quarta-feira, 24 de junho de 2009

Peixes


Os aquários das redações, segundo Danuza Leão, foram inventados por Samuel Wainer, quando dirigia o Última Hora, no Rio.
Para quem não está acostumado com a linguagem, aquário é a sala do editor-chefe ou do diretor de redação, que , em vez de paredes, possui vidros para que ele veja a redação e ela também o veja.
Acho bacana porque em outros locais de trabalho, geralmente a sala do chefe é o buraco negro da empresa. Ninguém quem entrar lá, porque não sabe o que vai encontrar, e quem entra nem sempre sobrevive para contar como é.
Nas redações dos jornais e revistas, não. Vc vê o tempo todo se seu chefe está ao telefone, se está escrevendo no computador, se está rindo, dando bronca em alguém, ou pensando na morte da bezerra.
De vez em quando eles (aqui temos três grandes chefes) saem dos seus quadrados transparentes e vêm se juntar aos reles mortais aqui da Terra. Em geral, são pacíficos e educados, mas é sempre bom deixá-los bem alimentados com textos de ótimo conteúdo, bem escritos e que tragam informações inéditas.
Aqui, ainda não presenciei nenhuma cena menos digna de um local onde profissionais batalham diariamente pela busca da verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade. Mas já estive presente no outro aquário coletivo - a sala de reuniões de pauta que vez ou outra se transforma em pelourinho.
Foi por conta do engano fatal de uma das colegas revisoras que fomos todos parar no tronco. As chibatadas foram verbais, é claro, e ela mesma, nem estava presente! Mas já sarou, já foi. Passou.
Agora mesmo, neste exato momento, os três tubarões estão reunidos no aquário do tubarão-chefe. Meu Deus, o que sairá dessa reunião?

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