quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Divagações numa tarde nublada

Queria escrever um livro. Não sei ainda sobre o quê. A maioria dos escritores dizem que se deve escrever sobre aquilo que se conhece. Existem oficinas de escrita para treinar. Já pesquisei. As mais próximas ficam em São Paulo, e os horários não batem com a minha disponibilidade.
Queria voltar a fazer inglês. Depois, espanhol, italiano e francês. Nesse caso, tenho tempo. Falta grana. Tento esticar o salário pra caber curso pra mim, curso pro Rafa, plano de saúde, super, despesas extras (como a do encanador deste mês - R$ 250,00 - que me deixou desfalcada) e por aí vai.
Queria (e deveria) fazer ioga ou pilates, musculação. Mas....é o mesmo caso. Sobre tempo, falta grana.
Podia fazer caminhada. É de graça. Falta-me coragem de acordar cedo.
Podia fazer bicicleta. Aliás, ela está lá na sala, em frente à televisão, impávida, imóvel, submissa.

Queria aprender a andar de bicicleta. Já sonhei que andava de bicicleta. Queria repetir aquela cena em que a Meg Ryan abre os braços em cima de sua bicicleta, em velocidade cruzeiro, numa estrada vazia, no filme CIDADE DOS ANJOS, sem o encontro fatal com o caminhão, of course. Mas se caísse, um anjo à la Nicolas Cage seria bem-vindo, of course too!
Queria fazer uma lipo sem fazer uma lipo. A gente podia ter um poder mental gigante que, só de olhar para aquela parte do corpo que a gente quer consertar, a coisa já se consertava. Tipo: tenho uma varize enorme na perna esquerda (fruto de um atropelamento, anos atrás). Preciso operar. Não tenho coragem. Ela está lá. Quieta. Não dói, não incomoda. Existe. Queria olhar pra ela bem firme e dizer: eu mereço ter pernas lindas sem varizes, e a dita cuja juntamente com seus irmãos menores, os vazinhos, desapareceriam.
O mesmo valeria para as ruguinhas em volta dos olhos, no meio das sobrancelhas e na testa. Ah, são marcas de expressão....mas poderiam sumir sem ter de levar picada de agulha de botox, queimada por ácido ou extirpada pela ação de um afiado bisturi.
E o bumbum? Ah....já foi bem melhor: lisinho, sem celulite (mesmo processo: olhar e eliminar!). Mas sabe que, apesar de tudo, ainda tem seus admiradores? Incrível! às vezes até eu me surpreendo com as reações que o meu velho bumbum (não, velho, não, maduro bumbum) ainda provoca. Não posso reclamar.
Queria ir ao teatro duas vezes por mês. Ao cinema também. E viajar pelo menos uma vez a cada dois meses para cidades próximas. Uma vez por ano para algum lugar bacana do Brasil e a cada dois, para o Exterior.
Acompanhada? Pelo Rafa, se ele quisesse, provavelmente. Por um homem? Talvez. Namorado? Quem sabe? Marido? Praticamente impossível.
Amo minha liberdade.

2 comentários:

Edna Maia disse...

Amiga, que melancolia é essa!!!! Olhe o outro lado davida, qto. vc já conquistou em conhecimento, qto. seu espírito já se preparou para a próxima caminhada, a veste carnal é provisória desintegra, o espírito..esse sim cresce, se ilumina e fica cada vez mais bonito...alegria amiga..um beijão no seu coração.

Lady Lou disse...

É verdade, mas a gente sempre quer mais e mais.....E eu quero sempre mais....Mas não estou melancólica, não. Só excessivamente realista! Bjo e obrigada por me ler!

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