "outro" como ele é. E quem faz isso? Ou quem consegue fazer isso?
Por que respeitar o que o outro gosta é tão difícil? Por que somos essencialmente EGOístas e defendemos a satisfação de nossas necessidades acima de tudo. Claro que, tudo isso se processa internamente e nós nem nos damos conta. Por isso é tão importante a auto-observação. O se olhar e se enxergar. Mas nem todo mundo gosta, porque em geral o que se vê é muito diferente da nossa imagem idealizada de nós mesmos. Dói. Dói muito. Por isso esse processo, muitas vezes, diria que na maioria das vezes, deve ser acompanhado por um especialista: um padre, um pastor, um terapeuta, psiquiatra, psicólogo.
Porque dá um nó na cabeça. E uma dor enorme no coração. Acontece que sem isso não crescemos. Vamos continuar meninos e meninas mimados, filhinhos de nossas mamães e papais.
Não tenho a fórmula, não tenho receitas. E nem digo que o autoconhecimento é a fórmula ou a receita. É o processo.
Então, não tenho a receita para manter um casamento feliz (complemento que não estava no título deste post). Mas se não for para ser feliz, para que mantê-lo?
Então, não tenho a fórmula, mas sei por experiência própria que o esforço é grande e deve ser compartilhado. E quando um perceber que o outro não está se empenhando dentro da proposta inicial que o levou a ter um relacionamento sério e marital, sou a favor de falar. A dedicação deve ser mútua. Do contrário, mais cedo ou mais tarde, o Titanic vai encontrar um iceberg pela frente.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A familiaridade cria tédio

O rosto muda.
"A familiaridade cria tédio. Vc nunca é receptivo ao familiar. Vc nunca olha sua esposa. Ela está com vc há tantos anos que vc se esqueceu completamente de que ela existe. Qual é o rosto da sua esposa? Vc olhou para ela recentemente? Talvez já tenha se esquecido completamente do rosto dela. Se vc fechar os olhos e meditar e se lembrar, poderá se lembrar do rosto - e dos olhos - para o qual vc olhou pela primeira vez. Mas sua mulher é um fluxo, um rio mudando constantemente. O rosto mudou, ela agora ficou velha. O rio correu e correu, novas curvas foram formadas; o corpo mudou. Vc olhou para ela recentemente? Sua mulher é tão familiar que não há nenhuma necessidade. Devido à familiaridade, tudo desapareceu. Mas não foi sempre assim. Certa vez vc se apaixonou por essa mulher. Esse momento não existe mais; agora vc não olha absolutamente para ela. Maridos e mulheres evitam se olhar." (Osho, em Vida, Amor e Riso)
Vc já olhou para sua mulher hoje?

Vale para as esposas tb, é claro!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Entrevista com a atriz Patrícia Naves

Escrevi o texto abaixo em junho de 2010, por ocasião da Copa do Mundo. Seria para uma revista para a qual fazia um frila na época. Mas a pauta caiu então decidi agora publicar a entrevista que fiz com a atriz Patricia Naves, esposa do jornalista esportivo Mauro Naves. ela é uma gracinha, supergentil, me atendeu por telefone, de sua casa, entre uma viagem e outra, já que estava acompanhando o marido que cobria a Seleção Brasileira, antes de embarem para a África do Sul. Espero que gostem. Eu gostei.

“Agora veio o reconhecimento”


A atriz Patrícia Naves, na sala de sua casa
Patrícia conheceu Mauro Naves durante um Carnaval, no Rio, assistindo a um desfile da Grande Rio. Mas só conheceu. O interesse pelo jornalista da Rede Globo só foi se confirmar anos mais tarde quando, já separada do primeiro marido, reviu Naves. “Eu não queria saber de nada. Estava fechada para balanço.” Isso foi em 1995. Naves era solteiro, ela já tinha uma filha (Bárbara); ele tinha fama de namorador e Patrícia vinha de um casamento de 13 anos. Mas a paixão falou mais alto. No dia 3 de fevereiro de 1996 estavam se casando. Tudo bem que ela tomou a iniciativa de comprar as alianças de noivado porque achou que a relação estava se arrastando – “Sabe aquele chove não molha? Então resolvi oficializar. E ele topou numa boa”, comenta rindo.
Mineira de Patrocínio, cruzeirense (“lógico! Em Minas não tem outro time!”), Patrícia cresceu cercada de carinho e, principalmente, do apoio do pai, José Novaes, que deixou de herança, além de sólidos valores, o gosto pela pesca. Sim, Patrícia Naves, essa mulher linda, formada em Belas Artes pela UFMG adora pescar e leva os filhos Raíssa, 13 e Maurício, 9,  junto, tanto que eles já aderiram ao hobbie da mãe.
E como fica a paixão pelo marido que vive viajando? Ela conta que sempre soube que a vida de Naves era assim. “Quando ele não está no Exterior, cobrindo algum evento como Copa, Olimpíada ou Pan-Americano, está em alguma cidade do Brasil cobrindo um Brasileirão ou outros eventos”, se resigna. Aliás, dois dias depois de casados Mauro Naves embarcou para o Pré-Olímpico da Argentina, ficou mais ou menos 40 dias ausente, voltou e era ela que estava num desfile em Montevidéu. Ela engravidou em abril e aí ele partiu para a Olimpíada de Atlanta. Aniversários? Raramente comemoram juntos. “Meu filho Maurício só passou um aniversário do pai uma vez na vida”. Eu, só quando estive com ele na Granja Comari. A gente comemora depois.”
As saudades são grandes, Mauro sempre viajando e Patrícia também tem trabalhado bastante. “Mas antes era pior: telefone era muito caro e ruim. Agora tem o Skype, a gente se fala sempre!”, comemora. Fora isso, Patrícia costuma acompanhar as matérias em  que Mauro aparece. “Ele gosta, pede minha opinião, eu participo do trabalho dele”. E vice-versa. “Um entende o trabalho do outro”, diz.
E a atuação em Viver a Vida? “Tenho muita gratidão pelo Jayme (Monjardim, diretor da novela) e pelo Maneco (Manoel Carlos, autor) porque a Silvia me possibilitou ter certeza de que sou capaz. O Maneco escreve ao longo da novela e foi ele quem fez a personagem crescer”, diz modestamente. “A gente vê o reconhecimento das pessoas na rua, com uma energia muito boa pela admiração, pelo respeito, foi muito bom! Eu já tinha ficado contente com o meu trabalho em Paraíso Tropical, mas Viver a Vida foi o reconhecimento mesmo!”
E contracenar com o Thiago Lacerda? “E com o Rodrigo (Hilbert)! Ah, é como bate- bola entre amigos, a gente se divertia muito, era muito gostoso”.
E o futuro? “Atuar é o exercício constante da ansiedade. Se estiver trabalhando quer saber se está bom. Se não está trabalhando, quer saber quando vai ser chamado. Férias são boas, mas nessa profissão não dá pra ficar muito longe da mídia”, diz a atriz, que está analisando um texto de teatro, mas que só vai pensar nisso mesmo depois que voltar de uma viagem que fará eu o Mauro e as crianças, depois que a Copa terminar. “Vamos para Orlando, Portugal e Nova York. Aí, sim, vou retomar minha vida profissional.”


Patrícia Naves:
Um filme: Cinema Paradiso – lembra minha própria infância.Eu ia num cinema muito parecido com o do filme na cidade que nasci.
Um livro: Presente do Mar, de Anne Lindbergh – fala sobre as diferentes fases da vida da mulher. É meu livro de cabeceira.
Um sucesso: Viver a Vida
Um ator: Mateus Solano – eu não o conhecia e me surpreendi com o talento dele principalmente porque o Maneco entregava o texto um dia antes da gravação
Uma atriz: Alinne Moraes – impecável sua atuação
Um ídolo – meu pai, José Novaes
Uma viagem: foram muitas que eu fiz em companhia do Mauro, mas à Grécia foi a mais romântica.
Um som: minha filha Bárbara tocando piano para mim. Ela agora mora em Portugal, toca vários instrumentos e agora é DJ. Adoro quando ela toca o tema de Cinema Paradiso no piano para mim.
Um sonho: ter a oportunidade de realizar meus objetivos

terça-feira, 22 de março de 2011

Dia Mundial da Água - Atividades em Santo André

Para celebrar o Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, a Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense preparou uma programação, com uma exposição sobre os mananciais e atividades nas escolas da região. Todas as atividades são gratuitas.
A programação começa no próprio dia 22, com a abertura da exposição “Proteja os Mananciais”, que busca esclarecer o que é um manancial e qual a importância de protegê-lo. São 14 banners que apresentam as principais ameaças à produção de água de qualidade e em quantidade para o consumo e algumas das alternativas para sua recuperação e preservação. A mostra aborda ainda a criação das Áreas de Proteção e Recuperação aos Mananciais (APRM) das Bacias Hidrográficas dos Reservatórios Guarapiranga e Billings, mananciais de grande relevância da Região Metropolitana de São Paulo. A exposição estará aberta à visitação até o dia 29, das 9h30 às 16h, no Centro de Visitantes do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba.
E nos dias 22, 24 e 25 de março, acontece a oficina “Brincando e aprendendo sobre os recursos hídricos”, nas escolas de Paranapiacaba e Parque Andreense. A atividade, destinadas aos alunos do ensino infantil e fundamental, contará com uma série de jogos interativos sobre a temática dos recursos hídricos. Também será debatido com os grupos a necessidade da economia de água.
A Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense foi criada em 2009. Ela é a responsável pela administração de 55% do território de Santo André e compreende, além da histórica vila ferroviária, a área de proteção e preservação de mananciais da cidade.

Serviço:

Programação do Dia Mundial da Água em Paranapiacaba e Parque Andreense

Exposição “Proteja os mananciais”
De 22 a 29 de março, das 9h30 às 16h, no Centro de Visitantes do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba (Av. Rodrigues Alves, 471 A, na Parte Baixa de Paranapiacaba).

“Brincando e aprendendo sobre os recursos hídricos”
Dias 22, 24 e 25 de março
Atividades relacionadas à temática dos recursos hídricos, nas escolas de Paranapiacaba e Parque Andreense.
Todas atividades são gratuitas
Mais informações sobre a programação: 11 4439-1327

Walkiria queria

Super Lua no Perigeu
Walkiria queria um dia pra ela. Sabe assim? no meio da semana. Não no sábado ou no domingo ou no feriado. Não. De semana. Pra fazer café no meio da manhã e comer sequilhos na frente do computador enquanto assistia aos videos enviados pelos amigos por e-mail que só lotavam sua caixa postal. Pra ler o que desse na telha, pra ver TV, ouvir música, dançar, espichar na cama, brincar com os gatos e não fazer nada. Walkiria queria dormir depois do almoço, acordar e olhar a janela lá fora e ver que estava garoando e pensar - que bom! eu estou aqui no quentinho. Não sair pra nada, mergulhar dentro de si mesma. Walkiria queria. Queria desligar o telefone da tomada e desligar-se do mundo das vozes, das cobranças, dos vendedores chatos de telemarketing que, sim, estão fazendo o seu trabalho mas são chatos. Queria, fazer pipoca e comer vendo aquele filme que há séculos ensaia assistir. Walkiria queria não ter roupa pra lavar, pra passar...não todos os dias. Mas ela também não queria ter uma pessoa que fizesse isso, mas que necessitasse de sua presença ali explicando, fiscalizando. Não. Se um dia tiver uma secretária quer uma que tenha iniciativa, que faça sem mandar. Walkiria queria.

Walkiria queria voltar ao passado e consertar umas coisinhas. Queria refazer outras. Não fazer umas tantas. Walkiria queria. Queria ter muitas plantas em sua sala, um jardim na frente de casa, um ipê na calçada fazendo sombra e amarelando o céu no inverno quando florescesse. Queria um pé de goiaba no quintal, junto com uma horta cheia de alface, tomate e chuchu. Walkiria queria que da  janela do seu quarto pudesse ver o por do sol todos os dias. Mas na hora do por do sol Walkiria não está na janela do seu quarto. Walkiria sentiu raiva de morar numa cidade nublada e perder o espetáculo do Perigeu - que é quando a Lua está mais perto da Terra - fenômeno que só acontece de 18 em 18 anos. Agora, no próximo, vou ter 70 anos! pensou. E então Walkiria se assusta com a conta. E acorda do seu sonho de querer.

Anotações sobre o Feminino

Estou lendo o livro "Mulher: Em busca da feminilidade perdida", organizado por Connie Zweig, uma analista junguiana que, a partir de um determinado sonho decide escrever o livro porque, segundo ela, "aprendi que o alinhamento com meu pai, e - através dele, com a propensão da sociedade de ser patriarcal ou dominada pelo masculino - para possuir plena e conscientemente minha própria identidade feminina - eu precisava romper a conexão com a mente masculina lógica que havia conduzido minha vida como se fora o capitão de um navio disciplinado."
Connie vai desenhando um mosaico de definições sobre o que é feminino, masculino, patriarcal e matriarcal através dos textos de seus convidados, todos também analistas junguianos. As principais questões que Connie pretende desvendar são: o que significa ser mulher num mundo altamente masculinizado para as mulheres que não querem "se masculinizar"? Por que algumas mulheres ainda confundem ser femininas com subserviência e submissão? Por que algumas mulheres não conseguem ser femininas ocupando altos cargos e sendo bem-sucedidas profissionalmente? Por que tantas mulheres querem ter bebês ainda que tardiamente, só para dizer que passou pela experiência da maternidade? e por que se fala tanto sobre espiritualidade feminina e Deusa, quando somos dominados por religiões culturalmente ordenadas pelo masculino?
Já li alguns textos do livro e confesso: isso tudo está mexendo muito comigo. Estou me identificando com vários conteúdos e me questionando sobre meu papel de mãe, de filha, de mulher. E ando ficando muito rebelde, mais do que já sou normalmente e não sei muito bem qual o fim dessa estrada. Se dará em nada? Ando cansada. E confusa. e ao mesmo tempo disposta. e ao mesmo tempo lúcida!
Quero vestir saia, vestido, apesar do trabalho que dá e das cobranças: suas pernas não são mais as mesmas de 30 anos. Você não é a Hebe, a Ana Maria Braga, a Susana Vieira...Você é uma mulher comum, pobre, que não fez lipo, não colocou silicone e teve três filhos. Não faz ginástica, não tem tempo de caminhar, de se cuidar mais, nem grana. Você é isso aí que o espelho mostra diariamente e de forma bem cruel. Uma mulher cinquentona cujo viço da pele vai se perdendo apesar do uso constante e quase compulsivo do hidratante. Os cabelos teimam em ficar cada vez mais brancos, os músculos, cada vez mais flácidos. A barriga, mais roliça, os quilos a mais que, renitentes, não saem do marcador da balança. E tudo isso porque você cismou de deixar a velha calça azul e desbotada no armário para sair me busca do feminino perdido.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Um mundo de descontos no clique do mouse

Costa dos Alcatrazes: descontos em hotéis
Quer descontos para passear e se divertir?
O São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB) acaba de lançar o catálogo online Bem Receber 2011. São mais de 130 ofertas de benefícios e descontos de 5% a 60% em serviços, espaços culturais e de entretenimento da cidade. Os cupons podem ser pesquisados e impressos automaticamente pelo site www.descontosp.com.br.
São tarifas especiais em hospedagem e gastronomia e benefícios como segundo hóspede cortesia em hotéis de bandeira internacional ou um delicioso welcome drink em restaurantes renomados. A escolha é fácil e intuitiva. O usuário busca as ofertas de acordo com sua preferência. A procura pode ser feita por categorias que vão de escolas a parques temáticos, por localidade ou até mesmo por faixa de desconto.
Atrações dos destinos parceiros do SPCVB no interior e litoral do Estado também podem ser aproveitados com economia e praticidade. São 14 cidades próximas à capital paulista que oferecem atividades diferenciadas de turismo de aventura e relaxamento. Entre elas estão Brotas, Costa dos Alcatrazes, Ilhabela, Itu e São Roque.
“Os cupons representam uma ótima forma de promover os atrativos da cidade e deixar uma lembrança marcante. Além disso, contamos com mais de 580 associados de diferentes setores, o que facilita uma oferta diversificada”, considera o diretor superintendente da entidade, Toni Sando. Válido para o primeiro semestre de 2011, o catálogo será divulgado em 20 mil cartões-postais da cidade, para distribuição nas principais feiras e eventos pelo Brasil.

Programa Bem Receber

Criado em 2006, o Bem Receber reúne uma série de ações para cativar visitantes de negócios e lazer por meio da boa receptividade. O programa oferece treinamentos para atendentes e concierges da rede hoteleira, além de policiais militares e taxistas, orientando-os sobre como atender bem e encantar o visitante que chega à capital paulista, seja a negócios ou a lazer. O principal objetivo é convencer os turistas a esticar sua permanência na cidade por pelo menos um dia. O projeto contempla ainda a presença do Bem Receber em grandes feiras e eventos, com distribuição de cupons com descontos e benefícios em atividades culturais e de entretenimento.

Sobre o SPCVB

Com 27 anos de existência e primeiro Convention & Visitors Bureau da América do Sul, o SPCVB é uma fundação estadual de direito privado, sem fins lucrativos, congregando atualmente aproximadamente 580 associados-mantenedores, que representam todos os segmentos do trade turístico paulistano. Seus objetivos são a ampliação do número de visitantes em São Paulo - hoje em torno de 11 milhões - e o aumento de sua estadia em nossa cidade, além de dinamizar o volume de negócios e o mercado de consumo na capital. Para isso, busca integrar setores da sociedade por meio de parcerias público-privadas e facilitar novos projetos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e da renda da população em São Paulo.


Acesse www.visitesaopaulo.com

PSICOLOGIA DO DINHEIRO

Quem disse que dinheiro não dá em árvore?
Compreender o significado e as atitudes das pessoas perante o dinheiro levando em conta padrões familiares e tabus transmitidos de geração em geração ao longo do ciclo vital, é o processo proposto pela psicóloga Valéria Meirelles, que estuda a Psicologia do Dinheiro – teoria ainda inédita no Brasil, uma das áreas da Psicologia Econômica.

Especialista em terapia de Casal e Família (PUC-SP) e Mestrado no Núcleo de Estudos de Psicologia Clínica em Família e Comunidade (PUC-SP), aprofundou-se no tema já publicado na Europa em 1987 e detalhado em 1998 no livro “The Psychology of Money” (Adrian Furnham e Michael Argyle) que refinou a teoria, incluindo as patologias financeiras: vício em jogo, consumismo, avareza, entre outras.

Agora, Valéria traz a teoria para a realidade brasileira em sua tese de doutorado, em andamento, intitulada “Cara e Coroa – Atitudes de Homens e Mulheres perante o Dinheiro ao longo do ciclo vital”.

Tanto nas pesquisas bibliográficas como na prática clínica, a psicóloga encontrou os motivos que levam as pessoas a terem péssimas relações com o dinheiro. “Ainda que o dinheiro faça parte de nosso dia a dia, se pensarmos bem, nem mesmo nossos pais se pararam para nos dar noções básicas sobre o seu uso. Aprendemos muito mais assistindo do que com explicações. Sem perceber, repetimos padrões financeiros familiares que ora nos ajudam, ora nos atrapalham, dependendo do contexto e da relação”, diz Valéria.

A Psicologia do Dinheiro torna-se importante ferramenta especialmente aqueles que se interessam pelo Planejamento Financeiro, pois antes de saber como poupar, onde investir e gastar com inteligência é importante saber o que ele significa para você e qual o lugar que ocupa em sua vida.

“A questão do dinheiro não é só capitalista, é mental. Afinal, por que sabemos exatamente o que deve ser feito para poupar, e mesmo assim, muita gente não consegue, demonstrando atitudes completamente irracionais?”, questiona.

Há também a questão familiar: Muitas vezes, frases feitas e repetidas ao longo da vida de um indivíduo marcam profundamente a visão dele sobre o dinheiro. Por exemplo: “Dinheiro não é tudo na vida”. “Só com muito esforço o dinheiro vem”. “Quem muito quer, pouco tem”. Parece simples desvencilhar-se dessas crenças, mas elas ficam muito mais enraizadas do que se pode imaginar e para isto, é importante também identificar e direcionar.

Através da junção de conceitos de terapia familiar (área de origem na formação de Valéria) com a Psicologia do Dinheiro, a psicóloga se propõe a ajudar as pessoas a identificarem o que foi exposto até aqui para então poderem colocar em prática os ensinamentos sobre dinheiro (que fazem parte da Educação Financeira) e claro, atingirem seus objetivos de maneira mais consciente e saudável.

Tabu

Falar de Dinheiro seja em família, entre amigos, com parceiros, cônjuges muitas vezes é mais difícil do que falar de sexo. “O dinheiro é um verdadeiro tabu. Pouco se discute, pois a maioria das pessoas sente-se desconfortável em falar sobre ele, especialmente quando envolve amor. Por dinheiro muito se constrói, mas também muito se disputa. Famílias se rompem e muitas heranças negativas são deixadas por gerações”, diz Valéria. Segundo a especialista, a Psicologia do Dinheiro trabalha todos esses assuntos com objetivo de ajudar as pessoas a compreenderem o significado do dinheiro em suas vidas, identificar as atitudes que possuem em relação a ele e a partir daí promover uma mudança que gere ganhos financeiros e pessoais.

São estes os temas que a Psicologia do Dinheiro engloba: atitudes frente ao dinheiro; jovens, socialização econômica e dinheiro; dinheiro e a vida do dia a dia; loucura do dinheiro – dinheiro e saúde mental; bens e heranças; dinheiro e a família; dinheiro no trabalho; desperdício de dinheiro; os muito ricos; dinheiro e felicidade.

Valéria Meirelles é formada em Psicologia pela USP há 21 anos; Mestre e Doutoranda pela PUC-SP e especialista em Terapia de Casal e Familiar (PUC-SP). Atua em na área clínica há 19 anos. Também é Coach.

Fonte:Floter & Schauff Assessoria de Imprensa
Jornalista Responsável: Christiane Alves
Tel: ( 11 )  3085-6583
Fax: ( ) 
Email: christiane@flotereschauff.com.br

terça-feira, 15 de março de 2011

Memorial da resistência/Pinacoteca/Jardim da Luz

Prédio onde funcionava o Deops, em 64
Entre 1964 e 1980 o Brasil viveu sob o regime de Ditadura Militar. Essa história está registrada no Memorial da Resistência de São Paulo, uma instituição dedicada à preservação das memórias da resistência e da repressão políticas instalada em parte do edifício que sediou o Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo – Deops/SP, entre os anos de 1940 a 1983.
O Memorial foi inaugurado em 24 de janeiro de 2009,  para lembrar a população de uma fase negra, escura e triste na nossa história. 
Estive lá na semana passada e pude ver as celas onde os presos políticos eram mantidos. Eram quatro celas. Em cada uma delas ficavam de 16 a 30 pessoas, dependendo da época. As pessoas eram torturadas - não nas celas - mas próximo dali de modo que os presos ouviam os gritos dos torturados além de verem em que condições eles voltavam das sessões de tortura.
Lá no museu é possível ouvir depoimentos de sobreviventes sobre a rotina da prisão.
Uma das celas foi mantida intacta com as marcas nas paredes dos nomes das pessoas que passaram por lá. Mantiveream alguns colchonetes e toda uma ambientação representando aqueles dias negros.
É de arrepiar.
Tirando esse aspecto triste o Memorial possui um programa museológico estruturado em procedimentos de pesquisa, salvaguarda (ações de documentação e conservação) e comunicação (exposições e ação educativa e cultural) patrimoniais por meio de seis linhas de ação. Voltadas à pesquisa e à extroversão dos principais conceitos norteadores do Memorial e atuando articuladamente, essas linhas objetivam fazer da instituição um espaço voltado à reflexão e que promova ações que possam colaborar na formação de cidadãos conscientes e críticos, sensibilizando para a importância do exercício da cidadania, da valorização da democracia e do respeito aos direitos humanos.
- Centro de Referência (conexão em rede com fontes documentais e bibliográficas)
- Lugares da Memória (inventário dos lugares da memória localizados no Estado de São Paulo)
- Coleta Regular de Testemunhos (registro de testemunhos de cidadãos envolvidos com as ações do Deops/SP)
- Exposição (exposição de longa duração e mostras temporárias)
- Ação Educativa (encontros de formação para educadores, produção de materiais pedagógicos de apoio, visitas educativas e palestras)
- Ação Cultural (seminários, lançamento de filmes e de livros, apresentação de peças de teatro)(parte do texto extraído do site da Pinacoteca do Estado).
Após a visita é possível relaxar na cafeteria do espaço, bem decorada e com vista para o pátio do estacionamento da SalaSão Paulo. Tomamos dois cafés simples, uma Schwepps e comemos um pão de quijo e dois quibes. Pagamos em torno de R$ 20.
Saguão da Estação Sorocabana/Sala São Paulo
O Memorial fica ao lado da Sala São Paulo, o imponente edifício da Estrada de Ferro Sorocabana que abriga hoje a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e uma das mais importantes casas de concertos e eventos do País.
Quando fui não estava aberta à visitação, mas apreciar a arquitetura do prédio em si já é um deleite. Ele possui um salão gigante com três lustres enormes, que faz divisa com a estação. Aliás, a estação também possui uma arquitetura fantástica com as estruturas de ferro  e a bilheteria que manteve a decoração em madeira original, bem como o relógio que lembra o da estação de trem da antológica cena do filme Os Intocáveis.
"O caipira picando fumo", de Antonio Almeida




Também estive na Pinacoteca do estado e no Jardim da Luz . A Pinacoteca está em reforma e promete reabrir com muitas novidades. Mas é possível ver parte do acervo formado por obras importantes como os quadros de Antonio Almeida, Di Cavalcanti, Anita Malfati, Volpi e Cândido Portinari. É possível através do site se informar sobre a data da abertura da nova disposição de exposição do acervo. Mas assim como a Sala São Paulo, o prédio da Pinacoteca já vale o passeio. Há também uma loja funcionando e uma cafeteria também em reforma que reabrirá na nova fase. Para entrar na Pinacoteca, durante a semana, você paga R$ 6 inteira e R$ 3 meia entrada. Os ingressos valem para o Memorial.
Algumas obras a Pinacoteca estão no Jardim da Luz
Ao lado o Jardim da Luz, com seus mais de 110 mil metros quadrados de Mata Atlântica está ao lado da Estação da Luz, próximo ao Museu de Arte Sacra de São Paulo e ao Departamento Histórico da Prefeitura do Município. No Jardim, encontra-se a sede da Pinacoteca de São Paulo. Originalmente um jardim botânico, foi transformado em jardim público no fim do século XIX.
Em 1900 foi aí inaugurada a sede do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, prédio que atualmente abriga a supracitada Pinacoteca.
O aquário da Luz está com a água muito suja
Durante grande parte do século XX o Jardim passou um grave período de degradação, servindo de zona de prostituição e tráfico de drogas. A situação reverteu-se com uma política de revitalização da região central levada a cabo pelo Governo do Estado cujos resultados foram, entre outros, a instalação de esculturas ao longo do parque, reforma da Pinacoteca, maior policiamento e valorização da região.
Algumas obras do acervo da Pinacoteca estão expostas no parque que também possui um aquário (que poderia estar mais bem cuidado)
Um casal de namorados
no subsolo de um dos lagos. Apesar de as instalações estarem limpas e, pasmem!, sem cheirinho de xixi - comum naquela região da cidade - a água dos peixes está muito turva e com poucos peixes. Tem também uma caverna artificial bem interessante. Em cima dela fica um belvedere com bancos em volta, um lugar bem romântico, bom para namorar. 
Vista lateral do prédio da Pinacoteca
Pra fazer um passeio desse não se gasta muito, mas é bom vestir roupas bem confortáveis e tênis ou sapatos que não apertem os pés porque a gente anda muuuito. É bem agradável o contato com a natureza e com as obras de arte. Assim como, apesar de não ser tão agradável o contato com as celas do  Memorial, mas é bacana ver que moramos num país de relativa liberdade onde se pode lembrar de tempos que deveriam ser esquecidos mas ao mesmo tempo, devem ser lembrados para que não se repitam. Todas as escolas, faculdades, igrejas e comunidades deveriam organizar visitas a esses locais, principalmente ao Memorial para que essas novas gerações tomem consciência dos erros do passado e eles não se repitam.





Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...