segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ready To Love Again

Seems I was walking in the wrong direction
I barely recognized my own reflection
Oh scared of love but scared of life alone
Seems I’ve been playing on the safe side baby
Building walls around my heart to save me
Oh but it’s time for me to let it go.
I’m ready to feel now
No longer am I afraid of the fall down
It must be time to move on now
Without the fear of how it might end
I guess I’m ready to love again
Just when you think that love will never find you
You’ve run away but still it’s right behind you
It’s just something that we can’t control
I’m ready to feel now
No longer am I afraid of the fall down
It must be time to move on now
Without the fear of how it might end
I guess I’m ready to love again
So come and find me
I’ll be waiting up for you
I’ll be holding out for you tonight.
I’m ready to feel now
No longer am I afraid of the fall down
It must be time to move on now
Without the fear of how it might end
I guess I’m ready to love again

Lady Antebellum


Um homem pra chamar de seu

Walkiria estava novamente num dileminha básico: como ser mais feminina para que atraísse homens que a seduzissem, ou seja, homens que fossem e agissem como homem?
Ela tinha perdido um pouco essa noção desde que se viu sendo obrigada a assumir o papel de pai/mãe dos seus filhos, de provedora da casa, de eletricista, encanadora e pintora/pedreira/mestre-de-obras.
Trocar uma lâmpada, tudo bem. Trocar uma resistência de chuveiro, desde que fosse aquele corona simplezinho, também tudo bem.
Mas era muito chato decidir tudo, ligar pra esse pessoal que presta serviço e que cobra caro quando percebe que você é mulher e sozinha.
Como Walkiria queria ter um homem em casa pra negociar essas coisas, pra ir na loja de material de construção...pra retocar a pintura da porta, chamar o marceneiro, o encanador e o eletricista e falar grosso com eles quando cobrassem os olhos da cara! Ela já estava cansada de falar grosso, fazer cara feia e assinar cheques.
Walkiria estava cansada de ir aos jantares dos seus amigos casados..sozinha.
Walkiria estava cansada de viajar com seus amigos casados e ficar no quarto daqueles hotéis-fazenda lindos...sozinha ou com outra mulheres tão sozinhas quanto ela.
Walkiria estava cansada de só receber sms de promoções; de só atender chamadas por engano. Walkiria queria ganhar flores, bombons, perfumes, e daí? Era romântica, sim. E daí?
Walkiria queria sim, ter alguém que dissesse pra ela no final de um encontro, tarde da noite: liga pra mim quando chegar em casa pra dizer que chegou bem.
Walkiria queria semtir ciúmes (pouquinho) e queria despertar ciúmes também. Ela queria andar de mãos dadas, queria o braço masculino desse homem sobre seu ombro ou na sua cintura mostrando pra quem quisesse ver que ela tinha dono, sim, que ela não estava solta, não.
Walkiria queria um home inteligente pra ir ao cinema com ela, assistit Almodóvar, Copolla, Woody Allen, sim, ela se rendera aos encantos daquele feioso de Nova York, sim ela se rendera ao espanhol que fazia filmes arrebatadores. Mas não é qualquer homem que tem cacife pra encarar um filme desses. E depois, ficar horas e horas falando e falando. Walkiria se sentia atraída por homens assim: inteligentes, bom papo, sedutores com a palavra.E isso estava cada vez raro no mercado.
Walkiria não sabia exatamente quem seria esse alguém. Tinha uma vaga ideia, não era uma certeza ainda, apenas uma possibilidade...mas a pessoa existe. Mas Walkiria ainda não estava segura, não sabia em que terreno estava pisando. Terra firme? Além disso, ela sabia que não ia admitir fantasmas do passado visitando seu castelo duramente construído. Minha amiga Wal me contou que se tivesse de ter outro relacionamento na sua vida as coisas seriam definidas tintim por tintim antes de qualquer coisa. Ela não ia admitir recaídas, mentiras e deslizes. Não tinha tempo a perder, ela me dizia. Walkiria me dizia: Lu, estou envelhecendo. O tempo corre. Mas ainda me restam alguns anos, uns 20 anos talvez. Tenho saúde pra gozar no fim como diria Rita Lee, mas até quando? Walkiria queria paz. Ela me disse que se lembrava de uma das últimas vezes que fizera amor com seu último marido, depois daquelas brigas enormes, depois de várias cervejas...que, ao final, em cima dele, e com ele por dentro dela ainda, dissera: eu só quero ser feliz! mas Walkiria, minha amiga querida, não sabia lidar com aquela situação: ambos tomados por seus complexos - tão parecidos - ambos tomados por suas sombras - ambos vivendo processos projetivos de suas sombras, quase se destruíram, destruíram seus casamentos. Walkiria ficou com pena dos filhos, com pena de si mesma e terminou com tudo. Hoje, sabendo o que sabia, Wal não teria agido como agiu  anos atrás. Por isso agora ela queria uma chance porque agora essa chance seria devidamente aproveitada. Wal já sabe que não pode controlar seu complexos, mas que pode organizá-los. Pode se adaptar e se organizar. Wal mudou. Tem agora uma vontade gigante de cuidar do seu próximo homem como nunca fora capaz. Tem vontade de acolher, de ser mulher. Já fora mãe dos seus filhos, agora os filhos estão grandes, vai ter tempo e disposição para cuidar do seu homem e para ser mulher. O Homem que tiver a sensibilidade e a inteligência para perceber e merecer tudo o que Walkiria tem para dar, será um homem completa e totalmente feliz.
Walkiria queria novamente ter um homem pra chamar de seu. Estava decidido. 

Lady Antebellum - I Run To You

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Qual é a sua máscara?

Somos seres do Criador.

Temos o DNA de Deus dentro de nós.

Qual é a nossa kriptonita?

É a desonestidade com nós mesmos.

Isso reduz o DNA que nos foi dado pelo Criador

e nos faz sentir como carne e osso.

É a isso que nos reduzimos,

carne e osso e nada mais.

Nada de espírito, nada de alma, nada.

Temos que atingir um nível para alcançarmos a nossa verdade.

Não existe uma fórmula que possamos todos seguir.

Não existe pílula azul ou vermelha.

Para cada pessoa, o caminho até a Verdade é diferente.

A pessoa lendo isto perto de você tem uma verdade diferente.

Não pense que o caminho vai ser o mesmo.

Não existe Verdade absoluta.

Precisamos ser verdadeiros com nós mesmos

e no que queremos atingir com nossos sonhos,

desejos e metas.

A maioria de nós, se olha no espelho e não se vê.

Não estamos olhando para o que queremos ser.

Não consideramos nós mesmos em um caminho do que queremos ser.

Olhamos para nós mesmos, somos nós, mas e nesse momento que nos vemos,

vemos também quem queremos ser?

Esta nunca é a pessoa refletida.

Com frequência, em algum momento da vida, nós nos vendemos.

Fazemos um outro caminho e escolhemos o outro lado.

E com frequência, procuramos aprovação de outra pessoa.

Começamos a não viver nossas vidas, não viver as nossas verdades,

começamos a viver a verdade deles.

Isto é construído pelo nosso DNA Oponente

em nós para procurar aprovação em outros.

Ao invés de viver a nossa verdade,

vivemos uma realidade que não é a nossa.

Vivemos a verdade do outro em escala,

talvez de nossos chefes no trabalho.

Nós satisfazemos estas pessoas.

Pensamos que isso nos trará uma promoção.

Começamos a seguir um caminho diferente do que deveríamos ir.

Não somos mais autênticos.

Nós perdemos Luz.
Acabamos de pegar a Kriptonita.

Isso nos reduz a nada.

A verdade é, existem apenas duas forças no mundo.

Existe o oponente.

E existe o seu verdadeiro Eu

– sem aprovação, sem a bajulação,

sem fazer coisas por reconhecimento.

Existe uma coisa chamada Síndrome de Estolcomo,

quando o capturado tem uma conexão com o que o capturou.

Estamos tão dentro deste pensamento

de reconhecimento e aprovação,

que pegamos isto até mesmo da pessoa que nos sequestrou.

É assim que o Oponente trabalha em nossa cabeça.

Talvez, estejamos impressionados pelo Oponente,

presos na cadeia.

Ele colocará as pessoas na nossa frente para nos vendermos,

para nos sentirmos para baixo,

para tirar a nossa essência verdadeira.

Ele sempre nos dará oportunidades para cairmos.

Perguntamos a nós mesmos:

- Quem é você, onde você está?

Nos olhamos no espelho e não conseguimos nos reconhecer.

Entramos nesses momentos.

É essa desconexão que nos aliena de nós mesmos e da Luz.

Tudo o que o Criador quer de nós é que sejamos nós mesmos.

É tudo que Ele quer. Não parecer ser tão difícil.

A cada dia, a cada parte de nossas horas,

não somos nós.

Estamos vivendo as coisas de alguém, a fantasia, o que quer que seja.

Mas, se não vivermos verdadeiramente com nós mesmos,

não iremos viver realmente.

Então estamos mortos por dentro.

O que é uma pessoa quando está deprimida?

Ela não tem desejos.

Por quê?

Porque está morta por dentro.

Existe um vazio dentro.

A semente do vazio vem de estarmos nos sentindo desconectados de nossos sonhos,

desconectados de nós mesmos.

Nós temos uma forma de máscara que colocamos.

Todos temos máscaras.

Não existe uma pessoa que não esteja lendo isto que não a tenha.

Não existe uma pessoas em meio a 6 milhões de pessoas no mundo

que não tenha uma máscara.


O que é uma pessoa controladora?

Uma pessoa que está usando a sua fraqueza e insegurança para controlar os outros.

Por que uma pessoa fica com raiva?

Ele ou ela não querem que você fique muito perto.

Esta pessoa está com medo de ficar perto de qualquer pessoa

e criou para si uma concha de raiva.

Todas as pessoas têm uma máscara.

Uma máscara que nos separa da verdade que há dentro.

Não podemos ser felizes,

não podemos nos sentir completos até removermos a máscara.

Tire ela assim como fez Darth Vader no “Retorno de Jedi.”

Finalmente, ele removeu a máscara e dessa forma eliminou a negatividade.

Temos uma concha fora de nós, que desvia as pessoas.

Queremos que as pessoas vejam isto, o que vendemos para todos,

a máscara.

Esta é a nossa Kriptonita, nosso ingresso para o caos.

No fim do dia, tudo o que temos são máscaras e nada mais.

Existe um vazio que vem depois.
A hora é agora.
É tempo de removermos a máscara.
É tempo de arriscarmos e viver a nossa verdade.

Yehuda Berg







segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

To love or not to love

E mais uma vez Walkiria olhava para o nada à sua frente. Os sons se misturavam ao sabor do vento enquanto ela pensava se queria ou se não queria ter novamente um relacionamento, um namoro, um casamento? Não, casamento nunca, jamais. Lembrava de ter ouvido frase semelhante anos atrás de um dos seus ex-maridos quando da separação. "Se não for com você não será com mais ninguém." De fato, ele nunca mais se casou. Porém, passados alguns poucos meses lá estava Roberto com uma de suas dezenas de namoradas pós-divórcio. Algumas Walkiria conheceu outras não. O mais engraçado, ria internamente, era que muitos familiares comentaram à época de sua separação que ela estaria com alguém que seria, portanto, o pivô de tudo. Quanta bobagem, lembrava minha amiga Wal. O tempo passava e ela continuava sozinha. De fato, teve um romance logo no início. Foi buscá-lo no seu passado, nas lembranças de sua adolescência.Procurou o nome dele em listas telefônicas (naquele tempo não havia internet) e procura daqui, liga delá, acabou encontrando a figura. Ele era lindo, ela lembrava: alto, olhos azuis, loiro. Passara alguns anos do ginásio tentando conquistá-lo. A história era até bonita. O irmão dele era apaixonado por ela. Ficou amiga do irmão pra se aproximar do seu objeto de desejo. Isso porque ele nem sabia que ela existia, namorava outras meninas, jogava no time de basquete da escola...conversavam na cantina, mas assim como amigos, junto com todo mundo.Suas amigas davam todo o serviço: ele vem vindo, ele está indo, está sozinho, está com a namorada (uma gorda horrorosa  - não, naquele tempo não existia esse negócio de politicamente correto) e Walkiria planejava o "ataque". Um dia ele ainda vai ser meu, pensava. E um dia ela atacou: pegou o rapaz de surpresa subindo a escada. Pensou em todos os detalhes. Falou com ele estando alguns degraus acima para ficar na mesma altura, olhos nos olhos (e que olhos!). Ele sorriu (e que sorriso) e ela disse: Olha eu sei que você está namorando, mas eu sei ser paciente. Tenho certeza que você ainda vai ser meu. Ele sorriu um sorriso largo e nem respondeu, seguiu para sua sala de aula. Walkiria, destemida, perseverante, não se abalou. Semanas depois haveria a formatura do Tiro de Guerra. Ele estaria lá, em formação. O pai era da corporação, comandaria a solenidade. Walkiria e suas duas melhores amigas checaram todas as informações, dia, hora e local. Estrategicamente Walkiria se colocou na frente do palanque onde estavam os pais do dito cujo, o irmão e, pasmem, a namorada - essa já era outra, mais bonita, alta, mas Wal não se abalava, nem temia que fosse páreo -. Ele a viu. Sorriu. Em formação nem poderia. Mas sorriu aquele sorriso que ela amava. A estratégia dera certo. Dias depois, ela estava sentadinha em sua carteira na classe vazia, aguardando a próxima aula - os demais alunos haviam descido, mas ela, por alguma inexplicável razão ficara - e eis que o seu deus grego entra pela sala carregando um álbum de fotografias.Já entrou sorrindo e abrindo o álbum falou: olha só oq ue você fez. Ela estava em praticamente todas as fotos. Ela estava eternizada nas fotografias do desfile de formatura do seu amado dinamarquês. Eles riram da situação e então veio a surpresa: a pergunta mais importante do ano. Se ela iria ao baile de primavera do clube da cidade. Ela nem sabia o que dizer. Por que ele quer saber? perguntou. Por que eu vou, respondeu. Ah, vai apresentar a namorada aos amigos oficialmente, concluiu minha amiga Walkiria. Não, não estou mais namorando. Aquilo soou como música. Sim, é um lugar-comum, mas e daí? Era isso mesmo, foi uma verdadeira sinfonia de Bethoven! Precisava esclarecer, mas, mas, mas, gaguejou, bom, vocês está só perguntando ou me convidando? Convidando, claro! ele disse com aquele sorriso lindo no rosto. Walkiria respondeu sim, iria (nem sabia como, com que roupa? nem falei pra minha mãe, nem sei quanto custa, mas vou, claro que vou) e assim foi feito.
No dia, ou melhor, na noite do baile, foi. Entrou. O salão propriamente ficava no andar de cima. As amigas já informaram empolgadas: ele está lá em cima. Sozinho? Sim, sim, com uns amigos. Ah, bom, com amigos, pode. Subiu. As amigas atrás. Ele veio recebê-la. Deu um beijinho no rosto e uma bronca: você demorou. Então ele sentiu minha falta, estava ansioso? Ah isso tudo Walkiria só sabe, só entende agora. Naquele dia tudo era mágico. Ele a tirou para dançar (é, era assim, os meninos esperavam uma música lenta e "tiravam" a menina para dançar). Foram. Era engraçado. Ele muito alto, ela baixinha...nem sabe direito como foi, mas ele perguntou: quer namorar comigo? se ela dissesse sim, podia beijar na boca. Imaginem o que ela respondeu? Sim, sim, sim. Dançaram e se beijaram a noite toda. Depois, em casa, nem dormiu. À tarde, ele ligou. Esse era o sinal de que a coisa era séria (já naquele tempo era assim). Namoraram quase um ano. Um amor tão bonito. Namoro na varanda da casa dela, com a luz apagada, ouvindo o som da Tv que vinha da sala e quando dava 10 horas a mãe aparecia na janela avisando que já estava tarde e como era difícil a despedida. E ele descia a rua e andava quase de costas pra continuar a olha pra Walkiria que ficava no portão olhando até ele desaparecer na escuridão da rua mal-iluminada.
Mas um dia, Walkiria entrou da faculdade e imaginou que a partir daí um mundo, um universo se descortinaria e que não poderia estar compromissada com nada nem com ninguém. Não, namoro, sáriodeus grego e ele por ela. Hoje Walkiria acha que era mais ele por ela. Sem dó nem piedade Walkiria acabou com aquilo tudo.Ele corava copiosamente. Até sua mãe foi ver o que estava acontecendo. Até hoje, quando Wal se lembra da cena, sente uma dor no peito, uma dor de culpa, uma dor de remorso. e foi movida por esse sentimento que Walkiria procurou seu loiro dinamarquês quando estava recém-separada. Queria reparar o erro, quem sabe retomar de onde pararam. O reencontro foi lindo. Se beijaram com saudades, se abraçaram, se amaram como que pra compensar 18 anos de ausência. Cada um contou sua vida. E quanto mais ele falava, mais Walkiria se sentia culpada. Porém, a segunda chance não teve também um final feliz. Desta vez, ele deu o fora nela. Seria vingança? Provavelmente. O fato é que Walkiria chorou como nunca chorara por homem nenhum na sua vida. Não conseguia se imaginar sem ele novamente. Mas não teve jeito. Era o fim. Depois ainda se encontraram algumas vezes, escondidos, os filhos de Walkiria não aprovavam aquele relacionamento e seu ex, apesar de ter outras, não admitia que ela tivesse seus romances. Não, não foi por causa desse rapaz que Walkiria terminou seu casamento. Na verdade, seu casamento já havia terminado lá pelo 5º ou 6º ano dos quase 20 que durou.
Depois, Walkiria teve alguns namorados sem importância.Walkiria fugia de controle como o diabo foge da cruz. Quando começavam as cobranças, muitos torpedos, muitas perguntas, patrulhamento ideológico, ela pulava fora. Melhor sozinha. Melhor sozinha. E agora, olhando para o nada, pensava. Passar por tudo isso novamente? Não sabia se queria. Talvez fosse legal ter alguém que se importasse com ela, que ligasse antes de dormir, que perguntasse se chegou bem em casa, se pegou chuva, se dormiu bem...o que almoçou, com quem? Vai demorar? Alguém pra ir num cinema ver o último filme do Woody Allen ou do Coppolla...alguém pra fazer amor, pra fazer carinho, pra ter carinho, pra dar carinho, pra cuidar, pra ser cuidada, alguém pra fazer uma comidinha gostosa, bater um papo despreocupada, beber junto uma garrafa de vinho, dar risada até perder o fôlego; alguém pra escrever um poema, pra ganhar um poema, pra ler um livro antes de dormir; alguém pra dizer bom dia de manhã com mau hálito, com a cara amassada? quem sabe? Pra ouvir o ronco? Pra ouvir o seu ronco? dividir o banheiro? a cama? o cobertor? se não fosse todos os dias, quem sabe? Walkiria não sabia. Não ainda.

A morte não separa os corações

Sexta-feira 3, meu ex-sogro faleceu. Seo Antônio foi um sogro bacana. Não interferia, não dava palpites. Ajudou sempre que possível. Sempre foi um homem simples e correto. Falava o que pensava. Aparentemente estava sempre de boa comigo. Se tinha diferenças, não fiquei sabendo. Quer dizer, houve um tempo, logo após a separação, me deram uma informação que, no final das contas, provocou um afastamento desnecessário. Passei boa parte desses dez anos de divórcio sem visitá-lo e sem conviver com ele por conta dessa informação. Agora, quando ele esteve internado num hospital aqui em São Paulo, já bastante adoentado, perguntei ao meu ex se eu poderia visitá-lo. Embora minha consciência e meu coração estivessem tranquilos eu não queria causar nenhum constrangimento, principalmente para alguém acamado. Meu ex informou que não haveria problema. E assim, depois de 10 anos, reencontrei seo Antonio, magrinho, mais envelhecido, mas a mesma carinha, o mesmo sorriso e o bonezinho na cabeça que ele tanto gostava de usar. Me recebeu sorridente como se ontem estivéssemos juntos. Conversamos animadamente. Ele estava com esperanças de ter a saúde recuperada com a cirurgia que deveria sofrer. Fez planos de voltar a pescar - coisa que adorava, mas que ultimamente havia abandonado -. O Rafa se animou também e disse que sempre quis ir pescar com o avô. Mas, ele não resistiu à cirurgia. Eu o visitei duas vezes durante os 30 que esteve internado. No sábado fomos ao velório e enterro. Revi muitas pessoas que, confesso não me lembrava mais o nome. Mas, incrível, elas lembravam do meu! Não sabia que algumas daquelas pessoas tinham tanto apreço por mim, não imaginava que deixara tão boa impressão. Era como se o hiato de 10 anos não tivesse existido. As pessoas, vinham e abraçavam com aquela simplicidade que só quem é e mora no interior tem, e diziam palavras de conforto, convidavam para voltar à casa delas em outra ocasião, mais alegre...vários convites recebi.  Outras disseram: "Nossa, outro dia mesmo estávamos falando de você, lembrando disso e daquilo", outras me perguntavam se eu me lembrava disso e daquilo...De algumas lembrei, de outras, não...mas coisas boas...que bom, que no fim, prevalece o bom. Engraçado, como a morte, apesar da dor, pode aproximar pessoas que não se veem há tampo tempo. Engraçado constatar que, apesar da distância física, os corações ainda estavam próximos.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O abismo que nos une

Sempre que alguns amigos a convidavam para sair e se divertir lá vinha a sensação de culpa. Primeiro a obrigação, segundo a obrigação, terceiro, a obrigação. Sem sofrimento não há progresso. Assim educaram a minha amiga Wal. Então, naquela tarde os colegas de trabalho a convidaram para jogar sinuca num bar da Lapa e beber umas "brejas" enquanto reencontravam outros amigos e se despediam do ano que já estava no fim.
Walkiria ficou com muita vontade. Mas....sempre o mas....e os filhos que a aguardavam em casa? e a grana que, afinal, ia gastar e que, afinal não estava assim sobrando, e...será que teria carona para voltar? Primeiro, Walkiria enxergava os empecilhos.Fora educada assim. À parte a educação, alguns outros fatos de sua vida corroboravam nesse momento para reforçar suas convicções. Errôneas e bem arraigadas. Walkiria pensou, pensou....e lembrou de uma outra época, anos atrás, que era tão feliz...saía com os amigos sem culpa apesar de os filhos serem menores, e tudo dava certo. Por conta da falta de culpa e da falta de medos bobos e infundados conhecera muitos restaurantes bacanas, participou de conversas memoráveis... Divertiu-se sem preocupação. Nessa época Walkiria tinha carro. Um carro bacaninha, quatro portas, seminovo, filmado, travas e vidros elétricos. Um carro que levava Walkiria aonde ela quisesse. Walkiria, nesses tempos, não tinha receio de passar às duas da manhã na avenida que cortava a maior favela de São Paulo. Ela ia que ia, toda faceira, cantando suas músicas preferidas. Nunca sofrera nenhum tipo de acidente, nem assalto, nem pneu furado. Nada. Ia despreocupada de volta para sua casinha com chuva ou sem chuva. Nem enchentes nem alagamentos enfrentava. Milagrosamente.Então, por que agora minha amiguinha colocava tantos mas antes de suas frases, antes de seus desejos, antes de suas vontades, antes de seus sonhos?
Seria porque justamente no meio daquela fase as coisas começaram a não dar muito certo? Ela me contou que resolvera vender aquele carro, cuja prestação estava um pouco alta para o seu orçamento, e dali a alguns meses, quando recebesse a restituição do seu Imposto de Renda, daria entrada num outro veículo, com uma prestação mais ajustada às suas contas. Porém, (e talvez por causa desse porém Walzinha adquiriu outros mas e poréns) quando chegou em casa a pé, levou um superpito de sua filha mais velha que lhe disse poucas e más sem dar a ela nenhuma chance de defesa. Mais uma vez, Wal se calara, como tantas e tantas outras vezes fizera em sua vida desde quando era bem pequenininha (só que nessa época, ela desconhecia esse sistema que só agora a terapia havia revelado). A filha despejou sobre ela todos os medos que eram dela, filha, e Wal absorveu tudo calada, pior do que calada, vexada, pior do que vexada, humilhada. Wal queria explicar: não, filha, eu vendi agora porque está difícil pagar, mas daqui a alguns meses comprou outro com a restituição do IR...mas a mocinha não deu trégua. Disse que ela não sabia conduzir a própria vida, que era irresponsável, que não planejava nada em sua vida (mas, mas, tentou dizer) e terminou com a frase que nunca mais Walkiria esquecera, a frase-sentença, a frase-guilhotina: sabe quando você vai conseguir outro carro igual a este que você acabou de vender? nunca mais!
Wal não tem certeza se a filha disse o que disse da boca pra fora, apenas no calor do desespero por ver a mãe a pé e todas as dificuldades decorrentes disso. O fato é que daquele momento em diante, como uma mágica ao contrário, sua vida foi se esvaindo, perdeu o emprego, a alegria, a segurança e a restituição, quando chegou, não pôde ser usada para comprar seu sonhado carrinho porque teve de ser usado para pagar contas e a bola de neve de azares cresceu tanto que engoliu minha amiguinha levando-a ladeira abaixo, carregando junto sonhos, vontades e desejos. Minha amiga ficou seis anos sem um emprego fixo. Foram seis anos contando moedas para comprar pão no final da tarde que garantiam não passar fome até a hora de dormir. Moedas muitas delas surrupiadas do cofrinho de moedas juntadas desde a infância por essa mesma cria que, por decreto, ainda que involuntário, talvez inconsciente e inconsequente jogou a mãe de ego frágil para o patamar mais baixo que ela poderia suportar. Seis anos dependendo da boa vontade de amigos para pagar contas, para emprestar dinheiro até para comprar papel higiênico. Seis anos se achando incapaz, incompetente, impotente. Wal se nutria do pão que o diabo amassou e como prêmio ganhou uma anemia e várias hemorragias. Para que viver? era o recado que ela dava sem ter consciência, para o universo. Para completar, o distanciamento que se deu entre elas a partir da venda do carro se tornou abissal. Oito longos anos se passaram desde então e Wal ainda não conseguiu comprar um carro, exatamente como previra sua filha. Walkiria acredita que um dia ainda vai comprar novamente um carro. E aos poucos superar o Grand Canyon que se abriu entre elas.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

E se?

Você tem certeza do que vai acontecer quando morrer?
Como será partir desta, e por que dizem "para uma melhor"? Quem garante será melhor? E se eu gosto da minha vida, gosto de viver aqui, porque seria "uma melhor" morrer?
E se o "Nosso Lar" estiver certo? e se estiver errado? E se não existir nada ou e se existir o nada? Como será viver no nada? Allan Kardec escreveu à exaustão sobre o tema e ainda existem milhões de pessoas que não acreditam numa linha do que está contido em O Livro dos Espíritos, Gênese, Céu e Inferno....budistas e hinduístas acreditam que podemos renascer como formigas, pulgas, bois, ratos, peixes...e se for assim mesmo? teremos consciência disso? seremos um gato filósofo? uma aranha hermetista? e se existir o céu como os católicos tanto apreciam? e São Pedro com sua chave mestra, e o Diabo tomando conta do Inferno...e os anjinhos tocando flauta? Como as flautas ou harpas (tem gente que fala que não é flauta, que são harpas, enfim) chegaram lá no céu? Quem levou? De que material são feitas? Teremos espíritos samaritanos nos ajudando na passagem? Existe um espírito auxiliar para cada ser humano encarnado? Tipo Nicolas Cage em "Cidade dos Anjos"? Até pra traficante? Traficante tem mentor? O que faz o mentor de um assassino? Chora? Lamenta? Se sente um fracasso? E de político corrupto? O que sente o mentor de um corrupto, e de um pedófilo, de um estuprador? Somos consciências divinas e para onde vai essa energia que nos anima aqui neste planeta? Do pó viemos? Do pó cósmico, sim, viemos e para lá iremos? Por que é tão difícil amar ao próximo? por que é tão difícil amar a si mesmo? Por que tem gente que acredita em deus, em deuses, em santos, em ídolos (de barro, da música, do cinema) e não acredita em si mesmo? E. afinal, Deus é homem? É mulher? É as duas coisas? E se for? Deus é quem ou o que? E se...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

The water

A água está presente em 70% do planeta, 70% do nosso corpo. Nos oceanos estão 97.5% de toda a água da Terra, mas é uma água salgada, portanto, imprópria para beber, tomar banho etc. A água doce, isto é, com salinidade próxima a zero, é uma pequena fração dos recursos hídricos do planeta. Fora isso, do pouco que existe, quase 70% da água doce está congelada e 30% é subterrânea. Apenas 0,3% da água doce disponível está em rios, lagos e represas. Agora vejam: 70% dessa pouca água irriga as plantações e hidrata o gado, ou seja, aquele bife que vai para o nosso prato (não mais para o meu, mas ainda vai para o prato de uma porção de pessoas) consome a maior parte da água disponível no planeta e que poderia ter outro destino. As indústrias, sempre tidas como as grandes vilãs do desenvolvimento, consomem 20% dessa mesma água boa e nós, pobres mortais, em nossa residência, utiliza os apenas 10% do H2O potável.
Com tanta água salgada dando sopa (sem trocadilhos) a primeira coisa que vem à cabeça é: então por que não dessalinizamos os mares? Bom, primeiro porque isso tem um custo, mas mesmo assim já existem 300 milhões de pessoas que moram na Espanha, em Chipre e na Austrália que consomem 60 bilhões de litros de água dessalinizada diariamente. (fonte: National Geographic, abril, 2010). Segundo, porque em vez de procurarmos alternativas caras o que deveríamos é ter mais consciência e gastar menos água, ou melhor, desperdiçar menos água. Ainda deixamos a torneira da pia do banheiro aberta enquanto escovamos os dentes? Ainda deixamos a torneira da pia da cozinha aberta no máximo enquanto lavamos a louça? quantas vezes por semana usamos a máquina de lavar? reutilizamos a água da máquina para lavar o quintal ou a garagem ou o banheiro? usamos a mangueira como vassoura para limpar a calçada? tomamos banho demorados? - mais de sete minutos?
Se respondemos sim a alguma dessas perguntas acima, sim, ainda desperdiçamos muita água boa.
Não. Não é só responsabilidade nossa. Acredito que o poder público tem sido omisso. Por exemplo, por que as prefeituras não implantam descontos progressivos no IPTU para quem atingir uma determinada faixa de consumo mínimo de água? Por que as prefeituras não obrigam os novos condomínios residenciais a instalar sistemas de reaproveitamento de águas de chuva para utilização no vaso sanitário, lavagem de garagem e jardins? E, ao mesmo tempo, também poderiam dar algum tipo de incentivo fiscal.
Enfim, sozinhos, individualmente, nossa contribuição é pouca, mas não pode ser desprezada. Mas podemos deixar de ser acomodados e procurar aquele vereador que ajudamos a eleger (se é que nos lembramos de quem foi?), ou o deputado estadual, federal, senador, ou mandar um e-mail se não for possível falar pessoalmente com a criatura, e cobrar dele uma atitude, um posicionamento, um projeto. Esse pessoal também precisa ser lembrado constantemente que está onde está porque foi eleito, tem seu salário gordo e polpudo pago com nosso rico e suado dinheirinho.
Muito ainda se pode fazer em relação à água, em relação ao lixo (outro grande problema) que merecia uma atenção tão grande ou maior do que a que se está dispensando agora, por exemplo, a esse caso dos traficantes no Rio de Janeiro que, me desculpem os crentes inocentes, só está acontecendo porque em algum momento algum acordo não foi cumprido. Quem viver verá!

LEMBRE-SE DA QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA PARA A PRODUÇÃO DESTES ITENS, NA PRÓXIMA VEZ QUE FOR CONSUMI-LOS:
carne de frango: 3.900 litros por quilo
maçã: 70 litros por unidade
uma folha de papel: 10 litros
camiseta de algodão: 2.700 litros por unidade
carne de porco: 4.800 litros por quilo
arroz: 3.400 litros por quilo
pão: 1.300 litros por quilo
queijo: 5.000 litros por quilo
carne bovina: 15.500 litros por quilo
calça jeans: 11.000 litros por quilo
laranja: 50 litros por unidade
couro bovino: 16.000 litros por quilo 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vegetarianismo

Desde maio não sinto vontade de comer carne vermelha. Não consigo, não vai. Nem presunto, salame, embutidos em geral. Já não era muito fã de embutidos mesmo. Hoje, não consegui comer uns pedacinhos de frango que havia cozinhado com abobrinha e milho verde. Comi só os vegetais. Até o cheiro da carne me enjoou. O que será isso? Tenho por meta ser vegetariana, mas ainda como ovos e leite de origem animal. Gosto de queijos, requeijão, gelatina...então, tenho consciência de que há ainda um longo caminho a percorrer. A notícia boa é que já estou no caminho.

Reencontros

Numa tarde de um dia qualquer de 2008 o telefone tocou. Atendi e do outro lado uma voz feminina pedia para falar comigo. Confirmei que era eu mesma e a moça falou: sou eu, a Margareth da Folha de São Paulo, que trabalhou com você, lembra? Lembrei imediatamente! Como poderia me esquecar daquela moça andava de moto, sempre de jaqueta de couro, sorridente, de óculos à lá John Lennon que despertava ciúmes no meu namorido, também jornalista e revisor da Folha?
Ela estava me convidando para um almoço que pretendia reunir os quase 100 revisores que passaram por lá até os estertores em janeiro de 84 (ou foi fevereiro?). Bom, Margareth conseguiu seu intento: no primeiro reencontro reuniu praticamente todos os remanescentes vivos. A gente levava um susto às vezes, não reconhecia esse ou aquele e  depois fiquei mais aliviada por não reconhecer vários que, na verdade, haviam saído bem antes de eu entrar. Fui pra Folha em maio de 83. Saía de um casamento fracassado com uma filha bebê - Raquel tinha 10 meses - e precisava sustentá-la de alguma forma. Quem me levou pra Folha foi a Rute, na época, esposa do Coimbra, que havia sido meu professor na faculdade Metodista onde estudara jornalismo. Coimbra me avisou: a revisão da Folha está fechando. Mas a Rute achou que pelo menos mais um ano funcionaria e que eu precisava cuidar da menina, enfim, topei. Fiz o teste (ela me emprestou o Manual da Folha) e alguns dias depois o Carlinhos - nosso eterno chefe - me chamava para conversar. Disse que eu e um outro rapaz (cujo nome não me recordo) havíamos passado no teste, mas que ele ia dar a vaga para mim por causa da minha filha (ele vira naquela ficha que a gente preenche e tal).Essa foi a nossa conversa. Logo estava eu lá naquela revisão enorme cheia de gente que eu nunca tinha visto. Entrava às 21h00. Como eu era nova, ninguém queria fazer dupla comigo. Ia lá pra "cozinha" como era chamada uma salinha nos fundos com uma mesa e várias cadeiras em volta onde os boys despejavam os "mortinhos" (sessão de fúnebres) e os "navios" (tabelas gigantes do jornal "Cidade de Santos" com as chegadas e partidas dos navios). Lá pelas tantas, o pessoal da elite que entrara mais cedo, saía e aí o pessoal da cozinha podia ir para o salão principal fazer dupla com alguém. A Rute sempre me dava uns toques: vai com fulano, vai com sicrano...e foi assim que um dia ela me apresentou ao tal do Soldera, que depois virou meu marido. Trabalhávamos sábados e domingos. Aos sábados entrávamos ao meio-dia. Aos domingos às 18h. Eu folgava às terças, coincidentemente o mesmo dia que o tal do Soldera o que depois, facilitou o namoro, a procura por um apê pra dividir, etc. Fomos em várias festas. O pessoal da revisão era muito animado pra festas em geral. Tínhamos 20 e poucos anos. Nessa idade, não faltam motivos pra se comemorar. Ficávamos no bar em frente, o bar do seu Ribeiro, depois do expediente, às vezes até amanhecer. Íamos a pé pra casa - morávamos na Conselheiro Nébias esquina com a Nothmann - e éramos muito felizes. Depois, engatei um trabalho à tarde numa revista sobre informática e como precisava levar minha filha pra morar comigo - porque por causa do meu horário maluco ela ficava com a minha mãe, embora eu fosse à casa dela todos os dias, dormisse a hora que fosse - porque o meu ex, pai dela ameaçara tirar a guarda de mim, pedi pro Carlinhos me demitir. Isso foi em janeiro de 84. Em fevereiro, a revisão acabou.
Graças à iniciativa da Marhareth - que depois de sofre um grave acidente com sua moto e de ter ficado entre a vida e a morte vários dias, e de ter optado pela vida, nunca mais andou de moto - reencontramos os ex-colegas.
O encontro mais recente aconteceu no dia 20 de novembro. Depois, conto mais histórias desse grupo. São várias.

domingo, 14 de novembro de 2010

Estávamos certos e não sabíamos

As sacolinhas de plástico oferecidas pelos supermercados existem há uns 30 anos mais ou menos. Eu me lembro que  quando eu era criança isso não existia. Minha mãe, meu pai iam ao mercadinho da esquina ou à feira munidos de uma sacola enorme feita de lona. Muita gente usava carrinhos nas feiras - esse imbatível objeto que atravessou o século 20 merecia um estudo! -. Aliás, quando eu era criança, pra vocês terem uma ideia do quanto sou antiga, nem supermercado existia na região do ABC. Em Santo André - que sempre foi uma cidade mais cosmopolita - o mais parecido com supermercado era a cooperativa da Rhodia, hoje Coop e hoje com quase dois milhões de sócios. Me lembro que ia lá com a minha madrinha quando passava o fim de semana na casa dela. Era uma bagunça incrível. Tudo meio misturado. Parecia uma feira com empório. Mas era legal, eu adorava ir lá porque minha tia comprava coisas que só lá eram vendidas. Naquela época a cooperativa era fechada, exclusiva para funcionários da Rhodia. Minha tia comprava lá porque meu tio trabalhava na Rhodia. Um outro tio meu, funcionário da Coral, comprava numa outra cooperativa: a da Volkswagen que não era assim tão fechada, já que meu tio não trabalhava na montadora e comprava lá. Na despensa da casa dele também sempre havia coisas diferentes das que eu estava acostumada. Tipo: Ovomaltine, patê de presunto, castanha de caju em latinha...Eles compravam as coisas e levavam pra casa em caixas de papelão. Não haviam embalagens de espécie alguma. Quem tinha carro se virava bem. E quem não tinha? 
Atravessou o século 20
Não sei. Acho que levavam carrinhos de feira e as sacolas de lona. Nunca prestei atenção porque meus tios tinham carro, então não me ligava no problema até porque meus pais, como disse, não compravam nesses locais. Perto de casa tinha o mercadinho do seu Onofre, uma quitanda que sempre mudava de dono, uma padaria...e a feira, duas ruas pra baixo de casa. O essencial. Novidades meu trazia do centro da cidade quando voltava do trabalhoo. Na mão, embrulhado em jornal - hoje em dia dizem que é anti-higiênico embrulhar comestíveis em palpel de jornal, mas naquela época era assim que as coisas funcionavam e ninguém morria por causa disso. Enfim, fora isso o primeiro super que eu vi foi um Peg-Pag que havia no largo do Cambuci, em São Paulo, onde morava uma professora que era amiga da minha mãe - e eu apaixonada, namoradinha, do filho dela, o Renato Felini, lindo de matar! todos os anos fomos os noivinhos da quadrilha junina no Externato Nossa Senhora do Carmo onde estudávamos -. E eu achava muito chique fazer compras naquele tal de Peg-Pag com suas prateleiras todas arrumadas, com aquela infinidade de shampoos de marcas famosas que anunciavam na TV - sim, já existia a TV quando eu era criança, preto e branco claro, mas estava lá na sala quando eu nasci -. Nesse lugar as mercadorias eram colocadas em pacotes de papel bem grosso, parecidos com as embalagens de cinco quilos de açúcar e de arroz da época que também eram feitas de papel reforçado e tinhas uma costura na borda.
Mais tarde, quando me casei pela primeira vez fui morar na alameda Santos em São Paulo - é...já tive meus momentos, leitores - e ali, na Santos, atrás do Conjunto Nacional havia um super (isso foi no início dos 80) chamado Barateiro, mas não era esse Barateiro que hoje pertence ao Pão de Açúcar. Na época, o Barateiro tinha um certo glamour, havia algumas lojas, não era parte de uma grande rede...enfim, ali, as mercadorias também eram colocadas em grandes sacos de papel grosso. Eu saía do super me sentindo a Diane Keaton chegando em casa em Manhattan com seus pacotes de supermercado. Aliás, nos filmes americanos até hoje as pessoas chegam em casa carregando pacotes de papel. Parece que a febre das sacolas de plástico só atingiu o terceiro mundo.
Depois, já no segundo casório, morava próximo à Santa Cecília e ali, na rua das Palmeiras também tinha um Barateiro antes de ser vendido ao GPA. O inconveniente dos pacotes de papel era que, se por acaso você comprasse algo úmido como frios ou carne, o pacote rasgava, ou caso você colocassae mais coisas do que o papel conseguia suportar, ou se alguma das mercadrias possuísse uma ponta, todo cuidado era pouco. Era necessário ser organizado e meticuloso na hora de ensacar a mercadoria, senão você corria o risco de chegar na calçada e ver tudo escorrer pelos seus braços - aliás, cena bem comum na época, diga-se de passagem. Talvez por isso nessa mesma época os supermercados mantinham meninos empacotadores nas pontas dos caixas. Algunes eram verdadeiros especialistas na arte de empacotar sem rasgar a embalagem.
Muito bem, as sacolinhas chegaram e eu nem percebi exatamente quando foi mas sei que eu e milhões de pessoas adotamos as tais vilãzinhas sem pensar. Ninguém, ninguém falava nada contra a talzinha.
As ecobags vão nos salvar?
Hoje em dia, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) estima-se que o Brasil consuma, por ano, cerca de 12 bilhões de sacolas plásticas tradicionais. Para modificar esse quadro, o Instituto Nacional do Plástico (Inp), a Associação Brasileira das Indústrias de Embalagens Flexíveis (Abief) e a Plastivida criaram, em 2007, o programa de Qualidade e Consumo Responsável de Plástico. Com amplitude nacional, houve um incentivo ao uso de ecobags e sacolas mais resistentes. Como resultado para as redes que aderiram, já no primeiro ano houve uma redução de 19,9 bilhões no consumo de sacolas e em 2010 estima-se uma diminuição de 14 bilhões.
Em 2008 foi criada uma certificação pelo Inp concedida aos produtores de sacolas para que eles cumprissem as normas da ABNT e fizessem uma sacola mais resistente. “Nós também incentivamos o uso das ecobags. Mas a adesão depende de uma mudança na cultura e um custo acessível”, diz Paulo Dacolina, presidente do Inp.
(fonte: Bruna Bessi, iG São Paulo |13/11/2010 05:30).
O problema é que essas danadinhas estão indo pros esgotos, pros bueiros e, consequentemente, para os rios, mares, oceanos e para as barriguinhas de tartarugas, pinguins, focas que as confundem com comida. Poluem e matam. Pois bem, precisamos voltar ao passado. Não acho que seja uma questão de cultura, a mudança de hábito, mas sim de esclarecimento, porque a cultura existia e não faz assim tanto tempo. Não sei exatamente em que momento perdemos isso. Mas é urgente que se resgate essa consciência e se diminua esse consumo. Já faz algum tempo que eu uso as sacolas de lona, caixas de papelão...mas estou londe de ter conseguido abolir completamente as sacolinhas de plástico, infelizmente. Estou me esforçando.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Juiz vai ficar em casa por dois anos recebendo salário

Que um juiz seja machista não é o problema. Pessoalmente ele pode ter a opinião que quiser. O problema é ele manifestar essa mesma opinião contrariando a lei enquanto exerce sua função de magistrado. Ser punido com afastamento mantendo o recebimento do salário também é ilógico, além de ser o sonho de 99,9% dos brasileiros. Quem não gostaria de ser "obrigado" a ficar em casa ganhando seu rico dinheirinho? Depois, ainda há quem reclame da velha frase atribuída ao general De Gaulle"O Brasil não é um país sério".
Quarta-feira, 10 de novembro de 2010 - 11h23       Última atualização, 10/11/2010 - 11h23

Juiz que chamou Lei Maria da Penha de preconceituosa é afastado

Da Redação, com Band News FM

cidades@eband.com.br

Uma determinação do Conselho Nacional de Justiça afastou o Juiz da comarca de Sete Lagoas (MG), Edilson Rumbelsperger Rodrigues, por falar da Lei Maria da Penha de forma discriminatória e preconceituosa. As informações são da rádio BandNews FM de Minas Gerais.

A punição por desancar a legislação em sentenças nas quais a taxou de inconstitucional pode durar até dois anos. A lei foi um marco na defesa da mulher contra a violência doméstica. Ele também é acusado de rejeitar pedidos de ações contra homens que agrediram e ameaçaram mulheres.

Com votação de nove votos a seis a favor do afastamento, o julgamento que afastou o juiz, consequentemente reduziu o seu salário ao tempo de serviço. Os conselheiros que votaram contra o afastamento optaram pela censura ao magistrado e pela realização de um teste para atestar a sanidade mental do juiz. 

Aberto em setembro do ano passado, consta no processo administrativo que o juiz atacou a lei, dizendo que se tratava de um conjunto de regras diabólicas. Ele teria afirmado que a desgraça humana começou por causa da mulher, ainda no Jardim do Éden, segundo a tradição hebraico-cristã. Para ele, o mundo é masculino e assim deve permanecer.

Além disso, o juiz também manifestou a mesma posição em uma página na internet. Na época da acusação, o magistrado se defendeu das acusações e negou que tenha havido excesso de linguagem. Ele explicou que não combatia as mulheres, mas o feminismo exagerado existente na Lei Maria da Penha.

O juiz disse ainda que algumas implicações da lei têm caráter vingativo. E afirmou, ainda, não retirar nenhum dos comentários feitos, pois isso seria um ato de covardia. Apenas após o período estabelecido, o juiz poderá pedir autorização para voltar à ativa. A decisão ainda é passível de recurso ao Supremo Tribunal Federal.

Mais histórias de Valkiria

Valkiria é a terceira da direita para a esquerda.
Mais ou menos aos 17, 18 anos, as amigas de Valkiria foram trabalhar. Em escritórios, a maioria. De recepcionistas, secretárias, faz-tudo, auxiliar disso,daquilo, assistente, essas coisas. Mas a mãe de Val não deixou que a bonequinha fosse à luta. Disse que não precisava, que se dedicasse aos estudos - que eram bancados pela mãe e pelo pai enquanto suas amigas trabalhavam para pagar a faculdade delas -.
Então, enquanto suas amigas cresciam como pessoas e como profissionais, Valkiria se divertia. Era a alegria da turminha da facul, fazia sucesso entre a rapaziada, tinha vários namoradinhos, paquerinhas - na época era assim: você só beijava na boca depois que tivesse certeza de que aquilo era um namoro, mesmo que logo após o beijo e constatado que o cara era uma fria você desmanchasse o tal namoro, mas tudo no maior respeito, nada de mão naquilo nem aquilo na mão; isso era coisa pra namoros mais sérios! -, e as sextas-feiras na cantina mais famosa próxima à facul até o galo dar seu primeiro trinado.
Não existe uma comprovação científica sobre a relação "trabalhar-cedo-faz-de-você-uma-pessoa-bem-sucedida". Porém, aos 35 anos Valkiria constatou que o estágio nas danceterias e nos barzinhos da vida, não lhe proporcionaram a abundância sempre perseguida e nunca alcançada. Um encontro com as antigas amigas - todas casadas, com filhos etc. - jogou na sua cara que, sim, elas estavam em condição financeira muito melhor que a sua. Suas amigas já haviam conhecido vários lugares no exterior, possuíam casas bem montadas, bem decoradas, possuíam carro do ano, estavam empregadas há vários anos na mesma empresa...Uma delas recebera um prêmio de um grande banco por conta de um projeto que idealizara...e a Valkiria? O que tinha conseguido até ali? Estava no segundo casamento, não estava feliz, não tinha carro, não tinha casa própria, tivera um filho de cada um, não estava trabalhando na sua área de formação porque fora morar numa cidade do interior, e ao ser questionada por que se mudara para longe de tudo que, para ela era sua referência, tinha uma longa história - melhor deixar pro analista, pensava - e mentia dizendo que procurara proporcionar qualidade de vida aos filhos, então pequenos. Sim, de fato, por um lado, era verdade. Morar no interior era sinônimo de sossego, de brincar na rua, de andar descalço, de mexer na terra, ter uma horta, árvores no quintal, estrelas no céu e céu azul a maior parte do ano. Mas, profissionalmente e financeiramente não tinha sido uma boa escolha. Naquele momento, aliás, estava mais uma vez, desempregada.O que teria para contar para as amigas depois de 15 anos de separação? Melhor sorrir e calar. Ou mentir uma mentirinha inocente que salvasse seu ego de mais uma humilhação.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sobre lobos e mulheres

"Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente, uma sábia, uma visionária, um oráculo, uma inspiradora, uma intuitiva, uma criadora, uma inventora e uma ouvinte que guia, sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos interior e exterior. Quando as mulheres estão com a mulher Selvagem, a realidade desse relacionamento transparece nelas. Não importa o que aconteça, essa instrutora, mãe e mentora selvagem dá sustentação às suas vidas interior e exterior.
(...)o termo selvagem neste contexto não é usado em seu atual sentido pejorativo de algo fora de controle, mas em seu sentido original, de viver uma vida natural, uma vida em que a criatura tenha uma integridade inata e limites saudáveis.
(...) Quando são cortados os vínculos de uma mulher com sua fonte de origem, ela fica esterilizada, e seus instintos e ciclos naturais são perdidos, em virtude de uma subordinação à cultura, ao intelecto ou ao ego - dela própria ou de outros.
A mulher selvagem é a saúde para todas as mulheres. Sem ela, a psicologia feminina não faz sentido. essa mulher não-domesticada é o protótipo de mulher...não importa a cultura, a época, a política, ela é sempre a mesma. Seus ciclos mudam, suas representações simbólicas mudam, mas na sua essência ela não muda. Ela é o que é; e é um ser inteiro. (...) Felizmente, por mais que seja humilhada, ela sempre volta à posição natural. Por mais que seja proibida, silenciada, podada, enfraquecida, torturada, rotulada de perigosa, louca e de ouros depreciativos, ela volta à superfície nas mulheres, de tal forma que mesmo a mulher mais tranquila, mais contida, guarda um canto secreto para a Mulher Selvagem. Mesmo a mulher maus reprimida tem uma vida secreta, com pensamentos e sentimentos ocultos que são exuberantes e selvagens, ou seja, naturais. Mesmo a mulher presa com a máxima segurança reserva um lugar para o seu self selvagem, pois ela intuitivamente sabe que um dia haverá uma saída, uma abertura, uma oportunidade, e ela poderá escapar."
do livro MULHERES QUE CORREM COM LOBOS - Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem - de Clarissa Pinkola Estes

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Palavras de uma companheira de jornada

"Um homem deve ir em busca da sabedoria, da mesma maneira que um soldado vai para a guerra: com medo, com respeito, e com total segurança. Deve agir como se soubesse onde está indo, embora na realidade não tenha a menor idéia do que irá encontrar; o que importa é que ele está percorrendo o caminho que escolheu."
Carlos Castaneda

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Boo!

O texto não é meu, a montagem não é minha, mas me identifiquei total com a menininha e seus dilemas.
Apreciem sem moderação! Se não conseguir visualizar, clique na imagem. Ela aparecerá numa outra janela e você poderá dar zoom.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quem lê tanta notícia?

De maio a outubro deste ano o post "Sapatos no trem" recebeu 330 visitas. "Aprender, errar e acertar" vem em segundo, com 75 visualizações, "Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar", 16 e "Dilma não, não e não", post bem mais recente, 15.
Por que "Sapatos no trem" mereceu tantos acessos? Nem imagino.
Agora, o mais incrível são as origens dos leitores. Só no último mês eu recebi a visita de leitores da Ucrânia (3), do vizinho Equador (3), da longínqua China (3), da Holanda (4), da Alemanha! (5), do México (6), da Rússia! (9), dos EUA (22) e, pasmem, da Finlândia, (30 visualizações - num mês? deve ser a mesma pessoa que acessa todos os dias?). E do Brasil (148).
Na soma geral, de maio a outubro também tive leitores do Canadá (12), do Chile (6) e do Reino Unido (5).
Trata-se de uma bela e intrigante estatística.
Por favor, leitores queridos, de países tão seletos, identifiquem-se! Deixem comentários, nem que se seja um Olá! um Hello!, um OI! estive aqui! qualquer coisa, gente.
Quero conhecer, saber quem lê tanta notícia? E lá na Finlândia? E por que "Sapatos no trem" fez tanto sucesso? Me expliquem, me ajudem a entender, a decifrar esse mistério, do contrário serei devorada pela minha própria ansiedade, curiosidade...
Quem serão os chineses ou chinesas que se interessam pelos meus escritos? Quem serão os alemães, povo tão culto e exigente? E os finlandeses? Que país é esse? Mal conheço e já faço tanto sucesso por lá! E os canadenses? Gente, será que sou lida por brasileiros residentes nestes países? è uma possibilidade. Mas desconhecia que a Finlândia abrigava tantos filhos da nossa pátria amada Brasil.

Um pouco sobre o país onde sou mais lida, depois do Brasil:
Será que eles gostaram dos meus textos?
A Finlândia (em finlandês: Suomi e em sueco: Finland ), oficialmente República da Finlândia,[3] é um país nórdico situado na região da Fino-Escandinávia, no norte da Europa. Faz fronteira com a Suécia a oeste, com a Rússia a leste e com a Noruega ao norte, enquanto a Estônia está ao sul através do Golfo da Finlândia. A capital do país é Helsinque.
Cerca de 5,3 milhões de pessoas vivem na Finlândia, sendo que a maior parte da população está concentrada no sul do país. É o oitavo maior país da Europa em termos de área e o país menos povoado da União Europeia. A língua materna de quase toda a população é o finlandês, que é uma das línguas fino-úgricas e é mais estreitamente relacionado com o estoniano. O finlandês é apenas uma das quatro línguas oficiais da UE que não são de origem Indo-Europeia. A segunda língua oficial da Finlândia - o Sueco - é a língua nativa de 5,5 por cento da população. A Finlândia é uma república parlamentar com o governo central baseado em Helsinque e os governos locais baseados em 348 municípios. A área Metropolitana de Helsinque (que inclui a Helsinque, Espoo, Kauniainen e Vantaa) é a residência de cerca de um milhão de habitantes e é responsável pela produção de um terço do PIB do país. Outras cidades importantes são Tampere, Turku, Oulu, Jyväskylä, Kuopio e Lahti. (Fonte: Wikipedia)

Valkiria e seus dilemas

Às vezes minha amiga Valkiria contava: "Tem dias que eu quero fazer tantas coisas...tenho sempre três ou quatro livros na cabeceira para serem lidos, fora os de estudo. Às vezes, quando vou dormir, estou lendo...e então, me vem uma boa ideia e eu não sei se termino o que estava lendo ou se corro pro computador e coloco a ideia no papel antes que ela vá embora."
Val é assim. Ela consegue colocar a roupa na máquina e enquanto faz isso elenca mentalmente todas as outras tarefas domésticas que ainda precisa fazer, tem de fazer, é obrigada a fazer, tipo limpar as caixinhas de terrinha das gatas, recolher os lixos dos banheiros, lavar a louça do café da manhã, passar aspirador no tapete e nos sofás, passar pano no chão...e aquela montanha de roupa no armário pra passar? Mas o seu coração, a sua alma gostaria de estar fazendo duas outras coisas: ou ler - aqueles livros todos que se empilham pelas estantes da casa - ou escrever. Duas coisas que Valkiria gosta muito de fazer. Valkiria queria ter nascido rica pra ter quem cuidasse dela, quem pensasse no que fazer para o almoço, quem fosse ao supermercado, quem limpasse a casa pra ela, quem passasse e guardasse a roupa, quem arrumasse seus armários...Enquanto isso, ela se sentaria confortavelmente e devoraria seus livros, faria anotações, copiaria as frases mais importantes...Ou escreveria finalmente o livro prometido ao velho amigo que, qualquer dia partiria para o outro plano sem ver o sonho concluído - . A bela e inteligente Valkiria se angustia. Não nasceu rica, mas poderia ter se casado bem. Poderia ter tido mais juízo. Ou mais sorte?  Por que não se casou com o primo? Talvez nem fosse rica, mas com certeza teria sido mais feliz. Ah, mas por que esse assunto agora? Valkiria olha para os armários da cozinha. Estão precisando de uma faxina severa. Sabe aquela em que a gente tira tudo de dentro, lava, seca e depois guarda novamente? Então. Val tem amigas que contratam pessoas só para esse tipo de serviço. É...tem gente que ganha a vida arrumando os armários dos outros....Um dia, num desses livros de autoajuda que Valkiria devora de vez em quando, um autor dizia que se você quer ter sucesso tem de se dedicar àquilo que gosta e delegar para outras pessoas tarefas mais simples e corriqueiras como limpar a casa, levar o cachorro pra passear, cozinhar, etc. E Valkiria se indignava com essas receitas de bolo de prosperidade: oras, pensava ela, se eu tivesse grana pra contratar todo esse povo pra trabalhar pra mim eu já estaria numa condição de sucesso e prosperidade. Se sou eu que tenho de fazer tudo, não me sobra tempo pra buscar mais fontes de renda e sem mais fontes de renda, nada de diarista, passadeira... é uma sinuca de bico, né não? raciocinava. Mas nem sempre foi assim, não é mesmo Val? Valkiria já teve seus bons momentos. Teve boas roupas, bons sapatos, um bom carro, um bom emprego; frequentava bons restaurantes; via gente bonita e bem-vestida, viajou, conheceu lugares bacanas. Mas hoje em dia...não. Não é que as coisas estejam ruins. Não, de jeito nenhum. Mas um espírito rebelde como o Valkiria sempre quer mais e mais e mais. Porém, o que minha amiga não percebia é que só dependia dela mesma virar o jogo, dar a volta por cima, sair do marasmo. Val, minha amiga Val estava num beco sem saída. Não podia contar com mais ninguém. Não devia esperar nada de ninguém. Tinha que se virar nos trinta, sim. Tinha que acordar mais cedo, sim, ser mais disciplinada, sim, ralar mais ainda, sim, ir dormir mais tarde ou nem dormir. Essa era a conclusão a que chegara. Achava uma injustiça. Sempre ajudara a todo mundo. Mas não ajudara a si mesma, né, Val? Precisava aprender. Teria tempo? Com tantas coisas pra fazer....Por onde começar?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Quando não existe amor

Mais historinhas da minha amiga Valkiria, com K, ela me disse, faz questão. Então, tá. Val tem um jeito de menina. Às vezes, de moleca. Parece que não cresceu. Por alguma razão que ainda não se sabe, necessita de carinho, amor e aprovação. Mas não teve todo o amor, carinho e atenção que merecia, ou que necessitava. A vida toda. Então, pensando que seria amada, minha amiga Val fazia tudo para agradar aos outros. Mas não fazia nenhum agrado a si mesma. Casou pra agradar aos pais, descasou pra salvar a filha (as duas vezes), comprou um carro que não queria, uma casa num lugar quer não queria, usou um vestido de 15 anos que odiou num modelo que odiou numa cor que odiava, para agradar a mãe, a tia...aliás, abriu mão do seu quarto de adolescente - onde dispunha de privacidade para seus devaneios de menina-moça, onde ficava até madrugada escrevendo em sua escrivaninha querida, com a TV portátil que ganhara no padrinho querido no Natal, ouvindo suas músicas prediletas na vitrola também portátil ou no com seu radinho de pilha fashion - para dividir um outro quarto, longe de seu banheiro privativo, pra fazer companhia pra tia chata que não a deixava dormir pq ouvia um maldito radinho de pilha numa emissora chata que tinha um apito maldito a cada hora.
Valkiria odiou ter de se separar do "seu mundo e nada mais" como dizia a letra do sucesso de Guilherme Arantes dos anos 70, mas Val nunca disse não. Odiava, mas acaba fazendo sempre o que os outros queriam.
Poucas vezes, ela me disse, fez o que tinha vontade. Quando Valkiria se rebelava era tida como boca dura, malcriada, malagradecida. Então, como sua necessidade de ser amada e como seu autodesamor eram muito grandes, Val era servida em sacrifício para os lobos. Val era a oferenda. Alguém tinha de se sacrificar, Val, você é muito egoísta, você só pensa em você Val, você só pensa no seu conforto, menina mimada!
E assim, Valkiria foi guardando segredos. Quem vai acreditar em mim? pensava a menininha escondida atrás da porta. A madre da escola do ensino infantil que não acreditou que ela tinha feito o desenho e a colocou de castigo no canto da classe porque ela era a "filha da diretora" e, portanto, precisava servir de exemplo para os outros alunos. A madre não acreditou, a mãe não confirmou. E por inúmeras ocasiões, Val teve sua palavra questionada, Val teve sua verdade questionada. Por quantas e quantas vezes Val foi tida e havida como mentirosa dizendo a verdade? Então, já que era assim, Val também passou a mentir, fantasiar, inventar...que diferença faz? Ninguém acredita mesmo!
Se tivesse sido bem orientada, poderia ter se tornado uma ótima escritora. Quem sabe, uma segunda Clarice Lispector, uma Zelia Gattai? Uma autora de novelas famosas? Uma Janete Clair? Quem sabe? Imaginação não lhe faltava. O que faltava a Valkiria era amor. Amor por si mesma.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sobre Lula, Dilma, eleições e etc

Conforme prometi no post anterior, vou afinal, dizer o que penso sobre esse tema tão polêmico.


Já fui petista. Não fui de carteirinha porque nunca desejei me filiar formalmente em nenhum partido. Mas admirava o Lula, no final dos anos 70, quando ainda estava na faculdade. Estudei na Metodista, em SBC. Nunca fui ao "Euclidão", como chamavam o estádio da vila Euclides, onde os metalúrgicos se reuniam sob as palavras de ordem do líder barbudo como a maioria dos homens da época. Mas curtia as reportagens que saíam sobre o assunto no Jornal da Tarde. Já naquela época, topei com pesoas que diziam: "Esse cara é mentiroso, é malandro..." Imagina? pensava.
No início dos anos 80, trabalhava na Folha e era muito comum festas para arrecadar fundos para o PT, partido recém-fundado e ainda sem Caixa 2, eu acho. Pelo menos naquela época nem se cogitava que o PT pudesse ter um. Imagina? Isso era coisa de corrupto e corrupto era uma coisa que o PT não era.
Sempre votei nos partidos de oposição, depois que a ditadura acabou, é claro. Então, o primeiro partido oposicionista foi o MDB - Movimento Democrático Brasileiro. Por isso, votei no Quércia, no Montoro...eram todos de oposição. Depois, quando surgiu o PT, comecei a votar no Lula e em outros personagens do partido como o Mercadante, o Suplicy....
No início da década de 90, já casada, com Raquel e Iara meninas ainda, eu era daquelas que vestia a camisa, usava botom, boné, carregava bandeira...Lembro que lá em Boituva, meus vizinhos eram todos pró-Collor. Amigos meus, inclusive do centro espírita que eu frequentava, idem. Muita gente morria de medo de ser verdade o que Collor pregava: que o Lula ia acabar com isso, com aquilo, que os empresários iriam embora do País caso ele vencesse... vejam só que ironia....Hoje em dia, os banqueiros, os empresários, amam o Lula, nunca ganharam tanto quanto nos últimos 8 anos. Mas isso é assunto pra outro post.
Então, quando o Collor ganhou as eleições em 89 - outra ironia: ele fora o primeiro presidente eleito pelo voto popular após o fim da ditadura - dias depois, lá estavam meus amigos chorando por causa do confisco que o alagoano fizera junto com sua equipe econômica, nas cadernetas de poupança de todos os brasileiros. Collor fez exatamente o que ele dizia que o Lula faria.
Foram anos muito difíceis, sem grana, sem crédito, a economia estava dolarizada. A Inflação girava em torno de 80% ao mês. Dá pra imaginar uma coisa dessas?
Continuei votando em Lula nas eleições seguintes. Não votei em FHC. Votava no Lula. Acreditava que de fato ele poderia mudar o País.
Em 2000, um ano antes de Lula confirmar sua candidatura novamente à Presidência, eu o entrevistei num acanhado comitê eleitoral do PT em SBC, no bairro Assunção. Ganhei dele um CD com todos os jingles de todas as campanhas do PT, assinado com uma dedicatória por ele. Mas...nesse dia, cara a cara com a figura, tive minha primeira desconfiança. O sujeito cheirava a cachaça. Sabe aquela cachaça que vc tomou, depois dormiu, acordou e o odor continuou no teu corpo? Era assim. Fiquei meio cismada, mas, sei lá. E aí, nessa época, muito mais pessoas me alertavam sobre o ex-líder sindicalista não ser de confiança etc etc etc. Não dava ouvidos para nada disso.
Em 2002, janeiro, lá estava eu assistindo pela TV à posse do barbudo. Abominei Regina Duarte com aquele discurso terrorista de que tinha medo...
Aí, veio o caso da reforma da previdência e a expulsão dos petistas Heloisa Helena, Babá, João Fontes e Luciana Genro. Fiquei inconformada com a atitude radical do PT e mais ainda do Lula por não fazer nada para impedir. Sem falar que os primeiros 4 anos de governo Lula, para mim, foram os piores. Havia um tremendo desemprego, não se podia consumir pra não ter inflação, enfim, a coisa era feia. Isso ninguém fala, né? E foram tantas e tantas as palhaçadas...Teve o lance do Fome Zero, aquela confusão toda...comecei a perceber que o Lula era bom de discurso, de frases de efeito, mas na prática, a realidade era outra. Abria o jornal e só via que nunca os bancos tinham ganho tanto. Essa era a notícia que se repetia mês a mês.
Não votei nele daí em diante. Por isso, fiquei aliviada quando em 2005 houve o escândalo do Mensalão. E depois, outros e outros escândalos e a corrupção tomando conta do governo.
E hoje, vejo tanta gente falando mal do Serra...mas, efetivamente, o que existe contra ele? Quais são as denúncias contra ele? E contra o Covas? E contra o Alckmin?
Não morro de amores pelo PSDB, mas me lembro que ele foi criado por dissidentes do PMDB, liderados por Covas, se não me falha a memória, porque não concordavam com as negociatas que uma ala do PMDB insistia em fazer, aliás, sua marca registrada até os dias de hoje.
Votei na Marina Silva neste primeiro turno. E agora, neste segundo turno, não posso não votar no Serra. Não vou anular meu voto, não vou votar em branco. Não vou deixar que decidam por mim.
Me indigna ver o PT de hoje mentir em sua campanha eleitoral exatamente como Collor de Mello fazia há 20 anos.
Me indigna ver a cara de pau da Dilma dizer que não sabia de nada sobre o que a sua secretária de confiança fazia juntamente com a quadrilha encabeçada pelos filhos, da mesma forma que Lula dizia ignorar o que se passava no gabinete da Casa Civil quando o todo-poderoso Zé Dirceu lá imperava soberano. Sem falar no assassinato de Celso Daniel que até hoje não me convenceu. Mas esse assunto é até perigoso comentar. Tantas pessoas já morreram por causa disso. Melhor deixar pra lá.
É isso, é por isso que voto em Serra. Não nego alguns benefícios ou melhorias que talvez tenham efetivamente se concretizado no governo Lula. Mas não foi nada criado por ele. A base já existia. E foi deixada pelo governo anterior. Por isso é saudável que os governos se alternem. E que tenham o bom-senso de manter o que é bom e aperfeiçoar o que não seja.
Mas é um grande perigo para a democracia de um país, um partido, com tantos envolvimentos escusos, querer se estabelecer no poder por mais quatro ou oito anos. hoje eu percebo que o PT queria o poder pelo poder e que o discurso de ajudar os mais pobres era - e é - apenas conversa pra boi dormir.
Que os brasileiros sejam iluminados no próximo dia 31, como de certa forma, já o foram no dia 3/10.

DILMA NÃO, NÃO E NÃO

O texto a seguir não é meu. É do Ricardo Jordão Magalhães, um cara que escreveu um livro chamado "Quebra tudo" e que acredita no ser humano, como eu acredito.
Ainda vou escrever um texto sobre eleições, Dilma, Lula e o PT.

Mas enquanto isso não acontece, vou aproveitar o texto do rapaz que é muito bom, por sinal. O texto e o rapaz também! É um texto lúcido, bem embasado, fundamentado. Vale a pena ler até o fim, até para termos mais argumentos de defesa no voto em Serra quando encontramos algum neófito pela frente dizendo que vai votar na Dilma.

Boa leitura!

Eu prefiro ser do contra, Dilma NÃO!!!
"Mudança é a lei da vida. E aqueles que olham apenas para o passado ou presente estão certos de perder o futuro." John F. Kennedy
Querida(o) Amiga(o),
Eu vou votar no Serra.
Dilma NÃO, NÃO e NÃO!!!
Quando lula & Dilma vão na televisão para falar que as privatizações feitas no governo do Fernando Henrique Cardoso foram ruins para o Brasil, eu prefiro ser do contra.
As privatizações, iniciadas no governo do Collor e aceleradas nos anos FHC, são um dos capítulos mais importantes da história do Brasil. Foram vendidas 120 empresas, arrecadando 106 bilhões de dólares, dinheiro que contribuiu para a redução da dívida pública e o reequilibro fiscal do governo. O lula pagou a dívida externa com o dinheiro levantado pelo FHC!!! As estatais eram só prejuízos, e por isso tinham que ser bancadas com dinheiro público, bancado pelos impostos que eu e você pagamos todos os dias.
A GRANDE VERDADE é que nunca na história desse país um cara (lula) assumiu descaradamente a responsabilidade de tanta coisa boa que outros fizeram.
O lula e o PT votaram contra o Plano Real que estabilizou o país. Você está aí hoje sentado no conforto da sua casa com dinheiro no banco porque o Plano Real aconteceu. lula votou contra! A dilma pode falar o contrário na propaganda na televisão, mas a GRANDE VERDADE é que o lula pegou tudo pronto, e por motivos de fanatismo partidário, não reconhece a herança que herdou.
Em Julho de 1994, a inflação acumulada no ano estava em 5,000%. Quem acabou com a inflação foi FHC e não lula ou o PT. Isso é a História. O resto é propaganda e manipulação.
Em 1998, antes da privatização da Telebrás, o número de pessoas com telefone no Brasil era de 30 milhões de pessoas. Se você tem mais de 30 anos, você deve se lembrar da dificuldade que existia no Brasil para conseguir uma linha telefônica. Hoje, 247 milhões de pessoas tem telefone fixo, celular, banda larga e TV por assinatura. Em doze anos, foram investidos 180 milhões de reais, e o recolhimento de impostos cresceu 435%. Além disso, o setor emprega hoje 403 mil pessoas, o dobro de vagas públicas e ineficientes que havia dez anos atrás.
Quando lula, o messiânico, aperta a mão do mahmoud ahmadinejad, hugo chavez e fidel castro botando banca de pacificador do mundo, eu prefiro ser do contra.
lula - o messiânico -, está se achando o rei do mundo; e para provar que tem um coração de divindade, sai pelo mundo afora apertando a mão de uns figuraças como o ahmadinejad - presidente do Irã -, que afirma que o Holocausto dos Judeus não existiu; fidel castro - que mantêm milhares de presos políticos em pleno Século 21; hugo chavez - o mais novo doidão da América Latina.
Quando lula & Dilma apelam para o bolsa família e outros programas sociais para dizer que mudaram o Brasil para sempre, eu prefiro ser do contra.
A grande verdade é que o governo lula não melhorou o Brasil em absolutamente nada quando você analisa métricas decentes de crescimento e cidadania.
Com a carga tributária mais nefasta do planeta, a pior regulação de um governo sobre a economia, uma das piores taxas de corrupção e de desperdício de dinheiro público do mundo, além de um dos maiores spreads bancários, o Brasil caiu duas posições no ranking das economias mais competitivas elaborado pelo Fórum Econômico Mundial sobre o desempenho das principais economias do mundo em 2009. O Brasil foi da 56.ª posição para a 58.ª.
Criado pela ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educação e expectativa de vida ao nascer. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população. O índice foi desenvolvido em 1990 pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu relatório anual.Todo ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. Na edição de 2009, o IDH avaliou 182 países. O Brasil aparece em 75o lugar.
Em termos de educação, o Brasil ficou em 88o lugar no ranking mundial de educação em 2010, estudo elaborado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Professores da UnB apontam que algumas causas para o país estar entre os retardatários na corrida pela educação são: crescimento acelerado do número de vagas ofertadas nas escolas do país, sem que houvesse expansão da infraestrutura de ensino e do número de professores; baixa formação dos docentes; e demora para dar prioridade à área.
Sem dúvida temos crédito "fácil" para a população comprar televisão, geladeira, coca-cola, bolacha recheada, comprar carro zero em 60 vezes etc, o Brasil lidera o ranking mundial em vendas de computadores e celulares; entretanto, ninguém se sente absolutamente seguro em sair de casa a noite para dar uma volta no quarteirão da rua em que mora sem medo de ser assaltado.
Quando eu vejo a propaganda da dilma & lula na televisão mostrando o povo sorrindo, cantando nas ruas, empregado, feliz, como se tudo estivesse as mil maravilhas, eu prefiro ser do contra.
Sabe qual é a pior coisa que pode acontecer a uma empresa sem planejamento estratégico, programas sérios de inovação, índices de performance, ou programa de educação para funcionários? Bater as metas de vendas.
Quando uma empresa bate a meta de vendas, a sujeira é chutada para debaixo do tapete, ninguém fala nada sobre os reais problemas que a empresa está enfrentando, todos são obrigados a aceitar o fato de que afinal, as coisas estão dando certo.
É exatamente isso que está acontecendo com o Brasil.
Nós estamos batendo metas (criados pelo governo), conseguimos a Copa do Mundo, Olimpíadas, somos a bola da vez, blá blá blá, entretanto, somos um país onde não existe educação decente (e nenhum projeto para mudar isso); somos um país onde 50 mil pessoas são assassinadas a bala todo ano (e não temos nenhum projeto do governo para mudar isso), nenhuma cidade do Brasil, incluindo São Paulo, tem 100% saneamento básico (e não existe nenhum projeto do governo para mudar isso), somos um país recordista em ações trabalhistas (e não temos nenhum projeto para atualizar as leis trabalhistas e as relações empregados e empregadores), mas, segundo o lula, "Nunca na história desse país houve um governo como o governo do lula".
Que mediocridade!
Quando lula & dilma dizem que o sarney, a frente do congresso nacional, não fez picaretagem nenhuma alguns meses atrás, e não merece ser retirado do cargo, eu prefiro ser do contra.
Você se lembra que alguns meses atrás você mesmo defendeu a saída do sarney do Congresso Nacional por suspeitas de corrupção?? Você se lembra que você mesmo colocou o sarney no trending topics do Twitter!! Lembra??
Então, o lula saiu as ruas dizendo que o sarney não fez nada, e nada foi feito com o sarney.
E agora você vai votar na continuidade de tudo isso?
A turma do lula tem um projeto de partido, e não um projeto de país. Se tiver que beijar o capeta para se manter no poder, eles vão beijar o capeta. Se o presidente do Irã trouxer votos, eles vão se ajoelhar para o cara.
Nunca na história desse país um banco lucrou tanto quanto agora. No governo do Sarney, o Itaú lucrou 340 milhões de reais, no governo do Collor o Itaú lucrou 390 milhões, no governo do FHC o Itaú lucrou 410 milhões, e agora, no governo do lula, o Itaú lucrou 6 bilhões de reais apenas em 2010!!!
De um lado, Lula distribui migalhas para o povo através do Bolsa Família; do outro, lula oferece um sistema bancário com os juros mais altos do mundo.
Grande lula, você sabe como ninguém como criar gado para levar para o matadouro. Depois da presidência, você deveria pedir emprego na Friboi.
Por que eu vou votar no Serra?
Porque a Dilma vai dar continuidade a tudo que está rolando. Entenda-se corrupção e mediocridade. Mensalão, Cargos Partidários na Petrobrás, Eurenice e tantos outros escândalos que já apareceram na mídia e não deram em nada vão continuar. Programas populistas que procuram agradar a todos para acabar com qualquer tipo de oposição e com "a turma do contra" também vão continuar.
Eu não acredito que as coisas estão boas, nem perto disso. Por isso, eu quero mudanças. Eu li o programa inteiro da Dilma, e não vi qualquer sinal de mudanças, por isso quero outro cara no poder.
A Dilma em si não me parece ser uma pessoa ruim. Acusá-la de terrorista, por exemplo, não tem nada a ver.
Se terrorista significa lutar contra a ditadura militar e o AI-5, então eu também quero ser chamado de terrorista. Ela e o Serra lutaram contra a ditadura militar, e merecem todo o nosso respeito e reconhecimento.
Então, por que Serra?
Porque oito anos é mais do que o suficiente para um partido liderar o governo. É preciso haver uma alternância no comando do país para evitar que um partido tome conta de tudo.
Se Dilma ganhar, lula & sua turma vão se achar donos do universo, vão continuar empregando todos os seus partidários em cargos públicos, vão continuar a distribuir migalhas para o povo sem qualquer projeto bacana para o país entrar de vez no Século 21, vão transformar o país em um partido, e vão acabar com qualquer tipo de oposição.
O Brasil, historicamente falando, é formado por um povo passivo demais, que não gosta de conflitos, que não levanta a voz em reuniões, que não fala o que pensa.
Se a turma do PT se perpetuar no poder, o comportamento do brasileiro irá de passivo para zumbi.
Qualquer um que levantar a voz contra o lula, seu partido e amigos, será chamado de "turma do contra", e convidado a se retirar do país para viver com os imperialistas americanos e outros papos furados típicos da esquerda brasileira.
Eu vou votar no Serra.
Eu espero que ele possa desmantelar a máquina criada pelo PT na Petrobrás e afins. Eu espero que ele possa terminar o trabalho que começou com o Plano Real. Eu espero que ele possa direcionar o Brasil rumo a um destino grandioso onde os BRASILEIROS ficam com o mérito do sucesso do país, e não um político populista com síndrome de messias.
O mundo evolui quando "a turma do contra" tem coragem para dizer o que pensa no meio da multidão. O mundo evolui quando "a turma do contra" levanta a voz para exigir o MELHOR DO MUNDO e não migalhas para calar o povo.
O Brasil melhorou nos últimos 8 anos?? Você tem certeza disso? Ou a sua opinião é a soma da opinião de outras pessoas ou da televisão?
Pense por si mesmo.
Não deixe um político populista e messiânico acabar com a única coisa que te pertence: a sua capacidade de pensar por si mesmo.
Eu vou votar no Serra, e recomendo a você pensar seriamente a respeito depois de levar em conta as coisas que melhoraram NA SUA VIDA nesses últimos oito anos, e não na vida dos atores dos comerciais populistas que circulam na propaganda política.
Eu quero um país de PRIMEIRO MUNDO, e não uma republiqueta populista.
Eu vou votar no Serra!
NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA!
QUEBRA TUDO! Foi para isso que eu vim! E Você?
Ricardo Jordão Magalhães
Da Turma do Contra
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