sexta-feira, 3 de julho de 2009

E o que me resta são só os gemidos

Tem uma reportagem que eu ainda quero fazer.
Quando fico olhando aquela paisagem triste que se descortina através dos vidros riscados das janelas dos trens da CPTM, triste e feia principalmente por causa dos fundos dos prédios - a maioria abandonados - velhos e pichados, penso em entrevistar os pichadores e perguntar: qual a graça em escrever coisas ilegíveis (pra nós, pobres mortais), nas paredes alheias? (sei que eles têm uma linguagem própria etc, que os identifica pelas diferentes letras e tal).
Qual a sensação? Qual o prazer? Por quê? O que leva uma criatura a pular muros, subir, se arriscar, sujar, degradar, estragar, enfeiar o alheio?
Onde moram? O que fazem quando não estão pichando? Como planejam uma pichação? É mais gostoso fazer sozinho, em dupla, em turma? Se a casa dele for pichada ele acha legal, bacana? Ele incentiva seus vizinhos a picharem sua casa? Aliás, os vizinhos sabem que ele é um pichador? Como é a vida, o pensamento, o sentimento, o que espera do futuro. Vai ensinar aos seus filhos as técnicas da pichação?
Só não sei se vou conseguir me controlar até o fim da entrevista e não sentir uma vontade louca de dar-lhe umas palmadas (dependendo da idade e do tamanho, claro), coisa que sua mamãe com certeza não fez na idade certa.
Se as mamães ensinassem seus rebentos a respeitar não só as suas coisas como também (e talvez, principalmente) as de terceiros, talvez não existissem tantos muros pichados nessa cidade.
Visão simplista do problema? Pode ser. Mas ainda acredito que a educação vem do berço.

Isso vale pra político corrupto. Sempre que vejo um, penso: onde está a sra. sua mãe, agora? Essa é outra pauta bacana: entrevistar a mãe do Edemar, a mãe do Sarney, a mãe do Delúbio....

De pichador a político corrupto. Delírio? De jeito nenhum: ambos enfeiam e degradam o meio ambiente com a sua presença de um jeito ou de outro.

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