quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mudanças, by Lia Luft


O texto é da Lya Luft, mas poderia ter sido escrito por mim, por vc ou por qualquer outra pessoa que pensa assim:



Mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher.
Era um bate-papo com
uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.
E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível...
A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.
Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'

Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo.

Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.

A fonte da juventude chama-se "mudança".


De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.

A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menor zinho.
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.
Rejuvenesceu.

Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.

Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional.

Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.
Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Olhe-se no espelho...

Um comentário:

Fanzine Episódio Cultural disse...

FANZINE EPISÓDIO CULTURAL

Meu nome é Carlos Roberto de Souza, sou autor do livro O Anjo e a Tempestade (sob o pseudônimo é Agamenon Troyan). Editor da Revista do Cinema Machadense 2005) (1911-e do Fanzine Episódio Cultural, uma publicação sem fins lucrativos, distribuída gratuitamente em várias Instituições Culturais, como: Cia Bella Artes (MG), PUC (MG), Casa das Rosas (SP), Instituto Moreira Salles (MG), e em breve no Museu da Língua Portuguesa (SP)

Obs: instituições, escritores, poetas, jornalistas, artistas plásticos... podem participar, enviando matérias de cunho cultural tanto para o formato impresso quanto virtual do fanzine.

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