quinta-feira, 15 de março de 2012

Depressão será o segundo maior problema de saúde pública em 2020

Dados da OMS indicam que 75% das pessoas com depressão não recebem tratamento adequado

Universidade São Francisco, em Bragança Paulista (SP), oferece curso de pós-graduação para formar profissionais mais bem habilitados a medicar de forma correta

A depressão e os problemas relacionados à doença é um dos males que mais afligem a população, gerando várias vítimas anualmente em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a enfermidade afeta cerca de 340 milhões de pessoas e causa 850 mil suicídios por ano em todo o mundo. Somente no Brasil, são cerca de 13 milhões de depressivos. Atualmente, a depressão é apontada como a quinta maior questão de saúde pública pela OMS, sendo que até 2020 deverá estar em segundo lugar.
 “O mais perigoso desses números são os dados da própria OMS, os quais refletem que cerca de 75% das pessoas com depressão não recebem tratamentos adequados e específicos. É diante de uma questão complicada como esta que precisamos especializar profissionais da grande área da saúde na prática clínica, mediante a avaliação crítica da eficácia e segurança dos medicamentos”, afirma Prof. Dr. Carlos Eduardo Pulz Araujo, Coordenador do Programa de Pós-Graduação Lato sensu em Farmacologia Clínica da USF (Universidade São Francisco).
 Ofertado nos Campi Bragança Paulista e Campinas, o Curso de Pós-Graduação em Farmacologia Clínica da USF tem o objetivo de formar profissionais que aprendam a minimizar riscos e custos por intermédio de uma terapêutica medicamentosa racional fundamentada na medicina baseada em evidências.  O especialista poderá atuar em hospitais, farmácias privadas, UBS (Unidades Básicas de Saúde), indústrias farmacêuticas, consultórios, clínicas e empresas de pesquisa e desenvolvimento na área farmacêutica.
 As inscrições já estão abertas. Para saber mais, acesse:  http://www.usf.edu.br/especializacao.


 

Hoje que a tarde é calma e o céu tranquilo


Fernando Pessoa


Hoje que a tarde é calma e o céu tranquilo,
E a noite chega sem que eu saiba bem,
Quero considerar-me e ver aquilo
Que sou, e o que sou o que é que tem.
Olho por todo o meu passado e vejo
Que fui quem foi aquilo em torno meu,
Salvo o que o vago e incógnito desejo
De ser eu mesmo de meu ser me deu.
Como a páginas já relidas, vergo
Minha atenção sobre quem fui de mim,
E nada de verdade em mim albergo
Salvo uma ânsia sem princípio ou fim.
Como alguém distraído na viagem,
Segui por dois caminhos par a par.
Fui com o mundo, parte da paisagem;
Comigo fui, sem ver nem recordar.
Chegado aqui, onde hoje estou, conheço
Que sou diverso no que informe estou.
No meu próprio caminho me atravesso
Não conheço quem fui no que hoje sou.
Serei eu, porque nada é impossível,
Vários trazidos de outros mundos, e
No mesmo ponto espacial sensível
Que sou eu, sendo eu por estar aqui?
Serei eu, porque todo o pensamento
Podendo conceber, bem pode ser,
Um dilatado e múrmuro momento,
De tempos-seres de quem sou o viver?
1-8-1931
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995). 
 - 136.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Mulheres são mais vulneráveis aos males do alcoolismo


Neste mês de março, as mulheres comemoram uma porção de conquistas. Mas é interessante que fiquem ligadas no consumo excessivo de bebidas alcoólicas - já está comprovado que, neste quesito, não se deveriam igualar aos homens

Porém, não é o que vem ocorrendo. De acordo com o site www.semexcesso.com.br durante muitos anos as mulheres se mantiveram longe das bebidas alcoólicas. Até o início da década de 1920 era praticamente impossível ver uma mulher em bares ou mesmo bebericando algo em um restaurante com amigos. Em 1932, nos Estados Unidos, mais de um milhão de americanas já tinham se associado à Womens Organizations for Nacional Proibition Reform, algo como “liga das Mulheres Contra a Lei Seca", que cairia um ano depois naquele país.  

Hoje as mulheres estão completamente livres para frequentar bares e festas e estão começando a abusar dessa liberdade, comprometendo negativamente sua saúde, muito mais do que os homens. 

Segundo o dr. Drauzio Varella "O metabolismo do álcool nas mulheres não é igual ao dos homens. Se administrarmos para dois indivíduos de sexos opostos a mesma dose ajustada de acordo com o peso corpóreo, a mulher apresentará níveis alcoólicos mais elevados no sangue.
A fragilidade aos efeitos embriagadores do álcool no sexo feminino é explicada pela maior proporção de tecido gorduroso no corpo das mulheres, por variações na absorção de álcool no decorrer do ciclo menstrual e por diferenças entre os dois sexos na concentração gástrica de desidrogenase alcoólica (enzima crucial para o metabolismo do álcool).
Por essas razões, as mulheres ficam embriagadas com doses mais baixas e progridem mais rapidamente para o alcoolismo crônico e suas complicações médicas.
Diversos estudos documentaram os benefícios do consumo moderado de bebidas alcoólicas, tanto em homens como em mulheres. A margem de segurança entre a quantidade de álcool benéfica e a que traz prejuízos à saúde das mulheres, entretanto, é estreita e nem sempre fácil de delimitar"
Leia mais sobre o assunto no site www.semexcesso.com.br, primeiro portal no Brasil que aborda exclusivamente o consumo responsável de bebidas alcoólicas, estimulando a reflexão e a conscientização a respeito das consequências da falta de moderação. Trata-se de uma iniciativa da Associação Brasileira de Bebidas – Abrabe, num esforço conjunto com suas mais de 50 associadas. O portal consolida a campanha nacional “Comemore com Sucesso, sem Excesso” que em dois anos já desenvolveu uma série de ações e foi agraciada em 2010 pelo 30º POP – Prêmio de Opinião Pública, concedido pelo Conselho Regional dos Profissionais de Relações Públicas – CONRERP.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A vida da gente...não é novela

Reta Final: Ana ameaça e obriga Eva a tratar Manuela com respeito


'Ou você resolve isso de uma vez, e passa a ser mãe da minha irmã também, ou eu não vou poder mais ser sua filha', diz a treinadora


Walkiria vendo isso na internet postou no Facebook para horror da família:


"Gostaria de ouvir minha filha dizer para a outra filha: Ou vc resolve isso de uma vez, e passa a ser filha da nossa mãe, ou eu não vou mais poder ser sua irmã."


E a personagem diz mais: “Ou você passa pelo menos a agir como uma pessoa minimamente equilibrada, educada, humana, e começa a tratar a minha irmã (mãe) com o respeito que ela merece, ou eu não vou mais me relacionar com você”.


Como Walkiria gostaria que essa cena se tornasse realidade...


Mas isso só acontece em novelas! Na vida da gente real, é diferente!

Culpa, medo e manipulação, como se libertar do jogo?

                É muito comum atendermos pessoas com sérios problemas no casamento que envolvem culpa, medo e manipulação. Um cliente, tempos atrás, tinha a seguinte queixa: já havia um certo tempo em que ele se sentia insatisfeito e acabou se envolvendo com outra mulher. O relacionamento extra conjugal veio à tona. A esposa descobriu tudo e muito sofrimento foi gerado. A princípio decidiram se separar. Passado certo tempo da separação conversaram e decidiram retomar o casamento. Ela falava que tentaria perdoar o ocorrido e ele afirmava que tudo seria diferente dali por diante já que dizia realmente gostar da sua esposa e se sentia culpado pelo sofrimento que havia causado.
                Entretanto, algo muito mais fundamental, que vai além do diálogo racional não foi cuidado até aquele momento: os sentimentos de raiva e mágoa da esposa e a culpa que ele sentia.
                Guardando ainda ressentimentos do marido, a esposa passou a exigir mais e mais dele no relacionamento. Demandava que ele abrisse mão de todas as suas vontades para satisfazer as dela. Era ao mesmo tempo uma forma de puni-lo e de exigir que ele provasse que a amava. Como ele carregava a culpa de tê-la feito sofrer no passado, não conseguir impor limites e cedia cada vez mais, para compensar o que tinha feito.
                Esse jogo de manipulação acabou dando origem a brigas e mais sofrimento. Embora os dois afirmassem que desejavam continuar casados, a situação ficava cada vez mais insustentável.
                Quem guarda raiva ou mágoa de outra pessoa será levado de forma inconsciente por esses sentimentos a querer se vingar. Isso pode vir na forma de manipulação como ocorria com este casal. Mas o jogo só funciona quando o outro lado se sente culpado e cede às manipulações como forma de tentar compensar a culpa. Ela remoía e alimentava a mágoa do marido, e ele, sem saber, estava também alimentando a mágoa dela ao manter o sentimento de culpa pois entrava no jogo da chantagem. A cada dia ficavam mais infelizes.
                O jogo de manipulação precisa das duas partes para sobreviver: um lado magoado e o outro lado que se sente culpado para ceder ao jogo. Só existia uma maneira para que ele saísse desse jogo. Ele precisava acabar completamente com todo o seu sentimento de culpa, assim conseguiria impor limites na relação. Isso acabaria sendo benéfico para os dois, pois ela passaria a respeitá-lo e o relacionamento certamente melhoraria.
                Depois de muitas sessões de terapia, ele apresentava sinais de que havia dissolvido o sentimento de culpa. Sugerimos que ele deveria conversar com a esposa, dizendo que entendia a responsabilidade do que ele havia feito e que estava consciente do sofrimento que havia causado. Mas mesmo assim, a partir daquele momento ele voltaria a ter seu espaço no relacionamento como tinha antes. E que se não fosse dessa forma, seria melhor realmente uma separação definitiva pois aquela situação só estava causando mais sofrimento para os dois lados.
                Surgiu então o medo de que isso o levasse a se separar. Esse é também um sentimento que dá grande margem para a manipulação. Afinal, a esposa era resistente a fazer análise, acreditava que o problemático da relação era apenas o marido já que era ela quem fazia terapia.
Ele tentou conversar com ela, expondo seus sentimentos.
                No início ela reagiu à nova postura e tentou fazê-lo novamente sentir culpa relembrando o sofrimento que ele havia lhe causado. Ele ouviu e voltou a afirmar que sabia da sua responsabilidade mas que viveria a vida daquele momento por diante, e que se ela não estivesse preparada, a separação era o único caminho. Ele recomeçou a impor os limites e ela de vez em quando ainda tentava puni-lo. Mas como não havia mais o sentimento de culpa ele não mais cedia, deixando de alimentar a mágoa da esposa. Isso pode parecer frieza para algumas pessoas, mas não se trata disso. É apenas uma forma madura, livre de negatividade, de lidar com uma situação difícil. Ele já havia anteriormente pedido perdão várias vezes, mas ela permanecia alimentando a mágoa.
O processo não é rápido. Mas, com perseverança é bem possível que o relacionamento se transforme e as brigas acabem.
                A culpa que sentimos serve para alimentar a raiva dos outros a quem fizemos ou achamos que fizemos algo de "errado". Quando nos livramos da culpa a mágoa do outro não mais consegue crescer  pois não há mais qualquer ganho secundário em mantê-la já que não é mais possível haver manipulação.
                Quando estamos nesse jogo, a única forma de conseguirmos nos libertar é liberando nossos sentimentos de culpa e medo, deixando o outro livre para se afastar se ele desejar. Mas o afastamento raramente vai ocorrer. Normalmente o que acontece é que nós paramos de alimentar uma relação doente e o outro lado fica também mais saudável e acaba se aproximando de uma forma muito melhor.
                Esse jogo também pode ocorrer entre pais e filhos. Uma mãe que abandonou a filha e depois tenta retomar a relação com ela será muito suscetível a ser manipulada se guardar sentimentos de culpa. A filha vai alimentar a sua mágoa jogando na cara o quanto sua mãe lhe fez sofrer. Com isso a mágoa cresce e a filha tem o poder de conseguir mais coisas desse relacionamento doente. No momento em que essa mãe se libertar da culpa pelo erro cometido e do medo que a filha se afaste, ela conseguirá se aproximar da filha com outra postura e não se deixará manipular. A filha a princípio irá tentar manter o jogo, mas não haverá o outro lado contribuindo. A tendência será então que haja uma reaproximação e melhora na qualidade do relacionamento.
                O processo também pode ocorrer dos filhos para os pais. Filhos de pais manipuladores carregam muitas culpas. Esse pais são mestres em criar esse sentimento nos filhos. Cobram de mais e fazem chantagem emocional. O filho se sente um devedor, que nunca atende às expectativas, e se sente culpado por não conseguir dar alegria aos pais. Movido pela culpa, vira uma presa fácil da manipulação, cria uma vida infeliz de escolhas para agradar o pais, e alimenta a mágoa insana deles. Curando sua culpa, conseguirá se libertar desse jogo, será mais respeitado e uma transformação para melhor ocorrerá no relacionamento.
                O manipulador, embora possa parecer que está ganhando algo, apenas alimenta o seu ego e cria sofrimento para si mesmo e para os outros. A satisfação em fazer o outro atender a sua vontade é apenas uma falsa satisfação que encobre mágoas e problemas de autoestima. Esse texto é importante para ajudar a identificar os dois papéis, assim é possível se libertar de qualquer um deles com mais facilidade. Sozinho é possível, mas muito mais demorado. Procure a ajuda de um profissional.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Afinal, o que é psicoterapia?

Por  Adriana Tanese Nogueira 

“A psicoterapia é um ramo da arte de curar que se desenvolveu e alcançou uma certa autonomia nos últimos cinquenta anos. As opiniões neste campo foram se transformando e se diferenciando de vários modos, e a massa de experiências que se acumulou deu lugar a diferentes interpretações. Isso porque a psicoterapia não é aquele método simples e único que num primeiro tempo se acreditava, mas revelou-se aos poucos uma espécie de “procedimento dialético”, um dialogo, uma avaliação entre duas pessoas. A dialética, originariamente arte de conversar dos filósofos antigos, logo serviu para designar um processo criativo de novas sínteses.” (“Pratica della Psicoterapia”, C. G. Jung Opere, Torino, Boringhieri, 1981, Vol. XVI, p. 7).

          Essas são as primeiras palavras que abrem o livro de Jung “Princípios da psicoterapia prática”, cuja primeira edição saiu em 1935. Vejamos o que elas querem dizer.
          A psicoterapia é uma cura, precisamente “uma arte de curar”, uma forma de produzir saúde, no caso, saúde “mental”. A saúde psíquica em questão se expressa como alegria de viver e geral bem estar, capacidade de tomar iniciativas, de  concentrar-se e perseguir os objetivos postos, criatividade para formular projetos de vida e atividades, independência física, emocional e intelectual, habilidade de reagir de forma adequada frente às decepções e dificuldades. É psicologicamente saudável a pessoa age não conforme estereótipos e “obrigações morais”, mas como resultado de sua profunda auto-consciência. Também, possuir discernimento e escolha faz parte do ser psicologicamente saudável.
          Psicoterapia não é destinada a doentes mentais, apesar deles poderem em alguns casos se beneficiar dela como tratamento colateral ao psiquiátrico. Esquizofrenia, psicóses, alucinações e outros distúrbios mentais graves pode ser inteiramente devidos a problemas orgânicas, necessitando portanto de tratamento médico. O psicoterapeuta não faz uso de remédios e conta com a consciência do analizando para poder fazer seu trabalho. Quando esta consciência (de qualquer nível for) faltar, o único tratamento possível é o psiquiatro. Como Jung escreve, psicoterapia é dialogo, e sabemos que com os loucos não tem conversa.
          A psicoterapia é destinada a todas as pessoas “normais” que não estão satisfeitas com sua vida ou aspectos da mesma. São pessoas que querem entender o que sentem e por que sentem o que sentem; desejam se conhecer para compreender suas escolhas e as situações que vivem; querem mudar o padrão de suas relações ou encontrar a bússola para sua vida. Enfim, a psicoterapia é para pessoas “normais” que têm problemas. Estes porém todos temos, problemas fazem parte da vida. Então por que fazer terapia?
          Einstein disse: “É a teoria que decide o que podemos observar”, o que significa que a mentalidade que temos (a teoria) nos faz ver uma coisa e não outra, privilegia pontos de vista, esconde ou revela o que é aceito pelos seus conceitos. Ninguém percebe o que seus olhos não estão acostumados a ver; a forma de pensar decide o que existe e o que não existe, além de dar interpretações previstas pela “teoria”. Logo, quando não se consegue resolver um problema é preciso analisar os olhos que estão enxergando esse problema. Isso é o que a psicoterapia faz (além de muitas outras maravilhas).
          A psicoterapia oferece outro ponto de vista. Ele é sempre mais abrangente e rico do que a mentalidade comum, mesmo aquela dos “cultos”, porque sua visão basea-se não só num mais amplo conhecimento da natureza humana como também nos conteúdos inconscientes (sonhos, sensações e etc.). O ponto de partida da psicoterapia é também mais profundo do que o da mentalidade comum porque pressupõe que o psicoterapeuta tenha feito seu trabalho interior e tenha conhecimentos que vão desde as teorias que ele segue à física quântica, antropologia, mitologia, literatura, sociologia e etc.
          Concluindo, psicoterapia é um trabalho de cura baseado no processo de auto-conhecimento do analisando ajudado pelo psicoterapeuta. Acontece semanalmente, uma ou duas vezes por semana, quando analista e analisando se encontram. É pago, pois esta é uma profissão e não um hobby, e fundamenta-se no compromisso, honestidade e continuidade de ambas as partes. O objetivo da psicoterapia é promover o bem estar do indivíduo, capacitando-o a compreender-se melhor e, portanto, a direcionar sua vida de acordo com suas necessidades reais, enfrentando de forma apropriada os conflitos e dificuldades que encontrar. A chave para isso tudo é o poderoso processo de evolução da consciência que leva para inesperadas e atraentes novas interpretações e modos de viver.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Férias

Estou saindo de férias
Não vou prometer nada para 2012 (isso já é uma promessa).
Mas garanto alguns posts nesse período.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Crematório de seres vivos

"O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira o encerramento formal da Guerra do Iraque, com a retirada dos últimos soldados do país e o final das operações que duraram quase nove anos, custaram bilhões de dólares e milhares de vidas."



"A notícia sobre o brutal espancamento sofrido por um cãozinho yorkshire publicado ontem (15) pela Agência Nacional de Direitos Animais (Anda), chocou o país e mobilizou a sociedade, ganhando grande repercussão na internet e na imprensa em geral.
O assunto desde ontem é um dos mais comentados no Twitter, Facebook e Orkut. Os internautas, indignados com a violência, compartilham e pedem justiça para mais este caso de maus-tratos e crueldade contra um inocente animal."

O mal está à solta. Em homenagem (póstuma) aos dilemas de cada dia, um poema de Giacomo Leone, atualmente meu colega revisor na revista IstoÉ.
Crematório de Seres Vivos -

por Giacomo Leone

Vamos!
Toquem as trombetas!
Os arautos insensatos anunciam:
Eis o trágico espetáculo
Do circo pirotécnico da Terra.
Palhaços pálidos invadem o cenário
Eis o anúncio trágico de sua triste herança.
É para tu, bicho homem.
Toma!
A Terra é tua.
Destrua!

Aquele ser patético que a tudo devora.
E devora pra depois pôr pra fora
Num vômito frêmito em jato corrosivo
A bile derretida desses espíritos entristecidos.

Viva!


Cadáveres eufóricos celebram o jubileu das trevas.
A brindar com o próprio sangue àquele verme entorpecido de tanto tempo antigo.
Vibram os mármores tectônicos a estremecer a Terra.
O terremoto é o prenúncio infindo para um triste caminho.

Mas... Vamos!
Toquem as trombetas!
Os arautos insensatos anunciam:
Eis o trágico espetáculo
  Do circo pirotécnico da Terra.
Palhaços pálidos invadem o cenário.
Eis o anúncio trágico de sua triste herança.
É para tu, bicho homem.
Toma!
A Terra é tua.
Destrua!

Vamos, defuntos vadios! Por que diabos ficam aí a jazer?
Levantem-se para o inevitável crematório carnavalesco dos seres vivos!
Venham com esses mesmos ternos carcomidos pelo teimoso roer
O que importa é celebrar a glória deste triste mundo antigo.

Viva!

Vamos inaugurar uma nova central de horrores!
É tempo de exaltar a energia nuclear! A bomba!
Vamos exibir, mudos, nossos sempiternos temores!
Marchemos, pois, ao encontro da intempérie atômica!

Mas... Ora! Vamos!
Toquem as trombetas!
Os arautos insensatos anunciam:
Eis o trágico espetáculo
Do circo pirotécnico da Terra.
Palhaços pálidos invadem o cenário.
Eis o anúncio trágico de sua triste herança.
É para tu, bicho homem.
Toma!
A Terra é tua.
  Destrua!


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Não está bom mais vai ficar

De uma cliente: Lourdinha, o que que eu faço? Tem um nó enorme na minha garganta entupindo minha voz, me enchendo de lágrimas que não saem pelos olhos, mas pelos poros e eu não sei mas tenho a impressão que todo mundo percebe pelas minhas olheiras...meus olhos denunciam dizem que meus olhos é o que tenho de mais bonito mas Lu eles estão tristes eu estou triste não tenho vontade nem de colocar pontuação Lu então vai assim mesmo sem ponto vírgula talvez algumas reticências que é o que eu ainda consigo digitar nessa tábua virtual enquanto finjo que trabalho sim estou no trabalho mas tanta gente está também e não está está só de corpo a mente tá longe como eu agora Lu o que que eu faço com esse nó gigante na minha garganta Lu tanta coisa pra dizer sem coragem me falta coragem de romper com tantas coisas vontade dizer eu não gosto de você eu não te suporto eu quero que você desapareça da minha vida eu acho você feio tenho pena de você porque você é assim? ( Lu, agora a pouco um amigo aqui do trabalho me deu um abraço tão gostoso...perguntou se estava tudo bem e eu disse não - acho que ele percebeu pela minha cara - e ele falou mas vai ficar...ah Lu um abraço tão bom...) Agora o nó está diminuindo deve ser porque estou escrevendo pra você e só de escrever já vai ajudando a, como é que você diz? a elaborar, né? mas eu ando cansada sabe Lu porque só eu elaboro sabe a outra pessoa não elabora nada não sai do lugar está interditada paralisada feito uma múmia egípcia me assombrando...Lu, eu fiz uma grande besteira e agora não sei como consertar isso. Não não foi nada assim tão grave, ou talvez seja grave quero dizer sim acho que não é não sei não matei (ou matei), não roubei (ou roubei?) estou confusa Lu, muito confusa. Acho que fiz pior me traí, me sabotei, me sacaneei...aí atraí pra minha vida um filho da puta dum sacana (ops desculpe o palavreado) mas o cara é tão sacana Lu, ele não soma ele não troca ele só suga ele é um vampiro desgraçado maldito que não sai do lugar, não tá mais pra carrapato porque o vampiro ainda tem uma nobreza.
Mas ele não tem nada de nobre é carrapato aquele bicho que gruda e suga e aí ele vai levando vantagem levando vantagem o sacana só se dá bem quer dizer assim não muito porque na verdade é um fudido todo cheio de dívidas enrolado nunca tem grana, mas não me deixa crescer me puxa pra baixo me atrapalha Lu como me livrar de um carrapato? Sabe eu estou cansada de ser humilhada agredida verbalmente...já foi pior porque já fui agredida físicamente mas não estou feliz sabe lu você sabe de quem estou falando a gente não forma um casal. Vejo outros casais como eles são íntimos no olhar no tocar no falar. Vejo casais, pessoas simples, sabe Lu, que falam carinhosamente, de bem, de amor, de benhê, de docinho, de sei lá o quê! mas eu e essa pessoa que você sabe quem é não funciona assim. Lu ele me chama de Ô! é Ô...meus filhos já perceberam que não deu muito certo tudo isso, que foi um engodo. Mas ele me enganou Lu. Ele fez de conta até que gostava dos meus pets! ele fez de conta que tinha mudado que era outra pessoa. O que eu faço Lu?"
Minha resposta:
Cliente querida, preste atenção às suas palavras. Tudo aquilo que vc remete ao outro na verdade existe dentro de vc. Quando vc diz:...a outra pessoa não elabora nada não sai do lugar está interditada paralisada feito uma múmia egípcia me assombrando é a sua sombra mesmo. O Outro te traz aspectos seus internos que vc resiste em aceitar como seus. Isso não quer dizer que o outro não seja interditado e tal. Mas vc só enxerga isso porque também o é. Então, avalie em que aspectos de sua vida vc está interditada, paralisada. Em que aspectos de sua vida vc gostaria de deslanchar e não deslancha? Por que? medo? O medo paralisa, Cliente querida.
Se a pessoa é sacana com vc de fato é vc que atraiu isso pra sua vida já conversamos sobre isso. Toda sua falta de amor por si mesma, toda sua falta de consideração por si mesma. Até quando? Até quando vc vai continuar a não se amar? Como isso é complicado! Porque na teoria, eu sei, tudo parece tão simples. Parece uma fórmula matemática: eu penso A recebo A. Mas não é bem assim que as coisas funcionam.
Tem as suas crenças arraigadas aí dentro de vc anos e anos. Essas crenças todas de desmerecimento. Pessoas que, ao longo de sua vida não te reconheceram e vc achou que isso era importante. Vc registrou no seu inconsciente que era importante ser reconhecida por essa pessoas. 
Mas, Cliente, hoje, vc mais consciente, já sabe que na verdade não precisa do reconhecimento do outro. Vc só precisa do reconhecimento de vc mesma por vc mesma. Ponto. Entende? Por que vc permite que te suguem? Não permita isso. Coloque limites. Sabe, se vcs nunca foram um casal, conforme vc já me relatou dentro do set terapêutico, talvez não venham nunca a ser. E se não for? O que acontece? Vc diz que a pessoa fingiu, enganou...será que não foi vc que se enganou, que enxergou nele aquilo que vc gostaria de ver, como o fato dele gostar dos seus pets? Sua crença de que precisava do outro a fez ver o que não existia. Isso é muito comum. A gente fica cega, mesmo. E depois se arrepende.
Vc não é capaz de viver com vc mesma? Vc é uma mulher bonita, inteligente, culta, capaz, determinada, forte, destemida. Excelente profissional, já provou por A + B que é...Quem disse que vc precisa de outra pessoa para ser feliz ou ter sucesso, ou ganhar dinheiro, ou sobreviver? Vc já provou que é autossuficiente, que é capaz de pagar suas contas, que tem empregabilidade, que que que... Sabe, Cliente, é um equívoco das pessoas, e faz parte das nossas crenças culturais, de que precisamos da tampa da panela, do par do chinelo e esses mitos todos cristalizados em nossas mentes. Se formos indivíduos plenos, atrairemos indivíduos plenos. E pessoas plenas, íntegras não sugam outras nem precisam ser sugadas. Então, se vc ainda atrai esse tipo de pessoa a que vc se refere, pense em tudo o que vc ainda precisa modificar dentro de vc. Mas isso não precisa ser com sofrimento nem humilhação. Vc pode fazer isso sozinha. Vc não precisa construir essa jornada ao lado de alguém que não acrescenta nada em sua vida. Desapegue-se de seus medos e crenças, Cliente!
Ah! e sobre os carrapatos...eu não sei não, mas uma vez, tive problemas com uma cachorrinha lá de casa, a Xuxa, ela vivia tendo carrapatos e a veterinária que a atendia na época disse que era preciso arrancar os bichos com a mão, curar as feridas e passar cal nas paredes do quintal porque os ovos do bicho se instalam ali. Talvez vc necessite dar um fim nos carrapatos internos que vc mantém aí, te sugando. Vai doer? vai. Mas depois vc vai ficar em paz por muito tempo!
Procure aquietar seu coração agora.
Bjo!


(e-mails trocados entre mim e uma de minhas clientes dia desses. Desculpem pelas abreviações)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ser humano integral

Mais um texto do professor Almir, sempre bem-vindo em nosso blog


Desde tempos remotos o ser humano busca respostas para suas aflições e dúvidas. Alguns buscam estas respostas na religião, outros na filosofia, outros na ciência, outros na natureza e muitos não se preocupam com estas questões.

Seja qual for a sua busca, sabemos que o ser humano é um ser inquieto, aflito, doente, neurótico, e as vezes louco.

As dúvidas surgidas no caminho desta busca são muitas, devido ao conflito interno entre emoção e razão, certo e errado, o fazer e o não fazer, acertar e errar, e entre muitas emoções que o ser humano sente dentre elas o medo.

O medo, até certo ponto, pode ser considerado proteção e deve ser compreendido como tal para que não se perca este auto cuidado. As emoções de uma forma geral são manifestações dos órgãos internos.

Segundo as filosofias orientais que estudam a milênios a relação corpo e mente, cada órgão pertence a uma categoria elementar com emoções e memórias próprias, que serão manifestadas conforme a prática física que as pessoas se auto propõem e a alimentação ingerida.

Sabemos que uma ingestão mais pesada de alimentos prejudica alguns órgãos digestivos e estes se manifestarão (reclamando esta agressão), através de dores e emoções negativas. Sabemos também que a falta de atividade física debilita as principais funções do corpo com manifestações físicas e emocionais diversas.

Por outro lado, (e talvez seja este o fator mais importante), a atitude mental para com as pessoas e a vida, é fundamental para a saúde do ser humano integral. 

O ser humano é um amontoado de energia. Energia é vibração e precisa ser equilibrada.

Os hábitos mentais de certos pensamentos e crenças, prendem o ser humano no seu próprio sofrimento. Escraviza-o em seus desejos e ansiedades fazendo-o limitado.

É importante analisar as suas próprias crenças e pensamentos e ver se vale a pena alimenta-los, se não são eles o motivo de seu mal estar.

Muitas vezes o ser humano tem o hábito ( e isto é comum até porque vivemos uma vida externa, voltada para o material), de acreditar que os seus problemas são conseqüência dos outros e das circunstâncias. É preciso se conectar ao mundo interior e perceber que a construção psicológica manifesta os seus efeitos no físico e nas circunstâncias.

É muito rica a experiência de mudar um comportamento e ver as mudanças externas acontecendo à nossa volta. Lembre-se: “o mundo externo é a projeção do mundo interno”. A física quântica parece provar que não existe uma realidade absoluta e sim realidades individuais.
                                                     Namastê

Texto publicado no jornal Folha do ABC em 3/12/2011

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Estão querendo nos enganar mais uma vez!

O vídeo fala sobre o perigo de deixarmos a usina de Belo Monte ser instalada sem nenhuma discussão ampla geral e irrestrita.
No próprio vídeo você encontra um link para assinar virtualmente uma petição da organização Gota d´Água que será encaminhada à presidente Dilma Rousseff, pedindo a não instalação da tal hidrelétrica.
Espero que gostem e... assinem!




Deixando o Rancor de Lado: Cultivando a Liberdade Interior

O   rancor é um sentimento negativo que pode prejudicar nossa saúde mental e nossos relacionamentos. Abaixo, apresento algumas estratégias ...