segunda-feira, 29 de novembro de 2010

The water

A água está presente em 70% do planeta, 70% do nosso corpo. Nos oceanos estão 97.5% de toda a água da Terra, mas é uma água salgada, portanto, imprópria para beber, tomar banho etc. A água doce, isto é, com salinidade próxima a zero, é uma pequena fração dos recursos hídricos do planeta. Fora isso, do pouco que existe, quase 70% da água doce está congelada e 30% é subterrânea. Apenas 0,3% da água doce disponível está em rios, lagos e represas. Agora vejam: 70% dessa pouca água irriga as plantações e hidrata o gado, ou seja, aquele bife que vai para o nosso prato (não mais para o meu, mas ainda vai para o prato de uma porção de pessoas) consome a maior parte da água disponível no planeta e que poderia ter outro destino. As indústrias, sempre tidas como as grandes vilãs do desenvolvimento, consomem 20% dessa mesma água boa e nós, pobres mortais, em nossa residência, utiliza os apenas 10% do H2O potável.
Com tanta água salgada dando sopa (sem trocadilhos) a primeira coisa que vem à cabeça é: então por que não dessalinizamos os mares? Bom, primeiro porque isso tem um custo, mas mesmo assim já existem 300 milhões de pessoas que moram na Espanha, em Chipre e na Austrália que consomem 60 bilhões de litros de água dessalinizada diariamente. (fonte: National Geographic, abril, 2010). Segundo, porque em vez de procurarmos alternativas caras o que deveríamos é ter mais consciência e gastar menos água, ou melhor, desperdiçar menos água. Ainda deixamos a torneira da pia do banheiro aberta enquanto escovamos os dentes? Ainda deixamos a torneira da pia da cozinha aberta no máximo enquanto lavamos a louça? quantas vezes por semana usamos a máquina de lavar? reutilizamos a água da máquina para lavar o quintal ou a garagem ou o banheiro? usamos a mangueira como vassoura para limpar a calçada? tomamos banho demorados? - mais de sete minutos?
Se respondemos sim a alguma dessas perguntas acima, sim, ainda desperdiçamos muita água boa.
Não. Não é só responsabilidade nossa. Acredito que o poder público tem sido omisso. Por exemplo, por que as prefeituras não implantam descontos progressivos no IPTU para quem atingir uma determinada faixa de consumo mínimo de água? Por que as prefeituras não obrigam os novos condomínios residenciais a instalar sistemas de reaproveitamento de águas de chuva para utilização no vaso sanitário, lavagem de garagem e jardins? E, ao mesmo tempo, também poderiam dar algum tipo de incentivo fiscal.
Enfim, sozinhos, individualmente, nossa contribuição é pouca, mas não pode ser desprezada. Mas podemos deixar de ser acomodados e procurar aquele vereador que ajudamos a eleger (se é que nos lembramos de quem foi?), ou o deputado estadual, federal, senador, ou mandar um e-mail se não for possível falar pessoalmente com a criatura, e cobrar dele uma atitude, um posicionamento, um projeto. Esse pessoal também precisa ser lembrado constantemente que está onde está porque foi eleito, tem seu salário gordo e polpudo pago com nosso rico e suado dinheirinho.
Muito ainda se pode fazer em relação à água, em relação ao lixo (outro grande problema) que merecia uma atenção tão grande ou maior do que a que se está dispensando agora, por exemplo, a esse caso dos traficantes no Rio de Janeiro que, me desculpem os crentes inocentes, só está acontecendo porque em algum momento algum acordo não foi cumprido. Quem viver verá!

LEMBRE-SE DA QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA PARA A PRODUÇÃO DESTES ITENS, NA PRÓXIMA VEZ QUE FOR CONSUMI-LOS:
carne de frango: 3.900 litros por quilo
maçã: 70 litros por unidade
uma folha de papel: 10 litros
camiseta de algodão: 2.700 litros por unidade
carne de porco: 4.800 litros por quilo
arroz: 3.400 litros por quilo
pão: 1.300 litros por quilo
queijo: 5.000 litros por quilo
carne bovina: 15.500 litros por quilo
calça jeans: 11.000 litros por quilo
laranja: 50 litros por unidade
couro bovino: 16.000 litros por quilo 

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