segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Saia do trilho e assuma a sua trilha"

Estou lendo este livro (entre tantos outros), de Louis Burlamaqui. "Com base na física quântica e na psicologia, o autor sintetiza 12 passos que conduzem as pessoas a novos padrões de comportamento capazes de promover mudanças que levam à fluidez, característica principal para o novo mundo que desponta. Para isso, é necessária a quebra de paradigmas, com o abandono de crenças limitantes, permitindo ao ser humano tornar-se livre daquilo que não corresponde à sua essência. Dentro dessa proposta, o primeiro passo é a identificação dos pactos, em todos os níveis, acolhidos como verdades e que levam a repetições de histórias, ao desgaste de energia e ao obscurecimento do potencial criativo.  A partir desta identificação, abre-se espaço para a construção de novos comportamentos e, o mais importante, a capacidade de ser quem você é em sua plenitude de realização." O conteúdo do livro me deu a sensação de já ter visto o assunto em outros  estudos, até mesmo na psicologia analítica, na filosofia Brahma Kumaris, em parte no Espiritismo...na PNL. Diferentemente de outros autores, porém, Burlamaqui (será parente da atriz?) consegue fazer o leitor deslizar pelo texto, com uma escrita didática, suave e objetiva. Ele propõe descobrir as chaves para identificar os pactos - o mesmo que crenças, em geral, limitantes, opressivas e repressoras - fazendo perguntas simples para problemas complexos, tipo: O que não está bem na minha vida hoje? O que mais me incomoda hoje? O que eu quero e ainda não obtive? O que mais uma vez ocorreu em minha vida e não me agradou? O que não está bem em mim?
Bom, se vc responder a essas perguntinhas com sinceridade já é meio caminho andado! O primeiro passo para a cura é descobrir que está doente.
Nossas crenças limitantes surgem a partir dos complexos que, por sua vez, surgem a partir de traumas (e trauma, veja, não precisa necessariamente ser um abuso sexual, um quase afogamento etc; surras recorrentes ou seu pai ou sua mãe lhe dizerem que vc é burro já é suficiente para vc amealhar um complexozinho básico de inferioridade que vai lhe perturbar o resto na vida!), que em geral acontecem porque vc quis se expressar genuinamente de alguma forma e não deixaram, ou ridicularizaram ou diminuíram, menosprezaram, desacreditaram, puniram, etc etc etc.
Livros como este de Burlamaqui tentam ajudar a pessoa a mudar suas crenças identificando os pontos de bloqueio da energia - daí o nome do livro "Flua" - porque as crenças limitantes - eu não mereço, eu não sou capaz - bloqueiam a energia vital que faria vc ser o Ronaldo Fenômeno da família em vez de ser aquele que não deu em nada e que todos criticam. Claro que, essas crenças ocorrem em nível inconsciente, mas, a partir do momento que vc as identifica, elas passam a fazer parte do seu consciente e aí é possível transformar sua realidade.
Mas atenção! o livro apenas não resolve porque se resolvesse os consultórios de psicólogos, psiquiatras e analistas não estariam bombando e com filas de espera para atendimento.
Então, é assim, leia o livro - esse e outros que a gente vai indicando por aqui - mas não deixe de fazer sua análise, sua terapia, porque sozinho o caminho é mais longo. Lembre-se: o terapeuta já percorreu o caminho das pedras e está apto a ajudá-lo a percorrer o seu.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

James Hillman por Marcus Quintaes

James Hillman
A assessoria da editora Paulus enviou material sobre lançamento de livro na área da psicologia analítica que achei bem interessante.
Um dos divulgadores da psicologia arquetípica de James Hillman (http://www.salves.com.br/jb-hillman.htm) no Brasil, Marcus Quintaes (http://grupohimma.blogspot.com e http://travessiadorubicao.blogspot.com) lança, pela Paulus, Letras Imaginativas – Breves Ensaios de Psicologia Arquetípica. Da coleção Amor e Psique, a obra é uma correspondência real com o inconsciente, atestada por imagens dotadas de alma e corpo.

“Fiquemos com as imagens, como propõe a regra única da psicologia arquetípica: raiva, insulto, fúria, inimigos, destruição, guerra, Ares, Marte. Este é James Hillman. Um homem que se configura como um pensador que prefere a paixão violenta das guerras pelas ideias a um pacifismo ingênuo e passivo que acaba por esterilizar e embotar o pensamento”, explica o autor.

Marcus Quintaes
Na obra, Quintaes mobiliza a imaginação com um estilo criativo a partir de temas de grande relevância clínica e cultural, apresentando casos de histeria, depressão e paranoia. Por outro lado, também enfatiza o amor (e beijos) – de forma amorosa, sedutora e erótica –, sobretudo o amor pelas imagens.

“Com seus textos, Marcus nos leva a sair do pensamento comum, da lógica conhecida, para confrontar os desafios e enfrentar a jornada pessoal. Seus textos, ao mesmo tempo líricos e poéticos, são contundentes. Vale a pena conferir”, afirma Maria Elci Spaccaquerche, psicóloga e uma das coordenadoras da coleção Amor e Psique.

A partir de sua lógica brilhante, o psicanalista instiga o leitor a não aceitar as teorias, mas a viver as experiências interiores, as imagens, e deixar que elas vivam em nós, abrindo espaço para a grande aventura de ser. “Em Hillman e em seus escritos, conjugam-se um panteão de possibilidades míticas. Da violência argumentativa de Ares ao senso estético de Afrodite, das armadilhas intelectuais de Hermes ao aspecto nômade e errante de Dionísio, do amor erótico pelas ideias ao caráter apolíneo de sua erudição. Seus textos são cenários e paisagens por onde desfilam os deuses que compõem o seu particular politeísmo”, conclui o autor.

Letras Imaginativas – Breves Ensaios de Psicologia Arquetípica (176 pág., R$ 22) é um livro de valor prático para estudantes, profissionais e leigos que desejam saber como usar a psicologia arquetípica tanto profissionalmente quanto em suas próprias vidas.

Marcus Quintaes é psicanalista junguiano, membro do Grupo Himma: Estudos em Psicologia Imaginal (SP), membro do Rubicão: Travessias Junguianas (RJ) e da IAJS. Coordenador de seminários sobre o Pensamento Pós-Junguiano e a Psicologia Arquetípica de James Hillman no Rio de Janeiro e São Paulo.

O lançamento oficial da obra deve acontecer dia 26 de agosto, sexta-feira, das 18h30 às 21h30, na Livraria da Vila, que fica na rua Fradique Coutinho, nº 915, na Vila Madalena, São Paulo/SP. Quem puder, vá conferir.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O que vc precisa saber sobre Constelações

Informações importantes e esclarecedoras estão no livro da socióloga, consteladora e psicoterapeuta Zaquie Meredith  "O Que Você Precisa Saber"/"A Consciência das Sensações e Constelações".

O livro já foi lido por centenas de milhares de pessoas importantes como eu e você, mas nem todas tão conhecidas como a  mulher de Ronaldo Fenômeno, Bia Antony, que tirou uma foto com a autora, deixou um recado em seu blog (www.zaquie.com), e que eu divido aqui com meus leitores:

Bia e Zaquie, lindas
 “Oi querida, comecei a ler seu livro!!! Estou encantada! Desde a ilustração, a narrativa até a descrição e explicação das sensaçaões ligando-as ao orgãos… Veio em ótima hora! E sim, definitivamente você pode dizer que é escritora! Parabéns! Quero outros exemplares para compartilhar… Beijos” (Bia Antony)
Dia 17 de setembro Zaquie vai promover o curso da Constelação Organizacional que estará aberto (pouquíssimas vagas) para o público. E, dia 1º de outubro, novamente o workshop Constelações Familiares
Vc pode ver a Zaquie em ação também no programa pela internet que vai ao ar às quartas-feiras, mas fica gravado no link que pode ser acessado logo abaixo, onde também divulgo os endereços dela no Linkefin, no Facebook e no Twitter para quem quiser fazer parte da rede dela. Em breve, mais notícias! Na página da Zaquie é possível ver toda a programação de cursos e workshops. Acesse!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O que atraímos para nossa vida?

"Um recém-nascido entrou no centro cirúrgico da Santa Casa de Ourinhos, a 370 km de São Paulo, para uma cirurgia de intestino e saiu com a mão direita amputada. Após passar pela operação, a criança apresentou ainda queimaduras no peito e até esta quinta-feira (18/08) à tarde continuava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A família não entende o que aconteceu e procurou a Polícia Civil para denunciar um possível erro médico.

De acordo com o pai, Daniel Henrique da Cruz Almeida, o bebê, do sexo masculino, que completou 46 dias, nasceu com o pâncreas colado no intestino e precisou passar por uma cirurgia. Ele foi internado no dia 13 de julho. Depois da cirurgia, os pais foram ao hospital e verificaram que a criança tinha uma queimadura de segundo grau no peito e uma atadura na mão. "Disseram que era um problema de má circulação, mas depois eu soube que a mão foi amputada", disse o pai. Sem receber informações, ele procurou a polícia. "Nosso filho entrou para a cirurgia perfeito e saiu com uma lesão", desabafou." (Repórter Diário - 19/08/2001) http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/304158/bebe-tem-mao-amputada-em-cirurgia-de-intestino/

Olho para esta reportagem e me pergunto: o que faz  uma criatura atrair para si tamanha desgraça. Digo desgraça no sentido de falta de graça, falta de bênção, falta de consideração, de amor, de cuidado...

O que é isso que leva tantas pessoas a sofrer? Não, não me satisfaz aquela teoria kardecista, segundo a qual, alguém que cometeu o mal no passado, sofrerá o mesmo mal num dia qualquer de sua existência. Isso está muito próximo da lei de Talião e não combina com a evolução do Homem. É uma explicação simplista demais para uma complexidade tão grande de fatores que compõem a psique de um ser humano. Já sabemos que nosso pensamento pode afetar células, gerar saúde ou doença. Mas daí a atrairmos uma catástrofe? Um tsunami? Um terremoto? Uma enchente? Um atropelamento com morte ou com mutilação?
O que é isso?Existimos para nos nos tornarmos um com o todo, um com nossa essência divina a que Jung denominada self. O homem nasce e aos poucos vai se tornando consciente. Uma criança de 45 dias, é totalmente inconsciente.Como poderia ter constelado tamanha desgraça em sua vida? Nesse caso, então, a teoria espírita caberia. A criança já traria em seu inconsciente uma programação para sofrer. E estaria aí a Justiça divina? e de que adiantaria essa criança sofrer em tão tenra idade se é inconsciente? Um fato como esse só serve para a pessoa ter complexos de inferioridade o resto de sua vida. Seus pais, ódio pelos médicos, falta de fé na Justiça dos homens, enfim, onde, afinal, o benefício?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Constelações familiares

Zaquie Meredith

No sábado 13 de agosto participei de um workshop organizado pela terapeuta Zaquie Meredith (www.zaquie.com) sobre Constelação Familiar.

"Constelação familiar é uma terapia breve idealizada pelo filósofo alemão Bert Hellinger. Uma espécie de pronto-socorro para relacionamentos. É uma abordagem terapêutica para dificuldades em relacionamentos familiares, ou relacionamentos em geral (trabalho, dinheiro). Traz à luz tudo aquilo que está oculto e que precisa ser solucionado. Traz inúmeros benefícios ao indivíduo e à sua família, mesmo que ela não esteja presente. Coloca em evidência a conexão profunda e invisível que temos com a nossa família, ou em relacionamentos em uma ou mais gerações."

Participei da vivência porque queria conhecer - a gente só pode falar daquilo que vivenciou, que experimentou -, e porque foi recomendado pela minha terapeuta e professora como forma de abrandar o conflito existente entre mim e minha filha mais velha.

Abaixo copiei um texto da Wikipédia sobre Constelações Familiares e vai aí também um link do site do idealizador da terapêutica, Bert Hellinger (www.institutohellinger.com.br), onde se pode encontrar muitas informações pertinentes, participar de workshops, eventos, palestras e cursos. No site da Zaquie (www.zaquie.com) igualmente é possível obter mais informações e agendar cursos e se inscrever para os próximos workshops. Ela também é autora de alguns livros sobre o assunto.

Introdução e desenvolvimento do método

Bert Hellinger e a esposa, Maria Sophie
Hellinger desenvolveu seu método a partir de observações empíricas, fundamentadas em diversas formas de psicoterapia familiar, dos padrões de comportamento que se repetem nas famílias e grupos familiares ao longo de gerações.
Esse filósofo alemão, nascido em Leimen, em 18 de dezembro em 1925, deparou-se com um fenômeno descortinado pela psicoterapeuta americana Virginia Satir nos anos 70, quando esta trabalhava com o seu método das “esculturas familiares”: que uma pessoa estranha, convocada a representar um membro da família, passa a se sentir exatamente como a pessoa a qual representa, às vezes reproduzindo, de forma exata, sintomas físicos da pessoa a qual representa, mesmo sem saber nada a respeito dela.
Esse fenômeno, ainda muito pouco compreendido e explicado, já havia sido descrito anteriormente por Levy Moreno, criador do psicodrama. Algumas hipóteses têm sido levantadas também utilizando-se da teoria de evolução dos "campos morfogenéticos", formulada pelo biólogo britânico Rupert Sheldrake.
De posse de detalhadas observações sobre tal fenômeno, Hellinger adquiriu experiência e, baseado ainda na técnica descrita por Eric Berne e aprimorada por sua seguidora Fanita English de “análise de histórias”, descobriu que muitos problemas, dificuldades e mesmo doenças de seus clientes estavam ligadas a destinos de membros anteriores de seu grupo familiar.

As descobertas fundamentais

Hellinger descobriu alguns pontos esclarecedores sobre a dinâmica da sensação de “consciência leve” e “consciencia pesada”, e propôs uma “consciência de clã” (por ele também chamada de “alma”-- no sentido de algo que dá movimento , que “anima”), que se norteia por “ordens” arcaicas simples, que ele denominou de “ordens do amor”, e demonstrou a forma como essa consciência nos enreda inconscientemente na repetição do destino de outros membros do grupo familiar. Essas ordens do amor referem-se a três princípios norteadores:
  •  a necessidade de pertencer ao grupo ou clã
  •  a necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber nos relacionamentos
  •  a necessidade de hierarquia dentro do grupo ou clã
As ordens do amor são forças dinâmicas e articuladas que atuam em nossas famílias ou relacionamentos íntimos. Percebemos a desordem dessas forças sob a forma de sofrimento e doença. Em contrapartida, percebemos seu fluxo harmonioso como uma sensação de estar bem no mundo.

O procedimento

A “constelação familiar” consiste em um método no qual um cliente apresenta um tema de trabalho e, em seguida, o terapeuta solicita informações factuais sobre a vida de membros de sua família, como mortes precoces, suicídios, assassinatos, doenças graves, casamentos anteriores, número de filhos ou irmãos.
Com base nessas informações, solicita-se ao cliente que escolha entre outros membros do grupo, de preferência estranhos a sua história, alguns para representar membros do grupo familiar ou ele mesmo. Esses representantes são dispostos no espaço de trabalho de forma a representar como o cliente sente que se apresentam as relações entre tais membros. Em seguida, guiado pelas reações desses representantes, pelo conhecimento das "ordens do amor" e pela sua conexão com o sistema familiar do cliente, o terapeuta conduz, quando possível, os representantes até uma imagem de solução onde todos os representantes tenham um lugar e se sintam bem dentro do sistema familiar.
Nos anos recentes (2003-2005), Hellinger apurou sua forma de trabalho para um desenvolvimento ainda mais abrangente, que ele denominou de "movimentos da alma". Estes abrangem contextos mais amplos do que o grupo familiar, tais como o grupo étnico. Descobriu e descreveu ainda os efeitos das intervenções (chamado de “ajuda”) e os princípios que norteiam a ajuda efetiva, criando assim também as chamadas “ordens da ajuda”.

Aplicações

A abordagem apresenta uma vasta gama de aplicações práticas devido aos seus efeitos esclarecedores no campo das relações humanas, como:
  • melhoria das relações familiares
  • melhoria das relações interpessoais nas empresas
  • melhoria das relações no ambiente educacional
Tais aplicações deram início a abordagens derivadas, denominadas de constelações familiares, constelações organizacionais e pedagogia sistêmica.

Críticas

Embora os participantes de sessões de Constelações Familiares reportem resultados positivos (Cohen 2009; Cohen 2005; Franke 2003; Lynch & Tucker 2005; Payne 2005), a abordagem diverge explicitamente de muitas psicoterapias cognitivas, comportamentais e psicodinâmicas. Como o método utilizado pelas Constelações Familiares não se deixa ser validado empiricamente por métodos de investigação científicos, só pode ser defendido numa abordagem fenomenológica.

Referências

Hellinger possui uma vasta literatura publicada em mais de 10 idiomas, especialmente em alemão. Em português possui diversos livros publicados pela editora Cultrix e pela Editora Atman.
Os mais significativos são:
  • A fonte não precisa perguntar pelo caminho - Ed. Atman - ISBN - 978-85-98540-15-3
  • Ordens do Amor - Ed. Cultrix - ISBN 85-316-0785-X
  • Ordens da Ajuda - Ed. Atman - ISBN 85-98540-05-6

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Por que fazer terapia 2

Já estou fazendo atendimento como analista com abordagem junguiana num consultório localizado na Vila Mariana.

Estudei - e ainda estudo e acho que a vida toda devo continuar estudando - a Psicanálise tradicional, aquela criada e idealizada pelo conhecido neurologista vienense Sigmund Freud (1836-1939).

A psicanálise é um método de tratamento para perturbações ou distúrbios nervosos ou psíquicos, ou seja, provenientes da psique.

 
O método psicanalítico de Sigmund Freud, consistia em estabelecer relações entre tudo aquilo que o paciente lhe mostrava, desde conversas, comentários feitos por ele, até os mais diversos sinais dados do inconsciente.
Freud sempre achou que existia um certo conflito entre os impulsos humanos e as regras que regem a sociedade. Muitas vezes, impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, nossas ações e até mesmo nossos sonhos. Estes impulsos são capazes de trazer à tona necessidades básicas do ser humano que foram reprimidas, como por exemplo, o instinto sexual. Freud vai mostrar que estas necessidades vêm à tona disfarçadas de várias maneiras, e nós muitas vezes nem vamos ter consciência desses desejos, de tão reprimidos que estão.
Freud desenvolveu um método de tratamento que se pode igualar a uma "arqueologia da alma", onde o psicanalista busca trazer à luz as experiências traumáticas passadas que provocaram os distúrbios psíquicos do paciente, fazendo com que assim, ele encontre a cura.

Em 1907 o médico suiço Carl Gustav Jung (1875-1961) visitou Sigmund Freud, o criador da psicanálise, em Viena, iniciando uma estreita colaboração com o mestre, que se mostrou impressionado com o talento do jovem discípulo. Os dois viajaram juntos aos Estados Unidos em 1909, proferindo palestras num centro de pesquisas. Em 1910 foi fundada a "Associação Psicanalítica Internacional", da qual Jung foi eleito presidente.


As primeiras divergências entre Jung e Freud surgiram em 1912 e logo se tornaram inconciliáveis.

Basicamente Jung concordava com a teoria freudiana de que, sim, temos conteúdos reprimidos em nosso inconsciente que necessitam ser trazidos à luz para ajudar em nossa cura. Mas, Jung foi mais longe.
Em 1917, ele publicou seus estudos sobre o inconsciente coletivo no livro "A Psicologia do Inconsciente" e, em 1920, apresentou os conceitos de introversão e extroversão na obra "Tipos Psicológicos". A partir daí, Jung construiu as bases da psicologia analítica, desenvolvendo a teoria dos arquétipos e incorporando conhecimentos das religiões orientais, da alquimia e da mitologia.

Grosso modo, a psicanálise tradicional ajuda o ser humano a se adaptar à realidade apesar de suas neuroses.

Já a psicologia analítica - como é chamada a análise com abordagem jungiana - vai tentar explicar por que temos tais e tais comportamentos, trazendo os conteúdos do inconsciente para a consciência, de modo que tenhamos a chance de nos transformar num processo a que Jung deu o nome de "individuação", ou seja, nos conhecermos profundamente e sermos íntegros apesar de não perfeitos.

Jung vai usar a ampliação dos símbolos contidos nos sonhos, nos arquétipos contidos nos mitos para ajudar na cura das nossas neuroses, por exemplo, bem como a própria relação projetiva paciente/terapeuta que, segundo ele é o que existe de mais importante no tratamento terapêutico. Para ele também o terapeuta prmove sua autocura durante as sessões de análise. Sem contar que todo analista faz terapia o resto de sua vida.

Bom, no meu blog tenho colocado alguns textos que informam sobre o processo de análise.Aqui no blog tem outro texto, "Por que fazer terapia", que pode ajudar a esclarecer um pouco mais.

Mas se alguém quiser esclarecer alguma dúvida em relação ao assunto é só me escrever ou telefonar.

Durante o processo de análise, se houver necessidade, também podemos utilizar outras ferramentas de apoio como a radiestesia clássica ou a radiônica, através do instrumento conhecido como Mesa Radiônica, bem como florais de St.Germain e a energia Reiki.

Estou à disposição! Acima, meu cartão com as demais informações.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Anotações sobre Jung

Anotei em meu caderno de estudos algumas informações e alguns trechos de documentários sobre Jung - a maioria está disponível no YouTube - que me tocaram mais ou que achei mais importantes. São algumas respostas e/ou comentários do próprio Jung a perguntas e questionamentos feitos a ele por entrevistadores. Espero que meus leitores gostem.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Eros e Psique para jovens

Os mitos são fonte de conhecimento e inspiração. Porém, com a juventude de hoje cada vez mais “ligada” em vídeo game, internet e outras tecnologias, essas histórias dificilmente fazem parte da vida dos adolescentes e, muitas vezes, passam longe de ser a leitura predileta desse público.

Disposto a mudar essa realidade e a incentivá-los a apreciar esse tipo de obra, João Pedro Roriz, jornalista, ator e escritor, lançou pela PAULUS, Eros e Psique, primeiro título da coleção MitoLógica e ótima sugestão de leitura para o período das férias.

O livro, que tem linguagem leve e descontraída, conta a história de Psique, uma linda e jovem princesa que foi capaz de provocar a inveja de Afrodite. Enfurecida, a deusa da beleza ordena que seu filho Eros, deus grego do amor – também conhecido como Cupido na mitologia romana –, faça alguma coisa para restabelecer a normalidade. Eros, no cumprimento de ordens superiores, vê-se ferido por uma de suas flechas e, consequentemente, apaixonado pela bela mortal. Diante desse drama, ele se depara com um difícil questionamento: continuar no Olimpo ou viver com sua amada?

Com tal enredo, o leitor é convidado a conhecer uma intensa aventura na qual são testados os sentimentos e os limites humanos em busca do verdadeiro amor. Além disso, no decorrer das páginas, há menções que relacionam os diversos personagens do mito a figuras históricas, como Galileu Galilei, Marx, Engels, a fatos marcantes da humanidade e até a debates atuais sobre aquecimento global, futebol, olimpíadas, entre outros assuntos.

“Essa é uma das propostas da série. Em todos os livros eu descrevo os deuses como personagens imperfeitos, levianos e autoritários, capazes de viajar no tempo. Graças a essa justificativa, eu pude fazer referência aos temas que são abordados no dia a dia dos jovens. Isso não só torna a obra mais moderna e educativa como também divertida para quem a lê”, explica o autor.

Roriz acrescenta que, a partir dessa leitura, os jovens perceberão que os mitos também influenciam a cultura atual, da qual eles fazem parte e conhecem. “Essa nova roupagem fará justiça à modernidade contida nas lendas gregas. Ao ler os livros da coleção MitoLógica, eles entenderão que a mitologia grega é uma espécie de baluarte da psicanálise, do intelecto e da cultura infantojuvenil no ocidente, pois possui passagens que inspiraram desde as histórias da carochinha, até os jogos de videogame atuais e os best-sellers ‘Harry Potter’ e ‘Senhor dos Anéis’”, afirma.

Eros e Psique une educação e diversão, sendo excelente instrumento na descoberta de valores simples e fundamentais, capazes de serem compreendidos e vividos hoje em dia. E o melhor: sem abrir mão do humor, fator essencial para jovens e crianças.

João Pedro Roriz é escritor, ator e jornalista. É autor dos espetáculos teatrais Carmen – O musical (2005) e Rio dell’arte (2006). Pela PAULUS lançou Gorrinho, uma loucura crônica e a adaptação do clássico Orgulho e preconceito, de Jane Austen.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Por que fazer terapia?


Por que fazer terapia?
A partir desta fase, pretendo introduzir aqui alguns textos de esclarecimento sobre psicanálise, análise com abordagem junguiana, terapia, psicoterapia e as diferenças em relação à psicologia e psiquiatria, pois em geral, as pessoas confundem bastante.
Vou começar tentando responder à pergunta que muitas pessoas fazem - a si mesmas ou a outras
Bom, primeiro seria interessante deixar claro que não precisamos ficar doentes ou com problemas para procurar a terapia. Ao contrário, deveríamos iniciá-la quando estamos bem, para termos mais força e reagirmos com mais equilíbrio frente aos problemas que temos de enfrentar.

Mas, se você achar que precisa ou alguém disser isso a você (um parente próximo, um amigo, um médico...) a terapia serve para buscar a origem das dificuldades, sejam elas psicossomáticas ou orgânicas, de inter-relacionamento e/ou desequilíbrios psíquicos ou comportamentais que estão reprimidos no inconsciente e bloqueados pelo consciente. São exatamente esses bloqueios que causam inúmeras dificuldades na vida emocional, profissional, financeira, na saúde e na qualidade de vida do indivíduo.

Terapia ou Psicoterapia?

É a mesma coisa. Significa "tratamento de distúrbios mentais e emocionais, mediante o uso de técnicas psicológicas como hipnose, sugestão, psicanálise, etc." (Dicionário Sacconi,)
Etimologicamente a palavra psicoterapia quer dizer " a cura da alma".

Psicanálise e Análise jungiana ou psicologia analítica

A psicanálise ou o método psicoterápico tem como base de estudo e aplicação as teorias de Sigmund Freud (1856-1939). A psicanálise teve enorme influência no pensamento e na cultura do século XX. Freud afirmava que existe um certo conflito entre os impulsos humanos e as regras que regem a sociedade. Muitas vezes, impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, ações e até mesmo nossos sonhos.
Esses impulsos trazem á tona necessidades básicas do ser humano - que foram reprimidas - como p.ex. o instinto sexual. Freud mostra que tais necessidades vêm à tona disfarçadas de várias maneiras, e nós, muitas vezes, não temos consciência desses desejos, de tão reprimidos que são. Para entender como funciona esse mecanismo, Freud propôs uma divisão tripartite da personalidade: em ego, o id  e o superego. O id é a parte inconsciente da nossa mente onde armazenamos tudo o que foi reprimido, todas as nossas necessidades insatisfeitas. O ego é a sede da nossa consciência e atua como um regulador ante os nossos desejos pois é através dele que tomamos ciência das leis, regras etc. O superego armazena essas regras, leis, limites e cria uma espécie de "perfil" do que seja "ideal", "certo", "adequado", etc. O ego é o elemento regulador entre o id e o superego. O trabalhador da psicanálise é assegurar as melhores condições psicológicas possíveis para as funções do ego; ou também pode ser, aumentar a força relativa do ego em relação ao superego, ao id e aos mundo externo.

Carl Gustav Jung (1875-1961) visitou Sigmund Freud, o criador da psicanálise, em Viena, em 1907, iniciando uma estreita colaboração com o mestre, que se mostrou impressionado com o talento do jovem discípulo. Os dois viajaram juntos aos Estados Unidos em 1909, proferindo palestras num centro de pesquisas. Em 1910 foi fundada a "Associação Psicanalítica Internacional", da qual Jung foi eleito presidente. Por inidcação do própiro Freud. O primeiro encontro deles durou cerca de 12 horas, só para se ter uma ideia das afinidades que aproximavam esses dois gênios.

As primeiras divergências entre Jung e Freud surgiram em 1912 e logo se tornaram inconciliáveis. A partir do rompimento com Freud, o analista suíço vivenciou um período de depressão e introversão, que o levou a trilhar seu próprio caminho no campo da psicologia.


Em 1917, Jung publicou seus estudos sobre o inconsciente coletivo no livro "A Psicologia do Inconsciente" e, em 1920, apresentou os conceitos de introversão e extroversão na obra "Tipos Psicológicos". A partir daí, Jung construiu as bases da psicologia analítica, desenvolvendo a teoria dos arquétipos e incorporando conhecimentos das religiões orientais, da alquimia e da mitologia.

Mas Jung chegou a essas conclusões a partir do estudo profundo que fez do livro de Freud, "O livro dos Sonhos". O que parece ter sido o motivo principal das divergência s entre os cientistas é que Freud não concordou com a abordagem do inconsciente coletivo, arquétipos, alquimia e mitologia. Para ele (Freud) só havia o inconsciente pessoal. Outras divergências separaram os dois médicos. Mas isso merece um outro post.

Carl Gustav Jung, psiquiatra de formação foi considerado o fundador da psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana. Ele acreditava que a própria psique (mente) tem potencial para a cura, e que seguindo o inconsciente através dos sonhos, símbolos e criações artísticas teríamos o caminho para a cura dos processos inconscientes que causam problemas ou dificuldades na verdadeira expressão do potencial do indivíduo.

A terapia com abordagem junguiana tem como foco principal ligar aspectos inconscientes da personalidade ao ser consciente. Alcançando essa meta, seremos transformados através do processo que Jung chamou de “individuação”, unificando a personalidade e tornando-se consciente como individuo único e integro no mundo. 


A finalidade da Psicoterapia Psicanalítica (outra denominação para a mesma terpêutica) é levar o cliente a obter recursos para lidar com suas dificuldades, favorecer o autoconhecimento e levá-lo a refletir sobre suas queixas, promovendo uma melhor qualidade de vida levando em conta as dimensões orgânicas, psíquicas e sociais de cada um.
 
A motivação que faz as pessoas buscarem auxílio é importante para que possam investir na sua própria saúde e desenvolvimento. Ao longo do processo terapêutico cada pessoa vai compreender sua própria evolução e junto com o terapeuta poder avaliar se chegou ao ponto que desejava.
 
A psicoterapia traz resultados eficientes em diferentes situações: na identificação de padrões de comportamento disfuncionais e como modificar esses padrões, assim como no auxilio em momentos de crise. É acima de tudo um espaço para melhora e crescimento pessoal.

Mas, é bom deixar bem claro: o psicoterapeuta não prescreve medicamentos alopáticos nem trata de psicopatias como esquizofenia, bipolaridade, borderline, dependentes químicos.

A psicoterapia ou análise junguiana ou simplesmente terapia pode ajudar nas seguintes problemáticas:


DEPRESSÃO
Os sintomas mais frequentes são: tristeza, desânimo, perda de motivação, aumento da dependência, sentimentos de culpa, vergonha, dificuldade de concentração e memória, pessimismo, passividade, dificuldade nos vínculos sociais, distúrbios sexuais, do sono e do apetite.

PÂNICO 
Apresenta em geral sintomas como: pensamentos exagerados sobre perigos, sensação de tontura, falta de ar, palpitação, tremor, perda de foco visual, formigamento, dor no peito, sudorese, náuseas, desconforto abdominal, calafrios, ondas de calor, boca seca, medo extremado de entrar em colapso, de desmaiar, de perder o controle, de enlouquecer ou morrer, gerando intensa ansiedade.

ANSIEDADE 
No Transtorno de Ansiedade Generalizada, os sintomas, em geral, são: preocupação excessiva, irritabilidade, inquietação, dificuldade em concentrar-se, fadiga, alteração do sono.

OBSESSIVO-COMPULSIVO 
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo apresenta sintomas obsessivos como: pensamentos, ideias ou imagens recorrentes que invadem a mente; e as compulsões: atos repetitivos que buscam aliviar a ansiedade gerada pela obsessão (ex.: lavar as mãos muitas vezes para aliviar a ideia de estar sujo).

TRAUMA
Experiência que traz sentimento de ameaça à integridade física ou mental por ultrapassar a possibilidade de defesa e reação. Os sintomas podem ser: aceleração cardíaca, suor excessivo, raiva, medo, confusão, desconfiança, ataque de pânico, fadiga, desconexão, depressão. Os sintomas resultam da tentativa do organismo de lidar com a sobrecarga da experiência traumática.

ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO 
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático se forma devido ao medo e à ansiedade constantes de que a situação traumática se repita (ex.: lembrar repetidamente do evento, intensa reação emocional frente a estímulos que lembrem o trauma, estado de alerta e vigilância, sobressalto, desconfiança, dificuldade em concentrar-se). As reações básicas são a depressão ou a ansiedade.

FOBIA SOCIAL 
Fobia é um transtorno de ansiedade que ocorre devido ao medo exagerado em relação a um objeto ou situação, e gera forte reação de ansiedade podendo chegar ao pânico. Há muitas formas de fobia uma vez que o objeto ou situação está encobrindo os reais motivos da ansiedade. Na Fobia Social, a dificuldade de se expor em público e ficar em evidência gera constrangimento e ansiedade, o que afeta a autoestima, a vida social, os relacionamentos amorosos, a vida profissional, podendo levar ao isolamento ou à redução dos relacionamentos. 

Porém, como foi dito no início desta explanação: ninguém precisa esperar chegar ao ponto de desenvolver uma neurose grave para fazer terapia. O ideal é fazer terapia sempre porque o terapeuta acolhe, recepciona e dá sustentação ao paciente para que ele siga com sucesso a sua trajetória aqui neste planeta. 

Mas se você acha isso tudo uma grande bobagem também não tem importância porque, como disse Jung, "a regra psicológica diz que, quando uma situação interior não é conscientizada, ela acontece fora, na sua vida, como sina. Quer dizer: quando o indivíduo permanece dividido e não se conscientiza de suas contradições internas, o mundo tem de forçosamente representar o conflito."

Então, pense em como tem sido sua vida até aqui. Que situações têm se repetido que o incomodam, trazem angústia, dor, e você não sabe como sair delas? Talvez a terapia possa ajudá-lo.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...